Para as Bordas da Criação
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Rosenrot
Niume
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Above and Beyond :: Play By Post: Storyteller System (White Wolf) :: Exalted: Deuses e Homens :: Per Ardua Ad Astra (Cenário) :: Introdução: A Solidão dos Homens
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Re: Para as Bordas da Criação
Niume não se preocupou com os uivos. Lobos eram muito comuns naquela região. Provavelmente tinham sido atraídos pelo cheiro de sangue e qualquer som que pudesse ter acontecido ali antes. Não seriam problema se ela não parecesse uma ameaça. Aos menos se estivessem sozinhos, não seriam. Niume verificava o pulso de um ultimo corpo, caído abaixo da tenda quase de pé. Ela suspirou, perdendo a ultima esperança de ainda achar alguém vivo. A jovem estava prestes a se levantar quando sentiu a ponta fria de uma lamina tocando seu pescoço. Ela parou o que fazia, mas não soltou a mão que apertava o cabo da espada presa a cintura.
Ela ouviu a voz do homem e sentiu o toque úmido da língua dele por trás da sua orelha, fazendo-a se arrepiar. Não de medo, mas de nojo. E em seguida saiu, sendo empurrada por ele. Do lado de fora, Niume passou os olhos pelos homens ali, 12. Não eram muitos, mas parecia um numero capaz de fazer aquele estrago. A jovem olhou um por um, de olhos sérios. Nem de longe tinha a expressão apavorada que qualquer garota teria, nem de longe parecia disposta a implorar pela própria vida. Tinha sobrevivido aos deuses do inverno, tinha sobrevivido a natureza. E agora, tinha sobrevivido a irá dos deuses invocados por Voz dos Antigos. Não imploraria pela vida a homens imundos e saqueadores.
Niume observava os homens, avaliando seus corpos, suas pernas, suas armas. Mesmo que fossem todos magricelas, duvidava que não soubessem caçar tão bem quanto ela. Não era apenas humanos estúpidos, se uma pequena matilha de lobos seguia com eles, eram animais selvagens, capaz de ler o medo nos olhos. Mas eram, com certeza humanos, não sentia nenhuma essência vinda deles, a única que sentia vinha do centro do acampamento, mas não tinha visto nada por la. Que saída ela tinha afinal, correr não parecia ser uma delas. Lutar contra os 12, também não parecia uma alternativa muito inteligente, a não ser claro que não tivesse outra escolha. Ficar imóvel e deixar que fizessem com ela o que talvez tivessem feito as mulheres ali, isso é com certeza não faria.
Era melhor do que eles. Não se deixaria ser subjugada daquela forma, não se curvaria a homens sem honra. Eles deviam ter medo dela e não o contrario. Eles deveriam se curvar diante do que viam, deviam implorar pelo perdão e rezar pela piedade que não viria. Ela era forte o suficiente para lutar até os músculos a abandonarem, ela superior o bastante para esperar que o primeiro golpe viesse deles. Os olhos sustentariam qualquer desafio, enfrentariam qualquer um. Eram apenas homens, os lobos tinham mais dignidade nas presas do que eles em todo o corpo. Niume não tinha medo, tinha sede. E a sede refletiu-se no pequeno, fino e irônico sorriso marcando-se pelo canto dos lábios.
-Voces fizeram isso?
Perguntou com a voz seria, referindo-se ao acampamento enquanto passava os olhos afiados por eles.
Ela ouviu a voz do homem e sentiu o toque úmido da língua dele por trás da sua orelha, fazendo-a se arrepiar. Não de medo, mas de nojo. E em seguida saiu, sendo empurrada por ele. Do lado de fora, Niume passou os olhos pelos homens ali, 12. Não eram muitos, mas parecia um numero capaz de fazer aquele estrago. A jovem olhou um por um, de olhos sérios. Nem de longe tinha a expressão apavorada que qualquer garota teria, nem de longe parecia disposta a implorar pela própria vida. Tinha sobrevivido aos deuses do inverno, tinha sobrevivido a natureza. E agora, tinha sobrevivido a irá dos deuses invocados por Voz dos Antigos. Não imploraria pela vida a homens imundos e saqueadores.
Niume observava os homens, avaliando seus corpos, suas pernas, suas armas. Mesmo que fossem todos magricelas, duvidava que não soubessem caçar tão bem quanto ela. Não era apenas humanos estúpidos, se uma pequena matilha de lobos seguia com eles, eram animais selvagens, capaz de ler o medo nos olhos. Mas eram, com certeza humanos, não sentia nenhuma essência vinda deles, a única que sentia vinha do centro do acampamento, mas não tinha visto nada por la. Que saída ela tinha afinal, correr não parecia ser uma delas. Lutar contra os 12, também não parecia uma alternativa muito inteligente, a não ser claro que não tivesse outra escolha. Ficar imóvel e deixar que fizessem com ela o que talvez tivessem feito as mulheres ali, isso é com certeza não faria.
Era melhor do que eles. Não se deixaria ser subjugada daquela forma, não se curvaria a homens sem honra. Eles deviam ter medo dela e não o contrario. Eles deveriam se curvar diante do que viam, deviam implorar pelo perdão e rezar pela piedade que não viria. Ela era forte o suficiente para lutar até os músculos a abandonarem, ela superior o bastante para esperar que o primeiro golpe viesse deles. Os olhos sustentariam qualquer desafio, enfrentariam qualquer um. Eram apenas homens, os lobos tinham mais dignidade nas presas do que eles em todo o corpo. Niume não tinha medo, tinha sede. E a sede refletiu-se no pequeno, fino e irônico sorriso marcando-se pelo canto dos lábios.
-Voces fizeram isso?
Perguntou com a voz seria, referindo-se ao acampamento enquanto passava os olhos afiados por eles.
(Informações conferidas com o narrador.)
Niume- Usuário
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Ajuste de cena
Alfadur observava a mulher até que ela dissesse algo que, a principio, ele não entendera. Alfadur sorriu um pouco enquanto tomou um pouco de carne que sobrava e caminhou até a mulher para oferecer a ela.
- Fale algo que eu entenda...
Um meio sorriso apenas. Então o uivo seguido de outros uivos ecoou pelo ambiente. Alfadur cessou sua partida e agaixou-se para sentar a mulher encostada em uma pedra e olhou em volta até notar a aglomeração de pessoas e lobos que surgia. Viu Niume ser "chutada" para fora de uma tenda por alguém o que o fez cerrar os olhos numa clara demonstração de raiva.
Observou os homens que os rodeavam esperando se algum deles responderia aos questionamentos de Niume. Sua mão direita estava proxima do cabo da espada e embora não a sacasse, mantinha aquele modo mais defensivo e atento.
- Fale algo que eu entenda...
Um meio sorriso apenas. Então o uivo seguido de outros uivos ecoou pelo ambiente. Alfadur cessou sua partida e agaixou-se para sentar a mulher encostada em uma pedra e olhou em volta até notar a aglomeração de pessoas e lobos que surgia. Viu Niume ser "chutada" para fora de uma tenda por alguém o que o fez cerrar os olhos numa clara demonstração de raiva.
Observou os homens que os rodeavam esperando se algum deles responderia aos questionamentos de Niume. Sua mão direita estava proxima do cabo da espada e embora não a sacasse, mantinha aquele modo mais defensivo e atento.
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Re: Para as Bordas da Criação
O homem, logo atrás de Nimue, mantinha a lâmina fria e mal cuidada em seu pescoço. O corpo permanecia próximo do dela de uma maneira quase obscena, enquanto a mão esquerda a segurava pela cintura. Ela era capaz de ouvir um risinho baixo, provocador, de quem era incapaz de conter-se quando se encontrava diante de uma situação de clara vantagem.
- Seja espertos, sim, sim, seja.
O homem envolto em pelos, que parecia demonstrar ser o líder do bando, deu alguns passos a frente e, quando o fez, os lobos uivaram mais uma vez.
- Ah, vocês vieram da bagunça? - fez uma pequena pausa - Não importa, isso não importar para Raz'Ashid. Mas importa para Raz'Ashid que larguem as armas e seja espertos.
Seus olhos eram claros, quase cristalinos. Dotados de uma vivacidade assustadora. Movimentava-se vagarosamente, como se fosse um predador conhecendo as suas presas. Quando Nimue fez a pergunta, ele a olhou, a mediu por um instantes e abriu um sorriso largo.
- Que bela. Por que aqui está? Raz'Ashid sente por isso. Agora, coloque armas de lado, por favor. Destruiria meu coração se meu lacaio tivesse de cortar teus belos tendões.
Brincava com as palavras apenas para tornar a sensação de ameaça mais intensa. Tinha certeza de estar no controle da situação e, talvez, houvesse uma razão para isso, além da mera soberba.
- Perdão, perdão. Perdoa Raz'Ashid, mas sua pergunta está sem resposta. Se Raz'Ashid responder, Raz'Ashid daria algo à você. E Raz'Ashid jamais dá qualquer coisa sem receber nada em troca. Jamais.
E então fez um sinal aos seus homens que assumiram uma postura mais agressiva. Se eles não baixassem as armas agora, era provável que fossem atacados.
- Seja espertos, sim, sim, seja.
O homem envolto em pelos, que parecia demonstrar ser o líder do bando, deu alguns passos a frente e, quando o fez, os lobos uivaram mais uma vez.
- Ah, vocês vieram da bagunça? - fez uma pequena pausa - Não importa, isso não importar para Raz'Ashid. Mas importa para Raz'Ashid que larguem as armas e seja espertos.
Seus olhos eram claros, quase cristalinos. Dotados de uma vivacidade assustadora. Movimentava-se vagarosamente, como se fosse um predador conhecendo as suas presas. Quando Nimue fez a pergunta, ele a olhou, a mediu por um instantes e abriu um sorriso largo.
- Que bela. Por que aqui está? Raz'Ashid sente por isso. Agora, coloque armas de lado, por favor. Destruiria meu coração se meu lacaio tivesse de cortar teus belos tendões.
Brincava com as palavras apenas para tornar a sensação de ameaça mais intensa. Tinha certeza de estar no controle da situação e, talvez, houvesse uma razão para isso, além da mera soberba.
- Perdão, perdão. Perdoa Raz'Ashid, mas sua pergunta está sem resposta. Se Raz'Ashid responder, Raz'Ashid daria algo à você. E Raz'Ashid jamais dá qualquer coisa sem receber nada em troca. Jamais.
E então fez um sinal aos seus homens que assumiram uma postura mais agressiva. Se eles não baixassem as armas agora, era provável que fossem atacados.
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Re: Para as Bordas da Criação
Ele a irritava mais a cada instante. A lamina era quase imperceptível diante daquela proximidade quase obscena. Aquele homem tão próximo a seu corpo fazia o sangue dela queimar dentro das veias, ela quase podia sentir essa ardência abaixo da pele. Apesar do sorriso irônico, o maxilar estava pressionado com força, sinal de que ela lutava para se controlar ali, para ficar imóvel e calma. Queria cortar aquela mão grosseira segurando-lhe a cintura, se algum homem teria que toca-la, não seria nenhum daqueles covardes.
Niume olhou os lobos uivarem quando o outro homem deu alguns passos a frente. O sorriso irônico sumiu, mas ironia ainda estava nos olhos acinzentados dela, que pareciam caçoar deles. Eram uma cinza lagoa impetuosa sendo avassalada por uma cruel tempestade de chuva, trovões e relâmpagos. Ela era uma caçadora como ele, não era uma presa assustada, não tinha medo de devolver o mesmo olhar a ele, medindo-o cada passo.
Niume teve novamente de conter-se para não dar a ele uma resposta atravessada sobre seus motivos. A mão apertou mais o cabo da espada, deixando esbranquiçados os nós dos dedos. Ela forçou-se a sorrir para não falar o que não devia, mas já sentia o gosto amargo da raiva dentro da boca.
-Em troca, você fica com a sua vida..
Respondeu ela antes que conseguisse frear as palavras. A voz saiu firme, mais seria do que a ironia sempre presente. A espada estava ainda presa na cintura, para abaixa-la, teria que tira-la do lugar. Niume sorriu de canto observando-os assumirem uma postura mais agressiva.
Ela fechou os olhos por um instante e tornou a abri-los, visualizando a mulher tatuada que lhe ofereceu força e poder, ainda era como se pudesse ouvir a voz dela em seus ouvidos, ainda podia lembrar daquele sorriso cruel na face de olhos vendados. Era a vida e a morte. Vida e morte. Sentia as mesmas sensações que tinha sentido em Haafingar, a mesma raiva, a mesma sede. Ela era forte, era o poder. Sentia isso dentro de si desde que tinha acordado entre a matança. Ela queria ser a força. Niume tentaria fazer com que a essência se expandisse, para novamente ser aquilo que o homem tinha chamado de Anathema. Queria o sol novamente brilhando em sua testa, como o touro dourado.
Vida e morte, vida..morte.... vida... MORTE.
Niume olhou os lobos uivarem quando o outro homem deu alguns passos a frente. O sorriso irônico sumiu, mas ironia ainda estava nos olhos acinzentados dela, que pareciam caçoar deles. Eram uma cinza lagoa impetuosa sendo avassalada por uma cruel tempestade de chuva, trovões e relâmpagos. Ela era uma caçadora como ele, não era uma presa assustada, não tinha medo de devolver o mesmo olhar a ele, medindo-o cada passo.
Niume teve novamente de conter-se para não dar a ele uma resposta atravessada sobre seus motivos. A mão apertou mais o cabo da espada, deixando esbranquiçados os nós dos dedos. Ela forçou-se a sorrir para não falar o que não devia, mas já sentia o gosto amargo da raiva dentro da boca.
-Em troca, você fica com a sua vida..
Respondeu ela antes que conseguisse frear as palavras. A voz saiu firme, mais seria do que a ironia sempre presente. A espada estava ainda presa na cintura, para abaixa-la, teria que tira-la do lugar. Niume sorriu de canto observando-os assumirem uma postura mais agressiva.
Ela fechou os olhos por um instante e tornou a abri-los, visualizando a mulher tatuada que lhe ofereceu força e poder, ainda era como se pudesse ouvir a voz dela em seus ouvidos, ainda podia lembrar daquele sorriso cruel na face de olhos vendados. Era a vida e a morte. Vida e morte. Sentia as mesmas sensações que tinha sentido em Haafingar, a mesma raiva, a mesma sede. Ela era forte, era o poder. Sentia isso dentro de si desde que tinha acordado entre a matança. Ela queria ser a força. Niume tentaria fazer com que a essência se expandisse, para novamente ser aquilo que o homem tinha chamado de Anathema. Queria o sol novamente brilhando em sua testa, como o touro dourado.
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Re: Para as Bordas da Criação
Alfadur via aquela cena, ouvia as respostas que eram dadas a Niume e sabia que sua companheira não aceitaria aquele tipo de situação. Nada que viesse a prende-la, domina-la, coagi-la de qualquer modo seria aceito por ela de forma pacífica. Ele já esperava, no mínimo, palavras ríspidas e foi exatamente isto que ele ouviu da parte dela. Ele sorriu um pouco, ora, se as coisas já não eram tão boas, não poderiam ficar piores... agora tinhham que lidar com um monte de homens estranhos com animais ferozes como companheiros. Nada melhor para um dia após a morte de uma cidade inteira!
- Talvez o senhor queira apenas conversar... talvez... "Razashid", certo? Solte ela e podemos conversar.
Deu passos adiante na direção do grupo e de Niume enquanto seus olhos buscavam o lider daquele estranho grupo. O semblante de Alfadur era bastante sério, embora demonstrava austeridade e respeito pelos seus possiveis opositores. De algum modo, ele parecia incorporar parte daquilo que sentiu ser em Haafingar, como uma figura de Autoridade perante aquelas pessoas que, por algum motivo, em seu intimo, Alfadur considerava inferiores.
- Sou Alfadur Zorgerdr, senhor das terras ao norte onde o mundo deixa de ser mundo. Você e seu bando ameaçam minha protegida. Não vou julga-los pelo que houve aqui, pois não sei se foram vocês que mataram esta gente, mas seu comportamento não é agradável para alguém que ainda parece disposto a tentar um negócio... melhor... do que almejar sequestrar mulheres por aí.
Disse, não desdenhoso, mas de algum modo, parecia não muito ansioso com a situação. Poderia ser um blefe? Quem sabe... mas a verdade era que Alfadur não sentia aquele momento como se fosse uma grande ameaça. Talvez ele tentasse mesmo incorporar o ser que o envolveu com suas asas naquela visão, ou ser tal ser, ou simplesmente agir sobre aqueles homens de modo a negar as vozes que o ofendiam chamando-o de fraco antes de despertar na caverna. Alfadur ainda mantinha a mão próxima do cabo da espada, pois não seria tolo de demonstrar rendição em meio a tantos agressores. Realmente, se ele parecia pacífico, até gentil em propor a possibilidade de acordo, ele também parecia disposto a lutar contra todas aquelas pessoas.
- Talvez o senhor queira apenas conversar... talvez... "Razashid", certo? Solte ela e podemos conversar.
Deu passos adiante na direção do grupo e de Niume enquanto seus olhos buscavam o lider daquele estranho grupo. O semblante de Alfadur era bastante sério, embora demonstrava austeridade e respeito pelos seus possiveis opositores. De algum modo, ele parecia incorporar parte daquilo que sentiu ser em Haafingar, como uma figura de Autoridade perante aquelas pessoas que, por algum motivo, em seu intimo, Alfadur considerava inferiores.
- Sou Alfadur Zorgerdr, senhor das terras ao norte onde o mundo deixa de ser mundo. Você e seu bando ameaçam minha protegida. Não vou julga-los pelo que houve aqui, pois não sei se foram vocês que mataram esta gente, mas seu comportamento não é agradável para alguém que ainda parece disposto a tentar um negócio... melhor... do que almejar sequestrar mulheres por aí.
Disse, não desdenhoso, mas de algum modo, parecia não muito ansioso com a situação. Poderia ser um blefe? Quem sabe... mas a verdade era que Alfadur não sentia aquele momento como se fosse uma grande ameaça. Talvez ele tentasse mesmo incorporar o ser que o envolveu com suas asas naquela visão, ou ser tal ser, ou simplesmente agir sobre aqueles homens de modo a negar as vozes que o ofendiam chamando-o de fraco antes de despertar na caverna. Alfadur ainda mantinha a mão próxima do cabo da espada, pois não seria tolo de demonstrar rendição em meio a tantos agressores. Realmente, se ele parecia pacífico, até gentil em propor a possibilidade de acordo, ele também parecia disposto a lutar contra todas aquelas pessoas.
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Re: Para as Bordas da Criação
- Ah, ah! Não, não. Raz'Ashid quer que fique com sua vida. Mas, para isso, você ter de ficar afastado. Parado. Raz'Ashid detesta sangue pela manhã.
Tinha um tom zombeteiro em suas palavras, como se achasse toda aquela situação divertida. Envolto em seus mantos, ele permanecia por trás do grupo de mercenários, sem demonstrar carregar qualquer arma consigo. Próximos, seus lobos ainda rodeavam, as vezes rangindo os dentes, outras vezes uivando por nenhuma razão aparente.
- Aqui, tolinho, você não ser ninguém. Você ser apenas propriedade de Raz'Ashid. Agora, pela última vez, ser esperto e largar armas, sim? Sim?
E ele os ameaçava. Provavelmente pela última vez antes de tomar alguma postura.
Alfadur estava, ainda, próximo ao centro. Às suas costas estava a mulher caída e, ao redor, diversos apetrechos que pertenceram e serviram às pessoas que acamparam ali antes dele. Em um círculo maior, estava primeiro uma linha de lobos e, em seguida, uma linha de mercenários que cobriam a todos os cantos. Niume estava refém de um destes homens que, lascivamente, mantinha o corpo próximo ao dela.
E então vieram as imagens tão vivas (ver tópico anúncios globais) e, em seguida, um momento de hesitação. Ambos, quase que instantaneamente, sentiram uma sensação de vertigem, náusea. Para Niume, contudo, aquelas sensações não terminaram nas imagens, mas, foram prolongadas pelo vislumbre do que parecia ser a mulher de outrora. Niume sentiu a energia percorrer o seu corpo, os seus chakras até que, finalmente, o símbolo dourado em sua testa começasse a brilhar. Algo acontecia e ela sentia-se mais viva, mais capaz.
A questão é: seria capaz o suficiente para tomar a atitude correta? para enfrentar todos aqueles homens e lobos?
Tinha um tom zombeteiro em suas palavras, como se achasse toda aquela situação divertida. Envolto em seus mantos, ele permanecia por trás do grupo de mercenários, sem demonstrar carregar qualquer arma consigo. Próximos, seus lobos ainda rodeavam, as vezes rangindo os dentes, outras vezes uivando por nenhuma razão aparente.
- Aqui, tolinho, você não ser ninguém. Você ser apenas propriedade de Raz'Ashid. Agora, pela última vez, ser esperto e largar armas, sim? Sim?
E ele os ameaçava. Provavelmente pela última vez antes de tomar alguma postura.
Alfadur estava, ainda, próximo ao centro. Às suas costas estava a mulher caída e, ao redor, diversos apetrechos que pertenceram e serviram às pessoas que acamparam ali antes dele. Em um círculo maior, estava primeiro uma linha de lobos e, em seguida, uma linha de mercenários que cobriam a todos os cantos. Niume estava refém de um destes homens que, lascivamente, mantinha o corpo próximo ao dela.
E então vieram as imagens tão vivas (ver tópico anúncios globais) e, em seguida, um momento de hesitação. Ambos, quase que instantaneamente, sentiram uma sensação de vertigem, náusea. Para Niume, contudo, aquelas sensações não terminaram nas imagens, mas, foram prolongadas pelo vislumbre do que parecia ser a mulher de outrora. Niume sentiu a energia percorrer o seu corpo, os seus chakras até que, finalmente, o símbolo dourado em sua testa começasse a brilhar. Algo acontecia e ela sentia-se mais viva, mais capaz.
A questão é: seria capaz o suficiente para tomar a atitude correta? para enfrentar todos aqueles homens e lobos?
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Re: Para as Bordas da Criação
Alfadur estava certo. Niume não aceitaria aquele tipo de situação, ela não aceitaria ser presa, dominada, coagida de qualquer modo. Não aceitaria ser humilhada, subjugada ou.. atacada.. sob nenhuma circunstancia. E até ali, ela ainda tinha se controlado muito bem, talvez por ter uma lamina em sua garganta ou por estar planejando o próximo passo. Mas aceitar calada? Isso Alfadur sabia que ela não faria, ia muito além dos limites do que ela teria aguentado.
Em silencio Niume apenas ouvia, Alfadur insistia naqueles diálogos, parecia querer abraçar o mundo com as asas, ou então apenas agora, diante de um conflito real ela pudesse ver o que os anos fora dos limites tinha marcado nele. A ausência da raiva, a compaixão, piedade.. ou o que quer que fosse aquele sentimento de dialogo ao invés da sede de sangue que ela parecia sentir diante das injustiças de um massacre.
Com ela não havia mais conversa. Nunca tinha existido. Com ela tinha sempre sido “Mate primeiro, pergunte depois”, isso tinha se aflorado nela depois do que houve em Haafingar, ainda era o mate primeiro, a diferença era que agora, não havia sinais de que sentiria remorso, ou de que passaria as noites pensando se o que tinha feito era certo. Era certo!
Enquanto concentrava-se em reviver aqueles negros segundos em Haafingar buscando novamente o brilho que lhe tornava algo mais, Niume vislumbrou algo diferente. Algo que não soube diferenciar se era real, ou se era um fruto de sua imaginação tentando encontrar algo que não sabia onde. Ela vislumbrou a distorcida imagem de um felino, ele corria destemido por entre campos pintados de sangue e gritos. Sua pelugem borrava o aniz e o negro, meio transparente, assumindo cores diferentes enquanto se aproximava. Gigante, magnifico.. Ele virou e as sombras fecharam-se a sua volta. O felino pareceu ter um dialogo com os olhos que os espreitavam de dentro das sombras. As palavras faziam um eco em sua cabeça que a deixavam tonta, não entendeu o sentido daquelas frases, a distorcida imagem parecia formar um campo de batalha.. Então a imagem girou como redemoinho ate fechar-se na palma da mão tatuada de uma mulher já conhecida por Niume.
A cabeça ainda rodava, o estomago torcia-se dentro do corpo, parecia que iria colocar todas as tripas para fora. Puxou o ar com força e então a imagem da mulher tornou-se mais nítida. Dessa vez, não haveria mais uma mão estendida para ela, não estaria mais oferecendo poder, Niume já tinha aceitado aquela proposta antes. Os olhos estavam vidrados no nada, como se a mulher estivesse ali, palpável bem a sua frente. Ela sorriu, mostrando os lábios de forma irônica. “Não vou esperar para sempre.” Pensou ter ouvido daqueles lábios imóveis e em seguida a mulher se aproximou.
Ao fazer isso, Niume fechou os olhos, abaixando levemente o rosto e deixando os braços pendurados ao lado do corpo. Sentia uma forte energia percorrer seu corpo, os chakras. Parecia que se abrisse os olhos, poderia ve-los espalhados pelo corpo que ardia. A vertigem sumiu, as náuseas desapareceram. Ainda de olhos fechados, o corpo se aqueceu e um brilho dourado majestoso começou a formar-se em volta de seu corpo. Começou fraco, uma pequena e transparente nuvem dourada e foi ganhando cor, brilho e intensidade, até quase brilhar como o dourado do sol.
Ainda de cabeça abaixada, algo como uma nuvem negra começaria a formar-se atrás dela e consequentemente, atrás do asqueroso homem que a segurava. O negro escurecia, parecendo surgir do chão e quase tampando toda a visão do que havia atrás dele. Do chão, um brilho dourado avermelhado começou a se erguer. Enrolado como se fosse um casulo e quanto mais alto se erguia, mais avermelhado ele ardia, como fogo vivo. O brilho era tão intenso que ofuscava o negro a sua volta e escurecia os corpos abaixo dele, como olhar um corpo contra a luz do sol. O casulo começou a se expandir, abrindo-se da parte de baixo. Um fio escorreu, quase a novamente tocar o chão e ao esticar-se, abriu-se em 5 partes mais grosas, emanando chamas. Em seguida, as laterais se abriram e se estenderam, ofuscando completamente o negro a sua volta. Só então elas tornaram-se visíveis como asas, enormes asas de fogo. Quando a criatura ergueu a fina cabeça de pássaro, de bico fino e penugens flamejantes ao topo da cabeça, pareceu emitir um alto e agudo piado. A Fenix tinha se erguido e agora o mundo era dela.
Niume ergueu o rosto, no centro de sua testa, um circulo fechado brilhava dourado como o brilho a sua volta. Os olhos seriam os que Alfadur viu na cidade, indiferentes, agressivos, sérios.
-Quando vai aprender a dançar conforme a musica? Ainda não percebeu que há apenas uma língua que esses homens entendem?
Disse ela séria estendendo pelo canto dos lábios o mesmo sorriso irônico da mulher de sua visão. A mão esquerda, ja próxima a bota por ter os braços abaixados, moveu-a rapidamente em puxar o cabo do punhal, que ficava próximo a beirada justamente para proporcionar fácil alcance. Ela o pegaria com agilidade, segurando-o com firmeza e movendo-o para trás. A lamina cravaria-se com força, sem piedade ou hesitação, abaixo das costelas do homem que a segurava, com a lamina em diagonal para cima, para evitar acertar o osso e possibilitando que fosse ainda mais fundo. Não tinha intenção de deixa-lo vivo. Em seguida, se possível esquivaria-se da lamina caso seu alvo caísse ou não houvesse risco para ela de ser cortada pela lamina dele próxima a seu pescoço.
Assim que se livrasse dele (se livrasse...), ela com a mão direita desembainharia a espada e seguraria firme a frente do corpo.
-Esta... é a língua que entendem.
Em silencio Niume apenas ouvia, Alfadur insistia naqueles diálogos, parecia querer abraçar o mundo com as asas, ou então apenas agora, diante de um conflito real ela pudesse ver o que os anos fora dos limites tinha marcado nele. A ausência da raiva, a compaixão, piedade.. ou o que quer que fosse aquele sentimento de dialogo ao invés da sede de sangue que ela parecia sentir diante das injustiças de um massacre.
Com ela não havia mais conversa. Nunca tinha existido. Com ela tinha sempre sido “Mate primeiro, pergunte depois”, isso tinha se aflorado nela depois do que houve em Haafingar, ainda era o mate primeiro, a diferença era que agora, não havia sinais de que sentiria remorso, ou de que passaria as noites pensando se o que tinha feito era certo. Era certo!
Enquanto concentrava-se em reviver aqueles negros segundos em Haafingar buscando novamente o brilho que lhe tornava algo mais, Niume vislumbrou algo diferente. Algo que não soube diferenciar se era real, ou se era um fruto de sua imaginação tentando encontrar algo que não sabia onde. Ela vislumbrou a distorcida imagem de um felino, ele corria destemido por entre campos pintados de sangue e gritos. Sua pelugem borrava o aniz e o negro, meio transparente, assumindo cores diferentes enquanto se aproximava. Gigante, magnifico.. Ele virou e as sombras fecharam-se a sua volta. O felino pareceu ter um dialogo com os olhos que os espreitavam de dentro das sombras. As palavras faziam um eco em sua cabeça que a deixavam tonta, não entendeu o sentido daquelas frases, a distorcida imagem parecia formar um campo de batalha.. Então a imagem girou como redemoinho ate fechar-se na palma da mão tatuada de uma mulher já conhecida por Niume.
A cabeça ainda rodava, o estomago torcia-se dentro do corpo, parecia que iria colocar todas as tripas para fora. Puxou o ar com força e então a imagem da mulher tornou-se mais nítida. Dessa vez, não haveria mais uma mão estendida para ela, não estaria mais oferecendo poder, Niume já tinha aceitado aquela proposta antes. Os olhos estavam vidrados no nada, como se a mulher estivesse ali, palpável bem a sua frente. Ela sorriu, mostrando os lábios de forma irônica. “Não vou esperar para sempre.” Pensou ter ouvido daqueles lábios imóveis e em seguida a mulher se aproximou.
Ao fazer isso, Niume fechou os olhos, abaixando levemente o rosto e deixando os braços pendurados ao lado do corpo. Sentia uma forte energia percorrer seu corpo, os chakras. Parecia que se abrisse os olhos, poderia ve-los espalhados pelo corpo que ardia. A vertigem sumiu, as náuseas desapareceram. Ainda de olhos fechados, o corpo se aqueceu e um brilho dourado majestoso começou a formar-se em volta de seu corpo. Começou fraco, uma pequena e transparente nuvem dourada e foi ganhando cor, brilho e intensidade, até quase brilhar como o dourado do sol.
Ainda de cabeça abaixada, algo como uma nuvem negra começaria a formar-se atrás dela e consequentemente, atrás do asqueroso homem que a segurava. O negro escurecia, parecendo surgir do chão e quase tampando toda a visão do que havia atrás dele. Do chão, um brilho dourado avermelhado começou a se erguer. Enrolado como se fosse um casulo e quanto mais alto se erguia, mais avermelhado ele ardia, como fogo vivo. O brilho era tão intenso que ofuscava o negro a sua volta e escurecia os corpos abaixo dele, como olhar um corpo contra a luz do sol. O casulo começou a se expandir, abrindo-se da parte de baixo. Um fio escorreu, quase a novamente tocar o chão e ao esticar-se, abriu-se em 5 partes mais grosas, emanando chamas. Em seguida, as laterais se abriram e se estenderam, ofuscando completamente o negro a sua volta. Só então elas tornaram-se visíveis como asas, enormes asas de fogo. Quando a criatura ergueu a fina cabeça de pássaro, de bico fino e penugens flamejantes ao topo da cabeça, pareceu emitir um alto e agudo piado. A Fenix tinha se erguido e agora o mundo era dela.
Niume ergueu o rosto, no centro de sua testa, um circulo fechado brilhava dourado como o brilho a sua volta. Os olhos seriam os que Alfadur viu na cidade, indiferentes, agressivos, sérios.
-Quando vai aprender a dançar conforme a musica? Ainda não percebeu que há apenas uma língua que esses homens entendem?
Disse ela séria estendendo pelo canto dos lábios o mesmo sorriso irônico da mulher de sua visão. A mão esquerda, ja próxima a bota por ter os braços abaixados, moveu-a rapidamente em puxar o cabo do punhal, que ficava próximo a beirada justamente para proporcionar fácil alcance. Ela o pegaria com agilidade, segurando-o com firmeza e movendo-o para trás. A lamina cravaria-se com força, sem piedade ou hesitação, abaixo das costelas do homem que a segurava, com a lamina em diagonal para cima, para evitar acertar o osso e possibilitando que fosse ainda mais fundo. Não tinha intenção de deixa-lo vivo. Em seguida, se possível esquivaria-se da lamina caso seu alvo caísse ou não houvesse risco para ela de ser cortada pela lamina dele próxima a seu pescoço.
Assim que se livrasse dele (se livrasse...), ela com a mão direita desembainharia a espada e seguraria firme a frente do corpo.
-Esta... é a língua que entendem.
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Re: Para as Bordas da Criação
Previsível... era como agiam os tiranos, saqueadores, os que escravizavam, que vendiam pessoas, tantos que conheceu quando era apenas mais um lacaio dos senhores do caos, até que finalmente se libertou trazendo tantos consigo a fim de cultivar um novo modo de vida onde as pessoas poderiam ser definitivamente livres. Aquele estranho homem que se escondia atrás de outros homens armados não parecia diferente dos males que conheceu, não havia humildade em suas ações e palavras, apenas a soberba natural de alguém que julga si como se fosse a pessoa mais importante do mundo.
Previsível... era também o ato de Niume, o que ela disse, o que ela fizera, ainda era pouco para sua impetuosa companheira de viagem. Alfadur sorriu, satisfeito ao notar aquele brilho nela, sua protegida era agora alguém que dispensava proteção, capaz de pisar naqueles seres medíocres e impor sua vontade sobre tais algozes. A morte deles não era o primeiro desejo de Alfadur, mas como consequência, era algo aceitável. Ele avisou, Niume avisou, mas aquele homem e seus lacaios não os ouviram.
Imprevisível porém... eram as imagens em sua mente antes mesmo do desfecho daquele golpe de Niume. O estranho felino, a tal Canção do Silêncio, as sombras a aborda-lo e que se curvavam diante de magnífica criatura. A voz que o confrontava. Primordiais... Alfadur não os conhecia, mas já deve ter ouvido histórias, os primordios da Criação, seriam estes os que criaram tudo? Quem eram os protegidos a serem sacrificados em nome de tais entidades?
Alfadur fechou os olhos, queria entender mais daquela história, queria saber mais do que acontecia naquele lugar distante fora do Tempo, sem Tempo, parecia até mesmo esquecer a realidade à sua volta, esta realidade que poderia torna-lo um herói ou simplesmente matá-lo. As imagens distorceram, as sombras se dissiparam, o estranho felino desapareceu de sua mente e seus olhos se abriram, mas agora estavam diferentes. Naquele instante, Alfadur contemplava a imagem divina exposta por Niume, era o que ela se tornou afinal... era o que a viagem a Haafingar lhe fizera. Novamente ele sorriu e mais uma vez baixou o olhar.
- Anátemas... é o que somos, talvez fosse melhor sermos nínguém...
Sussurrou baixo, quase como uma resposta ao que o homem de alcunha Razashid lhe dissera, lembrou-se mais uma vez das asas acolhedoras, daquilo que sentiu como sendo ele próprio matando seu "eu louco", aquele que mudaria seu próprio destino tornando-o um senhor entre senhores. Seus olhos mais uma vez brilharam em verde e aquela mesma aura estranha circundaria seu corpo, o ar tornava-se quente à sua volta e a estranha brisa moveria suas roupas e cabelos claros que quase brilhavam sob o luar.
Exuberante a observar seus inimigos, faria deles escravos de sua presença soberana, seus olhos eram como setas divinas a perfurarem cada homem e cada animal presente até focarem em seu lider, aquele que feriu inocentes e ameaçou sua mais preciosa jóia. Um passo adiante como quem ignorasse os perigos apontados a ele, mantinha sua expressão serena e severa e sua imagem revelaria algo maior e impensável, como a estranha imagem daquele ser que parecia ser capaz de abraçar o mundo inteiro com suas asas, cobri-lo sob sua Vontade.
- Eu posso tentar perdoa-los e permitir que não morram, mas não posso falar por ela, então, vocês podem se render, fugir, ou aceitarem a morte certa, mas você... - e fitou Razashid, que se dizia lider daquele grupo - ... - tem uma única opção... que é a de se render e clamar por misericórdia!
Aquele não era mais apenas o estranho mestiço que se viu em uma cilada cercado de bandidos, e sim, um outro ser, capaz de intimidar e fazer ossos rangerem com um simples olhar. Não era um simples escolhido dos deuses capaz de ser um herói, tão pouco um herói capaz de ser um escolhido dos deuses... Alfadur era, naquele momento, aquele que devia governar como um Príncipe que almeja o trono a fim de se tornar rei.
Previsível... era também o ato de Niume, o que ela disse, o que ela fizera, ainda era pouco para sua impetuosa companheira de viagem. Alfadur sorriu, satisfeito ao notar aquele brilho nela, sua protegida era agora alguém que dispensava proteção, capaz de pisar naqueles seres medíocres e impor sua vontade sobre tais algozes. A morte deles não era o primeiro desejo de Alfadur, mas como consequência, era algo aceitável. Ele avisou, Niume avisou, mas aquele homem e seus lacaios não os ouviram.
Imprevisível porém... eram as imagens em sua mente antes mesmo do desfecho daquele golpe de Niume. O estranho felino, a tal Canção do Silêncio, as sombras a aborda-lo e que se curvavam diante de magnífica criatura. A voz que o confrontava. Primordiais... Alfadur não os conhecia, mas já deve ter ouvido histórias, os primordios da Criação, seriam estes os que criaram tudo? Quem eram os protegidos a serem sacrificados em nome de tais entidades?
Alfadur fechou os olhos, queria entender mais daquela história, queria saber mais do que acontecia naquele lugar distante fora do Tempo, sem Tempo, parecia até mesmo esquecer a realidade à sua volta, esta realidade que poderia torna-lo um herói ou simplesmente matá-lo. As imagens distorceram, as sombras se dissiparam, o estranho felino desapareceu de sua mente e seus olhos se abriram, mas agora estavam diferentes. Naquele instante, Alfadur contemplava a imagem divina exposta por Niume, era o que ela se tornou afinal... era o que a viagem a Haafingar lhe fizera. Novamente ele sorriu e mais uma vez baixou o olhar.
- Anátemas... é o que somos, talvez fosse melhor sermos nínguém...
Sussurrou baixo, quase como uma resposta ao que o homem de alcunha Razashid lhe dissera, lembrou-se mais uma vez das asas acolhedoras, daquilo que sentiu como sendo ele próprio matando seu "eu louco", aquele que mudaria seu próprio destino tornando-o um senhor entre senhores. Seus olhos mais uma vez brilharam em verde e aquela mesma aura estranha circundaria seu corpo, o ar tornava-se quente à sua volta e a estranha brisa moveria suas roupas e cabelos claros que quase brilhavam sob o luar.
Exuberante a observar seus inimigos, faria deles escravos de sua presença soberana, seus olhos eram como setas divinas a perfurarem cada homem e cada animal presente até focarem em seu lider, aquele que feriu inocentes e ameaçou sua mais preciosa jóia. Um passo adiante como quem ignorasse os perigos apontados a ele, mantinha sua expressão serena e severa e sua imagem revelaria algo maior e impensável, como a estranha imagem daquele ser que parecia ser capaz de abraçar o mundo inteiro com suas asas, cobri-lo sob sua Vontade.
- Eu posso tentar perdoa-los e permitir que não morram, mas não posso falar por ela, então, vocês podem se render, fugir, ou aceitarem a morte certa, mas você... - e fitou Razashid, que se dizia lider daquele grupo - ... - tem uma única opção... que é a de se render e clamar por misericórdia!
Aquele não era mais apenas o estranho mestiço que se viu em uma cilada cercado de bandidos, e sim, um outro ser, capaz de intimidar e fazer ossos rangerem com um simples olhar. Não era um simples escolhido dos deuses capaz de ser um herói, tão pouco um herói capaz de ser um escolhido dos deuses... Alfadur era, naquele momento, aquele que devia governar como um Príncipe que almeja o trono a fim de se tornar rei.
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Re: Para as Bordas da Criação
Niume fechou os olhos e, então, deixou de enxergar por olhos mortais. Consciente de que a sua condição humana havia esmorecido quando estendeu a mão à entidade divina que lhe acolhia.
Como se despertasse para um mundo diferente daquele que vivia, Niume sentiu os seus sentidos se aguçarem. Sentia o calor doo corpo repulsivo do homem atrás dele, o suor que escorria sua pele mal cuidada e pegajosa. Ouvia a respiração falha, denunciando alguma espécie de doença que já deveria estar em um nível médio de proliferação. A lâmina em seu pescoço era pressionada contra a pele suave da garota, mas, ainda que parecesse mais do que o suficiente para perfurá-la, Niume sentia que sua lâmina já vira dias melhores no passado.
Ela respirava. Se concentrava e, pouco a pouco, focando na imagem da mulher que havia lhe estendido aquela dádiva (ou seria maldição), Niume conseguiu se conectar a algo maior do que ela. Conectou-se à grande malha de essência que permeava o mundo e que definia quem era homem e que era deus.
Naquele instante, Niume compreendeu: era algo acima disto.
Quando abriu os olhos ela pensou estar em outro lugar. Pensou que estivesse caindo em alta velocidade em direção à Criação. Seu corpo rasgando o ar como um meteoro incandescente. Niume pensou que poderia atravessar o planeta se quisesse. Niume teve a certeza.
Quando voltou, num piscar de olhos, seu corpo movimentou-se quase que automaticamente, como se aquelas ações não fossem delas, mas sim de alguém que já havia vivido momentos semelhantes. Seu corpo reagiu como a genética demandava da evolução de todas as criaturas. A lâmina penetrou no espaço exato para que perfurasse o rim do seu captor e ele travasse com o choque do impacto. Travasse por tempo o suficiente para que ela se esgueirasse do ataqu. Se esgueirasse mas não antes de abrir o corte na certeza de que ele morreria agonizando.
Quando ele tombou, Niume permanecia de pé. Em sua testa o símbolo dourado fluia como um farol em meio a escuridão. De seus dedos, escapavam pequenas fagulhas de essência.
Raz'Ashid deu um passo para trás, sua expressão passou do descaso para um leve ar de preocupação. Olhava para todo aquele "espetáculo" e pensava. Difícil seria assumir que o homem sentisse medo. Aparentemente, havia sido treinado para mentir em toda e qualquer emoção e, para isso, havia desaprendido o que era sentir de verdade. Alfadur, agora, talvez inspirado pela demonstração de Niume, buscava aquela comunhão. Suas palavras fluiram, carregadas de autoridade.
Mas Raz'Ashid sentia-se acima de qualquer autoridade. Mesmo quando uma Anátema se revelasse perante ele, mesmo quando o seu companheiro dizia ser detentor da mesma majestade que ela, requerendo sacríficios de vida e servidão.
Os mercenários recuavam, pois seus corações, ao contrário daquele que os liderava, sentiam medo. Medo do poder de Niume. Medo dos desafios de Alfadur. Os animais ficavam agitados, rangiam os dentes, rosnavam, uivavam, mas, por agora, não ousavam se aproximar.
- Ah, bravo! Bravo! Que belo espetáculos! Raz'Ashid está satisfeito com o belo espetáculos! Brilhe! Brilhe estrelinha!
O homem ria e, com aquele jeito debochado, avançou mais alguns passos.
- Isso me lembra uma velha historinha que a velha Ama contava à Raz'Ashid. Historinhas de deuses que morreram levados pelo orgulho, traídos. Para cada deus, haviam 1000 homens.
Continuava a rir e aproximou-se mais. Até ficar a cinco metros de distância de alfadur. à 10 de Niume.
- Agora, ser espertos e ouçam Raz'Ashid, porque ele não repetirá. Baixem, as armas.
Ele estava confiante. Certo de que a vitória seria sua, de que havia uma carta na manga capaz de virar o jogo ao seu favor. Neste caso, talvez ele fosse um estúpido incapaz de reconhecer o poder de um Exaltado quando este se coloca a sua frente. Ou... ele os conhecesse bem o suficiente para saber de suas limitações, suas fraquezas.
Como se despertasse para um mundo diferente daquele que vivia, Niume sentiu os seus sentidos se aguçarem. Sentia o calor doo corpo repulsivo do homem atrás dele, o suor que escorria sua pele mal cuidada e pegajosa. Ouvia a respiração falha, denunciando alguma espécie de doença que já deveria estar em um nível médio de proliferação. A lâmina em seu pescoço era pressionada contra a pele suave da garota, mas, ainda que parecesse mais do que o suficiente para perfurá-la, Niume sentia que sua lâmina já vira dias melhores no passado.
Ela respirava. Se concentrava e, pouco a pouco, focando na imagem da mulher que havia lhe estendido aquela dádiva (ou seria maldição), Niume conseguiu se conectar a algo maior do que ela. Conectou-se à grande malha de essência que permeava o mundo e que definia quem era homem e que era deus.
Naquele instante, Niume compreendeu: era algo acima disto.
Quando abriu os olhos ela pensou estar em outro lugar. Pensou que estivesse caindo em alta velocidade em direção à Criação. Seu corpo rasgando o ar como um meteoro incandescente. Niume pensou que poderia atravessar o planeta se quisesse. Niume teve a certeza.
Quando voltou, num piscar de olhos, seu corpo movimentou-se quase que automaticamente, como se aquelas ações não fossem delas, mas sim de alguém que já havia vivido momentos semelhantes. Seu corpo reagiu como a genética demandava da evolução de todas as criaturas. A lâmina penetrou no espaço exato para que perfurasse o rim do seu captor e ele travasse com o choque do impacto. Travasse por tempo o suficiente para que ela se esgueirasse do ataqu. Se esgueirasse mas não antes de abrir o corte na certeza de que ele morreria agonizando.
Quando ele tombou, Niume permanecia de pé. Em sua testa o símbolo dourado fluia como um farol em meio a escuridão. De seus dedos, escapavam pequenas fagulhas de essência.
Raz'Ashid deu um passo para trás, sua expressão passou do descaso para um leve ar de preocupação. Olhava para todo aquele "espetáculo" e pensava. Difícil seria assumir que o homem sentisse medo. Aparentemente, havia sido treinado para mentir em toda e qualquer emoção e, para isso, havia desaprendido o que era sentir de verdade. Alfadur, agora, talvez inspirado pela demonstração de Niume, buscava aquela comunhão. Suas palavras fluiram, carregadas de autoridade.
Mas Raz'Ashid sentia-se acima de qualquer autoridade. Mesmo quando uma Anátema se revelasse perante ele, mesmo quando o seu companheiro dizia ser detentor da mesma majestade que ela, requerendo sacríficios de vida e servidão.
Os mercenários recuavam, pois seus corações, ao contrário daquele que os liderava, sentiam medo. Medo do poder de Niume. Medo dos desafios de Alfadur. Os animais ficavam agitados, rangiam os dentes, rosnavam, uivavam, mas, por agora, não ousavam se aproximar.
- Ah, bravo! Bravo! Que belo espetáculos! Raz'Ashid está satisfeito com o belo espetáculos! Brilhe! Brilhe estrelinha!
O homem ria e, com aquele jeito debochado, avançou mais alguns passos.
- Isso me lembra uma velha historinha que a velha Ama contava à Raz'Ashid. Historinhas de deuses que morreram levados pelo orgulho, traídos. Para cada deus, haviam 1000 homens.
Continuava a rir e aproximou-se mais. Até ficar a cinco metros de distância de alfadur. à 10 de Niume.
- Agora, ser espertos e ouçam Raz'Ashid, porque ele não repetirá. Baixem, as armas.
Ele estava confiante. Certo de que a vitória seria sua, de que havia uma carta na manga capaz de virar o jogo ao seu favor. Neste caso, talvez ele fosse um estúpido incapaz de reconhecer o poder de um Exaltado quando este se coloca a sua frente. Ou... ele os conhecesse bem o suficiente para saber de suas limitações, suas fraquezas.
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Re: Para as Bordas da Criação
Alfadur sorriu ao notar que de fato parecia impor sobre aqueles homens toda majestade daquela nova imagem. Era bom ser aquilo, transbordar aquela essência, era bom respirar o mundo como quem desfruta de um banquete. Mais uma vez ele fitou o céu, a lua enorme, quase que poderia toca-la com as mãos, estava ali, iluminando-o e fazendo-o mais evidente diante dos pobres mortais indignos. Olhou para frente e seus olhos cerraram ao notar que o lider daqueles homens não parecia teme-lo, ainda que houvesse alguma curiosidade nele. Talvez fosse mesmo o resultado de uma vida estranha que fazia aquele homem não temer, ou talvez ele não tivesse que teme-lo e fosse o orgulho de Alfadur sua maior fraquesa, mas era certo que Alfadur.
- Não vejo mil homens aqui... apenas um...
Poderia ser até um elogio, já que Alfadur deliberadamente ignorava a presença de todos os outros lacaios de Raz'Ashid. Eles não eram importantes, não eram dignos, não eram nada. Poderiam ser perdoados, acolhidos, amados, mas não enquanto fossem meros lacaios de um tirano. Por isso Alfadur não se importava com eles e dedicava sua atenção ao lider e ciente por si só que o lider daquele bando devia sentir-se feliz por tal atenção.
Mas ainda havia Niume, impetuosa como sempre fora e sedenta pelo sangue daqueles miseráveis. Mas eles não eram importantes, apenas o lider e talvez fosse bom que este sobrevivesse. Por isso Alfadur fitou-a enquanto ela ainda exibia aquela aura imponente que, assim como ele próprio fazia, afugentava os mais fracos mentalmente.
- Tenha paciência... nem tudo precisa terminar assim... com mais mortes, talvez acha outro jeito de faze-los entender...
E sorriu a ela voltando a face ao homem que os afrontava.
- Razashid. Não se abaixa armas diante de um bando de invasores inúteis. Qualquer ser medíocre reconhece seu próprio valor. Aceite esta oferta como a última. Renda-se e mande seus lacaios embora para que não morram, e assim, poderemos conversar.
Mais uma vez Alfadur lançava aquele olhar severo e decidido, sua mão direita estava próxima do cabo da espada, pronta para saca-la. Era uma forma de mostrar a seu opositor que ele estava preparado, ainda que buscasse a solução daquele problema através do diálogo. Alfadur não aceitou os termos do outro homem, mas parecia disposto a negociar outros termos. Agora, caberia ao outro homens decidir entre se omitir, se corromper ou ir para a guerra.
- Não vejo mil homens aqui... apenas um...
Poderia ser até um elogio, já que Alfadur deliberadamente ignorava a presença de todos os outros lacaios de Raz'Ashid. Eles não eram importantes, não eram dignos, não eram nada. Poderiam ser perdoados, acolhidos, amados, mas não enquanto fossem meros lacaios de um tirano. Por isso Alfadur não se importava com eles e dedicava sua atenção ao lider e ciente por si só que o lider daquele bando devia sentir-se feliz por tal atenção.
Mas ainda havia Niume, impetuosa como sempre fora e sedenta pelo sangue daqueles miseráveis. Mas eles não eram importantes, apenas o lider e talvez fosse bom que este sobrevivesse. Por isso Alfadur fitou-a enquanto ela ainda exibia aquela aura imponente que, assim como ele próprio fazia, afugentava os mais fracos mentalmente.
- Tenha paciência... nem tudo precisa terminar assim... com mais mortes, talvez acha outro jeito de faze-los entender...
E sorriu a ela voltando a face ao homem que os afrontava.
- Razashid. Não se abaixa armas diante de um bando de invasores inúteis. Qualquer ser medíocre reconhece seu próprio valor. Aceite esta oferta como a última. Renda-se e mande seus lacaios embora para que não morram, e assim, poderemos conversar.
Mais uma vez Alfadur lançava aquele olhar severo e decidido, sua mão direita estava próxima do cabo da espada, pronta para saca-la. Era uma forma de mostrar a seu opositor que ele estava preparado, ainda que buscasse a solução daquele problema através do diálogo. Alfadur não aceitou os termos do outro homem, mas parecia disposto a negociar outros termos. Agora, caberia ao outro homens decidir entre se omitir, se corromper ou ir para a guerra.
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Re: Para as Bordas da Criação
Niume sentiu o cheiro do sangue quando a lamina perfurou o corpo do homem que a segurava, tendo a certeza de ter perfurado no lugar certo. Ela puxou a lamina fazendo um corte enquanto aproveitava a brecha para se esgueirar da lamina que antes a tinha mantido de refém. Quando ele tombou, Niume já estava alguns passos a frente, ainda de pé. O rosto duro observou o corpo caído e a mão direita retirou a espada presa na bainha e a segurou firme a frente do corpo, um claro sinal de que aquele tinha sido apenas o primeiro. A lamina refletia o brilho dourado que envolvia, longa e fina, uma espada resistente e leve, feita para permitir golpes rápidos.
Os olhos dela passaram pelos homens ali. Algo nela gostou da leve preocupação que cortou o rosto de Raz’shid, gostou de imaginar que ele sentia medo dela e que se esforçava para esconde-lo atrás de todo o treinamento. Ela gostou de ver os mercenários recuando, deles sim, o medo era quase palpável, podia sentir como tinha sentido o suor da pele asquerosa do homem morto. Algo nela gostava daquela sensação de erguer-se acima da covardia desmedida e dos blefes de coragem. Eram fortes diante de uma jovem indefesa, mas perto de todo o seu poder, eram ratos. Raz’shid riu e para ele, o sorriso de Niume se alargou. Ele podia estar escondendo o medo de forma automática, mas Niume.. aquela Niume não sabia sentia medo.
Niume provavelmente teria retrucado o “brilha brilha estrelinha”, mas Alfadur foi mais rápido nas palavras, ele respondeu primeiro e isso fez com que ela ficasse calada por alguns instantes, ouvindo o acordo que o companheiro tentava fazer com o homem, acordo que ela duvidava que fosse ser aceito de forma tão pacifica. Ele não se renderia, como ela não teria se rendido. Alguns tipos de pessoa preferem a morte do que a rendição. Raz’shid não parecia ver honra em se render mesmo que isso significasse que manteria sua vida.
Todos aqueles homens podiam seguir vivos se fossem embora, ela não se importaria com eles. Não tinha porque matar homens que não queriam lutar e pelo bem deles, era bom que continuassem assim. Mas o líder era diferente, ele não queria correr, ele continuava ali, imponente, colocando-se acima do mundo, acima dos deuses. Isso não seria aceito. Tinha dado a ele uma chance, uma resposta em troca da vida e podia manter essa proposta enquanto aceitava ter a paciência que Alfadur pedia.
-Eu torno a oferecer a você o que ofereci antes. Responda a minha pergunta e deixo você ficar com a sua vida.
Sorriu, encarando o homem, olho no olho. Se Alfadur o deixaria ir embora com tranquilidade, Niume parecia bem disposta a alguma clausula escondida naquele pequeno acordo. Referia-se a pergunta inicial, sobre ter sido culpa dele todas aquelas mortes.
-Vamos... você não vai querer me ver irritada...Aceite os conselhos do homem que tem a cabeça mais no lugar do que a minha.. renda-se e entre em um acordo justo com ele..
Niume olhou Alfadur pelo canto dos olhos, impaciente, mas controlando o impulso de punir o líder pelos atos que ela tinha certeza de terem sido cometidos por ele e em seguida voltaria a olhar o homem, segurando a espada bem visível.
Os olhos dela passaram pelos homens ali. Algo nela gostou da leve preocupação que cortou o rosto de Raz’shid, gostou de imaginar que ele sentia medo dela e que se esforçava para esconde-lo atrás de todo o treinamento. Ela gostou de ver os mercenários recuando, deles sim, o medo era quase palpável, podia sentir como tinha sentido o suor da pele asquerosa do homem morto. Algo nela gostava daquela sensação de erguer-se acima da covardia desmedida e dos blefes de coragem. Eram fortes diante de uma jovem indefesa, mas perto de todo o seu poder, eram ratos. Raz’shid riu e para ele, o sorriso de Niume se alargou. Ele podia estar escondendo o medo de forma automática, mas Niume.. aquela Niume não sabia sentia medo.
Niume provavelmente teria retrucado o “brilha brilha estrelinha”, mas Alfadur foi mais rápido nas palavras, ele respondeu primeiro e isso fez com que ela ficasse calada por alguns instantes, ouvindo o acordo que o companheiro tentava fazer com o homem, acordo que ela duvidava que fosse ser aceito de forma tão pacifica. Ele não se renderia, como ela não teria se rendido. Alguns tipos de pessoa preferem a morte do que a rendição. Raz’shid não parecia ver honra em se render mesmo que isso significasse que manteria sua vida.
Todos aqueles homens podiam seguir vivos se fossem embora, ela não se importaria com eles. Não tinha porque matar homens que não queriam lutar e pelo bem deles, era bom que continuassem assim. Mas o líder era diferente, ele não queria correr, ele continuava ali, imponente, colocando-se acima do mundo, acima dos deuses. Isso não seria aceito. Tinha dado a ele uma chance, uma resposta em troca da vida e podia manter essa proposta enquanto aceitava ter a paciência que Alfadur pedia.
-Eu torno a oferecer a você o que ofereci antes. Responda a minha pergunta e deixo você ficar com a sua vida.
Sorriu, encarando o homem, olho no olho. Se Alfadur o deixaria ir embora com tranquilidade, Niume parecia bem disposta a alguma clausula escondida naquele pequeno acordo. Referia-se a pergunta inicial, sobre ter sido culpa dele todas aquelas mortes.
-Vamos... você não vai querer me ver irritada...Aceite os conselhos do homem que tem a cabeça mais no lugar do que a minha.. renda-se e entre em um acordo justo com ele..
Niume olhou Alfadur pelo canto dos olhos, impaciente, mas controlando o impulso de punir o líder pelos atos que ela tinha certeza de terem sido cometidos por ele e em seguida voltaria a olhar o homem, segurando a espada bem visível.
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Re: Para as Bordas da Criação
- Ficar com minha vida?
O homem riu. Riu alto. Gargalhou de um jeito que apenas alguém temerário seria capaz. Ele balançou a cabeça em negativo, virou as costas e suspirou, com um certo ar de frustração.
- Raz'Ashid é tolo demais. E Raz'Ashid já está cansado disso. Alguém unifica as tribos do norte e Raz'Ashid não pode perder a possibilidades de negócios que surgem neste horizonte sangrento.
Seria bondoso. Sim, como era de se esperar de alguém cujos negócios vêem sempre em primeiro lugar, Raz'Ashid seria um homem bondoso porque é assim que ele faz os seus negócios, é assim que ele ganha dinheiro.
Niume, cujos sentidos estavam mais aguçados naquele momento, foi a primeira a perceber. Olhou próximo a Alfadur e notou que a mulher nãos mais estava no chão. Tomada por um desespero, buscou com seus olhos sua localização...
... quando a achou, foi tarde demais. A bela e jovem garota, que até então parecia indefesa e entregue a bandidos, agora estava atrás de Alfadur. Sua pele havia se tornada azulada, sua face havia ganho um aspecto escamoso, seus dentes e unhas afiados.
Carinhosamente, ela passou os braços ao redor do pescoço de Alfadur e, quando o fez, ele sentiu o seu corpo inteiro enrijecer, tomado por um frio sobrenatural. Ele era incapaz de se movimentar, assim como a mulher, que agora estava tão perto dele que parecia respirar o mesmo ar que ele.
Raz'Ashid suspirou.
- Talvez Raz'Ashid não possa vencê-la. Mas seu amigo morrerá. Ou, talvez você seja capaz de salvá-lo. Se for rápida, poderia matar minha escrava de gelo antes que ela destruísse o coração dele, mas, se o fizer, ele irá perder um dos pulmões e, talvez, o próprio coração. A escolha é tua.
Estava sério. Deu as costas e começou a se afastar.
- Amarrem-nos. Perdemos tempos demais.
Sem delongas e acreditando que haviam vencido, os mercenários aproximaram-se de Niume para prender os seus braços e tomar suas armas.
O homem riu. Riu alto. Gargalhou de um jeito que apenas alguém temerário seria capaz. Ele balançou a cabeça em negativo, virou as costas e suspirou, com um certo ar de frustração.
- Raz'Ashid é tolo demais. E Raz'Ashid já está cansado disso. Alguém unifica as tribos do norte e Raz'Ashid não pode perder a possibilidades de negócios que surgem neste horizonte sangrento.
Seria bondoso. Sim, como era de se esperar de alguém cujos negócios vêem sempre em primeiro lugar, Raz'Ashid seria um homem bondoso porque é assim que ele faz os seus negócios, é assim que ele ganha dinheiro.
Niume, cujos sentidos estavam mais aguçados naquele momento, foi a primeira a perceber. Olhou próximo a Alfadur e notou que a mulher nãos mais estava no chão. Tomada por um desespero, buscou com seus olhos sua localização...
... quando a achou, foi tarde demais. A bela e jovem garota, que até então parecia indefesa e entregue a bandidos, agora estava atrás de Alfadur. Sua pele havia se tornada azulada, sua face havia ganho um aspecto escamoso, seus dentes e unhas afiados.
Carinhosamente, ela passou os braços ao redor do pescoço de Alfadur e, quando o fez, ele sentiu o seu corpo inteiro enrijecer, tomado por um frio sobrenatural. Ele era incapaz de se movimentar, assim como a mulher, que agora estava tão perto dele que parecia respirar o mesmo ar que ele.
Raz'Ashid suspirou.
- Talvez Raz'Ashid não possa vencê-la. Mas seu amigo morrerá. Ou, talvez você seja capaz de salvá-lo. Se for rápida, poderia matar minha escrava de gelo antes que ela destruísse o coração dele, mas, se o fizer, ele irá perder um dos pulmões e, talvez, o próprio coração. A escolha é tua.
Estava sério. Deu as costas e começou a se afastar.
- Amarrem-nos. Perdemos tempos demais.
Sem delongas e acreditando que haviam vencido, os mercenários aproximaram-se de Niume para prender os seus braços e tomar suas armas.
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Re: Para as Bordas da Criação
Ela cerrou os olhos ao ouvir o homem rir alto. Aquilo não era bom, uma risada como aquela após uma ameaça de alguém que era aparentemente mais forte nunca era um bom sinal. Os olhos eram pequenas fendas a encarar o ar de frustração que Raz’Ashid demonstrava. Antes, Niume teria usado qualquer outra ofensa, mas as ofensas já tinham sido feitas e não estava desposta a perguntar o que aquela risada significava.
Aquela pequena suspeita tornou-se uma certeza quando sentiu algo que não devia sentir. Uma energia que fez com que seus olhos virassem na direção de Alfadur e de onde a indefesa mulher moribunda devia estar. Os olhos se arregalaram com a ausência do corpo dela ali e a buscou desesperadamente. Desde a caverna, ela tinha imaginado que qualquer coisa que encontrassem pelo caminho podia ser uma armadilha. Tinha transformado esses pensamentos em palavras para o companheiro e mesmo assim, via-se agora, enroscada na mesma armadilha da qual o tinha alertado.
Ao ver a bela e jovem garota atrás dele, a pele em um tom azulado e o aspecto escamoso de sua face, quase reptiliana, o coração de Niume apertou-se de tal forma que nem sequer conseguiu xinga-lo por sempre tentar levar estranhos para casa, não conseguia nem mesmo pensar no típico “Eu avisei.”. Os olhos estavam vidrados nos dois, acompanhando os movimentos dos braços dela ao redor do pescoço dele.
O aperto dentro de si era tão grande que qualquer sinal da coragem do seu lado solar desapareceu. Não conseguia mais se sentir superior a todos eles, não conseguia mover-se para atacar não importando quantas mortes causasse ou de quem. Naquele instante, Niume sentiu-se como a garotinha de 12 anos antes, perdida no meio da tempestade, cegada pela neve, surda pelo som do vento, sentindo que o chão podia se abrir abaixo dos pés e engoli-la. A agonia era tão grande que as palavras saíram antes de qualquer pensamento.
-O quer para deixa-lo vivo... e inteiro??
Não havia arrogância, não havia superioridade. Apenas o desesperado na forma de sussurro.
Podia ter sido qualquer um, qualquer pessoa, que ela não teria se importado. Mas Alfadur era diferente. Ele era o mundo que ela conhecia. Era sua família, o coração que a mantinha firme, era o chão onde ela pisava. Para que ele pudesse viver, ela era capaz de dar qualquer coisa, era capaz de dar a própria vida.
A jovem não soltaria a espada antes de Raz’Ashid a respondesse e tão pouco se deixaria ser amarrada. Alfadur era o único que a faria entrar naquelas cordas, se estivesse claro, vivo e inteiro. Se ele morresse, Niume nada mais teria a perder e nenhuma importância teria para ela não atacar aquelas pessoas.
-O QUE QUER PARA DEIXA-LO VIVO E INTEIRO??
Disse mais alto, apertando a espada entre os dedos. Deixando claro que não ia deixar ser amarrada enquanto Alfadur não estivesse livre.
Aquela pequena suspeita tornou-se uma certeza quando sentiu algo que não devia sentir. Uma energia que fez com que seus olhos virassem na direção de Alfadur e de onde a indefesa mulher moribunda devia estar. Os olhos se arregalaram com a ausência do corpo dela ali e a buscou desesperadamente. Desde a caverna, ela tinha imaginado que qualquer coisa que encontrassem pelo caminho podia ser uma armadilha. Tinha transformado esses pensamentos em palavras para o companheiro e mesmo assim, via-se agora, enroscada na mesma armadilha da qual o tinha alertado.
Ao ver a bela e jovem garota atrás dele, a pele em um tom azulado e o aspecto escamoso de sua face, quase reptiliana, o coração de Niume apertou-se de tal forma que nem sequer conseguiu xinga-lo por sempre tentar levar estranhos para casa, não conseguia nem mesmo pensar no típico “Eu avisei.”. Os olhos estavam vidrados nos dois, acompanhando os movimentos dos braços dela ao redor do pescoço dele.
O aperto dentro de si era tão grande que qualquer sinal da coragem do seu lado solar desapareceu. Não conseguia mais se sentir superior a todos eles, não conseguia mover-se para atacar não importando quantas mortes causasse ou de quem. Naquele instante, Niume sentiu-se como a garotinha de 12 anos antes, perdida no meio da tempestade, cegada pela neve, surda pelo som do vento, sentindo que o chão podia se abrir abaixo dos pés e engoli-la. A agonia era tão grande que as palavras saíram antes de qualquer pensamento.
-O quer para deixa-lo vivo... e inteiro??
Não havia arrogância, não havia superioridade. Apenas o desesperado na forma de sussurro.
Podia ter sido qualquer um, qualquer pessoa, que ela não teria se importado. Mas Alfadur era diferente. Ele era o mundo que ela conhecia. Era sua família, o coração que a mantinha firme, era o chão onde ela pisava. Para que ele pudesse viver, ela era capaz de dar qualquer coisa, era capaz de dar a própria vida.
A jovem não soltaria a espada antes de Raz’Ashid a respondesse e tão pouco se deixaria ser amarrada. Alfadur era o único que a faria entrar naquelas cordas, se estivesse claro, vivo e inteiro. Se ele morresse, Niume nada mais teria a perder e nenhuma importância teria para ela não atacar aquelas pessoas.
-O QUE QUER PARA DEIXA-LO VIVO E INTEIRO??
Disse mais alto, apertando a espada entre os dedos. Deixando claro que não ia deixar ser amarrada enquanto Alfadur não estivesse livre.
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Re: Para as Bordas da Criação
Enquanto esperava pela resposta do homem, Alfadur mantinha aquele olhar severo mesmo que tal semblante não o afetasse como fez com seus homens. Era bom para Alfadur, satisfazia a si mesmo com tal comportamento. Porém, a surpresa lhe veio de modo aterrador quando sentiu um frio intenso que parecia extrapolar até mesmo sua resistência natural. Provavelmente, ele nunca sentira algo assim antes, pois nunca sentiu qualquer dificuldade em viver num ambiente gelado. Ele não teve tempo de virar-se para ver do que se tratava e sentiu-se ser abraçado pela mulher que antes parecia uma simples vítima de algozes, mas que se revelava como aliada daquele estranho homem de fala engraçada.
Alfadur cerrou os olhos sentindo aquele ar mais gelado e a criatura o envolvendo. Seu ímpeto era de contra-atacar, pois ainda tinha sua mão direita ao cabo da espada, mas por algum motivo, seu corpo não respondia aos seus desejos. Naquele momento, pouco lhe bastava a fazer, ao menos, enquanto sua mente deixava prevalecer a idéia de que ele não poderia se mexer enquanto a criatura de gelo o ameaçava com garras afiadas. Porém, mais desesperador que sentir-se incapaz de proteger a si mesmo era ouvir Niume exitar em não defender a si mesma por causa dele.
- NÃO SE ENTREGUE A ELE NIUME! - Gritou Alfadur que movia brevemente o rosto e os olhos na direção dela, pois ele não esperava que o estranho homem cumpriria qualquer acordo, não depois daquela armadilha.
- SEJA LIVRE E SALVE SUA VIDA! - Gritou mais uma vez, como se desse uma ordem, por mais que soubesse que Niume odiava segui-las. Para Alfadur, parecia claro que não havia lealdade alguma naquele homem. Se por um lado, ele se martirizava por ter sido generoso com alguém que o traira, ao mesmo tempo sentia uma raiva profunda movida por uma desgostosa sensação de arrependimento. Naqueles breves segundos, Alfadur lembrava-se das coisas que viu naquele pouco tempo na terra dos homens, o que fizeram em Haafingar, as visões de morte e vida, as escolhas feitas por todos, sua escolha... matar a si mesmo, matar seu "eu enlouquecido", o estranho felino a intimidar sombras, a estranha voz que o acusou.
Talvez, ele tivesse mesmo sido fraco... fraco por ser compassivo e acreditar que as pessoas ainda podem ser salvas, fraco por achar que ele poderia salvar outros como salvou aqueles que o seguiram desde os confins do mundo. Aquela estranha mulher foi alvo de sua compaixão e agora o ameaçava. Aquele homem estranho recebeu uma proposta digna como ato de bondade e retribuia com armadilhas e enganações. Alfadur fechou os olhos para aproveitar mais alguns breves segundos. Em seu íntimo, Alfadur esperava que Niume o ouvisse... e que desta vez ele estivesse certo, pois, que apenas ela sobrevivesse... era melhor que ambos serem presos por um estranho cruel.
Ora... se demonstrar compaixão para um estranho indefeso e para um inimigo declarado eram sinais de fraqueza, então não restava outra saída a não ser canalizar de sua alma a força necessária para expurgar aquele mal. O guerreiro outrora relutante teria de brandir sua espada mesmo em uma situação tão desconfortável, pois não podia ser derrotado por um golpe tão baixo como aquele. Talvez fosse necessário quase morrer, sentir profunda dor, o duro frio que jamais sentiu antes, seu corpo arriscado a ser traspaçado por garras, estar a um passo da linha da morte, para que Alfadur pudesse finalmente entender que aquele mundo não merecia alguém que o salvasse de si mesmo.
" - Se cada dia eu pensar algo diferente, que diferença isso fará amanhã? Por isso faço minhas promessas para estar sempre ciente de que devo cumpri-las." - Uma frase, sua alma cantando uma lúdica canção que aprendeu a criar por si mesmo onde a Realidade é frágil e quase inexistente, mas presa a um breve conceito que dá forma à própria Consciência. Existir é mais do que simplesmente respirar, sentir e viver, pois é fazer valer seus conceitos.
- Prometo que irei mata-la... - Murmurou baixo em meio àquela sensação de frio intenso, suficiente para que a mulher o ouvisse e tivesse certeza absoluta de que aquela promessa só não seria cumprida se alguém o fizesse antes dele ou se ele próprio morresse antes dela. Uma promessa para ser cumprida e motiva-lo a mudar os rumos daquela história. Alfadur abria os olhos e mais uma vez eles brilhariam como quando despertou daquela estátua em Haafingar, o homem simplório e crédulo que caiu em uma cruel armadilha revelava mais do que parecia ser mesmo depois de já ter demonstrado algum poder capaz de denuncia-lo como Anátema. Sua essência transparecia, brilhante e contundente, capaz de ferir os que por ali estivessem e se aproximassem, a começar, principalmente, pela mulher que o dominou. Ela o tinha em suas mãos como uma quase vítima indefesa, mas Alfadur a tinha com sua alma semi-divina a transbordar deste estranho poder. Ele não se renderia, não permitira que sua estimada Niume perdesse sua liberdade, não permitiria a si mesmo ser chamado de fraco, e aquela mulher seria a primeira a entender isto da pior maneira possível, ao menos este era o desejo de Alfadur.
Caso o despertar de sua essência fosse capaz de afastar a mulher ou simplesmente diminuir os efeitos daquele apresamento atípico, Alfadur moveria-se para se libertar e tentar girar sua espada contra ela a fim de corta-la horizontalmente. Do contrário, ela ainda sentiria os efeitos danosos daquela estranha demonstração de poder que era, acima de tudo, a vontade de Alfadur.
Alfadur cerrou os olhos sentindo aquele ar mais gelado e a criatura o envolvendo. Seu ímpeto era de contra-atacar, pois ainda tinha sua mão direita ao cabo da espada, mas por algum motivo, seu corpo não respondia aos seus desejos. Naquele momento, pouco lhe bastava a fazer, ao menos, enquanto sua mente deixava prevalecer a idéia de que ele não poderia se mexer enquanto a criatura de gelo o ameaçava com garras afiadas. Porém, mais desesperador que sentir-se incapaz de proteger a si mesmo era ouvir Niume exitar em não defender a si mesma por causa dele.
- NÃO SE ENTREGUE A ELE NIUME! - Gritou Alfadur que movia brevemente o rosto e os olhos na direção dela, pois ele não esperava que o estranho homem cumpriria qualquer acordo, não depois daquela armadilha.
- SEJA LIVRE E SALVE SUA VIDA! - Gritou mais uma vez, como se desse uma ordem, por mais que soubesse que Niume odiava segui-las. Para Alfadur, parecia claro que não havia lealdade alguma naquele homem. Se por um lado, ele se martirizava por ter sido generoso com alguém que o traira, ao mesmo tempo sentia uma raiva profunda movida por uma desgostosa sensação de arrependimento. Naqueles breves segundos, Alfadur lembrava-se das coisas que viu naquele pouco tempo na terra dos homens, o que fizeram em Haafingar, as visões de morte e vida, as escolhas feitas por todos, sua escolha... matar a si mesmo, matar seu "eu enlouquecido", o estranho felino a intimidar sombras, a estranha voz que o acusou.
Talvez, ele tivesse mesmo sido fraco... fraco por ser compassivo e acreditar que as pessoas ainda podem ser salvas, fraco por achar que ele poderia salvar outros como salvou aqueles que o seguiram desde os confins do mundo. Aquela estranha mulher foi alvo de sua compaixão e agora o ameaçava. Aquele homem estranho recebeu uma proposta digna como ato de bondade e retribuia com armadilhas e enganações. Alfadur fechou os olhos para aproveitar mais alguns breves segundos. Em seu íntimo, Alfadur esperava que Niume o ouvisse... e que desta vez ele estivesse certo, pois, que apenas ela sobrevivesse... era melhor que ambos serem presos por um estranho cruel.
Ora... se demonstrar compaixão para um estranho indefeso e para um inimigo declarado eram sinais de fraqueza, então não restava outra saída a não ser canalizar de sua alma a força necessária para expurgar aquele mal. O guerreiro outrora relutante teria de brandir sua espada mesmo em uma situação tão desconfortável, pois não podia ser derrotado por um golpe tão baixo como aquele. Talvez fosse necessário quase morrer, sentir profunda dor, o duro frio que jamais sentiu antes, seu corpo arriscado a ser traspaçado por garras, estar a um passo da linha da morte, para que Alfadur pudesse finalmente entender que aquele mundo não merecia alguém que o salvasse de si mesmo.
" - Se cada dia eu pensar algo diferente, que diferença isso fará amanhã? Por isso faço minhas promessas para estar sempre ciente de que devo cumpri-las." - Uma frase, sua alma cantando uma lúdica canção que aprendeu a criar por si mesmo onde a Realidade é frágil e quase inexistente, mas presa a um breve conceito que dá forma à própria Consciência. Existir é mais do que simplesmente respirar, sentir e viver, pois é fazer valer seus conceitos.
- Prometo que irei mata-la... - Murmurou baixo em meio àquela sensação de frio intenso, suficiente para que a mulher o ouvisse e tivesse certeza absoluta de que aquela promessa só não seria cumprida se alguém o fizesse antes dele ou se ele próprio morresse antes dela. Uma promessa para ser cumprida e motiva-lo a mudar os rumos daquela história. Alfadur abria os olhos e mais uma vez eles brilhariam como quando despertou daquela estátua em Haafingar, o homem simplório e crédulo que caiu em uma cruel armadilha revelava mais do que parecia ser mesmo depois de já ter demonstrado algum poder capaz de denuncia-lo como Anátema. Sua essência transparecia, brilhante e contundente, capaz de ferir os que por ali estivessem e se aproximassem, a começar, principalmente, pela mulher que o dominou. Ela o tinha em suas mãos como uma quase vítima indefesa, mas Alfadur a tinha com sua alma semi-divina a transbordar deste estranho poder. Ele não se renderia, não permitira que sua estimada Niume perdesse sua liberdade, não permitiria a si mesmo ser chamado de fraco, e aquela mulher seria a primeira a entender isto da pior maneira possível, ao menos este era o desejo de Alfadur.
Caso o despertar de sua essência fosse capaz de afastar a mulher ou simplesmente diminuir os efeitos daquele apresamento atípico, Alfadur moveria-se para se libertar e tentar girar sua espada contra ela a fim de corta-la horizontalmente. Do contrário, ela ainda sentiria os efeitos danosos daquela estranha demonstração de poder que era, acima de tudo, a vontade de Alfadur.
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Re: Para as Bordas da Criação
"Você irá falhar. Porque esta é a sua natureza. Você irá falhar, porque eu quero que você se quebre e irei quebrá-lo. Porque inteiro, você não me serve. Por isso, você irá falhar. Você irá falhar, porque é esta a minha vontade."
E pouco a pouco Alfadur passou a sentir a energia fluindo pelo seu corpo, como se todo o infinito fosse capaz de ser contido dentro do vasto universo que ele poderia vir a se tornar.
Niume não viu nada. A batalha de Alfadur era apenas dele com ele mesmo.
"Tua captora enrijeceu todos os teus músculos e contém todo o fluxo da tua essência. Contudo, ela é uma tola se pensa que pode te conter. Você pode forçar a tua essência a fluir e, se conseguir, estará livre para se movimentar. Seu espírito pagará um preço. E não se engane, o preço será alto. Você estará livre, mas não a salvo. E se for rápido e forte o suficiente, conseguirá enfrentar os teus inimigos por tempo o suficiente até que a tua protegida tente fugir."
"Tua captora controla o teu corpo. E o frio que ela traz, demanda um sacrificio. Se for forte o suficiente, você poderá forçar o seu caminho e se movimentar. Quando fizer isso, ela soprará o ar do norte dentro de você e quando isto acontecer, seu corpo pagará o preço. Os cães lhe atacarão, porque eles são ligados a ela, e você não conseguirá ajudar sua protegida e terá de confiar em sua habilidade."
"Agora escolha. Escolha como deseja falhar."
E pouco a pouco Alfadur passou a sentir a energia fluindo pelo seu corpo, como se todo o infinito fosse capaz de ser contido dentro do vasto universo que ele poderia vir a se tornar.
Niume não viu nada. A batalha de Alfadur era apenas dele com ele mesmo.
"Tua captora enrijeceu todos os teus músculos e contém todo o fluxo da tua essência. Contudo, ela é uma tola se pensa que pode te conter. Você pode forçar a tua essência a fluir e, se conseguir, estará livre para se movimentar. Seu espírito pagará um preço. E não se engane, o preço será alto. Você estará livre, mas não a salvo. E se for rápido e forte o suficiente, conseguirá enfrentar os teus inimigos por tempo o suficiente até que a tua protegida tente fugir."
"Tua captora controla o teu corpo. E o frio que ela traz, demanda um sacrificio. Se for forte o suficiente, você poderá forçar o seu caminho e se movimentar. Quando fizer isso, ela soprará o ar do norte dentro de você e quando isto acontecer, seu corpo pagará o preço. Os cães lhe atacarão, porque eles são ligados a ela, e você não conseguirá ajudar sua protegida e terá de confiar em sua habilidade."
"Agora escolha. Escolha como deseja falhar."
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Re: Para as Bordas da Criação
Naquele instante singular, Alfadur sentia-se mais uma vez transladado a uma outra realidade onde parecia competir consigo mesmo pela Verdade. De onde vinha aquela voz? Quem era aquele que o afrontava daquele modo? Seria mais uma imagem ou presença distorcida de uma existência maldita para si mesmo? Seria outra "coisa" a tentar influencia-lo? Primeiro, a condenação, como quem deseja oprimir e impor uma vontade. Depois, o que parecia ser opções a escolher. Era estranho ouvir aquilo em um instante tão distante do Tempo que fluía naturalmente naquele acampamento destruido. Talvez naquele mundo da sua mente, o Tempo não existisse como "lá fora", talvez... valesse a pena buscar alguma razão naquilo tudo.
" - Quem, é você que deseja que eu falhe? Não sou servo para que diga quando ou como devo fazer algo certo ou errado! Acha que irei falhar porque você quer?"
Questionou Alfadur que, obviamente, se enraivecia com tais dizeres mesmo em um cenário surreal. Talvez aquilo refletisse na Verdade exterior, onde ele estava preso pela estranha mulher e tentava se libertar daquela terrível armadilha. Para Alfadur, não havia mais outra escolha se não lutar e era isto o que fazia. Se a estranha voz sugeriu que ele poderia se livrar da mulher e confrontá-la, assim ele faria. O problema era escolher entre os males do corpo e os males do espírito. Se aquilo fosse mesmo verdade, de um jeito ou de outro ele teria de pagar algo para alcançar seu objetivo.
" - Ela não irá fugir, porque ela é livre para lutar por si mesma ainda que morra fazendo-o!"
Respondeu Alfadur, dando a entender que Niume não escolheria uma fuga. Ele sabia que não poderia protege-la enquanto não se livrasse da mulher e ainda sim, provavelmente ele não teria tempo de contrapor os outros lacaios de Razashid a tempo de evitar um confronto com Niume. Mas Alfadur acreditava que ela poderia ser capaz de defender a si mesma desde que ele próprio fizesse sua parte. Ele sabia que a fuga não era uma opção para sua companheira e teria de agir de modo que Niume tivesse mais chances de vencer sua parte naquele confronto. Ela não o deixaria para morrer, e ele não poderia sacrifica-la, por isso, ele teria de se sacrificar para que Niume tivesse tempo de vencer seus inimigos. Assim, Alfadur decidia por forçar ainda mais sua essência, pois assim ele poderia ferir a mulher mais duramente e facilitar as coisas para Niume. Provavelmente os males do espírito eram piores, mas ele preferia ferir sua própria alma a permitir que Niume fosse sacrificada. Se ele tivesse mesmo que falhar, era melhor que o fizesse consigo, e não com ela.
" - Quem, é você que deseja que eu falhe? Não sou servo para que diga quando ou como devo fazer algo certo ou errado! Acha que irei falhar porque você quer?"
Questionou Alfadur que, obviamente, se enraivecia com tais dizeres mesmo em um cenário surreal. Talvez aquilo refletisse na Verdade exterior, onde ele estava preso pela estranha mulher e tentava se libertar daquela terrível armadilha. Para Alfadur, não havia mais outra escolha se não lutar e era isto o que fazia. Se a estranha voz sugeriu que ele poderia se livrar da mulher e confrontá-la, assim ele faria. O problema era escolher entre os males do corpo e os males do espírito. Se aquilo fosse mesmo verdade, de um jeito ou de outro ele teria de pagar algo para alcançar seu objetivo.
" - Ela não irá fugir, porque ela é livre para lutar por si mesma ainda que morra fazendo-o!"
Respondeu Alfadur, dando a entender que Niume não escolheria uma fuga. Ele sabia que não poderia protege-la enquanto não se livrasse da mulher e ainda sim, provavelmente ele não teria tempo de contrapor os outros lacaios de Razashid a tempo de evitar um confronto com Niume. Mas Alfadur acreditava que ela poderia ser capaz de defender a si mesma desde que ele próprio fizesse sua parte. Ele sabia que a fuga não era uma opção para sua companheira e teria de agir de modo que Niume tivesse mais chances de vencer sua parte naquele confronto. Ela não o deixaria para morrer, e ele não poderia sacrifica-la, por isso, ele teria de se sacrificar para que Niume tivesse tempo de vencer seus inimigos. Assim, Alfadur decidia por forçar ainda mais sua essência, pois assim ele poderia ferir a mulher mais duramente e facilitar as coisas para Niume. Provavelmente os males do espírito eram piores, mas ele preferia ferir sua própria alma a permitir que Niume fosse sacrificada. Se ele tivesse mesmo que falhar, era melhor que o fizesse consigo, e não com ela.
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Re: Para as Bordas da Criação
E sua essência fluiu.
Alfadur era capaz de sentir cada centímetro de seu corpo se interligando a algo maior, algo infinito. Canaliza sua energia de maneira tão intensa, que não demorou para que seu anima começasse a transbordar, se chocando contra a natureza distorcida de sua captura.
Ali, naquele momento de conexão, Alfadur compreendeu que ela era como ele. Sua semelhança, sua natureza. Mas, ainda assim, completamente destacada. Se ele buscava a sua força nas escolhas que fazia, ela as encontrava na escravidão.
A mulher guinchou e algo no Escolhido lhe disse o que viria a acontecer. Sua essência explodiria e voltaria a fluir, trazendo os movimentos devolta para o seu corpo, bem como a plena liberdade de escolher, mais uma vez, como morrer ou viver.
E foi o que aconteceu.
Uma enorme explosão esmeralda iniciou no centro, onde os dois estavam. Uma coluna de luz se ergueu até o céu e, por um segundo, os frios ventos do norte cessaram. Os lobos uivaram, Razashid e seus homens recuaram um passo e Alfadur...
... Alfadur sentiu seu espírito se quebrar. Seus chakras explodiam internamente pelo tremendo esforço feito e hematomas enegrecidos surgiam nos pontos. Recuava, cambaleava até, finalmente, tombar. Seu corpo não mais respondia aos seus comandos e tudo o que ele era capaz de fazer era olhar um céu infindo sobre a sua cabeça.
"Você falhou."
A voz foi como a sentença de um Árbitro que determina o destino dos homens.
Quando a luminosidade diminuiu, Niume via a mulher que outrora mantinha Alfadur, transformada em uma estátua de gelo. Ao lado de seu companheiro, Raz'Ashid estava agachado, com uma faca em seu pescoço.
- Ora, ora... Raz'Ashid sabia que eram especiais. Mas RazAshid não sabia que ambos... não se preocupem, Raz'Ashid encontrará um preço adequado para vocês e os tratará bem. Agora...
Três homens se aproximaram por trás de Niume. Outros três ficaram entre ela e o Mercador de Escravos.
- Raz'Ashid diz que há uma guerra e que uma guerra precisa de bons soldados. Mas soldados apenas podem ser escravos da própria guerra. - ele olhou para Alfadur. Seu corpo tremia. A respiração era dificultosa - Você pode matar os três. Mas antes de chegar até Raz'Ashid, seu amigo terá o pescoço cortado. Então, renda-se.
E sorriu mais uma vez. Aquele sorriso certo, cheio de confiança. Aquele sorriso vitorioso, que seus homens estavam tão acostumados em vê-lo.
Alfadur era capaz de sentir cada centímetro de seu corpo se interligando a algo maior, algo infinito. Canaliza sua energia de maneira tão intensa, que não demorou para que seu anima começasse a transbordar, se chocando contra a natureza distorcida de sua captura.
Ali, naquele momento de conexão, Alfadur compreendeu que ela era como ele. Sua semelhança, sua natureza. Mas, ainda assim, completamente destacada. Se ele buscava a sua força nas escolhas que fazia, ela as encontrava na escravidão.
A mulher guinchou e algo no Escolhido lhe disse o que viria a acontecer. Sua essência explodiria e voltaria a fluir, trazendo os movimentos devolta para o seu corpo, bem como a plena liberdade de escolher, mais uma vez, como morrer ou viver.
E foi o que aconteceu.
Uma enorme explosão esmeralda iniciou no centro, onde os dois estavam. Uma coluna de luz se ergueu até o céu e, por um segundo, os frios ventos do norte cessaram. Os lobos uivaram, Razashid e seus homens recuaram um passo e Alfadur...
... Alfadur sentiu seu espírito se quebrar. Seus chakras explodiam internamente pelo tremendo esforço feito e hematomas enegrecidos surgiam nos pontos. Recuava, cambaleava até, finalmente, tombar. Seu corpo não mais respondia aos seus comandos e tudo o que ele era capaz de fazer era olhar um céu infindo sobre a sua cabeça.
"Você falhou."
A voz foi como a sentença de um Árbitro que determina o destino dos homens.
Quando a luminosidade diminuiu, Niume via a mulher que outrora mantinha Alfadur, transformada em uma estátua de gelo. Ao lado de seu companheiro, Raz'Ashid estava agachado, com uma faca em seu pescoço.
- Ora, ora... Raz'Ashid sabia que eram especiais. Mas RazAshid não sabia que ambos... não se preocupem, Raz'Ashid encontrará um preço adequado para vocês e os tratará bem. Agora...
Três homens se aproximaram por trás de Niume. Outros três ficaram entre ela e o Mercador de Escravos.
- Raz'Ashid diz que há uma guerra e que uma guerra precisa de bons soldados. Mas soldados apenas podem ser escravos da própria guerra. - ele olhou para Alfadur. Seu corpo tremia. A respiração era dificultosa - Você pode matar os três. Mas antes de chegar até Raz'Ashid, seu amigo terá o pescoço cortado. Então, renda-se.
E sorriu mais uma vez. Aquele sorriso certo, cheio de confiança. Aquele sorriso vitorioso, que seus homens estavam tão acostumados em vê-lo.
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Re: Para as Bordas da Criação
Sua promessa seria cumprida, era o que lhe importava... que Niume lutasse por sua própria vida, mas Alfadur arriscaria a dele para cumprir esta promessa. Seu estranho Poder, aquilo que o tornara diferente de um simples mortal ou mesmo de um filho de um monstro, aquilo que nascia dentro dele resplandeceu para impor sua vontade contra aquela mulher que o traira por pura servidão. A luz esverdeada riscou os céus, a imagen estranha e sublime das asas acolhedoras tomariam os corpos daqueles dois para finalmente desvanecerem-se enquanto a energia se dispersava. Não houve passos, nem mesmo um lamento. O corpo de Alfadur caía, ferido, inerte, mas sua promessa fora cumprida no momento em que seu alvo tornou-se inanimado, sem vida, pelo menos assim ele acreditava.
" - Ainda não terminou..."
Murmurou Alfadur consigo mesmo, como uma resposta à estranha voz que sempre o acusava. Talvez ele tenha falhado, mas seria com si próprio, pois Niume ainda tinha a chance de ser livre. Alfadur sacrificou a si mesmo para que sua estimada companheira tivesse uma chance de seguir em frente. Apesar de ter ignorado certos riscos, ele ainda acreditava que ao menos ela teria algum sucesso, já que não teria que lidar com aquela mulher de gelo, apenas com servos temerosos e um lider com ares de covarde.
Agora seus olhos se fechavam, pois não havia mais forças nele que mal conseguia respirar. Nem sequer sentia a lãmina afiada em seu pescoço, nem mesmo haveria espaço para algum lamento. Apenas descansou, esperou que a morte viesse ou qualquer outra coisa que caísse sobre ele.
" - Ainda não terminou..."
Murmurou Alfadur consigo mesmo, como uma resposta à estranha voz que sempre o acusava. Talvez ele tenha falhado, mas seria com si próprio, pois Niume ainda tinha a chance de ser livre. Alfadur sacrificou a si mesmo para que sua estimada companheira tivesse uma chance de seguir em frente. Apesar de ter ignorado certos riscos, ele ainda acreditava que ao menos ela teria algum sucesso, já que não teria que lidar com aquela mulher de gelo, apenas com servos temerosos e um lider com ares de covarde.
Agora seus olhos se fechavam, pois não havia mais forças nele que mal conseguia respirar. Nem sequer sentia a lãmina afiada em seu pescoço, nem mesmo haveria espaço para algum lamento. Apenas descansou, esperou que a morte viesse ou qualquer outra coisa que caísse sobre ele.
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Re: Para as Bordas da Criação
Niume estava disposta a se render. Tudo que ela tinha esperado, era um sinal do homem, uma garantia de que Alfadur sairia vivo. Um sinal teria sido o suficiente para que ela abaixasse sua espada e se rendesse, mas este sinal não veio, ao menos não de quem ela esperava que viesse. Foi Alfadur quem moveu-se primeiro e o sinal dele não era a rendição, era a luta. A essência dele fluiu, uma enorme explosão esmeralda que iniciou-se no centro de onde ele e a captora estavam, por um instante ela sentiu os ventos frios cessarem e os lobos uivaram junto ao guincho da mulher. A luz ergueu-se em uma coluna até o céu e quando os homens recuaram, ela atacou.
Não havia tempo para se surpreender com a incrível capacidade do companheiro ou de admirar as dimensões do poder que ele exibia. Um segundo podia ser tudo que teriam para mudar o destino traçado ali. Com a luz ainda explodindo no céu, Niume virou-se com agilidade, para rasgar a garganta do homem mais próximo a ela, o que tinha se aproximado antes para obriga-la a se render. Não precisava esperar que o corpo caísse para partir para o próximo, mas não houve tempo.
A luz cessou e com ela, Niume ouviu o som de um corpo caindo na neve. Ao virar-se e olhar Alfadur no chão, Raz’Ashid já estava ali, com a navalha junto ao pescoço dele. A mulher tinha virado uma estatua de gelo, morta como ela esperava que estivesse. Tudo tinha acontecido tão rápido que Niume não podia dizer como. O poder explodiu e extinguiu-se quase no mesmo instante. Junto com a luz, extinguiu-se também a chance de saírem dali juntos e voltarem para casa.
Alfadur vivia, do contrario o homem não usaria a vida dele como um escudo e se ainda vivia, então agora ela tinha apenas uma coisa a fazer. Render-se.
O mundo pareceu depositar um enorme peso em seus ombros magros e o peso aumentou quando a jovem atirou sua espada a frente, para que caísse na neve. Os olhos pareciam ver muita coisa se afundar ali além de uma lamina, mas havia algo que não podia afundar e por esse algo, ela pagaria o preço que fosse.
Raz’Ashid podia sorrir vitorioso, o sorriso dele era tão invisível quanto a ira nos olhos de tempestade da jovem. Ele podia ter vencido aquela batalha, mas a guerra ainda tinha muitas batalhas para serem vencidas. Naquele instante, tudo que Niume queria era que a lamina se afastasse do companheiro e que o homem cumprisse sua palavra, que deixasse Alfadur vivo.
Não havia tempo para se surpreender com a incrível capacidade do companheiro ou de admirar as dimensões do poder que ele exibia. Um segundo podia ser tudo que teriam para mudar o destino traçado ali. Com a luz ainda explodindo no céu, Niume virou-se com agilidade, para rasgar a garganta do homem mais próximo a ela, o que tinha se aproximado antes para obriga-la a se render. Não precisava esperar que o corpo caísse para partir para o próximo, mas não houve tempo.
A luz cessou e com ela, Niume ouviu o som de um corpo caindo na neve. Ao virar-se e olhar Alfadur no chão, Raz’Ashid já estava ali, com a navalha junto ao pescoço dele. A mulher tinha virado uma estatua de gelo, morta como ela esperava que estivesse. Tudo tinha acontecido tão rápido que Niume não podia dizer como. O poder explodiu e extinguiu-se quase no mesmo instante. Junto com a luz, extinguiu-se também a chance de saírem dali juntos e voltarem para casa.
Alfadur vivia, do contrario o homem não usaria a vida dele como um escudo e se ainda vivia, então agora ela tinha apenas uma coisa a fazer. Render-se.
O mundo pareceu depositar um enorme peso em seus ombros magros e o peso aumentou quando a jovem atirou sua espada a frente, para que caísse na neve. Os olhos pareciam ver muita coisa se afundar ali além de uma lamina, mas havia algo que não podia afundar e por esse algo, ela pagaria o preço que fosse.
Raz’Ashid podia sorrir vitorioso, o sorriso dele era tão invisível quanto a ira nos olhos de tempestade da jovem. Ele podia ter vencido aquela batalha, mas a guerra ainda tinha muitas batalhas para serem vencidas. Naquele instante, tudo que Niume queria era que a lamina se afastasse do companheiro e que o homem cumprisse sua palavra, que deixasse Alfadur vivo.
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Re: Para as Bordas da Criação
- Esperta. Raz'Ashid acha a garota esperta.
E estalou os dedos. O som ecoando em seu ouvido antes que Niume sentisse uma forte pancada em sua nuca e, com isso, sua consciência esmorecesse. Tudo ficou escuro e nada, não havia nada além daquela escuridão.
Abriu os olhos e viu, acima de si, um dos mercenários que acompanhavam Raz'Ashid. Ele olhava para frente e, quando a garota abriu os olhos, ele bateu contra a cabeça dela mais uma vez, levando-a a inconsciência novamente.
"Eu a escolhi. Porque há grandes coisas em seu futuro."
Olhava para si mesma através de um espelho pálido, monocromático.
"A escolhi. Então lembre-se, que o que você tem foi dado. Para que pudesse alcançar destinos maiores."
Mais uma vez ela abriu os olhos e estava presa a correntes em seu punho e seus tornozelos, mantendo-s próximos. As algemas eram de aço.
Alfadur também estava lá, mas ao contrário dela, o homem estava enclausurado dentro de uma gaiola. Ainda desacordado, parecia em situação mais precária. Estava pálido e sua respiração era tão dolorosa que Niume era capaz de senti-la doer.
Ao redor, haviam outras doze pessoas algemadas e presas a ela. Homens, mulheres e crianças, interligados por uma única corrente.
- É um bom lote.
Um dos homens havia dito. Em seus olhos, era possível ver como ele esperava ansiosamente para que o dinheiro da venda fosse dividida.
- Sim. O Leão do Norte pagará bem pelos escravos e pelas armas que levamos. Cê vai ver.
Adormeceu novamente.
Quando acordou, estava sentada, com outros escravos sentados próximos, em um círculo. Havia um prato de alguma gosma cinzenta que deveria ser comida, bem como uma tigela com água, para ser divida por todos.
Alfadur estava ainda na mesma gaiola sobre uma carroça. Numa gaiola ao lado, uma mulher com cara de poucos amigos e com traços tipicos dos selvagens do norte, permanecia, em silêncio.
__
Para Alfadur, a viagem fora curta. Sem sonhos. Apenas o vazio, uma sensação de angústia que o tomava e lhe dizia que havia algo faltando dentro dele, alguma coisa. Sentia sua essência "escapar" pelos seus poros, sem que fosse capaz de fazer qualquer coisa para deter. Sentia o peso dos seus erros e do sacrifício.
Mergulhado na escuridão, ele despertou apenas tempos depois, com algemas nos pulsos e tornozelos, dentro de uma pequena gaiola.
E estalou os dedos. O som ecoando em seu ouvido antes que Niume sentisse uma forte pancada em sua nuca e, com isso, sua consciência esmorecesse. Tudo ficou escuro e nada, não havia nada além daquela escuridão.
Abriu os olhos e viu, acima de si, um dos mercenários que acompanhavam Raz'Ashid. Ele olhava para frente e, quando a garota abriu os olhos, ele bateu contra a cabeça dela mais uma vez, levando-a a inconsciência novamente.
"Eu a escolhi. Porque há grandes coisas em seu futuro."
Olhava para si mesma através de um espelho pálido, monocromático.
"A escolhi. Então lembre-se, que o que você tem foi dado. Para que pudesse alcançar destinos maiores."
Mais uma vez ela abriu os olhos e estava presa a correntes em seu punho e seus tornozelos, mantendo-s próximos. As algemas eram de aço.
Alfadur também estava lá, mas ao contrário dela, o homem estava enclausurado dentro de uma gaiola. Ainda desacordado, parecia em situação mais precária. Estava pálido e sua respiração era tão dolorosa que Niume era capaz de senti-la doer.
Ao redor, haviam outras doze pessoas algemadas e presas a ela. Homens, mulheres e crianças, interligados por uma única corrente.
- É um bom lote.
Um dos homens havia dito. Em seus olhos, era possível ver como ele esperava ansiosamente para que o dinheiro da venda fosse dividida.
- Sim. O Leão do Norte pagará bem pelos escravos e pelas armas que levamos. Cê vai ver.
Adormeceu novamente.
Quando acordou, estava sentada, com outros escravos sentados próximos, em um círculo. Havia um prato de alguma gosma cinzenta que deveria ser comida, bem como uma tigela com água, para ser divida por todos.
Alfadur estava ainda na mesma gaiola sobre uma carroça. Numa gaiola ao lado, uma mulher com cara de poucos amigos e com traços tipicos dos selvagens do norte, permanecia, em silêncio.
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Para Alfadur, a viagem fora curta. Sem sonhos. Apenas o vazio, uma sensação de angústia que o tomava e lhe dizia que havia algo faltando dentro dele, alguma coisa. Sentia sua essência "escapar" pelos seus poros, sem que fosse capaz de fazer qualquer coisa para deter. Sentia o peso dos seus erros e do sacrifício.
Mergulhado na escuridão, ele despertou apenas tempos depois, com algemas nos pulsos e tornozelos, dentro de uma pequena gaiola.
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Re: Para as Bordas da Criação
Os segundos finais daquele embate inesperado seriam tragicamente reveladores a Alfadur. O Império às margens da decadência em seus jogos de Poder diante de um trono vazio, pois sua rainha desapareceu. Uma fortaleza a resistir contra a tirania destes imperiais, arrebanhando seguidores por todo Leste. Tempestades nos mares sem fim, profecias de destruição total nas terras de fogo, como se todo o mundo se preparasse para grandes e terríveis mudanças.
As visões do Norte eram de fato as piores, pois ele viu o monstro-urso de Haafingar a seguir em direção às mais altas montanhas. Por breves segundos, Alfadur lembraria-se do breve momento com Hector... talvez fosse o povo dele a ser o próximo alvo da fúria daquele ser terrível. Em seguida, o curioso Lider de inúmeras tribos a inspirar multidões em uma luta contra sabe-se lá o que. Naquele momento ele temeu pelos seus, pois não sabia que a sua pequena casa seria atingida por esta terrível guerra. Via também o mascarado com seus demonios que simplesmente ia embora para qualquer lugar.
Um breve lapso e agora Alfadur via também as pessoas que conheceu em Haafingar passarem por grandes apuros. Cada um com seus problemas a derramar sangue de inocentes, atacar, ser atacado, ferir e ser ferido, falhar, ser incapaz, perder-se em um emaranhado de possibilidades onde poucas pareciam dignas de trazer Esperança. O fim, incerto e difuso, apenas aumentava a sensação de ansiedade... o que ou quem devoararia tudo afinal? Finalmente adormeceu para não sonhar, não sentir, não chorar, apenas para um despertar futuro em uma condição que, mais uma vez, Alfadur teria de lutar muito para nega-la.
Despertou, seu corpo ainda doía, ainda havia marcas em sua pele como se ele tivesse sido açoitado, mas na verdade eram as marcas de sua própria Essência após aquele último golpe que matou a mulher de gelo. Alfadur moveu-se devagar para sentar-se e ouviu o barulho dos grilhões. Seus olhos se focaram mais, enxergava agora o que estava próximo e via, bem como sentia, as algemas a prende-lo numa corrente. Olhou em volta e viu que estava numa gaiola de ferro. Apenas os grilhões não bastavam. Olhou para o lado e viu outra mulher presa em outra gaiola, sem saber quem era, até acreditou que poderia ser Niume. Forçou a visão para enxergar melhor, agora, percebendo que se tratava de outra pessoa, obviamente, insatisfeita com a sua condição.
" - Você que fala comigo e só critica, bem que poderia ajudar agora, não?" - Reclamou Alfadur, falando baixinho consigo mesmo, como se questionasse aquela voz interior que vivia acusando-o, que parecia feliz em ve-lo cair em desgraça. Alfadur moveu-se timidamente para outro lado a fim de observar melhor o ambiente onde estavam, pois procurava Niume com os olhos tentando reconhece-la entre os outros prisioneiros.
As visões do Norte eram de fato as piores, pois ele viu o monstro-urso de Haafingar a seguir em direção às mais altas montanhas. Por breves segundos, Alfadur lembraria-se do breve momento com Hector... talvez fosse o povo dele a ser o próximo alvo da fúria daquele ser terrível. Em seguida, o curioso Lider de inúmeras tribos a inspirar multidões em uma luta contra sabe-se lá o que. Naquele momento ele temeu pelos seus, pois não sabia que a sua pequena casa seria atingida por esta terrível guerra. Via também o mascarado com seus demonios que simplesmente ia embora para qualquer lugar.
Um breve lapso e agora Alfadur via também as pessoas que conheceu em Haafingar passarem por grandes apuros. Cada um com seus problemas a derramar sangue de inocentes, atacar, ser atacado, ferir e ser ferido, falhar, ser incapaz, perder-se em um emaranhado de possibilidades onde poucas pareciam dignas de trazer Esperança. O fim, incerto e difuso, apenas aumentava a sensação de ansiedade... o que ou quem devoararia tudo afinal? Finalmente adormeceu para não sonhar, não sentir, não chorar, apenas para um despertar futuro em uma condição que, mais uma vez, Alfadur teria de lutar muito para nega-la.
Despertou, seu corpo ainda doía, ainda havia marcas em sua pele como se ele tivesse sido açoitado, mas na verdade eram as marcas de sua própria Essência após aquele último golpe que matou a mulher de gelo. Alfadur moveu-se devagar para sentar-se e ouviu o barulho dos grilhões. Seus olhos se focaram mais, enxergava agora o que estava próximo e via, bem como sentia, as algemas a prende-lo numa corrente. Olhou em volta e viu que estava numa gaiola de ferro. Apenas os grilhões não bastavam. Olhou para o lado e viu outra mulher presa em outra gaiola, sem saber quem era, até acreditou que poderia ser Niume. Forçou a visão para enxergar melhor, agora, percebendo que se tratava de outra pessoa, obviamente, insatisfeita com a sua condição.
" - Você que fala comigo e só critica, bem que poderia ajudar agora, não?" - Reclamou Alfadur, falando baixinho consigo mesmo, como se questionasse aquela voz interior que vivia acusando-o, que parecia feliz em ve-lo cair em desgraça. Alfadur moveu-se timidamente para outro lado a fim de observar melhor o ambiente onde estavam, pois procurava Niume com os olhos tentando reconhece-la entre os outros prisioneiros.
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Re: Para as Bordas da Criação
Niume não parecia ver nenhuma graça nas palavras do homem, nem mesmo quando ele a chamou de esperta, era obvio para ela que as intenções iam muito além de um pequeno elogio para uma escolha que não tinha sido de fato, uma escolha.
Os dedos dele estalaram e no instante seguinte, o mundo dela escureceu. Niume perdeu a consciencia ao receber a pancada, caindo no escuro de um mundo do qual não lembrou de nada quando abriu os olhos. Viu acima de si, um dos mercenários que acompanhavam Raz’shid, ele não parecia olhar para ela e por isso não pensou que havia acontecido algo. Não teve tempo também de reparar nas sensações do corpo, assim que o homem a notou de olhos abertos, ele bateu nela outra vez e tudo voltou a ser escuro.
Desta vez, o mundo escuro ganhou vozes. Ela ouvia a voz feminina enquanto olhava a própria imagem refletida em um espelho pálido e sem cores.
"Eu a escolhi. Porque há grandes coisas em seu futuro."
"A escolhi. Então lembre-se, que o que você tem foi dado. Para que pudesse alcançar destinos maiores."
Destinos maiores..Pareceu repetir quando tornou a abrir os olhos, desta vez presa a correntes pelos punhos e tornozelos, mantendo-os próximos o suficiente para dificultar a maioria dos movimentos. Ela demorou alguns segundos para se localizar ali, perceber Alfadur preso em uma gaiola. A aparência dele era precária que Niume podia sentir a dor dele cada vez que ele respirava. Se pudesse, ela teria trocado de lugar com ele, mas ao menos, ele ainda estava vivo.
Ao redor dela, haviam outras pessoas, algemadas e presas pela mesma corrente. Niume olhou a todos, principalmente as crianças e sentiu apenas mais raiva, agora desejava a cabeça de Raz’shid em uma lança e não apenas algum membro que o impedisse de matar outra vez. Ela o queria morto, mas agora não conseguia pensar em nada que não fosse Alfadur.
Das pessoas ali, os olhos cerrados foram para os homens que conversavam como se as pessoas ali fossem algumas cabeças de ovelha. Não encarou-os por muito tempo, desviou os olhos antes que eles pudessem nota-la olhando. Não soube dizer quanto tempo ficou acordada até adormecer novamente, mas adormeceu e dessa vez, novamente não havia nada além da escuridão.
Quando acordou, estava sentada com os outros escravos próximos, em um círculo. Havia um prato de alguma gosma cinzenta que deveria ser comida, bem como uma tigela com água, para ser divida por todos. Ela não faria nenhuma questão daquela massa cinzenta, qualquer criança ou pessoa com mais fome poderia ficar com a parte que era dela. Da agua também não queria nada agora. Não sabia o que podiam ter colocado na comida, nem mesmo se aquilo era algo que podiaser chamado assim.
Ela passou os olhos pelo novo lugar até achar a gaiola onde o homem estava preso, algemado como se as grades não fossem o suficiente. Ao lado dele, uma mulher com traços típicos dos selvagens do norte. Niume o viu acordar e remexeu-se levemente nas algemas para sentar-se um pouco melhor. Não pode resistir a chamar por ele com um sussurro um pouco mais alto.
-Aldafur.... ei, aqui!!
Chamaria ela, claro, se nao houvesse nenhum dos mercenários por perto, precisava ouvir dele que estava vivo o suficiente para continuarem ali até terem uma chance melhor.
Os dedos dele estalaram e no instante seguinte, o mundo dela escureceu. Niume perdeu a consciencia ao receber a pancada, caindo no escuro de um mundo do qual não lembrou de nada quando abriu os olhos. Viu acima de si, um dos mercenários que acompanhavam Raz’shid, ele não parecia olhar para ela e por isso não pensou que havia acontecido algo. Não teve tempo também de reparar nas sensações do corpo, assim que o homem a notou de olhos abertos, ele bateu nela outra vez e tudo voltou a ser escuro.
Desta vez, o mundo escuro ganhou vozes. Ela ouvia a voz feminina enquanto olhava a própria imagem refletida em um espelho pálido e sem cores.
"Eu a escolhi. Porque há grandes coisas em seu futuro."
"A escolhi. Então lembre-se, que o que você tem foi dado. Para que pudesse alcançar destinos maiores."
Destinos maiores..Pareceu repetir quando tornou a abrir os olhos, desta vez presa a correntes pelos punhos e tornozelos, mantendo-os próximos o suficiente para dificultar a maioria dos movimentos. Ela demorou alguns segundos para se localizar ali, perceber Alfadur preso em uma gaiola. A aparência dele era precária que Niume podia sentir a dor dele cada vez que ele respirava. Se pudesse, ela teria trocado de lugar com ele, mas ao menos, ele ainda estava vivo.
Ao redor dela, haviam outras pessoas, algemadas e presas pela mesma corrente. Niume olhou a todos, principalmente as crianças e sentiu apenas mais raiva, agora desejava a cabeça de Raz’shid em uma lança e não apenas algum membro que o impedisse de matar outra vez. Ela o queria morto, mas agora não conseguia pensar em nada que não fosse Alfadur.
Das pessoas ali, os olhos cerrados foram para os homens que conversavam como se as pessoas ali fossem algumas cabeças de ovelha. Não encarou-os por muito tempo, desviou os olhos antes que eles pudessem nota-la olhando. Não soube dizer quanto tempo ficou acordada até adormecer novamente, mas adormeceu e dessa vez, novamente não havia nada além da escuridão.
Quando acordou, estava sentada com os outros escravos próximos, em um círculo. Havia um prato de alguma gosma cinzenta que deveria ser comida, bem como uma tigela com água, para ser divida por todos. Ela não faria nenhuma questão daquela massa cinzenta, qualquer criança ou pessoa com mais fome poderia ficar com a parte que era dela. Da agua também não queria nada agora. Não sabia o que podiam ter colocado na comida, nem mesmo se aquilo era algo que podiaser chamado assim.
Ela passou os olhos pelo novo lugar até achar a gaiola onde o homem estava preso, algemado como se as grades não fossem o suficiente. Ao lado dele, uma mulher com traços típicos dos selvagens do norte. Niume o viu acordar e remexeu-se levemente nas algemas para sentar-se um pouco melhor. Não pode resistir a chamar por ele com um sussurro um pouco mais alto.
-Aldafur.... ei, aqui!!
Chamaria ela, claro, se nao houvesse nenhum dos mercenários por perto, precisava ouvir dele que estava vivo o suficiente para continuarem ali até terem uma chance melhor.
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Re: Para as Bordas da Criação
Não houve resposta. A voz era silenciosa, um silêncio incômodo que diria a ele que agora ele estava por si e que era sua obrigação sair de uma situação como aquela.
Algo, dentro de si, dizia que aqueles grilhões não deveriam ser capazes de prender um deus. Menos ainda, um deus esperto.
Enquanto isso, Niume retornava a realidade. O prisioneiro ao seu lado pareceu compreender que a garot anão pretendia se alimentar. Com rapidez, ele pegou, com os braços unidos e com alguma dificuldade, a tigela com comida e passou a devorá-la vorazmente, como um animal.
Haviam três guardas próximos, conversando entre si. Vez ou outra olhavam para os prisioneiros mas, ao menos de início, não se importavam com eventuais conversas. Raz'Ashid não era visto em qualquer lugar próximo, e escravos carregando barris que pareciam extremamente pesados, afastavam-se da direção do acampamento.
Algo, dentro de si, dizia que aqueles grilhões não deveriam ser capazes de prender um deus. Menos ainda, um deus esperto.
Enquanto isso, Niume retornava a realidade. O prisioneiro ao seu lado pareceu compreender que a garot anão pretendia se alimentar. Com rapidez, ele pegou, com os braços unidos e com alguma dificuldade, a tigela com comida e passou a devorá-la vorazmente, como um animal.
Haviam três guardas próximos, conversando entre si. Vez ou outra olhavam para os prisioneiros mas, ao menos de início, não se importavam com eventuais conversas. Raz'Ashid não era visto em qualquer lugar próximo, e escravos carregando barris que pareciam extremamente pesados, afastavam-se da direção do acampamento.
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Re: Para as Bordas da Criação
Sem resposta, só o silencio trágico em sua mente. Aquela voz só o perturbava em momentos de maior tensão, tentando ludibria-lo e sugerir sempre o pior, ao menos, parecia... com todas aquelas acusações e atos de zombaria, como se em momento algum desejasse realmente ajuda-lo. Chegava a ser engraçado este fato, como se Alfadur fosse possuído por um demonio interior, um estranho em sua alma a incomoda-lo até que tudo parecesse perdido e depois sumir sem qualquer outro "bom conselho".
Agora ele estava só naquela gaiola até ouvir o chamado tímido de Niume acorrentada entre os demais. Alfadur segurou firme as grades da gaiola, desejava sair dali e tirar Niume daquela condição, mas naquele instante, por mais que houvesse algo nele que dissesse para impor sua vontade sobre todos os seus algozes, Alfadur sabia que ainda não era possível... ainda não.
- Você está bem? - Perguntou ele sem gritar, apenas falou para que ela ouvisse. Uma pergunta quase retórica, afinal, ninguém poderiase sentir bem amarrado daquele jeito, mas ao menos ela estava viva o que o deixou aliviado. Alfadur olhou com mais atenção ao seu redor para notar que havia apenas 3 guardas e um monte de escravos presos. Também notavam outros escravos retirando cargas pesadas dali e levando para longe, mas ele ainda não podia se dar ao luxo de preocupar-se com o que seria aquilo. Por fim, olhou para o lado a fim de ver a outra pessoa que estava numa gaiola semelhante à dele, a observava a principio para tentar avaliar melhor suas condições, se possuia um semblante minimamente amigavel, se parecia inspirar um minimo de confiança, se parecia desiludida ou apenas furiosa, enfim, talvez ele tivesse algum plano para alguem que, assim como ele, pareceu perigoso demais a ponto de merecer uma cela própria.
Agora ele estava só naquela gaiola até ouvir o chamado tímido de Niume acorrentada entre os demais. Alfadur segurou firme as grades da gaiola, desejava sair dali e tirar Niume daquela condição, mas naquele instante, por mais que houvesse algo nele que dissesse para impor sua vontade sobre todos os seus algozes, Alfadur sabia que ainda não era possível... ainda não.
- Você está bem? - Perguntou ele sem gritar, apenas falou para que ela ouvisse. Uma pergunta quase retórica, afinal, ninguém poderiase sentir bem amarrado daquele jeito, mas ao menos ela estava viva o que o deixou aliviado. Alfadur olhou com mais atenção ao seu redor para notar que havia apenas 3 guardas e um monte de escravos presos. Também notavam outros escravos retirando cargas pesadas dali e levando para longe, mas ele ainda não podia se dar ao luxo de preocupar-se com o que seria aquilo. Por fim, olhou para o lado a fim de ver a outra pessoa que estava numa gaiola semelhante à dele, a observava a principio para tentar avaliar melhor suas condições, se possuia um semblante minimamente amigavel, se parecia inspirar um minimo de confiança, se parecia desiludida ou apenas furiosa, enfim, talvez ele tivesse algum plano para alguem que, assim como ele, pareceu perigoso demais a ponto de merecer uma cela própria.
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Re: Para as Bordas da Criação
Niume não se importou que o homem pegasse sua tigela e a devorasse vorazmente, devia sentir muito mais fome do que ela não tinha naquele momento. Os olhos dela estavam em Alfadur, verificando o estado dele e qualquer possível machucado, não que ela fosse conseguir fazer qualquer coisa caso ele estivesse ferido.
-Eu estou bem... não se preocupa. E você? Não.. não parece muito bem...
Disse ela, mexendo levemente as mãos algemadas, obviamente incomodada pelas correntes que a prendiam daquela forma. Os olhos passaram em seguida por todo o lugar, observando os 3 guardas e os escravos presos, também aqueles que passavam carregando coisas para um lado e para o outro. Podia começar a pensar em maneiras de escapar, sem ninguém para ameaçar Alfadur pelas costas, ela podia tentar ascender a essência outra vez, e matar o que ou quem quer que fosse, sem se importar, como não tinha se importado na floresta. Mas as algemas ainda a prendiam e não sabia se os dons recebidos eram capazes de cuidar também daquela parte.
Um leve suspiro e logo apoiou a cabeça na parede, olhando o olhar de Alfadur sobre a mulher presa ali. Talvez a mania irritante dele de falar com estranhos pudesse ser bem útil agora, para estar em uma gaiola, ela não devia ser tão inofensiva.
-Ela esta bem?
Perguntou, como se desse um pequeno empurrão para que Alfadur falasse com ela. Foi quando as vozes também chegaram a seus ouvidos. Não faziam muito sentindo no inicio, até Niume perceber-se como parte do que era falado. A pequena hipótese de se esconderem na neve e no castelo de gelo parecia não mais fazer parte das opções, mas então, fazer oque? Ir atrás da mulher e do homem que tinham seguido com o estranho? E para que?
-Qual a nossa missão?
Perguntou ela a voz, talvez cabeça dura demais para querer ir a um mundo que não os queria. Mas queria ir atrás do urso, antes que ele pudesse ferir aqueles que protegiam, antes que ele causasse mal novamente a outra cidade e a outras pessoas inocentes.
-Eu estou bem... não se preocupa. E você? Não.. não parece muito bem...
Disse ela, mexendo levemente as mãos algemadas, obviamente incomodada pelas correntes que a prendiam daquela forma. Os olhos passaram em seguida por todo o lugar, observando os 3 guardas e os escravos presos, também aqueles que passavam carregando coisas para um lado e para o outro. Podia começar a pensar em maneiras de escapar, sem ninguém para ameaçar Alfadur pelas costas, ela podia tentar ascender a essência outra vez, e matar o que ou quem quer que fosse, sem se importar, como não tinha se importado na floresta. Mas as algemas ainda a prendiam e não sabia se os dons recebidos eram capazes de cuidar também daquela parte.
Um leve suspiro e logo apoiou a cabeça na parede, olhando o olhar de Alfadur sobre a mulher presa ali. Talvez a mania irritante dele de falar com estranhos pudesse ser bem útil agora, para estar em uma gaiola, ela não devia ser tão inofensiva.
-Ela esta bem?
Perguntou, como se desse um pequeno empurrão para que Alfadur falasse com ela. Foi quando as vozes também chegaram a seus ouvidos. Não faziam muito sentindo no inicio, até Niume perceber-se como parte do que era falado. A pequena hipótese de se esconderem na neve e no castelo de gelo parecia não mais fazer parte das opções, mas então, fazer oque? Ir atrás da mulher e do homem que tinham seguido com o estranho? E para que?
-Qual a nossa missão?
Perguntou ela a voz, talvez cabeça dura demais para querer ir a um mundo que não os queria. Mas queria ir atrás do urso, antes que ele pudesse ferir aqueles que protegiam, antes que ele causasse mal novamente a outra cidade e a outras pessoas inocentes.
Niume- Usuário
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