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Para as Bordas da Criação

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Mensagem por Dønø_da_Wyrm Dom Abr 22 2012, 20:53

- Estou bem... acho... - Respondeu Alfadur. Ao menos seu semblante estava mais ameno embora visivelmente contrariado. Apesar de marcas em seu corpo e roupas ele não parecia ter nenhum osso quebrado, e não tinha. Observou o olhar de Niume à mulher presa na outra gaiola e a respondeu em seguida. - Não sei...

Entendia o recado dado por sua companheira, voltando seus olhos à estranha e tentaria falar com ela.

- Ei você... como está? Espero que não pretenda ficar por muito tempo nesta gaiola! - Disse a ela, tentando extrair um melhor humor daquela situação terrível. Ao menos ele saberia se aquela mulher estaria disposta a colaborar com algum plano de fuga ou se demonstraria animosidade com outros companheiros prisioneiros.

Por alguns instantes, Alfadur voltava a ser o Mortal marcado pela Wyld que a príncipio nada poderia fazer naquela situação... isso... até que mais uma vez ele fosse tomado por sensações estranhas e seu corpo mais uma vez estremecesse. Ele cerrava os olhos baixando o olhar enquanto segurava firmemente as grades da gaiola e ouvia aquela voz estranha a relatar acontecimentos terríveis onde ele, Niume e também os outros que conheceu em Haafingar seriam protagonistas... ou não.

Naquele instante sua mente escurecia e ele ouvia apenas aquela voz estranha a conversar com outros que ele lembrava quem eram, o mesmo grupo da cidade de Haafingar, os mesmos que sobreviveram ao homem-urso louco e sua espada cortadora do tempo, que viram o homem-demonio e sua orda atacar os guerreiros da cidade, aqueles que saíram de dentro das estátuas, assim como ele, tornando-se "coisas" até então indecifráveis. Suas mãos seguraram firme as grades da gaiola enquanto ouvia aqueles relatos. Temeu pelos seus ao ouvir que Voz dos Antigos seguia para as bordas da Criação a fim de atacar seja lá quem fosse que estivesse ali e pudesse ser considerado um inimigo de fato.

" - O que nos tornamos seu miserável? - perguntou Alfadur, em sua mente, com sua boca, quase gritou enquanto segurava as grades daquela jaula. Talvez agora ele conseguisse sentir, de novo, aquela centelha divina fluir em seu ser e julgar que aquela maldita prisão nao era algo digno àquilo que se tornou mesmo sem saber exatamente o que era. Seu desejo era romper aquelas grades, libertar a todos, sair dali com Niume e voltar a seu refúgio para proteger os seus, e depois, quem sabe, encontrar os outros com os quais parecia sentir a estranha ligação. Alfadur temia pelos que amava, mas também desejava se encontrar em toda esta trama, definitivamente, queria entender antes de ser entendido, mover antes de ser movido, não seguir a Inércia, mas produzir sua própria.

Mais uma vez ele sentia aquele estranho desejo de mover o mundo para onde quisesse, fazer escorrer a Realidade pelas suas mãos e transformar sua situação crítica em sucesso, libertar-se a si mesmo e a todos, vingar-se de seu captor e quem sabe, dar um destino digno também àqueles escravos que ali jaziam.

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Mensagem por 25Slash7 Dom Abr 22 2012, 21:47

Nada. Alfadur não sentia nada. Era como se houvesse sido cortado das linhas de essência e sua alma não tivesse mais a extensão necessária para alcançá-la e tomar o poder que era seu por direito.

A mulher na gaiola ao lado deu atenção às palavras do estranho, mantendo aquele olhar gélido sobre a figura ferida e cansada do encarcerado. Contudo, não deu qualquer resposta, não balançou a cabeça, seus lábios sequer moveram-se. Tudo o que fez, assim que ele terminou de falar, foi virar o rosto. O Escolhido pôde notar que ela olhava para os mercenários e compreendeu, quase que imediatamente, que ela pretendia fazê-los pagar logo por sua prisão.


Alfadur e Niume fizeram as suas perguntas. Contudo, não houve qualquer resposta. A princípio, talvez não houvesse qualquer motivo para isso, mas Voharun julgava já tê-las respondido e achava desnecessário repeti-las.

Tudo o que restava era a dor de Charlie, ecoando em suas mentes como se fosse a sua própria dor. Era a voz da garota clamando pelo seu destino e por um meio para cumpri-lo. Restava a urgência, a necessidade de que algo fosse feito.
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Mensagem por Dønø_da_Wyrm Dom Abr 22 2012, 22:29

Sem resposta... seria cômico se não fosse trágico... ora... "uma pergunta para cada", mas "uma resposta para poucos". Alfadur despertava daquele ligeiro transe e olhava de novo para a mulher presa na outra gaiola. Não vinha uma resposta verbal dela, mas o olhar dela para os bandidos parecia ser uma resposta clara de que a mulher não deixaria as coisas por isso mesmo. Já era uma coisa boa apesar de tudo, pois Alfadur não podia mais canalizar sua essência ou realizar qualquer outra proeza além do que já conhecia de si mesmo. Ele teria de agir por conta propria e contar apenas com o que sabia, e não mais com todas as possibilidades bizarras que caíram sobre ele desde que saiu daquela estátua. Mas não só isso, ele ainda podia contar com Niume... se ela era como ele, ao menos ela poderia canalizar daquele estranho Poder e realizar alguma proeza que ele não mais podia.

Alfadur fitou então Niume para sugerir algo:

- Niume... lembra do que eu fiz... não faça a mesma coisa que eu, mas se você é como eu, você pode fazer outras coisas que eles não podem! Você pode nos libertar a todos... tente sentir-se livre de novo, sentir-se dona de seu destino e dos nossos... eu acredito que voce é a única aqui capaz de fazer algo assim! - Em seguida olharia para a mulher na jaula fazendo um aceno positivo com a cabeça, como se tentasse dizer para ela se preparar para o momento da vingança.
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Mensagem por Niume Dom Abr 22 2012, 23:34

Era mais irritante do que cômico e até mesmo mais irritante do que trágico. Não ofereça perguntas se não pretende de fato, responde-las. Niume não sabia qual era a missão, não sabia o que devia fazer. Sair dali para salvar um mundo que até ali, só tinha desprezado tudo que ela e seu povo eram? Ela não teria escolhido por isso. Se era essa a missão que a tal sabichona julgava que ela já sabia, então talvez ela devesse repensar seu julgamento. Se a voz achava que ela sabia o que era o brilho dourado em seu corpo ou o sol em sua testa, se julgava que ela sabia o que era o brilho em Alfadur e a estatua da qual ele tinha saído, novamente ela tinha que julgar o que achava que ela sabia. Sabia apenas que o que quer fosse, não era humano. Sabia que aquilo dava a ela a chance de ser plenamente capaz de proteger tudo aquilo em que ela acreditava, e o mundo, não fazia parte disso em toda sua arrogância. Não fazia mais parte dela do que tinha feito da mulher em seus sonhos falando com uma águia. Podia sentir isso. Era boa demais para um mundo que não merecia todo o esforço.

-Seja mulher o bastante para me dar ordens olhando para mim...sabichona estupido. Seja mulher para me dar uma resposta decente ao invés do silencio..

Sussurrou ela, irritada como era bem de sua personalidade explosiva, apertando as mãos junto as algemas. Ela cerrou as sobrancelhas, juntando a raiva por um silencio angustiante a opressão que a algemas lhe causavam. Ela era melhor do que aqueles que os prendiam ali. Escutando as palavras de Alfadur mas sem olha-lo, ela focalizou-se no mesmo desejo que teve na floresta, de fazer aquilo dentro de si queimar. Expandir o enorme poder que sentia ter quando o sol inconquistável brilhava em sua testa. Ia ser livre, passáros não nasceram para ficarem presos.

Ela forçava os braços contra as algemas enquanto concentrava-se em arder a essência, como se os braços pudessem arrebentar o que a prendia.

-Não vão tirar isso de nós.. não vão nos prender aqui... Somos livres.

Ela ergueria o olhar para Alfadur, olhar que ele conhecia muito bem. Iam sair dali e dessa vez, sem obstáculos.
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Mensagem por 25Slash7 Seg Abr 23 2012, 11:43

Niume sentiu-se agredida diante do silêncio da Divindade. Amaldiçoou, praguejou, mas não houve resposta. Ao menos, não do modo como ela esperava.

No céu, um corvo anunciava as mudanças do destino. Niume ergueu o seu olhar para o alto e tudo o que viu foi a imagem da ave distanciando-se no horizonte.

E então, ela tentou sentir, novamente, aquela centelha divina. Pouco a pouco seu corpo começava a se tornar uno com o universo, sua alma mesclando no silêncio do eterno. Niume fechou os olhos e viu.

Viu a imagem furiosa de seus familiares, seus pais. Eles gritavam, diziam alguma coisa, inconsolados. Negavam a criatura maldita que haviam trazido ao mundo. Odiavam. Tornavam-se indiferente...

E viu a si. Amaldiçoando a divindade. Questionando porque deveria fazer frente a algo que não pertencia.

Em sua mente, perguntou-se, porque seus pais deveriam cuidar de algo que, em sua mente, não lhe pertencia?

Em seu coração, veio o peso da culpa. No fundo, Niume compreendia que era uma das poucas pessoas, em toda uma vasta Criação, capaz de fazer algo. Logo ela, que amaldiçoava todos os dias o abandono, via-se compleida a abandonar as pessoas que quando a vissem pelo que ela é, desejariam a sua proteção.

Ali, do topo de sua consciência, mergulhada na vastidão do universo, Niume sabia que a Criação lhe pertencia. Para o bem ou para o mal.

Ainda tinha os olhos fechados, quando as imagens começaram a se formar. Via a si mesma, sentada, acorrentada. Olhava do alto.

Crianças e mulheres aprisionadas. Homens utilizados como mão de obra descartável. Depravação. Armas e drogas vendidas como meio de contenção. Consumo canibal. Desprovida de moralidade, como Niume poderia esperar que aquelas pessoas não desprezassem o seu povo? O povo de Alfadur?

Silêncio.

[evento global]

A mulher permanecia de pé, no topo de uma construção eregida apenas em vidro, no mais puro vidro de Chiaroscuro. à sua volta não havia nada que a separasse da queda. De pé, no centro do círculo de vidro, a Imperatriz que Protege os Mundos observava. Em sua mão, um arco feito do mais puro ouro, reluzindo a luz do Sol inconquistado como se fosse um segundo sol. Quando a noite caia sobre a Criação, os homens não temiam o mal. Porque Ela Quem Protege os Mundos os guardaria. Pois ali, do alto de sua torre de vidro, ela via as iniquidades dos homens. E via os demônios rastejando para dentro da Criação. E via, julgava e punia. E quando seu arco rasgava o céu dos homens, eles sabiam que era a vontade divina recaindo sobre a terra.

Porque era ela a vontade divina, o desejo de justiça. Era ela quem guardava a liberdade dos homens e era ela quem lhes guardava a punição.

[fim do evento global]

Niume abriu os olhos. Despertou com uma pancada em sua nuca.

- Não faça nada esperto.

O mercenário carregava um machado pequeno em sua cintura. Com os braços cruzados sobre o peito, ele olhava a volta.


Um homem veio correndo na direção de outros mercenários.

- O acordo foi quebrado! Os bárbaros estão atacando nossas caravanas!!

- O que você quer dizer? Raz'Ashid disse que era seguro. Que o líder deles era um homem civilizado.

O mercenário cuspiu no chão.

- Explique isso para aqueles que morreram lá atrás.

E então viram Raz'Ashid montado sobre o seu cavalo. Ao lado dele, quatro mercenários estavam a sua volta, como sua guarda pessoal.

- Recolham! Recolham tudo o que conseguir!

Ao longe, eram capazes de ouvir o som das armas e da morte. Da dor e da agonia.

- Os filhos da puta irão nos cercar - gritou outro mercenário.

Os cães latiam, ganiam. Os bárbaros uivavam e quando eles faziam, era como se o mundo se contorcesse em dor.
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Mensagem por Niume Seg Abr 23 2012, 19:21

Niume ergueu seu olhar furioso para o céu e tudo que viu foi a imagem da ave distanciando-se no horizonte. Pouco a pouco, seu corpo começava a se tornar um com o universo, sua alma mesclando no silencio do eterno exatamente como tinha sido quando acordou na cidade destruída e depois dela, na floresta antes de serem pegos. Sentia que podia novamente ascender a fagulha dentro de si, que o sol podia explodir novamente.

Podia ter explodido, aproveitando-se ainda da raiva que a mantinha de punhos cerrados, mas o fogo se apagou, pareceu diminuir ate virar uma fina faísca quando os olhos olharam a imagem furiosa da mulher abaixo de si. Ela gritava, esbravejava, recusando-se a olhar o pequeno bebe enquanto seus cabelos brancos balançavam-se com um vento que não entrava de lugar nenhum naquele quarto.

Ela negava a pequena criatura maldita que havia trazido ao mundo, indiferente e fria. Não havia nada ali que provasse que ela era o bebe nos braços da velha, mas sentia, forte como uma punhalada entre as costelas, retirando todo o ar de seus pulmões, que era. Os olhos enchian-se de lagrimas que começavam a escorrer pela face agora pálida como a mulher que a havia dado a luz.

Em seguida, viu a si, amaldiçoando a divindade, questionando porque deveria fazer frente a algo que não pertencia. Tinha agora ainda mais certeza de que aquilo não lhe pertencia. Até aquele instante, Niume cresceu com a manchada imagem pelo tempo da mulher queimada que lhe segurava a mão enquanto caminhavam pela neve, cresceu achando que o mundo rejeitava apenas a diferença, que olhava com preconceito aqueles marcados pela vida. Mas e ela? Qual era a marca que tinha ao nascer? Tinha sempre sido perfeita, saudável, obediente.. na medida do possível, e ainda assim, o mundo a rejeitou como se não fosse nada além de um esqueleto na areia. A mãe, a verdadeira, aquela que lhe devia ter dado amor, a tinha rejeitado como um filhote de gato. Porque devia se esforçar por isso? Pela rejeição?

Em seu coração veio o peso da culpa, ela podia compreender que era uma das poucas pessoas capaz de fazer algo. E percebeu que as lagrimas não eram de tristeza, eram de raiva. Tinha sido abandonada pela fria mulher a quem jamais chamaria de mãe, e tinha sido acolhida por estranhos que abriram os braços a uma criança rejeitada. A mulher que cuidou dela com atenção, mesmo que não tivesse lembranças dela como mãe, o homem que a tinha ensinado tudo que ela sabia sobre o mundo, que havia formado tudo que ela hoje tinha orgulho de ser.

As lagrimas machavam o rosto que voltava a circular sangue e ela compreendeu talvez, a lição que sempre achou saber, quando era apenas como todo o resto. Niume sabia que a Criação lhe pertencia, e ela não seria como aqueles que repudiava, ela não abandonaria.

-Eu não serei como eles..

Sussurrou, com os dentes cerrados, forçando levemente o maxilar enquanto dilatava as narinas e a faísca tornava-se novamente fogo ardente, queimando as veias por dentro.

Silêncio.

E então a mulher, de pé sobre o topo de uma construção erguida apenas em vidro, puro vidro de chiascuro, a sua volta nada que a separasse da queda. Ela observa, tendo em sua mão um arco feito do mais puro ouro, reluzindo como Sol Inconquistado. Ali, no alto de sua torre de vidro, ela observa os demônios rastejando para dentro da Criação. Ela observa e ela julga, ela pune. Quando a flecha dourada rasga o céu dos homens, eles sabem que a vontade divina esta recaindo sobre eles. Porque ela é a vontade, o desejo de justiça.

Niume abriu os olhos, despertando com a pancada na nuca. Os olhos ainda molhados ergueram-se para o mercenário acima dela, não sorriu, mas podia pensar em varias dolorosas maneiras de se matar uma pessoa.

-Vão pagar..

Sussurrou, voltando os olhos para Alfadur. Ele estava fraco, ela podia ouvir na respiração dele, no modo como seu sangue pulsava, embora não tivesse notado que ouvir isso não era normal. Os olhos buscaram prontidão, ele tinha que estar pronto na primeira chance e seria logo.
Dele, os olhos voltaram-se para o homem que entrou correndo. Em silencio e sem olha-los diretamente, ela ouviu a conversa, cada palavra, cada arrastar das sandálias no chão chegando quase a irrita-la. Ouviu o som do cavalo mexendo-se ao ser montado, batendo com os cascos no chão, pode ouvir a voz dele e tornou a ranger os dentes. “Covarde”.

Os ouvidos pareciam que iam se rasgar a cada ganido dos cães, e apersar da dor do mundo a se contorcer com os uivos, gostava algo naquele som.
Ela mecheu novamente as mãos e tornou a se concentrar. Ainda sentia o universo pulsando dentro do peito, o sangue queimando. Novamente ela queria ascender a essência que pulsava em seu corpo, romper as algemas que prendiam muito mais do que apenas seus pulsos e tornoze-los.
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Mensagem por Dønø_da_Wyrm Seg Abr 23 2012, 23:39

Alfadur queria mesmo forçar Niume a sentir-se capaz. Ele desejava salva-los, mas simplesmente não tinha forças para tal coisa. Já tinha ouvido falar da Essência, já tinha visto usarem "algo" além das fronteiras do mundo, já sentiu ele mesmo ser capaz de possuir alguns poucos fragmentos de tal Poder, mas não tinha como saber até que ponto podia controlar e medir este Poder. Ele só sabia que, naquele momento, ele não mais o tinha, pois tinha apenas o que ele conhecia como um quase humano que era antes de passar por toda aquela saga em Haafingar. Por isso ele tinha de apostar em Niume, por ele e por ela, ela era de fato sua única esperança, por isso a incentivava.

Mas agora, Niume chorava e ele não sabia porque, ele não via aquele passado triste da criança abandonada, ele não imaginava que Niume estava se confrontando com seu passado, passado este que Alfadur não conhecia e apenas suspeitava ser fruto de um acidente. Quando ele acolheu Niume, ele simplesmente não sabia se ela era ou não uma sobrevivente ou um párea para seus próprios pais. Ele apenas sabia que devia protege-la. Agora, ve-la chorar daquele jeito, lhe partia o coração, pois desde que a conheceu sempre fez de tudo para que ela pudesse ser feliz.

- Niume... - Alfadur segurou com força as grades daquela gaiola, encostou o rosto na mesma ali a observa-la, sentia muito por ela, odiava ve-la sofrendo. Quase podia chorar também se não fosse mais uma vez aquele momento transcendental onde via uma estranha deusa a vigiar demônios do alto de um castelo de vidro. Quem era aquela mulher? Quem eram os demônios invasores? Não havia resposta, nenhuma... como bem sabia ter sido ignorado pelo Ser que ofereceu tais respostas sem cumprir com o prometido.

A visão passou e agora ele via o mercenário a cutucar Niume agredindo-a, o que deixou Alfadur com muita raiva, mais uma vez segurando firme as grades, quase tentando arrancar as barras daquela cela.

- AFASTE-SE DELA! - Gritou Alfadur, furioso, pronto para arrancar daquele homem o que se chama cabeça daquilo que se chama pescoço. Pena que lhe restava a liberdade e uma boa espada para isto. O medo de que Niume fosse ferida, de que ela não fosse capaz de de salvar a todos e a ela mesma quase o feria, a ponto dele mal perceber toda a movimentação dos outros mercenários com seus clamores de guerra e o próprio mercador de escravos a se aproximar trazendo provavelmente péssimas notícias para seu bando.
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Mensagem por 25Slash7 Ter Abr 24 2012, 12:35

Dêem uma olhada na resposta do tópico do Hector/Charlie.

Tem informações dos cenários onde vocês estão. Se acharem que tem informação suficiente, podem postar. Caso contrário, eu devo postar hoje ou amanhã.
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Mensagem por 25Slash7 Qui Abr 26 2012, 23:51

"Por que você continua vivo?"

Era apenas uma criança quando foi jogado naquele mundo. Armado com duas facas de lâminas longas e curvadas, o garoto de pouco mais de dezesseis anos, lutava. Deslizava a faca, esquivava, movimentava-se.

Ainda cedo, pensava que seria capaz de seguir o caminho do pai e preparar pães assados. Mas isto foi em outra época.

"Eu costumava sonhar com meus companheiros. Eles me salvariam com armas em punhos e vozes ruidosas."

Foi mãe de 4 filhos antes de unir-se à mercenários. Uma desilusão amorosa a tornou tão feroz quanto qualquer soldado. Quando percebeu que havia pouca coisa pelo que viver, ela decidiu que morreria qualquer dia desses, em meio a um combate travado por outras pessoas.

"Mas quando acordo... eu não sinto nada. Nem alegria. Nem tristeza, ódio ou memória. Quando eu acordo..."

Teria sido um excelente ferreiro. Era habituado com o cheiro da forja, o calor, o metal cantando na ponta de seus dedos. Um bom pai, apesar de ter retornado mais vezes do que deveria com escoriações devido às suas brigas em bares.

"... tudo o que eu vejo é escuridão, cadáveres dos homens que matei, parados na minha frente. Eu sei. Todos morrem. Não importa quão bom seja um homem, quão bom seja um soldado, não há excessões. Mesmo se eu não matá-los... eles morrem. Esse mundo é cheio de mortes. Por que? Por que você vive? O que você espera alcançar?"

Tudo havia sido rápido demais. Desde a aproximação dos mercenários que avisavam da invasão até a agressão dos bárbaros. Eram muitos, ensandecidos e rápidos. Atacavam sem qualquer espécie de ordem, espalhavam-se e, vez ou outra, juntavam-se em grupos para massacrar algum mercenário desavisado. Para cada bárbaro derrubado, dois surgiam.

Niume teve tempo de recuar quando um dos mercenários bateu com a cabeça de um bárbaro na superfície sólida ao seu lado. Sangue e pedaços do cérebro do selvagem se espalharam. O homem, um nortenho com poucos dentes na boca e uma cicatriz no olho direito, sorriu para a garota. Um sorriso que ficou eternizado quando uma lança atravessou a sua garganta.

Alfadur permanecia inquieto, trancado dentro de uma gaiola. Incapaz de fazer qualquer coisa, ele foi o primeiro a ver quando um velho conhecido surgiu pela retaguarda.

Hector estava montado sobre um felino bestial. Rápido, o gigante saltou de sobre o lombo da criatura e, tão logo seus pés tocaram o chão, ele passou a atacar todo e qualquer bárbaro que visse em seu caminho.

Código:

Ação: Ataque inicial (Hector)
Dificuldade: 1
[url=http://invisiblecastle.com/roller/view/3490362/]1d10=6, 1d10=1, 1d10=3, 1d10=5, 1d10=8, 1d10=8[/url] = 2 sux

Ação: Ataque (3x Selvagens)
Dificuldade: 4-3-2
[url=http://invisiblecastle.com/roller/view/3490371/]1d10=8, 1d10=6, 1d10=7, 1d10=9, 1d10=8, 1d10=2[/url]= 4 sux

[url=http://invisiblecastle.com/roller/view/3490372/]1d10=10, 1d10=9, 1d10=5, 1d10=8, 1d10=7, 1d10=7[/url]= 6 sux

[url=http://invisiblecastle.com/roller/view/3490374/]1d10=8, 1d10=9, 1d10=9, 1d10=4, 1d10=1, 1d10=1[/url]= 3 sux

Dano:

[url=http://invisiblecastle.com/roller/view/3490377/]1d10=4, 1d10=7, 1d10=2, 1d10=10, 1d10=5, 1d10=10, 1d10=2, 1d10=5, 1d10=7, 1d10=8, 1d10=10[/url]= 1 sux

[url=http://invisiblecastle.com/roller/view/3490379/]1d10=4, 1d10=8, 1d10=6, 1d10=4, 1d10=5, 1d10=3, 1d10=8, 1d10=9, 1d10=10[/url]= 0 sux

Hector's Health Level: 6/7

A fúria do montanha era aterradora. Bradava seu martelo de guerra como se este fosse pouco mais do que uma espada curta em suas mãos. A arma girava, afastava e criava uma pequena zona de segurança.

O primeiro a cair foi um selvagem ousado e temerário demais para sua própria saúde. O segundo tentou atacar o guerreiro pelas costas.

Contudo, ainda que este segundo houvesse falhado, ele criou a abertura necessária para que três selvagens se avançassem pelos flancos de Hector. Desordenados, eles atacavam uma, duas, três, quatro vezes, fazendo o gigante recuar até que dois dos golpes rasgassem o seu corpo.

Hector estava cercado. Atrás de si uma carroça. Dentro dela, escravos estavam aprisionados por trás de grades e gritavam em desespero.

Do outro lado, o tigre demônio uivava. Suas garras passavam por carne humana como se fosse papel e suas mandíbulas deliciavam-se em carne humana. Seu olfato aguçado era capaz de sentir o cheiro de medo nos homens.

Código:

Ação: Ataque Inicial (Charlie)
[url=http://invisiblecastle.com/roller/view/3490394/]1d10=7, 1d10=7, 1d10=1, 1d10=7, 1d10=6, 1d10=9[/url]= 4 sux

Sua ferocidade deixava um rastro de sangue para trás. Enquanto avançava pelo lado oposto de Hector, Charlie conseguiu desmembrar 4 selvagens que haviam ousado se colocar em seu caminho. Mercenários e bárbaros afastavam, assustados com a "divindade" que andava entre eles. Bárbaros gritavam, uivavam e Charlie soube que eles chamavam por reforços e que seria uma questão de tempo até que eles se organizassem minimamente para derrubá-la.

Ali, daquele ponto, ela foi capaz de ver, por trás de algumas carroças, um amontoado central de pessoas, com os braços e pernas algemados, bem como algumas gaiolas com humanos. Ela sentiu o cheiro de essência familiar...

O combate desenrolava. Mercenários e Selvagens iam ao chão, segundo após segundo, dando indícios do que seria uma luta rápida se algo não fosse feito rapidamente.

Alfadur viu quando Raz'Ashid caiu de seu cavalo próximo a gaiola de onde ele estava. Atordoado, sua espada, uma cimitarra tão rara em locais como aqueles, estava próxima o suficiente. O mercador recuava, rastejava para trás e tateava o chão em busca de sua arma, enquanto um dos bárbaros aproximava-se dele para finalizar o serviço.

Niume tentava se concentrar, canalizar a sua essência e integrar-se com o Uno. Pouco a pouco, ela era capaz de fazer. Fechou os olhos e o símbolo em sua testa começava a brilhar, discretamente. Foi nesse instante que um dos bárbaros pegou-a pelo pulso.

Naquele momento, contudo, a algema que a prendia, havia trincado.


Mercenários: 39
Selvagens: 138
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Para as Bordas da Criação - Página 3 Empty Re: Para as Bordas da Criação

Mensagem por Dønø_da_Wyrm Sex Abr 27 2012, 00:29

E o circo se transaformava em horrores quando o caos tomava conta daquele lugar. Sem muito o que fazer, sem poder se libertar, sem aquela força espiritual esquisita para tentar explorar, Alfadur não podia mais do que incentivar Niume a se empenhar no que recebera durante a Noite Infinda. Mas o cenário mudou drasticamente quando ele, mesmo sem Essência, movido pela estranha ligação entre os conhecidos, percebeu a aproximação dos dois sujeitos peculiares que entravam de cabeça naquela batalha, mas acabaram escolhendo o lado errado.

A espada de Razashid caía ao seu lado e Alfadur não pensou duas vezes antes de esticar a mão e puxa-la enquanto o mercador de escravos rastejava para fugir da morte certa. Definitivamente, aquele homem ja nao era ninguem e estava a mercê da morte pelas mãos daquele barbaro. Alfadur tomou a espada e olhou mais uma ultima vez para Razashid e, curiosamente, a despeito de sua enorme compaixão... sorriu... sorriu como num doce lamento àquele que ignorou sua proposta. - É o preço da traição... cruel, porem justo. - disse Alfadur a Razashid enquanto usava a espada para cortar as correntes que o prendia e depois o cadeado que mantinha a gaiola fechada.

Em seguida ele olhou mais uma vez para Niume afim de ver sua situação. Ele tinha a intenção de ajuda-la com aquele bárbaro que a abordava e, caso o bárbaro manifestasse de forma clara a intenção de ataca-la, ele correria para perfura-lo com a espada de Razashid pelas costas. (Um parentese... talvez perceber isto isso exija teste. Se ele achar q o Barbaro vai feri-la ele ataca, do contrário, a outra opção segue abaixo)

Se o barbaro nao parecesse intencionado em ferir Niume, Alfadur correria até a outra gaiola a fim de libertar a mulher enjaulada. Neste interim, buscaria Hector com os olhos e gritaria com ele.

- OS MERCENARIOS SÃO NOSSOS INIMIGOS!!!

Nem um pouco polido ou educado, mas esperava que Hector o ouvisse.
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Mensagem por Rosenrot Seg Abr 30 2012, 18:38

The heavens spit me out
From ethers tragic I'm born again

And in your darkest hour, I hold secrets flame
You can watch the world devoured in it's pain

Climb my ribcage to
The replays run for you
Unhook my lights to peek behind the flash

For I'm crystal chrome
I'm shatter dome
I'm kremlin king of angels avenged
To destroy the end

Tudo era rápido. Tudo era tão maravilhosamente rápido que Charlie não se dava ao luxo de prestar atenção em mais nada além dos seus alvos, além do sangue e da carne. E ele avançava, feroz, imponente em toda sua gloria – porque assim ele se via -, como um massacre sobre a neve, o tirano banhado em sangue. Segurava em baixo da pata um dos corpos – ou o que havia sobrado – enquanto mastigava um braço, Charlie fremiu as narinas, o cheiro do sangue, o gosto da carne... A dor.

Time has stopped before us
The sky cannot ignore us


A Morte Branca levantou a cabeça, notava que os homens – todos eles, tanto bárbaros como mercenários – se afastavam, ainda que os bárbaros parecessem dispostos a um pequeno grupo para lhe deter, mas inicialmente, eles se afastavam... Eles sentiam medo. E o medo também era alimento, tanto quanto a dor. Charlie sorriria, se pudesse. Sorriria de um prazer oriundo do desespero alheio, do desconhecido e de tudo aquilo que podia agora causar.

Foi quando viu as carroças, e as pessoas, e o cheiro familiar lhe veio ao focinho, indicando que o que provavelmente buscava se encontrava ali. Mas, num geral eram desconhecidos, e havia outra coisa em conta agora. Outra coisa que lhe chegava a audição apurada Charlie olhou na direção de Hector, seu amigo, seu protetor. Cercado. Bufou. Não o abandonaria a própria sorte para salvar meros desconhecidos, tinha digo que encontraria o Legado, o legado estava encontrado, não iria abandonar Hector. Nunca.

No one can separate us
For we are all that is left

Medo. Eles sentiam medo.

O tigre trincou os dentes, num rosnado baixo, moveu-se empurrando ou afastando o que tivesse na frente. Entrou numa corrida curta, eles sentiam medo, e era desse medo que pretendia se aproveitar. Ao menos para atrasá-los, ou fazê-los recuar. Charlie encheu os pulmões, inspirando o sangue e a dor, o aço e a terra, forçou-se a imaginar, a tentar compor. A fazer parte do medo dos homens, a coagir. Tinha que convencê-los que estava ali para destruir e que era, de muitas maneiras voraz o suficiente para isso. Eles temem tudo que desconhecem, e desconheciam o poder que aquela criatura, que A Morte Branca possuía.

Então urrou, o mais poderoso que pode. O mais alto que conseguiu, como um maldito trovão, como se anunciasse que os portões do inferno estavam abertos e que ele era seu Arauto, a morte e a destruição, ergueu a cabeça, a bocarra abrindo-se, os dentes longos e grossos exibindo-se como armas vorazes, com sangue lhe sujando o focinho, as presas, as garras rasgando o chão. Charlie intensificou a corrida, o máximo que podia, o máximo que aguentava. Precisava ganhar velocidade para o impulso.

Porque era ela o predador, e tragaria para si, destruindo, pois destruir era belo. E na beleza do destruir havia medo, e havia dor.

E dor era seu alimento. Dor era seu motivo.

E rosnou, alto feito um trovão, mais uma vez. E forçou as patas contra o chão, buscando um salto, o mais longe que pudesse, para chegar até Hector.

The echo bounces off me
The shadow lost beside me
There's no more need to pretend
Cause now I can begin again


(Editei pra dizer que vou usar o charm que aumenta a parada de dados pro salto! First White Death Excellency - Essence Overwhelming)
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Mensagem por Niume Seg Abr 30 2012, 21:19

Tudo tinha sido rápido demais. A aproximação dos mercenários que avisaram da invasão até a primeira agressão que Niume pode ver de um dos bárbaros. Eram muitos, ensandecidos e rápidos. Ela lembrava-se do povo que tinha visto antes, os corpos mortos e ensanguentados espalhados pela neve, mulheres, crianças, homens, todos eles. Se aquele povo era bárbaro, Raz’shid encontraria o que tinha procurado e ela torcia para que fosse rápido e dolorido. Ela conhecia a liberdade que pulsava dentro do coração dos selvagens e conhecia a fúria que clamava por vingança. Aquela fúria pulsava também dentro dela. Não podia dizer que o massacre era certo e também não diria que eram cruéis. Justiça.

Niume teve tempo de recuar a cabeça quando um dos mercenários bateu com a de um bárbaro na parede ao lado dela. Sangue e miolos respingaram sobre ela e os outros reféns próximos a cena. Os olhos dela, cinzas e selvagens, encararam os do mercenário, mortais como uma lamina, mortais como a lamina que o atravessou na garganta, manchando-a também de sangue do norte.

Por entre as manchas de sangue, Niume percebeu a aproximação do gigante e da fera que ele montava. Tinham vindo então, ao resgate deles, como tinha ouvido da voz em sua cabeça antes. A seus olhos, ele parecia a fúria de uma avalanche escorrendo pela montanha e sentiu uma ponta de alivio, sozinhos, ela e Alfadur poderiam ter demorado ainda algum tempo para se livrar do cárcere, mas com ajuda e com toda aquela guerra, a liberdade vinha a galope e ela podia senti-la dentro das veias.

A liberdade pulsava dentro dela como o universo com o qual se tornava uma. Sentia pouco a pouco, a essência florescendo, criando ramos e expandindo-se. Não sentia dor, mas sabia que novamente o sol brilhava em sua testa, ganhando força e brilho, assim como o brilho dourado e incandescente a volta do corpo. A raiva era como fogo queimando o pavio, o desejo de justiça ardia, corroendo cada vaso e veia, cada artéria e nem mesmo o bárbaro agarrando-a pelo pulso foi o bastante para afasta-la daquilo no qual se concentrava.

Niume moveu os pulsos e sentiu ali as algemas mais largas, ela observou as mesmas trincadas e Alfadur tratou, mesmo que inconscientemente, de dar a distração necessária. Ele gritou, segurando as barras da gaiola com toda a força. Não era uma grande ameaça preso dentro de uma gaiola, mas quando o bárbaro se virasse para olha-lo, a mão fina e feminina escorreria facilmente de dentro das algemas, estava perto o bastante para acertar nele um soco vindo de baixo do queixo, esperava que o suficiente para deixa-lo desacordado.

Assim que caísse, soltando-a, Niume continuaria de pé, soltando a outra mão da algema. Livre, ela observou a nova situação a sua volta. Tudo ali parecia mudar com muita rapidez, tinham pouco tempo para fazerem o que era preciso, ou talvez, não conseguissem. Ela tinha que ser mais rápida. Observou Alfadur, agora agarrando a cimitarra que Raz’shid tinha deixado cair. Ele tentava se soltar ao mesmo tempo em que havisava Hector sobre o lado pelo qual lutar. Niume não sabia se de fato havia um lado a não ser os deles próprios, não sabia se os bárbaros tratariam diferente todos os escravos presos ali, ou se seriam ainda piores, eliminando todos os sobreviventes. Para ela, havia um grupo a proteger, e nenhum dos guerreiros fazia parte desse grupo. Hector, por outro lado, parecia cercado e ocupado demais em se defender para escutar qualquer coisa. Os ouvidos extremamente sensíveis agora, pareceram quase explodir com o auto rugido que ouviu do lado de fora, talvez o tigre também estivesse encrencado, ou fosse como ela, desejando defender o que importava, acima de qualquer coisa.

Ela levou a mão a cintura, buscando a espada que sempre estava presa ali, mas não havia nada além de um cinto vazio e só agora lembrou-se que tinha perdido a arma ao se render. Precisava de algo, alguma coisa em que fosse realmente boa, algo que pudesse ajudar a todos os próximos, se estivesse em suas mãos.

Concentrando-se no que havia mudado desde que o corvo voou sobre suas cabeças, Niume concentrou-se nos ouvidos. Ela podia ouvir cada som a sua volta a pelo menos uns 10 m de distancia. Ouvia cada raspar das sandálias, cada som estridente dos cascos dos cavalos, os mais afoitos eram os que carregavam cavaleiros inquietos e desesperados, os mais agoniados aqueles ainda amarrados, incapazes de fugir. Com as pessoas era o mesmo. Os escravos eram os mais desesperados, ele gritavam, choravam, imploravam por ajuda. Tinham a respiração tremula e cortada. Os mais ofegantes eram os guerreiros, eles arrastavam as sandálias pela pedra e terra, brandiam armas, respiravam medo e dor. Podia ouvir o som da pele rompendo-se onde a lamina cortava. Apenas a ouvi-los, ela podia localizar cada homem próximo a ela naquela distancia, assim como a localização de cada obstáculo entre ela e eles, como paredes ou carroças. Entre ela e Hector, não haviam paredes, apenas homens.

Niume olhou Alfadur, não parecia haver perto dele nada que o ameaçasse de se soltar e soltar a moça presa na outra gaiola. Ela fechou em seguida os olhos por um instante e o que viu não foi mais o cenário de guerra, ao menos, não aquele.

-Niume viu o céu noturno, sem nuvens e sem luar. A chuva era pesada, molhava o espeço cabelo loiro e longo. Ela estava sobre uma alta pedra, uma armadura dourada tampava seu peito e o elmo com laterais abrindo-se como asas moldava o rosto de olhos escuros. Abaixo dela, um exercito extendia em uma longa fila, todos vestidos de armaduras douranças, com lanças de jade e a frente deles, um lobo, ou um homem, talvez os dois. Em silencio, eles observavam o exercito inimigo correr em sua direção, pisavam sobre a lama, de armaduras negras e rostos totalmente cobertos. Aquele exercito não gritava, mas a face abaixo das mascaras arrepiava cada pelo do corpo da mulher. Ela extendeu os braços a frente, como se segurasse um arco invisível. O corpo brilhou de um dourado tão intenso que Niume teve a sensação de ter que desviar os olhos. Ela nada disse, mas em suas mãos, um arco e uma flecha formaram-se, brilhando tão intensamente quanto ela. Os dedos soltaram a corda e a única flecha voou rápida, cortando o céu escuro com seu brilho. Ela atingiu o primeiro corpo a frente e do impacto, uma explosão.-

Quando Niume abriu os olhos, apenas um segundo depois, ela desejava como a outra. Os braços estavam erguidos, como se segurassem um arco e flecha invisíveis e seu corpo brilharia intensamente, canalizando a essência para que seu desejo pudesse se tornar real, para que a arma surgisse em suas mãos. O arco invisível estaria apontando na direção onde Hector estava cercado, parecia mirar um dos bárbaros que o cercavam.

(Usa-se Excellency - Essence Overwhelming, para o soco contra o bárbaro que a segurou.)
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Mensagem por Sarx Seg Abr 30 2012, 22:28

Hector sentia-se vibrar. Num primeiro momento, antes de invadir o terreno, antes de lançar-se a guerra, havia preocupação em seu ser, havia empatia pelo homens e por seus espíritos – mas, quando o martelo negro esmagou a lateral do crânio de um homem, separando a cabeça do tronco com um sonoro “crac” tão violenta fora a pancada, toda a hesitação passou, quando a febre alucinada da batalha descia sobre ele. A Montanha Negra era um guerreiro – era um sacerdote pessoal, em suas buscas e suas conversas com os espíritos e com os elementais, mas fora treinado como um guerreiro. Já havia lutado em guerras. Já havia experimentado a febre da batalha. Mas ela nunca fora... Assim. Seu todo ser parecia vibrar, parecia exaltar diante da carnificina. De alguma forma que considerava odiosa – mas nem de longe tão odiosa quanto achava algumas horas atrás – sentia-se plenamente justificado em sua ira, pelo simples fato daqueles homens ousarem erguerem suas mãos em sua direção, contra a vontade do verdadeiro Rei do Inverno.

O homem que veio por trás de si passou reto, quando o gigante apoiou o peso em um pé, girando para a esquerda sobre aquele eixo, deixando-o passar reto – pegou o martelo, preparando-se para estourá-lo nas costas do homem... Mas hesitou, quando Alfadur gritou, quando Hector ouviu o que se passava. O martelo seguiu seu caminho deixando para trás um homem com duas colunas ao invés de uma, sufocando no gelo e na lama, mas as palavras de Alfadur o atormentaram, deixando-o sem reação.

Havia feito a escolha errada. Os mercenários eram os homens que deviam matar, não os bárbaros. E sua hesitação, seu breve momento de pânico frente ao murro que era a verdade sendo esfregada em sua cara, custou-lhe a vantagem, quando foi cercado por três dos bárbaros, e limitou-se a andar para trás, sem atacar, sofrendo cortes aqui e ali, quandoe stes passavam pelas peles grossas que havia vestido.

E então o tigre, o rugido, ela correndo em sua direção... E Hector teve um breve momento de iluminação, uma epifania reduzida, conduzida por uma voz que falava não em palavras, mas em emoções guiadas a seu coração.

Era aquilo que havia se tornado? Um homem encurralado, cercado, imóvel frente ao peso das próprias decisões? Um fraco medíocre, tendo que ser salvo pela única pessoa a quem sempre tentara proteger, a quem sempre protegera? Um qualquer, incapaz de lidar com as consequências que ele próprio gerara? Não. Não. SIM. Não! Não era isso. Não era isso. Não podia ter se reduzido.. ter se reduzido aquilo, aquela criatura desesperada.

Mas era tudo que ia ser, não era? Sem aquilo. Sem usar a força que queimava, como uma chama fria, em seu peito. Uma criança sendo resgatada por quem jurara proteger. O mundo girou, e Hector pareceu prestes a perder a consciência, perdendo o equilibrio, girando, cambaleando.

Sua vista mudou de foco – viu a si mesmo, ali, cercado, assustado, o martelo pendendo frouxo em sua mão, os gritos de seu povo aprisionado na carroça atrás de si, a figura inútil, um reflexo prévio e assustado da figura decrépita que destruira, horas atrás.

É tudo que vai ser, sem mim.

O sussurro ecoou, distante, em sua mente, como uma voz mais de si próprio do que de qualquer outra coisa.

Eu sou você. – Hector sentiu-se sussurrando para si mesmo.

Você sou eu. – Hector ouviu a resposta.

E nós não temos medo. – ecoou por todo o seu ser, a verdade daquelas palavras, daquela união que o desespero trazia a vida. Aquela união, criada em sangue e gelo, que agora selava-se em sangue, também.

Hector gritou, um urro de fúria, enquanto todos os músculos de seu corpo se contraiam, e os próprios espíritos que rodeavam o campo de batalha, os espíritos da Dor e da Fúria e da Guerra, tremeram frente a monstruosidade que ressurgia. E o que ele gritou?

– HROTHGAR!! – o sangue da montanha. O sangue que corria em suas veias. O homem que ele era. E a Montanha erguia-se – e quando iam contra a montanha, a montanha esmagava.

O martelo subiu aos céus, e desceu, em um impacto violento contra o chão, erguendo, ao redor de Hector, menos embaixo da cabana, placas de terra de um metro e meio que acertavam seus inimigos por baixo, jogando-os para os lados, desestabilizando-os.

E a própria realidade, a própria película que separava os mundos, o mundo dos espíritos do mundo humano, pareceu se desfazer, quando partículas negras e brancas, luminosas, ganharam o ar, como se tragadas de outro plano qualquer. E com elas, parecia-se ver formas furiosas, de ódio e fúria, e imagens de guerras tão antigas que não eram mais lembradas, enquanto os espíritos mais próximos eram tragados para o corpo de Hector, sendo sugados por seus poros.

A terra sob os pés da Montanha rachou, como se mediante um peso titânico – e as mesmas partículas.. Não. Não as mesmas. Outras partículas, partículas negras, brancas e vermelhas, mas eram outras, ganharam forma e vida, enquanto deixavam seu corpo, mas permaneciam, de alguma forma, ainda ligadas a ele.

E a imagem que elas formaram erguia-se gigantesca e translúcida, acima dos seis metros, como um enorme espectro a pairar em volta, sobre e com, o corpo do gigante. Seu corpo era o corpo de Hector, e sua espada seu martelo, e seu sorriso macabro, de dentes afiados, a expressão de conquista no rosto do homem. Não era uma possessão. Era, de alguma forma, a mais perfeita união de carne e espírito.

Hector ofegava, mas não parecia cansado. Arrumou o martelo nos dedos.

– Dobrem os joelhos. – sua voz, aquela voz de um deslizamento de montanhas, veio de sua boca. Mas junto dela vinha outra, que falava na mesma língua e em dez outras também. – Ou morram.

E respirou fundo. A verdadeira batalha estava para começar.
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Mensagem por 25Slash7 Qua maio 02 2012, 18:14


Talvez chamassem aquilo de sorte.

Quando a espada caiu a sua frente, Alfadur não perdeu tempo em buscá-la para si e utilizá-la como um meio para escapar, sendo necessário, para isso, deixar Raz'Ashid desprotegido e à mercê de um dos bárbaros. Para qualquer um, ali, talvez aquele fosse o mais natural e o mais correto, mas não para o homem que vinha além da Criação. Fazer aquilo era como violentar a própria alma, um ataque aos seus princípios. Foi necessário forçar a sua vontade para que ignorasse a situação de perigo do homem.

Livre, Alfadur não percebeu qualquer perigo contra Nimue, dirigindo-se, em seguida, para a mulher que, como ele, estava enclausurada. Ainda que, durante todo aquele tempo, ela houvesse demonstrado frieza, ficou clara sua excitação diante da possibilidade de fuga. Em seus olhos, o Escolhido via a sede por violência que ela tinha.

Alguns golpes. Foi tudo o que precisou para libertar-se. A mulher rangeu os dentes e saiu. Estalou os ossos de ambas as mãos, movimentou o pescoço, como se o tempo agachada havia feito com que seu corpo se sentisse desconfortável.

Olhou para o seu salvador, com olhos azuis tão gélidos quanto o norte, puxou o ar para os pulmões para que pudesse sentir o cheiro dele.

- Ah rovarak dokar... Escolhido.

Olhou a volta. Uma face sem qualquer expressão se não aquela voracidade que seus olhos denotavam. Apontou na direção de um bau, dentro de uma das carroças. Haviam mercenários e bárbaros lutando à volta.

- Eu... matar. Você... pegar pedra verde. Essência.

E então, sem esperar por resposta, a mulher avançou. Não carregava armas, não trajava armadura. Tudo o que ela possuia consigo, era uma ferocidade bestial, que logo transformou-se em sangue, quando ela ficou a mão dentro da boca de um dos bárbaros e arrancou a sua língua enquanto pressionava a sola do pé contra o seu peito.

__

Violência esta que A Morte Branca começava a se familiarizar. O prazer em derramar sangue, dilacerar a carne. O poder de controle sobre a vida dos tolos mortais que ousavam se colocar em seu caminho e no caminho do que ela se destinava.

A criatura demoníaca olhou para Hector e o viu cercado, de certa forma, o homem estava acuado diante daqueles insetos que insistiam em enfrentar os Escolhidos dos Deuses. O Legado.

Então ela decidiu que era hora de fazer algo.

__

Quando Niume teve aquela visão, o bárbaro já estava caído no chão. A garota fechou os olhos e passou a buscar, novamente, aquela conexão.

Procuraria no universo a energia necessária. Apenas para compreender que, ela própria, era um universo de possibilidades.

__

Conversar com a sua "Sombra" era algo estranhamente reconfortante. A cada passo, a cada palavra que dava em sintonia com aquela criatura, Hector sentia-se cada vez mais perto de uma grandeza que os mortais seriam incapazes de compreender em sua delicada ignorância.

Ouvir, dentro de si, a voz de um "deus" que lhe ordenava que tomasse o que era seu por direito...

Bárbaros foram ao chão e Hector...

__

Talvez fosse isso o que o Corvo Branco referia-se a "Legado". Ainda que a Divindade não mais estivesse intermediando o contato entre eles, alguma coisa se conectava quando um deles servia como uma mera fagulha para a combustão do infinito que carregavam dentro de si. Duas colunas esverdeadas, e uma dourada, se erguiam no céu. E, com isso... o reino dos homens caia.

__

Charlie:

Violência cairia sobre os homens. Dor. Morte. Agonia. Quando o Tigre Demoníaco decidiu que era hora de proteger, ele o faria banhado em sangue. Sua guarda era uma chuva de sangue. Eram gritos de terror.

Um pilar esmeralda ergue-se ao céu e, quando isso aconteceu, diversos bárbaros a sua volta foram jogados ao chão com o impacto. No instante seguinte, a Morte Branva havia atravessado os 20 metros que os separavam em um segundo, deixando para trás nada mais do que um borrão esverdeado de si mesmo. Envolto em chamas esverdeadas, o Tigre havia dilacerado cada um dos Agressores de Hector.

__

Niume:

Estava, pela primeira vez em toda a sua vida, consciente. Seus sentidos se aguçavam e tudo o que ela via sobre a sua cabeça era um céu infindo, sombrio e preenchido por estrelas. Incontáveis estrelas. À sua frente, o homem cuja essência bestial transbordava sussurrava:

- Lembra-se como se faz?

Ela abriu os olhos e viu cerca de 10 bárbaros surgindo ao redor de Hector. De seu corpo, a energia dourada emanava, esplendorosa, imponente, como se fosse uma deusa entre os homens.

"Respire fundo. Toque a essência do mundo."

E ela esticou seus dedos e sentiu a carícia da trama da Criação.

"Puxe, como se puxasse o destino dos homens."

Puxou, com os mesmos dedos, para trás, como se estivesse trazendo a linha de um arco.

"Segure a respiração. E quando soltar."

Segurou a respiração.

"Solte sobre os homens o peso de seus destinos e as estrelas do universo."

E soltou. Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete. Oito. Nove. Dez vezes.

Seus dedos se movimentaram com uma velocidade com a qual nunca haviam se movimentado antes, como se o tempo houvesse parado apenas para que ela pudesse despejar sua justiça sobre os seus inimigos. Em suas mãos, um Arco tão alto quanto ela, feito de chamas e luz. Em seus dedos, flechas da mais pura essência, atravessavam os inimigos como se fossem raios de fogo.

Um a um, eles cairam.

__

Hector:

Dez caíram às suas costas. Outros tantos a sua frente. Movido pela fúria, quando hector deu um passo a frente, viu outros virem na sua direção.

A imagem blasfema formou-se e Hector tornou-se em pura luz. Seus olhos flamejantes, a imagem demoníaca, a mescla entre carne e espírito. Hector bateu com o martelo sobre o chão e, no mesmo instante, espíritos que estavam a sua volta começaram a se manifestar, caindo, em agonia, no chão. Os humanos bárbaros viram aquilo e prostraram-se diante do Rei do inverno.

Ao redor de Hector, tudo começava a se tornar mais gélido, mais desolado. A esperança no coração dos homens tornava-se vazia e o chão sob seus pés mais sombrios. E Hector era a única imagem de vivacidade.

7 bárbaros, diante do homem, prostraram-se de joelhos e começaram a chorar. Bradavam alguma coisa. pediam perdão.

E seus destinos, caiam sobre a mão dele.

__

Geral:

A batalha seguia. Após a intervenção dos Escolhidos, os mercenários, ainda que sofressem pesadas baixas, conseguiam manter-se. Os escravos ainda estavam, em sua maioria, aprisionados. Alguns eram soltos, apenas para serem mortos pelos bárbaros. Qualquer "riqueza" que fosse vista, era rapidamente tomada. Eles não davam o menor indício de recuar, mesmo diante dos "milagres" no campo de batalha.

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Mensagem por 25Slash7 Qua maio 02 2012, 18:15

Complementando:

Charlie adquire:
Wind-Born Stride
Thousandfold Typhoon Hand
Racing Vitaris

Niume adquire:
Essence Arrow
Immaculate Golden Bow
Phantom Arrow Technique

Hector adquire:
Hellscry Chakra
Wayward Divinity Oversight
Transcendent Desert Creature
Holy Land Infliction

(Alfadur gasta 1 de FdV para superar o impulso da compaixão)
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Mensagem por Dønø_da_Wyrm Qua maio 02 2012, 23:14

Sua alma parecia sofrer com uma pontinha de arrependimento, mas isto era necessário... Às vezes a justiça se confunde com vingança, mas Alfadur simplesmente... escolheu. Arrependimento? Talvez... Racionalidade, certamente. Aquele homem o feriu e também a Niume, bem como dezenas de pobres inocentes. Ele merecia pagar e por isto parecia valer a pena o esforço em lutar contra si mesmo para deixa-lo nas mãos dos bárbaros.

Bárbaros... não amigos, pois atacavam também aos escravos, o que chegava até a aliviar um pouco sua alma, pois agora ele sabia que Hector não fez uma escolha necessariamente ruím. Não haveria arrependimento para o nobre da montanha vermelha. Niume estava bem e Charlie parecia ser a última pessoa ali que precisava de ajuda com todo aquele tamanho e com todas aquelas garras. Alfadur precisava focar-se em suas próprias ações, tentava a principio ignorar o deslumbre de todo aquele espetaculo que fluia de seus amigos.

A mulher prisioneira parecia ansiosa pela sua libertação e Alfadur mais uma vez arriscaria algo com um desconhecido. Ele a libertou e percebeu o olhar frio e a sede por violencia nela. Porém, ela parecia ainda te-lo como aliado ao sugerir algo que devia ser algum tipo de ajuda. Como ela sabia que Alfadur era um "escolhido"? Como ela sabia que Alfadur perdera seu estranho Poder? Curioso, mas não menos centrado, ele balançou a cabeça positivamente e correu para a carroça que tinha o tal baú. Alfadur abriria aquela caixa para tomar a pedra, sem saber o que era, apenas confiando na palavra da mulher. Esperava que aquela coisa verde de algum modo pudesse ajuda-lo. Esperava que que a centelha divina fluisse novamente em seu ser.
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Mensagem por 25Slash7 Sex maio 04 2012, 16:34

No início era assustador.

Talvez fosse o lado humano de Vaan dizendo o quão terrível era a idéia de descer uma encosta coberta de gelo com nada mais do que as mãos nuas, equilíbrio e um pouco de pressa.

O vento soprava de maneira impiedosa sobre a pele alva da garota. Sentia seu corpo se contrair, como se buscasse algum tipo de proteção, de abrigo em meio aquilo tudo.

Mas talvez aquele fosse apenas o seu lado humano...

Sobre ela havia um céu infindo, cheio de destinos e estrelas. Um céu profundo que ela sabia, dentro de si, que ia bem mais além do que os seus olhos fossem capazes de ver. Alguma coisa naquela imagem lhe trazia a memória do refúgio que nunca chegou a conhecer.

Mais embaixo, o combate se desenrolava furiosamente. E ali, novamente, ela sentia o destino operando. Sentia que não foi levada até ali por puro acaso e que era seu dever, também, estar ali. Ela sentia isso, como apenas um Escolhido das Estrelas seria capaz de fazê-lo. Pouco a pouco, Vaan não via mais vidas, mas, apenas, destinos.

Decidiu que era hora de seguir o seu caminho. De início, um pouco receosa, mas, pouco a pouco, arriscando. Seu braço demoníaco se segurava na pedra, fincava nela como se buscasse algo sólido o suficiente para mantê-la viva. Lentamente, contudo... essa necessidade se esvaia.

Vaan estava acima do destino dos mortais.

Seus olhos se abriram e aquele conhecida luz lílas emanou de seu corpo. Dentro de sua íris, uma infinidade de pontos, como se fosse uma contestação, um universo inteiro ali dentro.

Seus pés mantinham o equlíbrio necessário... pelo menos até o momento em que uma superfície escorregadia colocou-se em seu caminho. Seu controle se perdeu, ameaçou cair, as mãos afastaram-se e...

"por que tanto medo, afinal?"

Vaan saltou. Mas não saltou sobre as pedras, não saltou sobre gelo, nem nada. Vaan saltou sobre as linhas do destino, seus pés se apoiaram sobre elas, seus joelhos se flexionaram e ela pegou impulso para isso. Ainda longe do chão, ela apoiu-se mais uma vez, dobrando, pela sua vontade, o tecido da realidade. Por fim, um terceiro salto, antes de cair no chão. Joelhos dobrados, corpo curvado. Ergueu-se envolvida em essência. Ergueu o olhar e via Alexander seguindo o mesmo caminho que ela (mas mais doloroso, aparentemente), em direção a batalha.

À sua frente, uma caravana, com carroças paradas em círculos. Homens de armas tentavam deter uma incursão bárbara...

E talvez esta teria sido uma imagem comum em dias conturbados como aquele. Mas não era suficiente.

As pessoas que ela havia encontrado em Haafingar estavam ali. Niume com um arco de luz em mãos. Hector invocando obediência forçada sobre os mortais. Um tigre demoníaco desmembrando corpos indiscriminadamente.

Além dos mercenários e bárbaros, haviam mortais, escravos. O número de agressores era, pelo menos, cinco vezes mais do que o número de mercenários.

Olhou para trás, em direção a encosta, e tudo o que viu foi um brilho esvermelhado. Nenhuma serpente havia passado ainda. Archer também não havia descido.

E lá estava ela. Com um único destino. E uma infinidade de ramificações à sua frente.

(Vaan adquire Forgotten Earth)
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Para as Bordas da Criação - Página 3 Empty Re: Para as Bordas da Criação

Mensagem por Niume Sex maio 04 2012, 20:40

“Lembra como se faz?”

Ouviu a voz perguntar, não tinha os olhos voltados para o céu infindo de estrelas acima de sua cabeça, mas sabia que estava ali, podia sentir-se parte dele, pulsando como o brilho da mais poderosa estrela. Não precisou pensar para que a resposta saísse sozinha de seus lábios. Estava pela primeira vez, consciente.

-Eu me lembro..

Respondeu ela ao homem cuja essência bestial transbordava a sua frente. Abriu os olhos, acinzentados como agua de um desgelo, duro como uma rocha, cortante como uma navalha. Viu a sua frente os 10 barbaros surgindo ao redor de Hector. Ela era a punição dos pecadores e a recompensa dos justos. Ela era a justiça caminhando entre os homens, segurando a flecha do destino.

"Respire fundo. Toque a essência do mundo."

Ela respirou fundo, e a essência do mundo fluiu por dentro de suas veias. Era a deusa caminhando entre os homens. Esticou seus dedos e sentiu tocar a trama da criação, puxando-a com o dedo indicador e o médio.

"Puxe, como se puxasse o destino dos homens."

O braço puxou-se, levando a mão que segurava o destino até a altura do ouvido. A flecha cortaria o céu e os homens saberiam que seus destinos estavam traçados.

"Segure a respiração. E quando soltar."

E quando soltou, soltou sobre os homens o peso de seus destinos. Ela era a justiça caminhando entre os homens.

Dez flechas douradas cortaram a arena, dez vidas foram arrancadas num piscar de olhos que não permitia margem para erros. Não precisou olha-los para saber exatamente em quem atirar ou quando. Ela os ouvia, ela os sentia pulsando, arfando, tremendo. Os sentia respirar e logo depois, os sentiu morrer.

Seus dedos haviam se movido em uma velocidade com a qual nunca os tinha visto se movimentar ante, como se o tempo houvesse parado para que pudesse despejar seu julgamento sobre os inimigos.

Dez haviam partido e muitos outros havia para serem julgados. Niume olhou Alfadur e a mulher agora livre, selvagem e feroz. Moveu-se alguns passos para o lado, ajustando seus alvos agora a nova posição. Pretendia desviar-se de algumas carroças e pessoas, para alcançar alvos novos. Dessa vez, Raz’shid era um deles. Ela havia jurado justiça e o julgamento daquele homem não seria mais adiado.

Niume podia sentir o medo dele no palpitar acelerado de seu coração, bombeando sangue desesperado pela vida, agora desarmado. Podia sentir a pressa na forma como se arrastava pelo chão, tateando-o em busca da espada.

-Muitas vidas foram tiradas por nada. Muitas vidas serão dadas como pagamento.

Outras dez vezes ela atiraria. O seu captor seria o alvo da primeira flecha, rasgando a arena com fogo dourado para levar a justiça as mãos de um assassino. As outras seriam destinadas a seis dos bárbaros mais próximos, ou que tentassem se aproximar o bastante de qualquer um dos escolhidos ao alcance de sua percepção, principalmente Alfadur, e isso incluía também os escravos e pessoas acorrentadas, nenhuma outra daquelas vidas seria tirada diante de seus olhos. As outras tres seriam direcionadas aos mercenários mais próximos ou que também tentassem se aproximar daqueles que agora, ela guardava.


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Mensagem por Valkyrja Sáb maio 05 2012, 23:37

Foi a maior sensação de liberdade que Vaan já sentira. Estava livre de tantas amarras que pareceu esquecer-se que um corpo físico limitava seu espírito, tão infinito quando o universo. Era uma sensação estranha, mas familiar, como se alguém se desse conta que, na verdade, está em um sonho. Ela sabia que nada aconteceria com ela, que o salto era algo que sua nova natureza julgava certo. Mas o seu lado humano a fez acordar por um milésimo de segundo e Vaan viu-se ensanguentada, no chão, sem vida. Como em um sonho ruim, percebia que estava caindo, até que…

Pousou em algo sólido, tão concreto quando a batalha que se resumia abaixo de seus pés. Vaan tinha os joelhos levemente flexionados e olhou para baixo, para a fina teia que controlava todas as marionetes do palco que se chamava Criação. UM sorriso se desenhou nos lábios dela. Levantou seu rosto, com um olhar agora certo: era uma das mestras do espetáculo, e estava na hora de fazer seu número.

-Hahahaha! – saiu correndo sobre os fios laços que ligavam as criaturas, como se estes fossem uma estrada particular. Moldava a realidade como queria e a cada vez, seu salto era mais preciso e mais confiante. Não havia, afinal, o que temer.

Continuava sem caminho até descer ao solo. De cabeça baixa, joelhos dobrados, Vaan enxergava a verdade que antes estava apenas oculta, mas nunca escondida. Ela ergueu sua cabeça com um sorriso de dever cumprido. Sua Essência brilhava com a intensidade das estrelas do universo. Olhou para cima e esperava ter alguma notícia de seus companheiros. Tentou comunicar-se com eles como havia feito antes com a serpente, ou, pelo menos, tentou buscar entre os tênues segredos do mundo, onde e como estariam. Deixou sua Essência fluir, para ver se ela lhe trazia alguma resposta.

Porém, agora era hora de mexer-se e encontrar o tal esconderijo que Archer havia dito. A batalha se desenrolava na frente da jovem, tão cheia de laços e surpresas. Bárbaros, mercenários, tigre gigante e, para sua surpresa, as pessoas que estavam na cidade. Então, era realmente da vontade dos deuses de se encontrarem de novo. Vaan não deixava de ter aquele sorriso irritantemente confiante em seu rosto.

Ela correu para a direção da batalha, sempre guiada. Um bárbaro avançou em sua direção, pronto para atacá-la. Os olhos bem abertos de Vaan revelavam as nuances das decisões do homem, todas as ramificações que poderiam ter. Vaan continuou e, quando o homem deferiu o golpe, para sua surpresa, Vaan sabia sua direção. A menina desviou do golpe horizontal com um giro, deixando seu braço demoníaco cair-lhe na nuca. Ela prosseguia, atrás de montaria, e usaria sua Essência para tentar trazê-las para mais próximas, fosse como se comunicara com as serpentes ou de outro jeito.

Continuava avançando entre os homens como se os mesmos não fossem nada. Distorcia a realidade para chegar a seu objetivo. Reconheceu Niume e tentou se comunicar com seu destino:

“Eu me disseram de um lugar seguro. Está claro que todos nós agora devemos nos unir.”

Tentou também com Hector e Alfadur, que reconheceu.

E continuou para onde Archer havia dito ser seu destino. Novamente, confiava em sua Essência para levá-la.


(Déd, continuo usando o Forgotten Earth para chegar ao cavalo.)


Última edição por Valkyrja em Seg maio 07 2012, 09:03, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Rosenrot Dom maio 06 2012, 21:48

Charlie, às vezes achava que sua mente, muito além de seu corpo, havia se fundido àquela criatura que se tornava, porque apreciava tudo aquilo. O modo como as presas cortavam, ou como as garras rasgavam em dois, com a facilidade da ferocidade animal. E gostava do gosto, do cheiro, do modo como seus olhos agora focavam as coisas.

E gostou da corrida e do salto. Derrubando os inimigos de Hector – seus inimigos – com se fossem folhas contra um vento poderoso. Virá atrás de si, o modo como os bárbaros eram jogados ao chão com a ferocidade de sua corrida, de seu salto. Podia se acostumar com aquilo, podia mesmo.

As narinas fremiram-se, quando Hector deixou os olhos de joelhos entre si. O tigre abriu a boca, sangue escorrendo pelos cantos, manchando-lhe o focinho, os bigodes, e falou.... Sem que ninguém o entendesse afinal. Quando os borrões de fogo de Niume começaram a explodir no campo. Aquilo não estava bom, Charlie achava. Não estava bom.

Aproveitou a redenção de alguns para dar uma olhada no lugar. Os homens não estavam recuando. Voltou-se para Hector, falando de novo, e falando. Bufou, rosnou alto, na direção de Niume e o seu companheiro e moveu a pata grande, chamando-os. Tinha que reuni-los de uma vez e sair dali.

Não tinha notado Vaan.

Virou o rosto para Hector, bufou, para chamar sua atenção e indicou os outros com o focinho, esperava que ele lhe seguisse, para tentar terminar o que tinha começado. Charlie voltou-se à frente, os pulmões enchendo-se e mais um rosnado, quando passou a correr na direção de Niume e Alfadur. Abocanharia o que encontrasse no caminho.
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Para as Bordas da Criação - Página 3 Empty Re: Para as Bordas da Criação

Mensagem por 25Slash7 Seg maio 07 2012, 10:48

Alfadur não teve outra opção se não assumir o caminho que havia lhe sido apontado pela mulher. sentia-se vazio, sem conseguir tocar a essência que a pouco tempo havia lhe mostrado o mais próximo da Divindade que poderia vir a se tornar.

"Arrepende-se?"

As palavras vieram como um sopro de vento em seu ouvido. Ele as reconhecia. Era a mesma voz que havia lhe dito que ele falharia quando chegasse o momento.

Enquanto isso, a mulher disparou. Não parecia carregar essência consigo, mas era tão veloz quanto qualquer fera que habitasse a profundidade selvagem que os cercava. Ela corria, deslizava, girava. Cada soco era como uma martelada , cada garganta quebrada com as mãos ou pernas, era um grito de agonia abafado.

Não demorou para que Alfadur percebesse que a mulher havia aberto um caminho de mortes para ele. Sobre cadáveres

"Você não detesta como esses selvagens violam todo e cada preceito que implica em ordem e organização? Como eles enfrentam um deus como se não houvesse respeito por ele e pela sua condição divina? Como se movem sem organização, em ataques repentinos e espalhados. Você não os odeia por isso?"

Alfadur abriu o báu, remexeu a carroça e encontrou uma pedra esverdeada. Em sua volta, havia inscrições meio apagadas que diziam "Liga Haslanti. Utilize em local aberto".

E foi naquele instante que um bárbaro caiu sobre a carroça e atravessou o teto, com uma espada em mãos. Rápido, o homem tentou perfurar o Escolhido com a ponta da espada.

__

Se Alfadur havia deixado Raz'Ashid para morrer, Niume pretendia, ela própria, matá-lo.

A mulher, que agora estava envolvida e banhasda na centelha divina que seu espírito trazia consigo, empunhou seu majestoso arco solar em direção ao mercador que estava à uma distância relativamente próxima. Próxima o suficiente para que ela visse o olhar de medo em seus olhos.

Ela segurou a flecha de essência e preparou-se... respirou fundo... e soltou. Seu tiro seria certeiro, não erraria, nunca erraria o alvo.

E então ela disparou. Flechas solares atravessaram o campo de batalha, deixando rastros de luz para trás. Disparou e cada disparo foi uma morte. Não pôde ajudar Alfadur porque não o via naquele momento.

Olhou ao redor para ver o que restava e notou Raz'Ashid de joelhos. O homem havia colocado um mercenário à sua frente e evitado o dano letal. O homem falava em tom desesperador:

- Por favor, por favor... perdoe Raz'Ashid! Perdoe! Raz'Ashid lhe dará armas, lhe dará pedras de jade, lhe dará mapas, escravos, Raz'Ashid lhe servirá fielmente e rezará em teu nome! Perdoe Raz'Ashi, senhora! Perdoe!

O homem curvou-se. Seu corpo tremia e Niume sentia que o homem estava apavorado diante do poder da Solar.

__

Desempenhava como se já estivesse habituada à condição de Exaltada. Talvez isto se desse ao fato de ter sido submetida a um treino especifico para o controle de sua essência quando o momento chegasse, ou, talvez, ela simplesmente tivesse uma aptidão natural. Em uma hipótese mais sombria, sua viagem poderia ter alguma influência.

Fato é... Vaan deslizava sobre as linhas do destino. Girava, dançava sobre ela como se fosse habituada a aquilo, experiente. As vezes, entre um movimento e outro, ela tinha a sensação de já tê-lo feito em algum momento. Do passado? Do futuro? Não importava, a Sidereal estava enrolada nas linhas do destino, interligada à ela, ainda que dissessem que ela não mais teria um destino sob a estrela dos homens.

Rápida, ela se deslocava em direção a alguns cavalos que estavam próximos. Para isso, precisava passar pelo centro do campo de batalha (trajeto mais curto) ou contorná-lo, onde Hector estava (trajeto mais longo).

Entre saltos e corridas, Vaan deteve-se. Alguma coisa... uma presença chamou a sua atenção. Alguém, alguma coisa estava se aproximando e seu destino parecia ser maior do que o de qualquer um ali. A batalha que o Legado travava, mudaria de ares em instantes. Pelo momento, ela não saberia dizer se tratava-se de um amigo ou inimigo, apenas que... o que quer que fosse, poderia devorá-los se assim quisesse.

Não. Não era a serpente. Era algo maior.

__

O tigre havia dominado, junto de Hector, o flanco direito do campo de batalha. Enquanto o lado esquerdo era praticamente dizimado, não havia selvagem forte o suficiente para detê-los. Niume permanecia no centro, destruindo todo e qualquer bárbaro que sobrevivesse à incursão dos dois. Ao sul, Vaan margeava o campo de batalha, enquanto Alfadur não podia ser visto.

Então o som rasgante de algo caindo sobre o campo de batalha, seguindo de um estrondo e neve levantando e criando uma cortina gelada sobre todos. Uma serpente feita de ossos e cartilagem jazia, aparentemente, morta. Com mandíbulas manchadas de sangue e um buraco criado pela queda, aquilo atraiu a atenção dos atacantes por um instante, mas apenas por um instante. Os bárbaros continuavam a atacar ferozmente e o número de mercenários reduzia drasticamente. A aquela altura, os guerreiros que atacaram pela esquerda, já avançavam em direção ao centro, sem qualquer resistência.

Consciente do campo de batalha, Charlie olhou ao redor. O chão sob seus pés tremia... mais bárbaros viriam. Aquela batalha, em condições normais, era uma batalha perdida.
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Mensagem por MR, Léo Seg maio 07 2012, 12:48

Alexander via a essência em suas mãos enquanto aparava a terrível mordida da serpente.
De costas para o chão, não conseguia olhar para baixo, apenas sabia que em instantes estaria em solo firme e algo precisava ser feito para não ser esmagado pela criatura de cartilagem e ossos.

Enquanto caiam, os ossos da serpente brilhavam, seguidos de um tênue brilho verde, dos braços de Alexander, impedindo de ser devorado por manter a mandíbula do monstro aberta com suas mãos nuas.
Olhou para outra direção apenas uma vez... Ao ver sua espada, em queda próximo a eles, emitindo mais luz que o reflexo dos ossos polidos da serpente.

Precisava ficar por cima dela! Puxou-a para a direita, girando seu próprio corpo para alterar a queda de ambos. Suas mãos sangravam mais pelo esforço e misturas de seu sangue e do terrível hálito de morte invadiam seu rosto, tingiam seus cabelos alvos de rubro.

Com a vantagem de agora assistir ao campo de batalha e ao fim da queda, e com a vantagem da gravidade não mais fazer com que ele fosse devorado, Alexander mantinha sua mão esquerda nos dentes da Guardiã do Norte. Estendeu seu braço para alcançar a espada...

O tempo era curto, via a distância sendo quebrada com mais e mais velocidade... Logo seria tarde demais...
Agora não seria mais atacado, conseguiria simplesmente saltar, fugir das presas da Guardiã e tentar não se ferir muito na queda...
Mas seria o bastante?

Não...
Tinha em seu alcance ampliar aquilo que sua essência clamava. Não iria simplesmente deixá-la cair... Precisava se certificar de que seu inimigo estaria morto.
Esse é o caminho do guerreiro.
Retribuição.

Estendia mais seu braço, segurava mais forte a criatura, sangue continuava fluindo...
Seus dedos quase encontraram o cabo de sua MontateLuzente... Mas já era tarde e a espada já estava fora de alcance.
Alexander soltou um grunhido... e sorriu. Isso não acabaria assim.
Passou toda a sua força para as pernas. Para aquilo que mortais seriam incapazes, quebrar a inércia que o puxava para o encontro da neve fria, dos ossos frios da serpente, para saltar...

O estrondo da serpente caindo não afetou a determinação de Alexander. Nem sequer percebeu que a serpente atraiu alguma atenção. Mas ouviu o ruído de sua espada cravando no chão, não longe da massa de ossos e cartilagem. Mesmo assim, seu foco agora era certificar-se de que ela não levantaria.
A poucos metros do chão, saltou vigorosamente, não para os lados ou para refúgio... Não.
Pulou de volta para cima e do ápice do salto, preparou-se para uma queda mais dura que esta de 30 metros... Enquanto caia, percebeu movimentos. A criatura ainda poderia se reerguer...

Alexander desceu como um terrível astro.
A distância adquirida e o tempo que ganhou foram o bastante para ter a lança em mãos e, impiedosamente, desceu com ela até a cabeça da Guardiã do Norte. O som do metal perfurando a cartilagem e esmagando os ossos eram, apesar de horríveis, reconfortantes.
E o buraco no chão aumentou ainda mais.

O Escolhido retirou a lança do corpo inerte e se levantou, caminhou com segurança até a sua espada, então a guardou.
Virou-se para o conflito adiante, pronto para travar o combate a sua frente.
A mera queda da serpente poderia ser ignorada. Mas a presença aterradora do Cavaleiro com um sorriso leve nos lábios não...
Alexander avançou (com prazer) para abrir terreno para Vaan, Spectre e Archer.


Última edição por MR, Léo em Ter maio 08 2012, 09:13, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Sarx Seg maio 07 2012, 14:41

Era... surreal. Hector não pensava, mas se pensasse, seu primeiro pensamento seria sobre o quão surreal era a cena que se passava, as sensações que sentia, o modo como cada partícula de seu corpo vibrava, em união a gigantesca sombra que pairava acima de si, que falava de dentro de si.

Magna culpa nostra
Poena danda nobis
Usque ad finem erit dierum

Ad finem temporum


O homem olhou em volta, observando o campo de batalha por um instante. Sangue sobre sangue. Os mercenários, os verdadeiros inimigos, eram rasgados e mortos, instante após instante, pelos Bárbaros que agora, por sua culpa, vinham contra eles também. Havia decidido pelo alvo errado. Aquelas vidas eram suas. Eram as vidas do norte. Lhe pertenciam. Estavam em suas mãos.

You can't get away with your crimes
And you never will
For you'll have to pay the price
And this time is near

No more innocent left to kill


Hector olhou para os bárbaros que caiam em sua frente, ajoelhados, prostrados. Símbolos de esperança. De entrega. Era o que deviam ter defeito. Eram o simbolismo claro do que ele próprio deveria fazer - governar. Comandar. Protegê-los de si mesmos. Sentiu a urgência de esmgá-los, também. Esmagá-los pelo crime de pensarem em atacá-lo, de pensarem em ferí-lo.

Mas Hector respirou fundo, uma respiração de sangue, gelo e desolação, e quando se moveu, aproximando-se dos homens ajoelhados, a sombra que o acompanhava, translúcida e régia, moveu-se também, sobre seu corpo.

Don't be afraid, participate and
Just give us all your trust
Your soul will be saved
Just honour me, I'll set you free

So get ready to join the
Very last crusade


- Eu aceito. - ele exclamou em tom alto, trovejante. - Ergam-se, filhos do norte! - exclamava, fora de si, longe de si, mas tão perto de si como nunca antes havia estado. - Entreguem-me sua confiança, e suas almas serão salvas. Honrem-me, e os libertarei! - bradava. - Ergam-se, filhos do norte! - bradou, para os sete a sua frente. Arrepiava-se saber, que aqueles sete, seriam os primeiros de muitos. - Ergam-se contra o fim do mundo! E espalhem a palavra, que o Sangue da Montanha corre com vocês! Que os Deuses estão ao seu lado! - e rugiu, direcionando, com o martelo, os bárbaros que haviam dobrado-se contra os mercenários, e em direção aos bárbaros. Se pudesse ganhar a aliança dos bárbaros, a batalha estaria ganha, e eles sobreviveriam.

E então notou o resto. Charlie tentava se comunicar, flechas etéreas eram disparadas... Virou os olhos na direção dos homens, antes de disparar, correndo, ao lado do gigantesco tigre - sentia-se tanto força irresistível como objeto inamovível, movendo-se como a Avalanche, esmagando e conquistando o que estava em seu caminho. [ First Bloody Crown King Excellency ].

Não viu a serpente. Já havia posto-se a correr.
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Mensagem por Valkyrja Seg maio 07 2012, 15:01

Vaan não sabia . Vaan tentava não pensar em nenhuma possibilidade. Ela apenas deixava-se ser guiada por sua força, suas certezas. Como antes poderia ter tido tantas dúvidas? Estava tudo tão ridiculamente revelado... Tudo embaixo de seus olhinhos não treinados. Como tinha sido boba em não acreditar! Seu destino poderia ter sido partido, mas agora, tinha certeza que fazia parte de algo muito maior!

Seus movimentos eram graciosos. A menina movimentava-se como uma criança que acabara de aprender a correr. Sentia o vento no rosto, sentia os cortes sutis que fazia na realidade. Não era como a felicidade de um soldado, que cortava a carne de seus inimigos. Era algo mais sutil e mais complexo. Vaan cortava a própria realidade, deslisava sobre seus destinos e os levava para onde queria. Podia não ser tão forte quando Niume ou tão impositor quanto Hector, mas impunha sua vontade de uma forma agradável, fazia suas vítimas acreditarem que era vontade do destino.

Percebeu a movimentação das tropas e correu. Não correu para fugir, não correu para se esconder. Correu para o coração pulsante da batalha, correu para o meio da mistura cruel de sangue, suor e lágrimas. Ela olhava firme seu alvo: um belo cavalo marrom, de patas negras. Novamente liberou sua Essência lilás. Deus um passo, dois passos. Parou. Antes de devidamente entrar no meio da batalha, Vaan ergueu seus olhos e engoliu em seco. Sentiu seu coração acelerar e quase ouviu o grito gélido da morte se aproximando. O suro escorreu por sua testa e ela voltou a correr. Agora, a corrida tinha um tom emergencial. Algo imenso estava se aproximando, algo que ela sabia que, por enquanto, não teriam chances de vencer, caso fosse inimigo. Com o olhar vago, Vaan seguia.


Permitiu que todos próximos fossem tocados por ela. Aquilo a levaria em segurança para o animal. Vaan sabia que seria atacada, sabia que poderia ser morta. Mas confiava em suas habilidades adquiridas, confiava que poderia simplesmente evitar os ataques deferidos contra ela e buscar sua montaria em segurança. Tudo graças a sua Essência, ao seu poder de mudar e vislumbrar pequenas decisões, ataques, escolhas. Tão certo, mas tão mutável. Era o mais belo paradoxo.

Um homem a atacou pela frente. Vaan pulou em uma linha, apoiou o outro pé na cabeça do mesmo e seguiu em frente. Deveria avisar todos ali, mas como?

Um estalo veio em sua cabeça. Será que a comunicação que antes todos tinham ainda existia? Se todos viram as mesmas coisas, é possível que ainda estivessem conectados. Ela tentou:

-Talvez não acreditem em mim, mas algo que pode simplesmente nos esmagar está vindo para cá. - ela respirou e continuou. Rezava para que eles aceitassem suas palavras, já que todos ali pareciam ter muito mais experiência de batalha do que ela. - Não sei dizer se é amigo ou inimigo, mas tenho quase certeza que está junto com esses bárbaros. Já reparou que, mesmo diante das flechas douradas, eles simplesmente continuam? eles têm algo maior com eles.

Mais um ataque. Dois homens avançavam por ambos os lados. Vaan deus um salto para cima. Subiu uma, duas linhas e saltou para frente. Menos um obstáculo.

-Sugiro nos unirmos e sairmos daqui. Essa batalha não parece nossa. Se formos pegos por essas força, estaremos perdidos.

E calou-se, esperando a decisão de todos. Avançava ainda para pegar sua montaria e ir até onde Archer havia dito ser seguro.
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Mensagem por Dønø_da_Wyrm Seg maio 07 2012, 17:49

- Arrepender? - Questionou Alfadur aquela voz que mais uma vez vinha a perturba-lo enquanto movia as coisas ali naquela carroça a fim de alcançar a pedra citada pela nativa que furiosamente lhe abria caminho entre os bárbaros. - Por que me arrependeria? Não foi você que disse que eu falharia? De qualquer forma, eu falharia, então não tenho que me arrepender!

Provavelmente Alfadur dava razão ao seu orgulho, afinal, ele ainda desejava mais do que ser apenas um perdido em um mundo tomado pelo Caos, mesmo um Caos diferente do que conheceu além das fronteiras do mundo. Fato era... Alfadur detestava aquela voz, detestava aquele ar de soberba, aquelas acusações, como se o autor de tais dizeres quisesse obriga-lo a fazer coisas além de suas convicções e desejos, faze-lo obedecer a novas diretrizes. Aquilo o irritava, pois parecia que aquela "coisa" queria o tempo todo domina-lo e controla-lo.

Finalmente Alfadur encontrava a pedra no baú e lia aquela inscrição antiga. Não havia tempo para questionamentos, ele teria de fazer as coisas conforme orientava as inscrições. Mais uma vez a voz o perturbava e antes que pudesse responde-la, um bárbaro surgia perfurando o teto da carroça e tentando golpea-lo. Alfadur buscou esquivar-se e mesmo num espaço mais apertado ele tentaria atravessar o bárbaro com a espada de Razashid que ele empunhava. Agora, não havia mais espaço para compaixão, pois era sua sobrevivência que estava em jogo.

- É disso que gosta? Gosta do sangue dos pobres desafortunados? É isso que você quer que eu faça com eles seu desgraçado?! - Praguejou mais uma vez contra a voz que parecia tentar convence-lo de que as pessoas envolvidas naquele combate não mereciam viver. De fato, inimigos devem morrer, por simples questão de sobrevivencia, mas seria justo mata-los apenas por serem bárbaros? Caso seu golpe tivesse sido bem sucedido ele se afastaria da carroça e procuraria um local aberto para tentar fazer aquela pedra "funcionar". Ele sentia o chão tremer com os passos pesados do tigre, ele podia sentir as manifestações de Essência vindas daqueles que utilizavam tal Poder, mas não podia perder o foco, teria de concentrar-se naquela estranha pedra e tentar recuperar o seu próprio Poder longe do conflito sangreto que tomava conta daquela região. Afastou-se, o quanto podia, para tentar mais uma vez reestabelecer alguma conexão com a centelha divina que surgiu nele em Haafingar.
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