Introdução: Deuses e Homens
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Above and Beyond :: Play By Post: Storyteller System (White Wolf) :: Exalted: Deuses e Homens :: Per Ardua Ad Astra (Cenário) :: Introdução: A Solidão dos Homens
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Niume observou em silencio todo o desenrolar da situação. Manter-se calada diante do que acontecia era um enorme desafio para sua personalidade explosiva, ainda mais quando o assunto era o preconceito estupido e ignorante com aqueles por quem ela tinha enorme apreço e admiração. Podia silenciar os lábios, mas não podia desviar os olhos, que cozinhavam o guarda em uma panela de magma fervente. Calada, a jovem observou o outro, covarde exatamente como pensou que fosse, nervoso com a possibilidade de estar em menor numero diante de uma caravana de “defeituosos”, como ele teria dito se pudesse. Se fossem corajosos e treinados o suficiente, estariam na guarda principal, vigiando alguém importante, e não nos portões durante o festival, guardando armas. O nervosismo do outro guarda fez ate mesmo com que surgisse um sorriso pelo canto dos lábios dela.
Por fim, o guarda pareceu ceder as palavras levemente iluminadas do outro e voltou a posição ereta, dando a eles passagem para dentro da cidade. Niume olhou Alfadur e deu de ombros ao ouvi-lo.
-Quase posso apostar que são todos assim....
Ela o olhou e depois deu alguns passos a frente, iniciando sua caminhada para dentro da cidade. Ao passar pelo guarda que segurava o bastão, ela o encarou e passou os dedos da mão direita sobre os pelos negros que lhe envolviam o ombro esquerdo, batendo-os ali como se retirasse qualquer poeira da pelagem brilhante. Em seguida seguiu em frente, afastando-se de seu próprio grupo e das pessoas ali. Era melhor deixar Alfadur sozinho para cuidar do que queria, já que irritada como estava, acabaria apenas atrapalhando qualquer tentativa de socialização do mestre com outra pessoa que demonstrasse o mesmo preconceito.
Além do mais, sozinha ela podia cobrir quase todas as tendas mais rápido do que se ficasse junto de todos, e havia coisas demais que ela queria ver no menor tempo possível. A curiosidade era imensa e precisava ser saciada. Queria observar as pessoas, os objetos, as construções... Por seus olhos em cada coisa que não tinha visto antes, ou ao menos, que não se lembrava de ter visto. Encontraria Alfadur apenas quando terminasse de olhar tudo.
Por fim, o guarda pareceu ceder as palavras levemente iluminadas do outro e voltou a posição ereta, dando a eles passagem para dentro da cidade. Niume olhou Alfadur e deu de ombros ao ouvi-lo.
-Quase posso apostar que são todos assim....
Ela o olhou e depois deu alguns passos a frente, iniciando sua caminhada para dentro da cidade. Ao passar pelo guarda que segurava o bastão, ela o encarou e passou os dedos da mão direita sobre os pelos negros que lhe envolviam o ombro esquerdo, batendo-os ali como se retirasse qualquer poeira da pelagem brilhante. Em seguida seguiu em frente, afastando-se de seu próprio grupo e das pessoas ali. Era melhor deixar Alfadur sozinho para cuidar do que queria, já que irritada como estava, acabaria apenas atrapalhando qualquer tentativa de socialização do mestre com outra pessoa que demonstrasse o mesmo preconceito.
Além do mais, sozinha ela podia cobrir quase todas as tendas mais rápido do que se ficasse junto de todos, e havia coisas demais que ela queria ver no menor tempo possível. A curiosidade era imensa e precisava ser saciada. Queria observar as pessoas, os objetos, as construções... Por seus olhos em cada coisa que não tinha visto antes, ou ao menos, que não se lembrava de ter visto. Encontraria Alfadur apenas quando terminasse de olhar tudo.
Niume- Usuário
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Alfadur não estava muito preocupado com o breve sumiço de Niume. Ele sabia bem o quanto a garota era curiosa e como ela queria ir até Haafingar ver tudo o que pudesse ver e, quem sabe, tocar e experimentar daquele ambiente novo e diferente. Ao menos ela não corria o risco de ser mal vista como o resto do grupo de Alfadur, exceto claro, se aprontasse alguma coisa pela cidade. Após sair daquela taverna onde conversou com Hector Alfadur olhou os arredores, talvez até procurando por Niume que nao parecia estar dentro de seu campo de visão.
" - Espero que ela esteja bem... e feliz fazendo o que sempre sonhou..."
Murmurou baixo consigo mesmo, claro que falava de Niume, lembrava das peripércies da mocinha em sua terra o que o fazia sorrir aparentemente sem motivo. Então resolveu caminhar pela cidade, observava o que era oferecido e vendido, os preparativos para os festejos que ele não tinha a menor idéia de como seria. Havia uma certa tensão nele, pois a aposta era muito grande para quem veio de tão longe com grande sentimento de esperança em sua alma. Alfadur teria de ser forte para suportar prováveis afrontas, teria de manter sua mente limpa de qualquer sentimento ruím. Logo um de seus servos viria para aborda-lo, pois não achava seguro que seu senhor andasse por aí sozinho numa terra onde muitos não o veriam com bons olhos. Alfadur aceitou de bom grado aquele cuidado de seu servo e permitiu que este o acompanhasse já que Niume estava por aí e longe de suas vistas.
Logo eles notariam um ambiente diferenciado que parecia representar algo maior para aquelas pessoas. Um templo, lugar onde se adoravam divindades ou, seres que se atribuiam um status divino. Não importava... Alfadur nao conhecia os deuses da Criação, mas conheceu os deuses do Caos. Talvez não fossem parecidos, mas poderiam ter alguma semelhança, já que de um modo ou de outro, colocavam as pessoas a seus pés, prostradas em adoração.
Alfadur cerrou um pouco os olhos, mas teria de eliminar esta sensação de preconceito, afinal, nao poderia julgar os deuses daquele povo nem seus adoradores. Não faria o mesmo que alguns fizeram com ele na entrada da cidade. Alfadur apenas fitou seu servo, fez um sinal para que este o acompanhasse, e agora caminhava na direção do templo, agora com um semblante mais brando.
" - Espero que ela esteja bem... e feliz fazendo o que sempre sonhou..."
Murmurou baixo consigo mesmo, claro que falava de Niume, lembrava das peripércies da mocinha em sua terra o que o fazia sorrir aparentemente sem motivo. Então resolveu caminhar pela cidade, observava o que era oferecido e vendido, os preparativos para os festejos que ele não tinha a menor idéia de como seria. Havia uma certa tensão nele, pois a aposta era muito grande para quem veio de tão longe com grande sentimento de esperança em sua alma. Alfadur teria de ser forte para suportar prováveis afrontas, teria de manter sua mente limpa de qualquer sentimento ruím. Logo um de seus servos viria para aborda-lo, pois não achava seguro que seu senhor andasse por aí sozinho numa terra onde muitos não o veriam com bons olhos. Alfadur aceitou de bom grado aquele cuidado de seu servo e permitiu que este o acompanhasse já que Niume estava por aí e longe de suas vistas.
Logo eles notariam um ambiente diferenciado que parecia representar algo maior para aquelas pessoas. Um templo, lugar onde se adoravam divindades ou, seres que se atribuiam um status divino. Não importava... Alfadur nao conhecia os deuses da Criação, mas conheceu os deuses do Caos. Talvez não fossem parecidos, mas poderiam ter alguma semelhança, já que de um modo ou de outro, colocavam as pessoas a seus pés, prostradas em adoração.
Alfadur cerrou um pouco os olhos, mas teria de eliminar esta sensação de preconceito, afinal, nao poderia julgar os deuses daquele povo nem seus adoradores. Não faria o mesmo que alguns fizeram com ele na entrada da cidade. Alfadur apenas fitou seu servo, fez um sinal para que este o acompanhasse, e agora caminhava na direção do templo, agora com um semblante mais brando.
Dønø_da_Wyrm- Usuário
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Re: Introdução: Deuses e Homens
- Nós precisamos levar o ritual em frente, Artheus.
- Mas eu não quero.
- Você precisa.
- Kruziik, se ele não deseja...
- Ele não tem de desejar. Ele precisa.
___
Ah, o cheiro. O aroma dos condimentos espalhavam-se por toda Haafingar. Seus habitantes e convidados comiam, divertiam-se enquanto aguardavam pelo momento da comunhão com a divindade trazida pelo Guardião Esmeralda.
A cidade tinha aquele aspecto interiorano, seus moradores detentores daquele jeito provinciano que os filhos da cidade grande achavam uma graça. Pareciam timidos, desconfiados e desinteressados por qualquer coisa que não fosse sobre eles.
As risadas ecoavam, as diversões e a bebida derramada sobre o chão de pedra. A tarde seria alegre e farta. Haveria de ser.
___
- Kruziik... você tem certeza que está pronto para fazer isso?
- ...
- Kruziik?!
- SILÊNCIO! Eu ouvi da primeira vez que me chamou.
___
Um trovão rugiu no céu, anunciando o que poderia ser uma chuva. Não que isto importasse. Os habitantes de Haafingar gostavam da sensação de liberdade e pureza que um evento como aquele trazia. Não seria uma chuvinha que estragaria.
___
- Você se parece com um deus, Guardião.
- Você sabe que acaba de falar uma blasfêmia, senhor, não sabe?
___
A noite já caia e as fogueiras erguiam-se altas. No centro da cidade, uma pira maior se erguia. Dizia-se que aquela deveria ser alta para que pudesse chamar a atenção.
E ela ergue-se diante da multidão, fazendo sua voz ser ouvida e, quando o fez, trouxe silêncio à multidão, como se ordenasse através de entonações que todos se curvassem.
Uma promessa aos jovens que talvez não tivessem a oportunidade de ver um amanhã. Uma canção cantada por aqueles que vieram antes e morreram vitimados pela idade, pela guerra, pelo trabalho árduo, pela natureza.
Enquanto as chamas crepitavam, o Guardião Esmeralda começava a descer a escada que levava para o templo. Ao seu lado esquerdo a Voz dos Antigos, ao seu lado direito, O Ancião. Mais atrás, com uma expressão demasiadamente séria, vinha Ledaal Sora.
O Guardião parecia pouco mais que uma criança. Com olhos verdes profundos e densos, que ganhavam um brilho quase sobrenatural diante da tocha que o Ancião trazia consigo. Trajava vestes cerimoniais, semelhantes a um kimono também verde, com detalhas carmin. Andava graciosamente, com um jeito quase feminino.
Quando chegou à praça principal, seguiu o seu caminho em direção à pedra mais alta. Em sua mão, um cajado de carvalho, cuja ponta havia sido talhada na imagem de um dragão com uma esfera esverdeada entre os dentes.
E o silêncio caiu novamente como um manto denso e escuro.
Todos os habitantes, todos os visitantes que tinham conhecimento daquela solenidade, da espiritualidade que ali era envolvida, agora estavam prostrados de joelho diante da escadaria. No topo, apenas o Guardião e a Voz dos Antigos. O primeiro permanecia de pé sobre um círculo desenhado no chão. O segundo havia dado as costas e agora se curvava diante de uma espada que carregava consigo. Com seu enorme e pesado martelo, Voz dos Antigos começou a bater contra a arma e, ao fazê-lo, o som do choque de metal contra espírito ecoava por toda Haafingar.
- Mas eu não quero.
- Você precisa.
- Kruziik, se ele não deseja...
- Ele não tem de desejar. Ele precisa.
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Ah, o cheiro. O aroma dos condimentos espalhavam-se por toda Haafingar. Seus habitantes e convidados comiam, divertiam-se enquanto aguardavam pelo momento da comunhão com a divindade trazida pelo Guardião Esmeralda.
A cidade tinha aquele aspecto interiorano, seus moradores detentores daquele jeito provinciano que os filhos da cidade grande achavam uma graça. Pareciam timidos, desconfiados e desinteressados por qualquer coisa que não fosse sobre eles.
As risadas ecoavam, as diversões e a bebida derramada sobre o chão de pedra. A tarde seria alegre e farta. Haveria de ser.
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- Kruziik... você tem certeza que está pronto para fazer isso?
- ...
- Kruziik?!
- SILÊNCIO! Eu ouvi da primeira vez que me chamou.
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Um trovão rugiu no céu, anunciando o que poderia ser uma chuva. Não que isto importasse. Os habitantes de Haafingar gostavam da sensação de liberdade e pureza que um evento como aquele trazia. Não seria uma chuvinha que estragaria.
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- Você se parece com um deus, Guardião.
- Você sabe que acaba de falar uma blasfêmia, senhor, não sabe?
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A noite já caia e as fogueiras erguiam-se altas. No centro da cidade, uma pira maior se erguia. Dizia-se que aquela deveria ser alta para que pudesse chamar a atenção.
Nós bebemos à nossa juventude, aos dias que virão.
E ela ergue-se diante da multidão, fazendo sua voz ser ouvida e, quando o fez, trouxe silêncio à multidão, como se ordenasse através de entonações que todos se curvassem.
Pois a era da agressão apenas começou.
Uma promessa aos jovens que talvez não tivessem a oportunidade de ver um amanhã. Uma canção cantada por aqueles que vieram antes e morreram vitimados pela idade, pela guerra, pelo trabalho árduo, pela natureza.
Nós afastaremos os demônios e traremos devolta o que é nosso.
Enquanto as chamas crepitavam, o Guardião Esmeralda começava a descer a escada que levava para o templo. Ao seu lado esquerdo a Voz dos Antigos, ao seu lado direito, O Ancião. Mais atrás, com uma expressão demasiadamente séria, vinha Ledaal Sora.
Com nosso sangue e nosso aço, tomaremos devolta o que é nosso.
O Guardião parecia pouco mais que uma criança. Com olhos verdes profundos e densos, que ganhavam um brilho quase sobrenatural diante da tocha que o Ancião trazia consigo. Trajava vestes cerimoniais, semelhantes a um kimono também verde, com detalhas carmin. Andava graciosamente, com um jeito quase feminino.
Nós somos os filhos da Lookshy e pela nossa vida lutamos.
Quando chegou à praça principal, seguiu o seu caminho em direção à pedra mais alta. Em sua mão, um cajado de carvalho, cuja ponta havia sido talhada na imagem de um dragão com uma esfera esverdeada entre os dentes.
Até o dia que todos nós morrermos.
E o silêncio caiu novamente como um manto denso e escuro.
Todos os habitantes, todos os visitantes que tinham conhecimento daquela solenidade, da espiritualidade que ali era envolvida, agora estavam prostrados de joelho diante da escadaria. No topo, apenas o Guardião e a Voz dos Antigos. O primeiro permanecia de pé sobre um círculo desenhado no chão. O segundo havia dado as costas e agora se curvava diante de uma espada que carregava consigo. Com seu enorme e pesado martelo, Voz dos Antigos começou a bater contra a arma e, ao fazê-lo, o som do choque de metal contra espírito ecoava por toda Haafingar.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Hector estava - inesperadamente, veja bem - ao lado de Charlie. Havia convencido, com muito esforço, a criança a assistir o festival junto dele. "Veja bem, Charlie. Não é só coisa de religião e de espíritos. É uma coisa da cultura do pessoal. E conhecer a cultura dos outros não só é demais, como pode te ajudar em muita coisa. Até nessas missões malucas que você inventa de fazer por aí", havia sido um dos argumentos que, provavelmente, melhor havia funcionado com seu protegido.
Tinha a barba e o bigode, na região próxma aos lábios, ligeiramente sujos da espuma da cerveja quente e caseira, feita em mistura com algumas especiarias e um tanto apimentada que vinha tomando já fazia algumas horas. Tinha o rosto branco um tanto avermelhado pelo começo dos sintomas da bebedeira. Havia arranjado um espaço bem a frente, e vestia-se um pouco melhor do que era de seu costume, afim de "honrar" o festival - botas grossas de couro cinzento, estufadas, na parte interna, com lã. Calças de couro também grossas, mas negras, e um cinto com uma fivela prateada, em formato de montanha. O torço era coberto por um gibão marrom-escuro de couro fervido, e as costas eram cobertas por um pesado manto negro, com pleagem branca-acizentada no topo, afim de lhe aquecer o pescoço nu de cabelos.
Quando veio o trovão, Hector riu, balançando a caneca no ar, derrubando algumas gotas. - Para você também, bastardo! - gritou, risonho e meio tonto. Havia, com muito esforço, conseguido liberar os guardas de seu dever e agora eles, muito provavel, estavam espalhados pela confusão.
Gostava das fogueiras, Hector. Gostava do som do fogo, gostava do calor. - Consegue ver as salamandras? - perguntou para Charlie, depois de dar-lkhe um tapa no ombro, indicando a fogueira que começava a ser montada. - Elas ficam por perto de onde o fogo vai nascer, antes mesmo dele nascer. Coisinhas espertas elas são! - exclamou.
Quando ela finalmente se ergueu e o silêncio dominou o lugar, Hector silenciou-se também, de modo respeitoso. Matou o resto da cerveja e jogou o caneco de ceramica no chão, deixando que se quebrasse, para então prestar atenção - e suprimir um arroto. Observou o Guardião Esmeralda, seu aspecto feminino, seu aspecto de rapazote verde. Era ele, que veneravam? Era uma criança, diabos! Por que diabos adoravam uma criança!? Esperava conseguir ver e entender,a té o fim do festival.
Observou Voz dos Antigos também. Era ele a fonte do frio, não era? Respirou fundo. Parecia ser um sujeito extremamente desagradavel, ele pensava. Extremamente desagradavel.
Ajoelhou-se - com alguma dificuldade - quando todos o fizeram. Era uma questão de respeito, afinal de contas. Respeitar a cultura deles, mesmo que,a té aquele instante, não a entendesse completamente. Diria para Charlie fazê-lo também, caso não parecesse disposta.
Tinha a barba e o bigode, na região próxma aos lábios, ligeiramente sujos da espuma da cerveja quente e caseira, feita em mistura com algumas especiarias e um tanto apimentada que vinha tomando já fazia algumas horas. Tinha o rosto branco um tanto avermelhado pelo começo dos sintomas da bebedeira. Havia arranjado um espaço bem a frente, e vestia-se um pouco melhor do que era de seu costume, afim de "honrar" o festival - botas grossas de couro cinzento, estufadas, na parte interna, com lã. Calças de couro também grossas, mas negras, e um cinto com uma fivela prateada, em formato de montanha. O torço era coberto por um gibão marrom-escuro de couro fervido, e as costas eram cobertas por um pesado manto negro, com pleagem branca-acizentada no topo, afim de lhe aquecer o pescoço nu de cabelos.
Quando veio o trovão, Hector riu, balançando a caneca no ar, derrubando algumas gotas. - Para você também, bastardo! - gritou, risonho e meio tonto. Havia, com muito esforço, conseguido liberar os guardas de seu dever e agora eles, muito provavel, estavam espalhados pela confusão.
Gostava das fogueiras, Hector. Gostava do som do fogo, gostava do calor. - Consegue ver as salamandras? - perguntou para Charlie, depois de dar-lkhe um tapa no ombro, indicando a fogueira que começava a ser montada. - Elas ficam por perto de onde o fogo vai nascer, antes mesmo dele nascer. Coisinhas espertas elas são! - exclamou.
Quando ela finalmente se ergueu e o silêncio dominou o lugar, Hector silenciou-se também, de modo respeitoso. Matou o resto da cerveja e jogou o caneco de ceramica no chão, deixando que se quebrasse, para então prestar atenção - e suprimir um arroto. Observou o Guardião Esmeralda, seu aspecto feminino, seu aspecto de rapazote verde. Era ele, que veneravam? Era uma criança, diabos! Por que diabos adoravam uma criança!? Esperava conseguir ver e entender,a té o fim do festival.
Observou Voz dos Antigos também. Era ele a fonte do frio, não era? Respirou fundo. Parecia ser um sujeito extremamente desagradavel, ele pensava. Extremamente desagradavel.
Ajoelhou-se - com alguma dificuldade - quando todos o fizeram. Era uma questão de respeito, afinal de contas. Respeitar a cultura deles, mesmo que,a té aquele instante, não a entendesse completamente. Diria para Charlie fazê-lo também, caso não parecesse disposta.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Niume não saberia dizer quanto tempo levou para ver as coisas pelo caminho, ela chutaria que não muito, já que além das pessoas, as coisas oferecidas não eram nada muito atraente e para observar pessoas, podia fazer isso a qualquer instante e de qualquer lugar, inclusive na companhia de Alfadur. Pensava se ele estaria tendo problemas para seguir sozinho pela multidão de humanos, já que sempre que tinha algum problema trancava-se no quarto. Não queria pensar nele tendo problemas ali, não que de fato ele tivesse, Alfadur era mil vezes mais calmo que a jovem, ele saberia se controlar enquanto era mais fácil que ela atirasse a navalha alguém. Mas Niume gostava de imaginar que a companhia o ajudava ou talvez pensasse isso para não assumir o leve medo de que ele fosse embora e a deixasse para trás.
A jovem pegou uma fruta pelo caminho e foi voltando com os passos na direção de onde tinha vindo, as vezes virando em algum lugar novo, se fisse algo que a atraísse. Imaginava que o mestre, naquele passo de “os homens sábios não tem pressa” não estaria muito embrenhado na cidade. Enquanto seguia, os olhos buscavam por qualquer um dos seus, buscando os trajes brancos por entre as pessoas. A jovem teve que andar um pouco mais do que havia imaginado ate vislumbrar a sombra do mestre alguns passos a frente dela. Niume aproximou-se dele, posicionando-se ao lado oposto de onde o servo estava.
-Não é como eu imaginava..
Disse ela, como se tivesse estado sempre caminhando ao lado dele. Ela deu uma mordida na fruta, que já era a segunda e em seguida olhou a frente.
-Isto é o que chamam de templo?
Não havia um templo no castelo construído sob a montanha, havia apenas neve. Observar aquela construção atraiu o olhar mais curioso da jovem, que agora acompanhava Alfadur na direção da cerimonia. Niume não sabia nada sobre aquilo, nunca tinha visto ou participado de nada que se assemelhasse ao que acontecia ali e o mestre não parecia muito inclinado a seguir a multidão. Não tinham olhos gentis sobre eles ali desde que os guardas os barraram no portao, uma suspeita basta para que todos desconfiem que a verdade é a pior possível. Ela achava que se fizessem como os moradores e seguidores do ritual, que se participassem com eles, melhorariam um pouco a imagem e talvez conseguissem um pouco menos de desconfiança se todos pensassem que acreditavam e seguiam os mesmos deuses.
Mesmo que Alfadur se mostrasse relutante, Niume não abriria mao de que fizessem isso e só desistiria quando fossem juntos, o que foi tão difícil. A jovem e o homem, o servo também se desejasse, iriam ate onde a multidão estava e em silencio, ela copiaria o que fizessem, seguindo os costumes e os gestos das pessoas ali. Ficava ajoelhada e os olhos fixos nas pessoas em pé sobre a escadaria. Tinha um brilho empolgante nos olhos, agora sim vendo algo que superava as historias.
A jovem pegou uma fruta pelo caminho e foi voltando com os passos na direção de onde tinha vindo, as vezes virando em algum lugar novo, se fisse algo que a atraísse. Imaginava que o mestre, naquele passo de “os homens sábios não tem pressa” não estaria muito embrenhado na cidade. Enquanto seguia, os olhos buscavam por qualquer um dos seus, buscando os trajes brancos por entre as pessoas. A jovem teve que andar um pouco mais do que havia imaginado ate vislumbrar a sombra do mestre alguns passos a frente dela. Niume aproximou-se dele, posicionando-se ao lado oposto de onde o servo estava.
-Não é como eu imaginava..
Disse ela, como se tivesse estado sempre caminhando ao lado dele. Ela deu uma mordida na fruta, que já era a segunda e em seguida olhou a frente.
-Isto é o que chamam de templo?
Não havia um templo no castelo construído sob a montanha, havia apenas neve. Observar aquela construção atraiu o olhar mais curioso da jovem, que agora acompanhava Alfadur na direção da cerimonia. Niume não sabia nada sobre aquilo, nunca tinha visto ou participado de nada que se assemelhasse ao que acontecia ali e o mestre não parecia muito inclinado a seguir a multidão. Não tinham olhos gentis sobre eles ali desde que os guardas os barraram no portao, uma suspeita basta para que todos desconfiem que a verdade é a pior possível. Ela achava que se fizessem como os moradores e seguidores do ritual, que se participassem com eles, melhorariam um pouco a imagem e talvez conseguissem um pouco menos de desconfiança se todos pensassem que acreditavam e seguiam os mesmos deuses.
Mesmo que Alfadur se mostrasse relutante, Niume não abriria mao de que fizessem isso e só desistiria quando fossem juntos, o que foi tão difícil. A jovem e o homem, o servo também se desejasse, iriam ate onde a multidão estava e em silencio, ela copiaria o que fizessem, seguindo os costumes e os gestos das pessoas ali. Ficava ajoelhada e os olhos fixos nas pessoas em pé sobre a escadaria. Tinha um brilho empolgante nos olhos, agora sim vendo algo que superava as historias.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Algo importante…Vaan controlava sua respiração e enrolou lentamente a bandana de sangue seco nas sua mão machucada. Seus olhos estavam fixos em um ponto, enquanto seus pensamentos percorriam por todas as visões que tivera “lá”...Chegou a cair com um dos joelhos no chão. Segurou sua cabeça e sentiu o sangue escorrer por seu nariz. Fechou seus olhos com força, enquanto tentava assimilar tudo o que passava na sua cabeça. Todo aquele sangue, os gritos, os inocentes sendo dilacerados, a traição que se seguia...
Sua mão foi ao chão, para tomar força para se levantar. Primeiro foi seu rosto, que percorreu o quarto e nada vira além da bacia vazia de água. Depois levantou-se devagar, com medo de perder o equilíbrio. Não ter nada para ela, não sentir o caminho seguro que antes tinha deixava a garota apavorada e ela sentia seus membros tremerem. Sua insegurança gritava em seu ouvido e ela só conseguia ouvi-la. Tinha perguntas, mas quem seria capaz de respondê-las? Vaan passou os dedos nas escamas de seu rosto. Engoliu o choro e levantou-se por completo. Mesmo perdida, não poderia ficar para sempre na cabana. Respirou fundo e sentiu o fluxo do destino seguir. Por mais que agora fosse um barco a deriva, deveria segui-lo. Abriu a porta.
O cheiro de comida era forte e vinha do centro da pequena aldeia. As pessoas começavam a se aglomerar e Vaan andava cambaleante entre os homens e mulheres que alegremente dançavam, conversavam e comiam. Alguns faziam suas orações e se ajoelhavam de tempos em tempos. Os velhos pediam bênçãos para os filhos e as crianças corriam entre as saias de suas mães. Vaan passava e empurrava gentilmente os que ficavam na sua frente. Seu olhar estava ainda turvo e suas pernas não obedeciam.
-Iron... – Vaan tinha vagas imagens de Iron em sua mente. Do que ele dissera antes de sua partida, do que encontraria, o que enfrentaria.... Fechou os olhos e imagens do passado, futuro, presente - todos - se misturavam. Ela cobriu sua boca com as costas da mão, enquanto passava.
Parou de repente ao ouvir o nome ecoar em sua mente. Apesar da dor de cabeça, a jovem não demonstrou nenhum tipo de incomodo. Talvez fosse por seu treinamento, que a deixaram acostumada a esse tipo de coisa. Vaan aproximou-se do templo, sentindo o frio aumentar. Cerrou os punhos e olhava firme adiante.
Sua mão foi ao chão, para tomar força para se levantar. Primeiro foi seu rosto, que percorreu o quarto e nada vira além da bacia vazia de água. Depois levantou-se devagar, com medo de perder o equilíbrio. Não ter nada para ela, não sentir o caminho seguro que antes tinha deixava a garota apavorada e ela sentia seus membros tremerem. Sua insegurança gritava em seu ouvido e ela só conseguia ouvi-la. Tinha perguntas, mas quem seria capaz de respondê-las? Vaan passou os dedos nas escamas de seu rosto. Engoliu o choro e levantou-se por completo. Mesmo perdida, não poderia ficar para sempre na cabana. Respirou fundo e sentiu o fluxo do destino seguir. Por mais que agora fosse um barco a deriva, deveria segui-lo. Abriu a porta.
O cheiro de comida era forte e vinha do centro da pequena aldeia. As pessoas começavam a se aglomerar e Vaan andava cambaleante entre os homens e mulheres que alegremente dançavam, conversavam e comiam. Alguns faziam suas orações e se ajoelhavam de tempos em tempos. Os velhos pediam bênçãos para os filhos e as crianças corriam entre as saias de suas mães. Vaan passava e empurrava gentilmente os que ficavam na sua frente. Seu olhar estava ainda turvo e suas pernas não obedeciam.
-Iron... – Vaan tinha vagas imagens de Iron em sua mente. Do que ele dissera antes de sua partida, do que encontraria, o que enfrentaria.... Fechou os olhos e imagens do passado, futuro, presente - todos - se misturavam. Ela cobriu sua boca com as costas da mão, enquanto passava.
Parou de repente ao ouvir o nome ecoar em sua mente. Apesar da dor de cabeça, a jovem não demonstrou nenhum tipo de incomodo. Talvez fosse por seu treinamento, que a deixaram acostumada a esse tipo de coisa. Vaan aproximou-se do templo, sentindo o frio aumentar. Cerrou os punhos e olhava firme adiante.
Última edição por Valkyrja em Dom Fev 05 2012, 23:32, editado 2 vez(es)
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Voz dos Antigos era como um gigante em meio a mortais. O enorme urso, cujo corpo maciço inspirava o terror que apenas um demônio de gelo traria ao campo de batalha, caminhava e movimentava-se em um profundo e fúnebre silêncio, deixando pegadas esbranquiçadas para trás e uma sensação térmica fria por onde passava. Não foi surpresa quando todo o ambiente tornou-se mais frio.
O silêncio pouco a pouco começou a ser tomado pelo som das preces baixas e sussurradas dos habiantes de Haafingar e seus convidados. Enquanto a Noite Infinda se estendia e as chamas crepitavam com a imagem dos antigos, o guardião esmeralda permanecia de pé sobre o círculo ritualístico.
A criança, que parecia pequena demais para carregar consigo um cajado tão grande, ergueu o objeto ao alto e, ao fazê-lo, a multidão sussurrou "Krosis". Ele o girou no alto e quando o fez, a multidão sussurrou "Krosis".
Enquanto isso, o martelo continuava a chocar-se contra o ferro, em um som seco. Cada pancada parecia ressoar no próprio mundo espiritual.
- Pai!
Uma mulher gritou e, em seguida, começou a chorar. Um choro forte, desesperado. Ninguém a acolheu.
Os convidados sentiam. Sentiam que havia algo a mais. Sentiam que o véu que separava o mundo dos vivos do mundo dos mortos, havia se tornado mais fino. Os mais sensíveis seriam capazes de ver vultos, imagens esbranquiçadas, surgindo e desaparecendo.
No alto, o Guardião baixou o braço e bateu com a outra ponta do cajado no chão e, quando ele fez, o brilho se intensificou.
- Levemos-lhes socorro e celebremos a sua memória. Ó divindade dos homens, desfaça teus vínculos e reconcilia-te com o eterno.
- Retornem ao eterno.
"Krosis. Krosis"
Os gritos de dor e desespero irrompiam pela noite, as lágrimas, o choro incontido, o pedido para que os mortos seguissem e retornassem ao ciclo da encarnação, que se unissem, novamente, ao Lethe.
Contudo... algo estava errado. As imagens dos espíritos daqueles que já se foram começavam a se tornar mais vivida.
Na mente dos convidados (leia-se players) um grito implodiu em sua mente. Um grito desesperador na forma da palavra "Meyye".
O silêncio pouco a pouco começou a ser tomado pelo som das preces baixas e sussurradas dos habiantes de Haafingar e seus convidados. Enquanto a Noite Infinda se estendia e as chamas crepitavam com a imagem dos antigos, o guardião esmeralda permanecia de pé sobre o círculo ritualístico.
A criança, que parecia pequena demais para carregar consigo um cajado tão grande, ergueu o objeto ao alto e, ao fazê-lo, a multidão sussurrou "Krosis". Ele o girou no alto e quando o fez, a multidão sussurrou "Krosis".
Enquanto isso, o martelo continuava a chocar-se contra o ferro, em um som seco. Cada pancada parecia ressoar no próprio mundo espiritual.
- Pai!
Uma mulher gritou e, em seguida, começou a chorar. Um choro forte, desesperado. Ninguém a acolheu.
Os convidados sentiam. Sentiam que havia algo a mais. Sentiam que o véu que separava o mundo dos vivos do mundo dos mortos, havia se tornado mais fino. Os mais sensíveis seriam capazes de ver vultos, imagens esbranquiçadas, surgindo e desaparecendo.
No alto, o Guardião baixou o braço e bateu com a outra ponta do cajado no chão e, quando ele fez, o brilho se intensificou.
- Levemos-lhes socorro e celebremos a sua memória. Ó divindade dos homens, desfaça teus vínculos e reconcilia-te com o eterno.
- Retornem ao eterno.
"Krosis. Krosis"
Os gritos de dor e desespero irrompiam pela noite, as lágrimas, o choro incontido, o pedido para que os mortos seguissem e retornassem ao ciclo da encarnação, que se unissem, novamente, ao Lethe.
Contudo... algo estava errado. As imagens dos espíritos daqueles que já se foram começavam a se tornar mais vivida.
Na mente dos convidados (leia-se players) um grito implodiu em sua mente. Um grito desesperador na forma da palavra "Meyye".
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Alfadur realmente estava proximo do templo e quando as pessoas saíram lá de dentro, pessoas que transpareciam alguma imponencia em diversos aspectos, ele as observou atentamente. Ouviu alguns sussurros na multidão que denunciavam nomes e alcunhas. "Voz dos Antigos", "Guardião Esmeralda"... eles deviam ser as fontes de inspiração daquele povo. Claro que Voz dos Antigos chamou-lhe a atenção... MUITO... afinal, o que era aquilo? Lembrava até mesmo algumas bestas que ele viu nos confins do mundo, e isso o deixava um tanto... contrariado... não pelo grande urso em si, mas porque ele e os seus foram hostilizado por diferenças aparentemente menores, bem menores, que as apresentadas por aquela pessoa. Claro que Alfadur certamente não conhecia todas as curvas envolvendo tal questão, já que havia motivos para aquele sujeito estar ali e ser respeitado, assim como as outras figuras marcantes que o acompanhavam.
Niume chegava agora e Alfadur a recebia com um singelo sorriso. " - Oi Niume...". Cumprimentou-a e depois dispensou o servo que o acompanhava, enquanto iniciou uma caminhada junto de Niume para mais perto de onde ocorreriam todas aquelas cerimonias.
" - Parece que não está muito contente ou empolgada com o que viu... não é mesmo? "
Ele sorriu um pouco levando a mao direita ao rosto dela e fez um leve afago, emseguida olhou o que ela olhava ne acabou balançando a cabeça negativamente.
" - Sim... mas eu também não conheço templos... nós não temos templos porque não adoramos deuses... "
Explicou a ela porque não havia um templo em seu lar além das montanhas. Quando Niume moveu-se para ajoelhar-se, Alfadur percebeu que todos ali o faziam. Ajoelhar-se... prostrar-se diante de alguém, aquilo não lhe trazia boas lembranças, mas se todos o faziam, era melhor engolir o choro e dançar conforme a música. O trovão não pareceu incomoda-lo, mas as batidas dali ressoavam em seu ouvido, fortes como os sons bizarros e medonhos que ouvia além das freonteiras do mundo. Alfadur nada entendia daquilo, mas mantinha a discrição em ser um mero coadjuvante daquele rito. Finalmente algo que o fez despertar e arregalar seus olhos, pois mexera diretamente com ele. Ele acabaria repetindo aquela palavra sem significado algum para ele.
"... - Meyye..."
E olhou em volta, disfarçadamente para saber se mais alguem parecia ter aquela mesma reação que ele.
Niume chegava agora e Alfadur a recebia com um singelo sorriso. " - Oi Niume...". Cumprimentou-a e depois dispensou o servo que o acompanhava, enquanto iniciou uma caminhada junto de Niume para mais perto de onde ocorreriam todas aquelas cerimonias.
" - Parece que não está muito contente ou empolgada com o que viu... não é mesmo? "
Ele sorriu um pouco levando a mao direita ao rosto dela e fez um leve afago, emseguida olhou o que ela olhava ne acabou balançando a cabeça negativamente.
" - Sim... mas eu também não conheço templos... nós não temos templos porque não adoramos deuses... "
Explicou a ela porque não havia um templo em seu lar além das montanhas. Quando Niume moveu-se para ajoelhar-se, Alfadur percebeu que todos ali o faziam. Ajoelhar-se... prostrar-se diante de alguém, aquilo não lhe trazia boas lembranças, mas se todos o faziam, era melhor engolir o choro e dançar conforme a música. O trovão não pareceu incomoda-lo, mas as batidas dali ressoavam em seu ouvido, fortes como os sons bizarros e medonhos que ouvia além das freonteiras do mundo. Alfadur nada entendia daquilo, mas mantinha a discrição em ser um mero coadjuvante daquele rito. Finalmente algo que o fez despertar e arregalar seus olhos, pois mexera diretamente com ele. Ele acabaria repetindo aquela palavra sem significado algum para ele.
"... - Meyye..."
E olhou em volta, disfarçadamente para saber se mais alguem parecia ter aquela mesma reação que ele.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Depois de estarem ajoelhados ali, o ritual tornou-se tão atrativo a jovem que por alguns instantes, deixou de lado a irritação do inicio e a pequena falta de interesse pelas coisas que eram mais comuns do que tinha suposto, impressão que só tinha sido piorada por olhares tortos e desconfianças. O ritual era algo totalmente novo, ver acontecer era totalmente diferente de ouvir historias quase magicas. Aquilo podia ser tocado, visto e ouvido. Podia guardar na memoria dos próprios olhos e ter para si uma própria impressão de tudo que via ali.
Todo o ambiente tornava-se mais frio enquanto o enorme urso caminhava por entre eles. Aquele frio não a incomodava, mas a sensação de que ele era causado por um homem sim, incomodava tanto quanto se ajoelhar perante alguém, mesmo que esse alguém fosse um Deus. Niume vez ou outra olhava para Alfadur, querendo verificar se o homem ainda estava incomodado, ou se já tinha passado para algo que o fizesse se levantar e sair. Mas não acreditava que ele faria isso agora, ela era a impulsiva e não ele, se ela se sentia presa ao chão, o mestre estaria no mínimo curioso para ver o que aguardava no final.
Os ouvido acompanhavam cada prece a surgir irrompendo o silencio ate aos poucos tornarem-se o sussurro de todos os habitantes, ela nada dizia, apenas ouvia enquanto os olhos observavam tudo com o máximo de atenção.. as pessoas, o guardião, a pequena criança a segurar o grande cajado. Não parecia um festival de agradecimento, nem de pedidos. Tinha cheiro de oferenda e sacrifício. Os sussurros das preces, o nome “Krosis”, estava tudo diferente do clima que se abatia sobre a cidade antes, não havia risos.
Niume estava tão concentrada na criança e nas batidas do martelo que o grito que rasgou o ar a sobressaltou levemente, levando os olhos dela na direção de onde tinha vindo, embora não pudesse identificar de quem fosse. Cheiro de sacrifício. Os pelos da nuca e braços se arrepiaram, mas não sentia frio. Os olhos tinham a impressão de ver algo que não estava ali, sentia que se estendesse a mão a frente, tocaria algo invisível, moldando-se entre eles. Aquilo não a deixava assustada, mas tinha um péssimo pressentimento.
-Eu não estou gostando disso Alfadur..
Sussurrou a ele, e quando o cajado bateu no chão, Niume levou uma das mãos a beirada da bota e segurando o cabo do punhal, como um gesto para ter mais segurança. Os gritos aumentaram, surgiam por todos os lados, doloridos e desesperados, chorosos pela noite que tinha apenas começado. Não sabia se aquilo era normal, mas não podia ser, não podia ser normal. Não devia estar sentindo a morte quando se faz um ritual em homenagem aos deuses, não devia começar a enxergar aquilo que antes achou que podia tocar. Estava errado.. estava...
Niume de repente abaixou-se, curvando levemente o corpo. Ela fez uma pequena careta e ambas as mãos apertaram-se aos ouvidos, uma delas segurando o punhal que tinha puxado da bota.
Todo o ambiente tornava-se mais frio enquanto o enorme urso caminhava por entre eles. Aquele frio não a incomodava, mas a sensação de que ele era causado por um homem sim, incomodava tanto quanto se ajoelhar perante alguém, mesmo que esse alguém fosse um Deus. Niume vez ou outra olhava para Alfadur, querendo verificar se o homem ainda estava incomodado, ou se já tinha passado para algo que o fizesse se levantar e sair. Mas não acreditava que ele faria isso agora, ela era a impulsiva e não ele, se ela se sentia presa ao chão, o mestre estaria no mínimo curioso para ver o que aguardava no final.
Os ouvido acompanhavam cada prece a surgir irrompendo o silencio ate aos poucos tornarem-se o sussurro de todos os habitantes, ela nada dizia, apenas ouvia enquanto os olhos observavam tudo com o máximo de atenção.. as pessoas, o guardião, a pequena criança a segurar o grande cajado. Não parecia um festival de agradecimento, nem de pedidos. Tinha cheiro de oferenda e sacrifício. Os sussurros das preces, o nome “Krosis”, estava tudo diferente do clima que se abatia sobre a cidade antes, não havia risos.
Niume estava tão concentrada na criança e nas batidas do martelo que o grito que rasgou o ar a sobressaltou levemente, levando os olhos dela na direção de onde tinha vindo, embora não pudesse identificar de quem fosse. Cheiro de sacrifício. Os pelos da nuca e braços se arrepiaram, mas não sentia frio. Os olhos tinham a impressão de ver algo que não estava ali, sentia que se estendesse a mão a frente, tocaria algo invisível, moldando-se entre eles. Aquilo não a deixava assustada, mas tinha um péssimo pressentimento.
-Eu não estou gostando disso Alfadur..
Sussurrou a ele, e quando o cajado bateu no chão, Niume levou uma das mãos a beirada da bota e segurando o cabo do punhal, como um gesto para ter mais segurança. Os gritos aumentaram, surgiam por todos os lados, doloridos e desesperados, chorosos pela noite que tinha apenas começado. Não sabia se aquilo era normal, mas não podia ser, não podia ser normal. Não devia estar sentindo a morte quando se faz um ritual em homenagem aos deuses, não devia começar a enxergar aquilo que antes achou que podia tocar. Estava errado.. estava...
Niume de repente abaixou-se, curvando levemente o corpo. Ela fez uma pequena careta e ambas as mãos apertaram-se aos ouvidos, uma delas segurando o punhal que tinha puxado da bota.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Foi difícil chegar até a pequena Haafingar, mas nada que tenha exigido mais que o esperado.
A festa estava interessante e, mesmo estando sozinho, provou a exótica comida e tomou da famosa cerveja. Estas pequenas distrações podiam ser úteis, mas a mente de Alexander não conseguia afastar um sentimento estranho. Uma preocupação.
Quando a movimentação realmente começou, ele acompanhou tudo com os olhos, atento às figuras principais do ritual.
Com respeito, também se ajoelhou, sem parar de observar os quatro seguindo adiante com a cerimônia e depois assistiu às chamas e à criança e o gigantesco urso.
Fantástico...
Até Voz dos Antigos começar a dar ritmo com as armas.
Era incomum ver como o frio vinha daquele 'homem'. Mas não era isso que o inquietava. Nem o fato dele ser um gigantesco urso.
Cada vez que o som de metal ressoava, Alexander sentia uma pontada dentro de sua mente.
Movimentação...
Lágrimas...
Vultos...
A beleza do fogo e a energia das pessoas agora não era mais focado por Alexander.
Apenas aquele som. Aquele maldito som.
"Krosis"
Sua mão instintivamente foi para o seu cinturão.
Não.
Solicitaram as armas. Elas não estava aqui. Chegava a ser engraçado como agora ele se sentia mal por ter rendido a espada.
Soava como um insulto.
"Meyye"
O ruído ainda o incomodava.
Sentia urgência em seu peito. Esperava algo completamente diferente da Noite Infinda!
Ouviu um sussurro a seu lado.
Olhou para o homem de branco com atenção.
Será que todos ouviram aquilo?
Será que isso era comum?
- Meyye?
A festa estava interessante e, mesmo estando sozinho, provou a exótica comida e tomou da famosa cerveja. Estas pequenas distrações podiam ser úteis, mas a mente de Alexander não conseguia afastar um sentimento estranho. Uma preocupação.
Quando a movimentação realmente começou, ele acompanhou tudo com os olhos, atento às figuras principais do ritual.
Com respeito, também se ajoelhou, sem parar de observar os quatro seguindo adiante com a cerimônia e depois assistiu às chamas e à criança e o gigantesco urso.
Fantástico...
Até Voz dos Antigos começar a dar ritmo com as armas.
Era incomum ver como o frio vinha daquele 'homem'. Mas não era isso que o inquietava. Nem o fato dele ser um gigantesco urso.
Cada vez que o som de metal ressoava, Alexander sentia uma pontada dentro de sua mente.
Movimentação...
Lágrimas...
Vultos...
A beleza do fogo e a energia das pessoas agora não era mais focado por Alexander.
Apenas aquele som. Aquele maldito som.
"Krosis"
Sua mão instintivamente foi para o seu cinturão.
Não.
Solicitaram as armas. Elas não estava aqui. Chegava a ser engraçado como agora ele se sentia mal por ter rendido a espada.
Soava como um insulto.
"Meyye"
O ruído ainda o incomodava.
Sentia urgência em seu peito. Esperava algo completamente diferente da Noite Infinda!
Ouviu um sussurro a seu lado.
Olhou para o homem de branco com atenção.
Será que todos ouviram aquilo?
Será que isso era comum?
- Meyye?
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Inicialmente tinha se recusado até mesmo a ir no madilto festival, não se sentia realmente atraída por aquelas coisas, e Charlie não se interessava. Mas a insistencia de Hector lhe venceu, mais para fazê-lo parar de lhe perturbar do que por qualquer outra coisa.
Charlie arrumou-se, sempre em suas roupas de tons únicos. Vestia botas de pele branca e felpudas. Usava uma túnica de tons brancos e cinzas muito claros. Tinha posto luvas também. Charlie estava um bocado bonito naquele dia, sua aparencia bastante feminina, ainda que fosse possível dúvidar disso.
A segunda guerra foi convencer Charlie ajoelhar-se, recusara-se veemente a fazê-lo. Mas Hector era um maldito chato que lhe convencia das coisas mais absurdas. Muito a contra gosto, se ajoelhou. Ignorava como podia a bebedeira de Hector, provavelmente o deixaria largado por ai caso caísse de bebado.
Charlie não prestava muita atenção no ritual em si, observava mais as pessoas a sua volta, suas fisionomias, seus adereços, tudo que podia notar. Mas as coisas começaram a se alterar de maneira que até mesmo ela fora forçado a olhar na direção do altar.
Quando não era obrigada a sorrir e ter um comportamento gentil, geralmente Charlie era extremamente inexpressivo, e isso acontecia agora, enquanto a fogueira iluminava seu rosto pequeno, e seus olhos escuros e vazios de qualquer reação. Charlie via, os vultos passando ao seu lado, às vezes podia jurar que os via à frente também. Seriam aqueles que ela tinha matado que voltavam para lhe atormentar? E mesmo que fossem, qual seria o problema com aquilo? A morte por si só não lhe incomodava, por que os mortos o fariam?
Ignorava os choros, ignorava as movimentações que não fossem aquelas estranhas que aconteciam. Deu uma olhada em Hector, para tentar saber se ele, tão espiritual quanto era, tinha notado alguma coisa também. Olhou em volta, reconhecendo os dois forasteiros, e notando o punhal da menina, Charlie ia dizer algo, quando aquela palavra explodiu em grito em sua mente, curvou-se levemente para a frente, as mão enluvadas envolvendo a neve entre os dedos. Ouviu o que o homem ao lado (Alexander) perguntou a Alfadur, confirmando de que não era apenas ela quem ouvia.
Charlie deu um soco no braço de Hector. - Vamos embora. - Disse, num tom urgente, enquanto começava a se levantar. Alguma coisa estava errada, alguma coisa não estava certa, e não queria encontrar-se de joelhos quando descobrisse o que.
Charlie arrumou-se, sempre em suas roupas de tons únicos. Vestia botas de pele branca e felpudas. Usava uma túnica de tons brancos e cinzas muito claros. Tinha posto luvas também. Charlie estava um bocado bonito naquele dia, sua aparencia bastante feminina, ainda que fosse possível dúvidar disso.
A segunda guerra foi convencer Charlie ajoelhar-se, recusara-se veemente a fazê-lo. Mas Hector era um maldito chato que lhe convencia das coisas mais absurdas. Muito a contra gosto, se ajoelhou. Ignorava como podia a bebedeira de Hector, provavelmente o deixaria largado por ai caso caísse de bebado.
Charlie não prestava muita atenção no ritual em si, observava mais as pessoas a sua volta, suas fisionomias, seus adereços, tudo que podia notar. Mas as coisas começaram a se alterar de maneira que até mesmo ela fora forçado a olhar na direção do altar.
Quando não era obrigada a sorrir e ter um comportamento gentil, geralmente Charlie era extremamente inexpressivo, e isso acontecia agora, enquanto a fogueira iluminava seu rosto pequeno, e seus olhos escuros e vazios de qualquer reação. Charlie via, os vultos passando ao seu lado, às vezes podia jurar que os via à frente também. Seriam aqueles que ela tinha matado que voltavam para lhe atormentar? E mesmo que fossem, qual seria o problema com aquilo? A morte por si só não lhe incomodava, por que os mortos o fariam?
Ignorava os choros, ignorava as movimentações que não fossem aquelas estranhas que aconteciam. Deu uma olhada em Hector, para tentar saber se ele, tão espiritual quanto era, tinha notado alguma coisa também. Olhou em volta, reconhecendo os dois forasteiros, e notando o punhal da menina, Charlie ia dizer algo, quando aquela palavra explodiu em grito em sua mente, curvou-se levemente para a frente, as mão enluvadas envolvendo a neve entre os dedos. Ouviu o que o homem ao lado (Alexander) perguntou a Alfadur, confirmando de que não era apenas ela quem ouvia.
Charlie deu um soco no braço de Hector. - Vamos embora. - Disse, num tom urgente, enquanto começava a se levantar. Alguma coisa estava errada, alguma coisa não estava certa, e não queria encontrar-se de joelhos quando descobrisse o que.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Hector estava ajoelhado. Não estava inclinado para frente ou com as mãos no chão, mas estava alí, de joelhos, o manto negro cobrindo-lhe as costas largamente... E, quando o veio do sussurro da multidão, Hector concentrou-se. Sabia bem como palavras possuiam poder, e como, acima disto, a fé nelas colocada possuía ainda mais. Concentrou-se no local, nas energias que ali existiam.
Mas abandonou as palavras, deixando-se levar pelo som bruto do martelo contra o metal, as pancadas continuas, ritmadas, ressonantes. Aquilo era.. embriagante. Levava-o, como o ritmo dos tambores por vezes o levava em suas meditações. Fechou os olhos, entregue ao som e as sensações que vinham conforme os vultos começavam a surgir, e a presença dos mortos, a ele tão familiar, tão gostosa, surgia por entre as pessoas.
Talvez devesse estar surpreso, assustado até.. Mas não tinha espaço para aquilo. Não naquele instante especial. Os gritos vinham em plano de fundo, assim como Charlie e sua inquietação. Não pareciam atingí-lo. Os lábios da Montanha Negra moviam-se baixo, em uma prece pessoal, embalada pela presença dos espíritos, pelo véu que se afinava a cada vez mais. Charlie talvez reparasse que Hector cantarolava baixo, uma melodia que, em sua infância, havia ouvido ser cantada por um bobo da corte. - As sombras vem dançar, senhor, dançar, senhor, dançar, senhor, dançar... As sombras vem para ficar, senhor, ficar, senhor, ficar, senhor...
E então veio o grito, e Hector, tão perdido, tão puxado e atraído para aquela coisa, para as sombras, para o mundo que se escondia atrás do véu, sentiu-o mais que todos. Arregalou os olhos, abandonando o pequeno estado de transe, possuído, momentaneamente, por um desespero terrível. Gritou, naquele instante, e poucas coisas eram mais horrendas do que o grito espesso de Hector Montanha Negra, em sua voz de pedras partindo-se. Lembrava uma pequena avalanche.
Engoliu em seco, meio desequilibrado, olhando em volta como se houvesse acabado de despertar. Fixou os olhos em Charlie. Queria ficar.. Por todos os Deuses, como ele queria ficar.. Alguma coisa não estava certa, obviamente, mas ele queria ficar. Queria ficar justamente porque alguma coisa não estava certa. Era tragado para os espíritos de forma tão forte, e tão natural, quanto repelia-se da corte. Abriu a boca para falar algo, mas não soube o que dizer.
Charlie, e a vontade que tinha de protegê-la... Ou a atração, o desejo profundo que sentia de ficar por alí? Levantou-se meio sem jeito, observando o local, sem saber o que fazer.. - Vai na frente. - disse, por fim, ohando para ela. Deu alguns passos em direção a Charlie, mas mordeu os lábios grossos, olhando para trás. - Eu... Eu já vou. - falou com sinceridade, ainda que não tivesse certeza de que o faria.
Mas abandonou as palavras, deixando-se levar pelo som bruto do martelo contra o metal, as pancadas continuas, ritmadas, ressonantes. Aquilo era.. embriagante. Levava-o, como o ritmo dos tambores por vezes o levava em suas meditações. Fechou os olhos, entregue ao som e as sensações que vinham conforme os vultos começavam a surgir, e a presença dos mortos, a ele tão familiar, tão gostosa, surgia por entre as pessoas.
Talvez devesse estar surpreso, assustado até.. Mas não tinha espaço para aquilo. Não naquele instante especial. Os gritos vinham em plano de fundo, assim como Charlie e sua inquietação. Não pareciam atingí-lo. Os lábios da Montanha Negra moviam-se baixo, em uma prece pessoal, embalada pela presença dos espíritos, pelo véu que se afinava a cada vez mais. Charlie talvez reparasse que Hector cantarolava baixo, uma melodia que, em sua infância, havia ouvido ser cantada por um bobo da corte. - As sombras vem dançar, senhor, dançar, senhor, dançar, senhor, dançar... As sombras vem para ficar, senhor, ficar, senhor, ficar, senhor...
E então veio o grito, e Hector, tão perdido, tão puxado e atraído para aquela coisa, para as sombras, para o mundo que se escondia atrás do véu, sentiu-o mais que todos. Arregalou os olhos, abandonando o pequeno estado de transe, possuído, momentaneamente, por um desespero terrível. Gritou, naquele instante, e poucas coisas eram mais horrendas do que o grito espesso de Hector Montanha Negra, em sua voz de pedras partindo-se. Lembrava uma pequena avalanche.
Engoliu em seco, meio desequilibrado, olhando em volta como se houvesse acabado de despertar. Fixou os olhos em Charlie. Queria ficar.. Por todos os Deuses, como ele queria ficar.. Alguma coisa não estava certa, obviamente, mas ele queria ficar. Queria ficar justamente porque alguma coisa não estava certa. Era tragado para os espíritos de forma tão forte, e tão natural, quanto repelia-se da corte. Abriu a boca para falar algo, mas não soube o que dizer.
Charlie, e a vontade que tinha de protegê-la... Ou a atração, o desejo profundo que sentia de ficar por alí? Levantou-se meio sem jeito, observando o local, sem saber o que fazer.. - Vai na frente. - disse, por fim, ohando para ela. Deu alguns passos em direção a Charlie, mas mordeu os lábios grossos, olhando para trás. - Eu... Eu já vou. - falou com sinceridade, ainda que não tivesse certeza de que o faria.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
(Rapazeada, leiam as ações um do outro, caso não estejam fazendo. Houveram bastantes referências às atitudes de outros personagens. Todas as descrições foram ótimas e todos receberão pontuação extra por isto.)
- MEYYE!!!
E o grito veio mais forte em suas mentes. Charlie e Hector que haviam começado a se levantar, agora prostraram-se novamente, como se alguém houvesse golpeado com furor os seus joelhos e levado-os ao chão.
O som do martelo, a sensação espiritual... algo, realmente, estava errado. Cada pancada era como se arrancassem um pouco da capacidade respiratória que possuiam. O peito ardia e a sensação de perigo, de que algo estava profundamente, fundamentalmente errado, se tornava mais intensa.
A Criança bateu uma segunda vez com o cajado sobre o chão e o símbolo sob os seus pés começou a emitir um brilho verde. Um brilho que, no meio de toda aquela terrível sensação, inspirava tranquilidade, paz. Quando isto aconteceu, a sensação de angústia tornou-se quase insuportável.
- MEYYE!!
Alguém parecia estar querendo dizer algo. Comunicar-se. Uma tentativa vã e desesperada de conseguir algum alívio.
Lágrimas. Gritos. Choro. As pessoas se entregavam naquele ritual macabro, perdendo-se em promessas feitas aos antepassados, anseiando pela certeza de que os seus mortos estavam, definitivamente, mortos.
Um novo golpe do martelo e a tênue película que separava a Criação dos outros mundos, parecia tornar-se mais fina, frágil. Quase despedaçando.
No alto da pedra, a criança demonstrou fraqueza em suas pernas, caindo de joelhos, mas logo se erguendo novamente. Talvez, apenas talvez, ela também sentia que havia algo errado.
Um novo golpe e....
- PAREM!!!!!
O grito de desespero, de dor, de angústia. Um grito sufocado.
No alto, poderia-se jurar que a expressão do urso era o mais próximo que um urso alcançaria de um sorriso humano.
Ao redor... algo estava acontecendo. As vezes, parecia que o tempo se tornava mais vagaroso...
(Os personagens não são obrigados a seguir o que o grito pede. Ele é, nada além, de um grito. Apenas o primeiro parágrafo é para Charlie e Hector. Todo o restante é coletivo. Vaan e Hector sentem os efeitos da "película" se quebrando com mais intensidade.)
- MEYYE!!!
E o grito veio mais forte em suas mentes. Charlie e Hector que haviam começado a se levantar, agora prostraram-se novamente, como se alguém houvesse golpeado com furor os seus joelhos e levado-os ao chão.
O som do martelo, a sensação espiritual... algo, realmente, estava errado. Cada pancada era como se arrancassem um pouco da capacidade respiratória que possuiam. O peito ardia e a sensação de perigo, de que algo estava profundamente, fundamentalmente errado, se tornava mais intensa.
A Criança bateu uma segunda vez com o cajado sobre o chão e o símbolo sob os seus pés começou a emitir um brilho verde. Um brilho que, no meio de toda aquela terrível sensação, inspirava tranquilidade, paz. Quando isto aconteceu, a sensação de angústia tornou-se quase insuportável.
- MEYYE!!
Alguém parecia estar querendo dizer algo. Comunicar-se. Uma tentativa vã e desesperada de conseguir algum alívio.
Lágrimas. Gritos. Choro. As pessoas se entregavam naquele ritual macabro, perdendo-se em promessas feitas aos antepassados, anseiando pela certeza de que os seus mortos estavam, definitivamente, mortos.
Um novo golpe do martelo e a tênue película que separava a Criação dos outros mundos, parecia tornar-se mais fina, frágil. Quase despedaçando.
No alto da pedra, a criança demonstrou fraqueza em suas pernas, caindo de joelhos, mas logo se erguendo novamente. Talvez, apenas talvez, ela também sentia que havia algo errado.
Um novo golpe e....
- PAREM!!!!!
O grito de desespero, de dor, de angústia. Um grito sufocado.
No alto, poderia-se jurar que a expressão do urso era o mais próximo que um urso alcançaria de um sorriso humano.
Ao redor... algo estava acontecendo. As vezes, parecia que o tempo se tornava mais vagaroso...
(Os personagens não são obrigados a seguir o que o grito pede. Ele é, nada além, de um grito. Apenas o primeiro parágrafo é para Charlie e Hector. Todo o restante é coletivo. Vaan e Hector sentem os efeitos da "película" se quebrando com mais intensidade.)
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Alfadur cerrou os punhos. Aquele grito em sua mente acabara por faze-lo começar a sentir uma tremenda dor de cabeça. Aquilo simplesmente não cessava, aquela voz não calava nunca. Ele moveu o rosto na direção de Niume que parecia um tanto angustiada e já sacava instintivamente seu punhal escondido nas botas. Ele sabia que Niume poderia perder a cabeça ali e fazer alguma bobagem e temia por sua companheira. Mesmo com alguma dificuldade devido aos sons irritantes e fortes, Alfadur moveu a mão até Niume tocando a mão que segurava o punhal.
" - Guarde isso..."
Disse ele num tom baixo, torcendo para que outros não a tenham visto exibir aquela arma. Até então ele não havia atentado para a apresença próxima de Hector e seu pupilo Charlie que parecia mais observador ao ponto de notar aquela cena entre os dois forasteiros e também o punhal de Niume. Então ouviu alguém mrumurar a tal palavra... "Meyye"... Alfadur olhou para o lado e viu Alexander falar aquilo. Então não foi só ele quem ouviu esta palavra, e talvez outros também tenham ouvido tal coisa mesmo sem saber o que significava. Tal curiosidade surgiu e o fez mover o tosto em outras direções buscando outras revelações simplórias em toda aquela gente que chorava durante o ritual. O barulho continuava mais intenso, os sons mais dolorosos em sua mente, ele via ou sentia vultos, fantasmas a assombrarem aquele campo, talvez fossem alucinações, não era tão diferente das bizarrices que conheceu nos confins do mundo. Sua cabeça doeu mais com os gritos que ouvia e não cessavam. Acabou prostrando-se mais e levando as maos a cabeça, apoiadas pelo cotovelo, parecia tentar tapar os proprios ouvidos.
" - Essa coisa... é maldita!"
Praguejou irritado, de olhos cerrados, quase ferais, embora nao pudessem ser vistos na posição em que se encontrava. Mais uma vez o estrondo daquele "gongo" o fez tremer. Sua cabeça parecia explodir junto com toda sua mansidão e calma que se esvaía. Agora era ele quem parecia o impetuoso, revoltado talvez, ou apenas angustiado o bastante para começar a surtar. Alfadur ergueu os olhos adiante e apoiou as mãos no chão. Ele via o grande urso chegar a esboçar um sorriso. O que aquela fera queria afinal? Torturar os cidadãos e visitantes? " - PARE!", ele ouviu, da mesma voz que parecia clamar por algo... aquele rito devia estar incomodando alguém... muito... talvez, muito mais que a todos eles que apenas ouviam vozes e gritos em suas mentes.
Naquele instante, o semblante de Alfadur parecia diferente enquanto olhava para frente e observava as pessoas ilustres daquele rito, o urso, o garoto, o ancião, eles eram os que provocavam aquilo tudo, e talvez Alfadur sentisse alguma raiva repentina pelo que ele e outros sentiam. Niume saberia identificar aquele estranho olhar de Alfadur. Eram os olhos da loucura, capazes de dispersar os mais frágeis, afugentar os mais simples e confrontar os mais nobres. Talvez ela pudesse ajuda-lo a se acalmar, ainda que ela mesma precisasse estar calma. Em meio a tudo que sentia, Alfadur nem chegou a perceber a tentativa inutil de Hector e Charlie deixarem aquele lugar, algo que só confirmava que a situação não parecia nada boa para eles.
" - Guarde isso..."
Disse ele num tom baixo, torcendo para que outros não a tenham visto exibir aquela arma. Até então ele não havia atentado para a apresença próxima de Hector e seu pupilo Charlie que parecia mais observador ao ponto de notar aquela cena entre os dois forasteiros e também o punhal de Niume. Então ouviu alguém mrumurar a tal palavra... "Meyye"... Alfadur olhou para o lado e viu Alexander falar aquilo. Então não foi só ele quem ouviu esta palavra, e talvez outros também tenham ouvido tal coisa mesmo sem saber o que significava. Tal curiosidade surgiu e o fez mover o tosto em outras direções buscando outras revelações simplórias em toda aquela gente que chorava durante o ritual. O barulho continuava mais intenso, os sons mais dolorosos em sua mente, ele via ou sentia vultos, fantasmas a assombrarem aquele campo, talvez fossem alucinações, não era tão diferente das bizarrices que conheceu nos confins do mundo. Sua cabeça doeu mais com os gritos que ouvia e não cessavam. Acabou prostrando-se mais e levando as maos a cabeça, apoiadas pelo cotovelo, parecia tentar tapar os proprios ouvidos.
" - Essa coisa... é maldita!"
Praguejou irritado, de olhos cerrados, quase ferais, embora nao pudessem ser vistos na posição em que se encontrava. Mais uma vez o estrondo daquele "gongo" o fez tremer. Sua cabeça parecia explodir junto com toda sua mansidão e calma que se esvaía. Agora era ele quem parecia o impetuoso, revoltado talvez, ou apenas angustiado o bastante para começar a surtar. Alfadur ergueu os olhos adiante e apoiou as mãos no chão. Ele via o grande urso chegar a esboçar um sorriso. O que aquela fera queria afinal? Torturar os cidadãos e visitantes? " - PARE!", ele ouviu, da mesma voz que parecia clamar por algo... aquele rito devia estar incomodando alguém... muito... talvez, muito mais que a todos eles que apenas ouviam vozes e gritos em suas mentes.
Naquele instante, o semblante de Alfadur parecia diferente enquanto olhava para frente e observava as pessoas ilustres daquele rito, o urso, o garoto, o ancião, eles eram os que provocavam aquilo tudo, e talvez Alfadur sentisse alguma raiva repentina pelo que ele e outros sentiam. Niume saberia identificar aquele estranho olhar de Alfadur. Eram os olhos da loucura, capazes de dispersar os mais frágeis, afugentar os mais simples e confrontar os mais nobres. Talvez ela pudesse ajuda-lo a se acalmar, ainda que ela mesma precisasse estar calma. Em meio a tudo que sentia, Alfadur nem chegou a perceber a tentativa inutil de Hector e Charlie deixarem aquele lugar, algo que só confirmava que a situação não parecia nada boa para eles.
Dønø_da_Wyrm- Usuário
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Re: Introdução: Deuses e Homens
A sensação de incomodo piorava a cada instante. Aquele grito parecia fazer pressão dentro da sua cabeça, fazendo-a até mesmo apertar os olhos e firmar ainda mais as mãos sobre as orelhas. O incomodo era tanto que não tinha percebido nada, não havia notado Charlie e Hector antes e não os notava agora, caindo novamente de joelhos depois de tentarem se levantar. Não tinha notado o rapaz que se dirigiu a Alfadur quando o grito soou a primeira vez, alias, desde aquele primeiro instante ela nada tinha percebido além do eco em sua cabeça. Não ouvia nada até Alfadur lhe tocar a mao que apertava com firmeza o punhal. Ela abriu os olhos e o olhou, negando com a cabeça.
-Não devíamos ter deixado nossas armas..
Sussurrou pouco antes de um segundo grito mais intenso força-la para baixo. A dor foi tanta que ela curvou-se, apertando levemente os dedos sobre os cabelos. Os sons eram insuportáveis para ela, cada batida do martelo lhe arrepiava desde a coluna, cada pancada era como um congo soando dentro dos ouvidos. Cada grito era como uma mao a lhe apertar a garganta, bloqueando o ar e tornando a respiração pesada. Tinha que puxar o ar com força enquanto o peito ardia. Tinha que se forçar a ficar ali e não seguir o instinto de se levantar e correr. Com olhos apertados, ela nem mesmo percebeu o brilho verde sob os pés da criança. Não tinha nada ali que a inspirasse tranquilidade e paz, ao contrario, tudo ali a eriçava, como um lobo selvagem prestes a mostrar os dentes.
Queria gritar e pedir que aquilo parasse. Queria simplesmente sair dali o mais rápido possível. Mas não conseguia nem mesmo se erguer, não conseguia nem mesmo tentar se colocar de pé. Niume olhou para o lado com os olhos levemente cerrados, com o corpo ainda curvado a frente e encontrou Alfadur cuvardo da mesma forma, apertando às mãos a cabeça enquanto também tentava tampar os próprios ouvidos.
Ela não conseguia gritar, mas alguém tinha gritado por todos eles. O grito de ‘Parem’ fez com que ela abrisse os olhos e erguesse o rosto. Não sabia se o grito tinha vindo dos vivos ou se tinha vindo da mesma voz que ecoava em sua mente. Era desesperado e angustiante, sufocado como a própria garganta de Niume parecia estar. Naquele pequeno momento de busca e atenção, os olhos passaram pelo mestre. Angustia, sabia bem o que aquele sentimento podia desencadear dentro dele. Ela o olhou preocupada, mas os olhos acompanharam os ferais dele na direção do altar e repousaram sobre o urso e a deformação de sua face em um sorriso. A jovem cerrou os olhos e apertou o punhal com tanta força que os nós dos dedos ficaram esbranquiçados.
Enquanto ainda apertava a arma entre os dedos, ela voltou a olhar o companheiro e teve de sufocar a própria angustia para tentar ajuda-lo. Ele não podia perder o controle ali, não ali, no meio de todas aquelas pessoas. Ela conhecia aquele olhar, ela sabia o que acontecia quando ele se tornava outra pessoa e não podia deixar que acontecesse, ele jamais iria se perdoar. Niume respirou fundo e levou a mao livre até o punho dele, apertando os dedos ali com firmeza e um leve sutileza.
-O Senhor tem de se acalmar...
Disse ela com firmeza. Os olhos encarariam os dele com a mesma firmeza, como se encarava um cão raivoso. Não podia ser frágil se quisesse alguma chance.
-Se acalme..
Tentava parecer muito mais calma do que realmente estava.
-Não devíamos ter deixado nossas armas..
Sussurrou pouco antes de um segundo grito mais intenso força-la para baixo. A dor foi tanta que ela curvou-se, apertando levemente os dedos sobre os cabelos. Os sons eram insuportáveis para ela, cada batida do martelo lhe arrepiava desde a coluna, cada pancada era como um congo soando dentro dos ouvidos. Cada grito era como uma mao a lhe apertar a garganta, bloqueando o ar e tornando a respiração pesada. Tinha que puxar o ar com força enquanto o peito ardia. Tinha que se forçar a ficar ali e não seguir o instinto de se levantar e correr. Com olhos apertados, ela nem mesmo percebeu o brilho verde sob os pés da criança. Não tinha nada ali que a inspirasse tranquilidade e paz, ao contrario, tudo ali a eriçava, como um lobo selvagem prestes a mostrar os dentes.
Queria gritar e pedir que aquilo parasse. Queria simplesmente sair dali o mais rápido possível. Mas não conseguia nem mesmo se erguer, não conseguia nem mesmo tentar se colocar de pé. Niume olhou para o lado com os olhos levemente cerrados, com o corpo ainda curvado a frente e encontrou Alfadur cuvardo da mesma forma, apertando às mãos a cabeça enquanto também tentava tampar os próprios ouvidos.
Ela não conseguia gritar, mas alguém tinha gritado por todos eles. O grito de ‘Parem’ fez com que ela abrisse os olhos e erguesse o rosto. Não sabia se o grito tinha vindo dos vivos ou se tinha vindo da mesma voz que ecoava em sua mente. Era desesperado e angustiante, sufocado como a própria garganta de Niume parecia estar. Naquele pequeno momento de busca e atenção, os olhos passaram pelo mestre. Angustia, sabia bem o que aquele sentimento podia desencadear dentro dele. Ela o olhou preocupada, mas os olhos acompanharam os ferais dele na direção do altar e repousaram sobre o urso e a deformação de sua face em um sorriso. A jovem cerrou os olhos e apertou o punhal com tanta força que os nós dos dedos ficaram esbranquiçados.
Enquanto ainda apertava a arma entre os dedos, ela voltou a olhar o companheiro e teve de sufocar a própria angustia para tentar ajuda-lo. Ele não podia perder o controle ali, não ali, no meio de todas aquelas pessoas. Ela conhecia aquele olhar, ela sabia o que acontecia quando ele se tornava outra pessoa e não podia deixar que acontecesse, ele jamais iria se perdoar. Niume respirou fundo e levou a mao livre até o punho dele, apertando os dedos ali com firmeza e um leve sutileza.
-O Senhor tem de se acalmar...
Disse ela com firmeza. Os olhos encarariam os dele com a mesma firmeza, como se encarava um cão raivoso. Não podia ser frágil se quisesse alguma chance.
-Se acalme..
Tentava parecer muito mais calma do que realmente estava.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Vaan levou sua mão até sua cabeça e parou de andar, sentindo o latejar em seus olhos, que agora doíam como ela jamais havia sentido. Algo estava fora de seu lugar, além dela mesma. Ela levantou seus olhos estranhos, de um cinza extremamente claro, para a multidão que se jogava sem medo dentro do desespero. Aquela visão fez Vaan recordar-se de sua jornada, para aquele lugar além dos limites da Criação, onde nada mais era sagrado. Ela forçou seus olhos e viu a figura alta de negro, um guerreiro, que parecia mais perdido do que todos ali, em um transe profundo, com um jovem a seu lado.
Vaan engoliu em seco enquanto fazia força para andar, sentindo cada martelada pregar fundo em seu coração uma angústia que ela não estava confiante de que conseguiria suportar. Levou sua mão ao coração, sentindo que o espelho tênue do mundo dos mortos estava prestes a se quebrar. Antes as figuras que pareciam feitas de névoa, perdidas no meio da multidão, sem parecer ter idéia de onde estavam, agora olhavam diretamente para a criança com o cajado, o ancião e aquele urso. Mais uma rachadura e Vaan agora percebia que os mortos se aconchegavam perto dos vivos, fosse para tentar trazer conforto, roubar sua vitalidade ou simplesmente trazer maior medo. Olhava enquanto sentia o cheiro do mundo profano, enquanto sentia que tudo a seu redor não corria com o tempo como deveria. Seu braço doía e suas cicatrizes queimavam, assim como seu olho esquerdo. Ela fechou os olhos e ao abri-los, viu uma figura demoníaca na sua frente. O corpo coberto por algo que lembrava uma doença degenerativa era nojento, assim como os olhos vermelho sangue. O mais estranho era que dentro daquele olhar ensangüentado, Vaan se reconhecia. Não sabia dizer porque, mas o demônio – se era um – imitava todos os seus movimentos.
Sua respiração ficou mais rápida e ela sentia mais e mais seu peito pesar enquanto aquela superfície tênue se quebrava mais rapidamente. Sua cabeça doía e seus olhos pareciam não acreditar no que viam, assim como todos os presentes. Notou os dois forasteiros que conversavam e tentavam ocultar uma arma. A própria Vaan estava a ponto de perder sua cabeça. Não se lembrava de ter enfrentado algo tão perturbador, mas tão interessante. Forçou-se a suportar a dor, como antes fizera em diversos treinos, até que o grito do Urso a acordou. Ela ergueu seus olhos, segurando seu braço ferido, acompanhando o olhar dos vivos e dos mortos.
Vaan engoliu em seco enquanto fazia força para andar, sentindo cada martelada pregar fundo em seu coração uma angústia que ela não estava confiante de que conseguiria suportar. Levou sua mão ao coração, sentindo que o espelho tênue do mundo dos mortos estava prestes a se quebrar. Antes as figuras que pareciam feitas de névoa, perdidas no meio da multidão, sem parecer ter idéia de onde estavam, agora olhavam diretamente para a criança com o cajado, o ancião e aquele urso. Mais uma rachadura e Vaan agora percebia que os mortos se aconchegavam perto dos vivos, fosse para tentar trazer conforto, roubar sua vitalidade ou simplesmente trazer maior medo. Olhava enquanto sentia o cheiro do mundo profano, enquanto sentia que tudo a seu redor não corria com o tempo como deveria. Seu braço doía e suas cicatrizes queimavam, assim como seu olho esquerdo. Ela fechou os olhos e ao abri-los, viu uma figura demoníaca na sua frente. O corpo coberto por algo que lembrava uma doença degenerativa era nojento, assim como os olhos vermelho sangue. O mais estranho era que dentro daquele olhar ensangüentado, Vaan se reconhecia. Não sabia dizer porque, mas o demônio – se era um – imitava todos os seus movimentos.
Sua respiração ficou mais rápida e ela sentia mais e mais seu peito pesar enquanto aquela superfície tênue se quebrava mais rapidamente. Sua cabeça doía e seus olhos pareciam não acreditar no que viam, assim como todos os presentes. Notou os dois forasteiros que conversavam e tentavam ocultar uma arma. A própria Vaan estava a ponto de perder sua cabeça. Não se lembrava de ter enfrentado algo tão perturbador, mas tão interessante. Forçou-se a suportar a dor, como antes fizera em diversos treinos, até que o grito do Urso a acordou. Ela ergueu seus olhos, segurando seu braço ferido, acompanhando o olhar dos vivos e dos mortos.
Valkyrja- Usuário
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Queria sair dali, e sair o mais rápido possível, e chegou a dar um passo ou dois, antes daquela palavra explodir em sua mente de novo, Charlie caiu de joelhos, e levou as mãos as temporas. Respirou fundo, os olhos bem abertos, e aquela inexpressividade que Hector conhecia pairando em seu rosto.
Uma das mãos afastou-se da cabeça, pairando brevemente no entorno do lugar onde tinha deixado a adaga gêmea. Mas Charlie não gostava de chamar atenção, por mais que seu desejo por violência pulsasse junto com as batidas do coração no peito, não queria os olhares sobre si naquela situação. Afastou a mão da adaga, e respirou fundo, ignorante sobre a tal da pelicula que provavelmente incomodaria Hector. Charlie mordeu os lábios, olhou para trás, afim de procurar por Hector.
Então veio o grito, e Charlie levantou a cabeça, como se buscasse quem havia pedido para que aquilo parasse, comtemplou mais uma vez as pessoas próximas. Por um momento, sua mente distorcida questionou-se: Qual seria a consequência? Sério, qual seria? Estavam forçando ao limite, explorando coisas que não entendiam. Qual seriam as consequências se ela derramasse o sangue de um desavisado?
Não, Charlie.
- Não. - Ela repetiu em voz alta, tentando se convencer. Olhou em volta, de novo, observava o andar muito brevemente, mas tinha notado a queda do rapaz afeminado, e também o quase sorriso do urso.
Franziu as sobrancelhas. Era ele? Ele quem fazia aquilo? E de novo, o impulso de matar veio, mais forte, mais intenso, ainda que controlável.
Uma das mãos afastou-se da cabeça, pairando brevemente no entorno do lugar onde tinha deixado a adaga gêmea. Mas Charlie não gostava de chamar atenção, por mais que seu desejo por violência pulsasse junto com as batidas do coração no peito, não queria os olhares sobre si naquela situação. Afastou a mão da adaga, e respirou fundo, ignorante sobre a tal da pelicula que provavelmente incomodaria Hector. Charlie mordeu os lábios, olhou para trás, afim de procurar por Hector.
Então veio o grito, e Charlie levantou a cabeça, como se buscasse quem havia pedido para que aquilo parasse, comtemplou mais uma vez as pessoas próximas. Por um momento, sua mente distorcida questionou-se: Qual seria a consequência? Sério, qual seria? Estavam forçando ao limite, explorando coisas que não entendiam. Qual seriam as consequências se ela derramasse o sangue de um desavisado?
Não, Charlie.
- Não. - Ela repetiu em voz alta, tentando se convencer. Olhou em volta, de novo, observava o andar muito brevemente, mas tinha notado a queda do rapaz afeminado, e também o quase sorriso do urso.
Franziu as sobrancelhas. Era ele? Ele quem fazia aquilo? E de novo, o impulso de matar veio, mais forte, mais intenso, ainda que controlável.
Rosenrot- Usuário
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Claro, haviam outras pessoas em volta. Havia Charlie, sua pequena protegida, a quem amava como um filho e um irmão. Haviam Alfadur e sua namorada, e haviam todas as outras pessoas que, estranhamente, pareciam também ouvir o grito. Mas Hector parou de percêbe-los ali. Simplesmente parou, quando veio aquele segundo grito, quando as coisas começaram a escalar tão rapidamente, a aumentar de modo tão.. tão.. brutal.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRRRH! - ele urrou, caindo de joelhos mais uma vez, o tronco para frente, os cotovelos enterrando-se na terra e as mãos agarrando a cabeça careca. Era... desesperador. Era uma dor física, uma dor espiritual... A voz desesperada a gritar em sua mente, "MEYYE, MEYYE, MEYEEEE!"... Ela parecia estar presa, parecia estar assustada, parecia estar.. sofrendo. E aquele sofrimento parecia atingí-lo de forma grosseira, borbulhando em seu interior, acumulando-se.
E o que quer que fosse a criatura a urrar... O som do martelo... Hector enterrou os dedos grossos com mais força na própria cabeça, ainda caído. O que inferno era aquilo? O que estava acontecendo? Ergueu-se de súbito, com dificuldade, mas ergueu-se, e sem a menor discrição, sem o menor pensamento, puxou do cinto uma faca artesanal, de cabo de madeira, recheado de pequenas runas. Usava-a em rituais, sempre. Havia-a puxado para se proteger. Alguma coisa estava acontecendo. Alguma coisa tão forte estava acontecendo que nem mesmo lhe permitia pensar ou raciocinar.
Meye - por que era assim que, instintivamente, passou a referir-se ao espírito a gritar - estava tão assustada, tão quebrada, tão perdida, que era ela a forçar a barreira, a destruir a película, não era? Era ela que estava alí. Era ela que enchia-o com aquela sensação, como se o ferido, como se o quebrado, como se o acuado, fosse ele.
E Hector não podia, não podia ficar parado! Não podia deixar aquilo prosseguir. Nada importava. Não podia deixar que continuassem a machucá-la, a ferí-la daquela forma. Não podia deixar que aquela crueldade se estendesse, que aquele inferno de dor, sofrimento e desespero se prolongasse. Que tipo de homem seria, se permitisse que um espírito, um irmão, continuasse a sofrer daquela forma, a ser oprimido? Tão desesperado que forçava-se para fugir da própria realidade, do próprio mundo, apenas para poder escapar..
Olhou para o altar. Precisava ver quem estava fazendo aquilo, quem era o culpado... E viu o sorriso de Voz dos Antigos. Não pode se conter. Seu ódio pelos não humanos que se empunham sobre estes misturou-se ao ódio que tinha a opressão, que misturou-se ao desespero, e a dor, e tudo aquilo que lhe fervia no peito gelado, e uniu-se ao desejo desesperado de proteger que o envolvia.
Hector avançou, aproveitando-se que estava na frente, que estava próximo do altar, empurrando com seus braços poderosos quem quer que estivesse na frente, enquanto brandia a faca no ar, urrando palavras na língua antiga, a língua dos primeiros homens.
- BRÓDIRE ALDRNARI, MUNA ORLÖG! HEYRA VITKI EDA HLYD BJÓDA EDA ERSTER HRÍMPURS! *
Falava as salamandras. Falava aos elementais da fogueira, da pira que ardia com tanta força. Comandava-os, clamava-os e guiava-os, tentando fazer o que fazia de melhor, conduzir e guiar as energias da terra para os fins que procurava, atiçando as chamas contra Voz dos Antigos, o causador de toda a dor.
Hector tinha as pupilas dilatadas, a face vermelha, e suava copiosamente. Sua expressão não era de medo - era de dor, e de uma tristeza profunda e empática, que machucava-lhe de modo até mesmo fisico.
_________________
*Significa, em tradução livre, "Irmãos do fogo, lembrem-se das primeiras leis! Escutem a minha voz, obedeçam ao meu comando, e derretam o gigante do gelo!"
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRRRH! - ele urrou, caindo de joelhos mais uma vez, o tronco para frente, os cotovelos enterrando-se na terra e as mãos agarrando a cabeça careca. Era... desesperador. Era uma dor física, uma dor espiritual... A voz desesperada a gritar em sua mente, "MEYYE, MEYYE, MEYEEEE!"... Ela parecia estar presa, parecia estar assustada, parecia estar.. sofrendo. E aquele sofrimento parecia atingí-lo de forma grosseira, borbulhando em seu interior, acumulando-se.
E o que quer que fosse a criatura a urrar... O som do martelo... Hector enterrou os dedos grossos com mais força na própria cabeça, ainda caído. O que inferno era aquilo? O que estava acontecendo? Ergueu-se de súbito, com dificuldade, mas ergueu-se, e sem a menor discrição, sem o menor pensamento, puxou do cinto uma faca artesanal, de cabo de madeira, recheado de pequenas runas. Usava-a em rituais, sempre. Havia-a puxado para se proteger. Alguma coisa estava acontecendo. Alguma coisa tão forte estava acontecendo que nem mesmo lhe permitia pensar ou raciocinar.
Meye - por que era assim que, instintivamente, passou a referir-se ao espírito a gritar - estava tão assustada, tão quebrada, tão perdida, que era ela a forçar a barreira, a destruir a película, não era? Era ela que estava alí. Era ela que enchia-o com aquela sensação, como se o ferido, como se o quebrado, como se o acuado, fosse ele.
E Hector não podia, não podia ficar parado! Não podia deixar aquilo prosseguir. Nada importava. Não podia deixar que continuassem a machucá-la, a ferí-la daquela forma. Não podia deixar que aquela crueldade se estendesse, que aquele inferno de dor, sofrimento e desespero se prolongasse. Que tipo de homem seria, se permitisse que um espírito, um irmão, continuasse a sofrer daquela forma, a ser oprimido? Tão desesperado que forçava-se para fugir da própria realidade, do próprio mundo, apenas para poder escapar..
Olhou para o altar. Precisava ver quem estava fazendo aquilo, quem era o culpado... E viu o sorriso de Voz dos Antigos. Não pode se conter. Seu ódio pelos não humanos que se empunham sobre estes misturou-se ao ódio que tinha a opressão, que misturou-se ao desespero, e a dor, e tudo aquilo que lhe fervia no peito gelado, e uniu-se ao desejo desesperado de proteger que o envolvia.
Hector avançou, aproveitando-se que estava na frente, que estava próximo do altar, empurrando com seus braços poderosos quem quer que estivesse na frente, enquanto brandia a faca no ar, urrando palavras na língua antiga, a língua dos primeiros homens.
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Falava as salamandras. Falava aos elementais da fogueira, da pira que ardia com tanta força. Comandava-os, clamava-os e guiava-os, tentando fazer o que fazia de melhor, conduzir e guiar as energias da terra para os fins que procurava, atiçando as chamas contra Voz dos Antigos, o causador de toda a dor.
Hector tinha as pupilas dilatadas, a face vermelha, e suava copiosamente. Sua expressão não era de medo - era de dor, e de uma tristeza profunda e empática, que machucava-lhe de modo até mesmo fisico.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Estava começando...
Foi você quem me libertou...
Aquele cheiro, aquele sentimento, aquelas pessoas e as reações ao seu redor.
Tudo tão familiar...
Não...
Aquilo não poderia se repetir. Alexander não poderia permitir!
Percebeu exatamente o que estava acontecendo. Cada um daqueles à sua volta, ele próprio, estavam absortos em si mesmos.
O Cavaleiro voltou a olhar para os líderes do ritual. Começou a seguir devagar em direção a eles.
Mas seus pés estavam pesados, seus olhos estavam ardendo, a boca seca, as mãos presas...
Tudo parecia paralisado, os gritos e as lágrimas sendo segurados pelo ar, sufocante.
- Não. Outra vez não!
Isso deveria ser impedido. Continuou forçando seu caminho adiante. Como se a própria natureza... Não. Como se todo o não-natural o segurasse, pelos ombros, pelas pernas. Puxando sua cabeça.
Oblivion...
Olhos fixos no garoto e no urso.
O casal tentava se ajudar a manter o auto-controle à sua direita.
Havia uma reação distinta na mulher à esquerda.
E ele se ergueu do chão. Era como uma montanha.
Seus movimentos pareciam tão rápidos!
Ou estariam os reflexos de Alexander mais lentos?
Se algo fosse para ser feito, essa era a hora...
Acompanhou o homem, ouviu suas palavras manteve o olhar fixo no urso. Ele era o problema. Mas a criança era a fonte.
Um bom salto não seria o bastante para alcançá-los? E o Cavaleiro estava desarmado.
Mas... Armas não são tudo, apesar dele mesmo ser um grande Homem de Armas, instruído na luta com diversos equipamentos.
Apenas um tolo confia sua vida à uma arma.
O que fosse necessário para esta noite, estava ali ao alcance deles. Logo adiante.
Preparou seu corpo...
Alfadur, Niume, Vaan, Charlie, Hector e Alexander.
Todos buscando libertar algo dentro de si, enquanto assistiam àqueles tentando libertar algo além.
Um olhar para eles.
Avançou.
Havia começado.
Foi você quem me libertou...
Aquele cheiro, aquele sentimento, aquelas pessoas e as reações ao seu redor.
Tudo tão familiar...
Não...
Aquilo não poderia se repetir. Alexander não poderia permitir!
Percebeu exatamente o que estava acontecendo. Cada um daqueles à sua volta, ele próprio, estavam absortos em si mesmos.
O Cavaleiro voltou a olhar para os líderes do ritual. Começou a seguir devagar em direção a eles.
Mas seus pés estavam pesados, seus olhos estavam ardendo, a boca seca, as mãos presas...
Tudo parecia paralisado, os gritos e as lágrimas sendo segurados pelo ar, sufocante.
- Não. Outra vez não!
Isso deveria ser impedido. Continuou forçando seu caminho adiante. Como se a própria natureza... Não. Como se todo o não-natural o segurasse, pelos ombros, pelas pernas. Puxando sua cabeça.
Oblivion...
Olhos fixos no garoto e no urso.
O casal tentava se ajudar a manter o auto-controle à sua direita.
Havia uma reação distinta na mulher à esquerda.
E ele se ergueu do chão. Era como uma montanha.
Seus movimentos pareciam tão rápidos!
Ou estariam os reflexos de Alexander mais lentos?
Se algo fosse para ser feito, essa era a hora...
Acompanhou o homem, ouviu suas palavras manteve o olhar fixo no urso. Ele era o problema. Mas a criança era a fonte.
Um bom salto não seria o bastante para alcançá-los? E o Cavaleiro estava desarmado.
Mas... Armas não são tudo, apesar dele mesmo ser um grande Homem de Armas, instruído na luta com diversos equipamentos.
Apenas um tolo confia sua vida à uma arma.
O que fosse necessário para esta noite, estava ali ao alcance deles. Logo adiante.
Preparou seu corpo...
Alfadur, Niume, Vaan, Charlie, Hector e Alexander.
Todos buscando libertar algo dentro de si, enquanto assistiam àqueles tentando libertar algo além.
Um olhar para eles.
Avançou.
Havia começado.
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Era um emaranhado de sensações, um emaranhado de medos e angústia.
Estar naquele lugar, olhando e sentindo o que cada um sentia, era como flertar com a loucura, com a insanidade. O grito de desespero, o grito de medo, de dor... ah, tantas sensações que nunca, em momento algum, cada um deles teria sentido de maneira tão vívida, tão intensa.
Alfadur, Niume, Vaan e Charlie lutavam contra seus instintos mais primais, contra as diretrizes principiológicas que haviam tomado como toleráveis em uma situação como aquela. Por alguma razão, por medo de si ou por medo do que seus atos fossem capaz de trazer, eles se controlavam. Fechavam os olhos, cerravam os punhos, endureciam o espírito.
Contudo, a mesma sorte não caiu sobre Hector e Alexander.
Alexander foi tomado pela urgência, pelo desespero de libertar-se de o que quer que estivesse acontecendo. Disparou por entre pessoas ajoelhadas em prantos e dor. Ele disparou entre tantos.
Hector, por sua vez, tendo sentido o enfraquecimento da película, foi mais ousado. Clamou pelo auxílio dos espíritos, bradando e gritando. O Montanha Negra precisava fazer algo e depositou tudo o que tinha numa pequena medida de fé...
... e talvez tenha dado certo.
Naquele mesmo instante, a enorme fogueira que havia no centro pareceu tornar-se mais intensa, começando a pulsar como se acompanhando o ritmo do coração do Montanha Negra.
As chamas se ergueram mais e mais e cada vez que ela pulsava, o martelo se chocava contra o aço e a criança sentia a fraqueza tomá-la.
Gritou, uivou numa língua esquecida para que os espíritos elementais fizessem algo. E talvez, apenas talvez, a violência que estava acontecendo ali, fosse tão intensa, que eles realmente acharam necessário interferir.
E assim o fizeram.
Quando as chamas haviam alcançado algo em torno de 08 metros de altura, ela explodiu, como se fossem fogos de artifício. E ao explodir, ao menos três criaturas humanoídes, envoltas em chamas, mergulharam do céu em direção a Voz dos Antigos. Rasgando o ar, deixando um rastro de cinzas para trás, elas avançaram.
Era como um espetáculo pirotecnico. Com chamas e luzes, fogo, gritos e pavor. A temperatura subia e a eminência de uma explosão tornava-se mera questão de tempo. E todos que observavam aquilo, imaginavam que aquela explosão viria.
Mas o que veio foi silêncio.
Quando os elementais de fogo estavam próximos o suficiente de Voz dos Antigos para encostar nele e causar uma explosão forte o suficiente para destruir tudo à volta, algo mudou.
Tudo pareceu tomar um tom monocromático. Os elementais perdiam a vermilhão, até tornarem-se nada além de uma mancha preta e branca. Pareciam querer ir para frente, mas era incapazes. Incapazes porque a Voz dos Antigos estava com a sua espada em mãos e ele havia cortado algo com ela.
Ao que parecia, ele havia cortado o próprio fluxo temporal.
A enorme criatura olhava, assombrado, com a arma que detinha. A lâmina feita do mais puro Orihalcum, cravejada em gemas preciosas e cuja empunhadura era bela o suficiente para ser vendida pelo preço de um pequeno estado.
Rangeu os dentes, olhou em direção aos elementais, parados no ar, e fez um corte no ar. os Seres espirituais foram dragados pelo tempo naquele mesmo instante.
- Belo.
A aquela altura, a criança permanecia ajoelhada sobre o círculo esverdeado. Voz dos Antigos aproximou-se dela.
- Onde está Rametheus? - sua voz ressoava como um uivo faminto.
- Rametheus?!
- Onde está?
A criança não respondeu. Respirava com dificuldades, os olhos chorosos pareciam procurar por algum descanso, por alguma compreensão.
- Algum... alguém aqui, o espírito de alguém aqui conhece a resposta. E eu matarei a todos, até que alguém me diga. E você será o responsável se não me dizer onde está Rametheus.
O Guardião Esmeralda nada disse.
Ele permanecia ali,onde estava, sobre o símbolo esverdeado. Em seu roto, a expressão frustrada de quem não havia esperado por aquilo. Ou que talvez esperasse, e que se julgava estúpido demais por não ter tentado impedir, por não ter feito algo.
- Começarei pelo templo.
E passou a andar. Ele passava pelos presentes, mas estes eram incapazes de fazer alguma coisa, qualquer coisa. Eles olhavam, maravilhados e estupefatos, diante de alguém que demonstrou capacidade de controlar o tempo. Ele passou por Hector e Alexander, sem direcionar-lhe o olhar. Achava-os abaixo de sua estação e, portanto, indignos.
Enquanto isso... o Guardião Esmeralda permanecia ajoelhado sobre o símbolo verde. Símbolo que agora pulsava, como se alguém buscasse liberdade dele.
Enquanto isso... Voz dos Antigos buscava por onde começar o seu massacre em busca das informações que precisava.
Estar naquele lugar, olhando e sentindo o que cada um sentia, era como flertar com a loucura, com a insanidade. O grito de desespero, o grito de medo, de dor... ah, tantas sensações que nunca, em momento algum, cada um deles teria sentido de maneira tão vívida, tão intensa.
Alfadur, Niume, Vaan e Charlie lutavam contra seus instintos mais primais, contra as diretrizes principiológicas que haviam tomado como toleráveis em uma situação como aquela. Por alguma razão, por medo de si ou por medo do que seus atos fossem capaz de trazer, eles se controlavam. Fechavam os olhos, cerravam os punhos, endureciam o espírito.
Contudo, a mesma sorte não caiu sobre Hector e Alexander.
Alexander foi tomado pela urgência, pelo desespero de libertar-se de o que quer que estivesse acontecendo. Disparou por entre pessoas ajoelhadas em prantos e dor. Ele disparou entre tantos.
Hector, por sua vez, tendo sentido o enfraquecimento da película, foi mais ousado. Clamou pelo auxílio dos espíritos, bradando e gritando. O Montanha Negra precisava fazer algo e depositou tudo o que tinha numa pequena medida de fé...
... e talvez tenha dado certo.
Naquele mesmo instante, a enorme fogueira que havia no centro pareceu tornar-se mais intensa, começando a pulsar como se acompanhando o ritmo do coração do Montanha Negra.
As chamas se ergueram mais e mais e cada vez que ela pulsava, o martelo se chocava contra o aço e a criança sentia a fraqueza tomá-la.
Gritou, uivou numa língua esquecida para que os espíritos elementais fizessem algo. E talvez, apenas talvez, a violência que estava acontecendo ali, fosse tão intensa, que eles realmente acharam necessário interferir.
E assim o fizeram.
Quando as chamas haviam alcançado algo em torno de 08 metros de altura, ela explodiu, como se fossem fogos de artifício. E ao explodir, ao menos três criaturas humanoídes, envoltas em chamas, mergulharam do céu em direção a Voz dos Antigos. Rasgando o ar, deixando um rastro de cinzas para trás, elas avançaram.
Era como um espetáculo pirotecnico. Com chamas e luzes, fogo, gritos e pavor. A temperatura subia e a eminência de uma explosão tornava-se mera questão de tempo. E todos que observavam aquilo, imaginavam que aquela explosão viria.
Mas o que veio foi silêncio.
Quando os elementais de fogo estavam próximos o suficiente de Voz dos Antigos para encostar nele e causar uma explosão forte o suficiente para destruir tudo à volta, algo mudou.
Tudo pareceu tomar um tom monocromático. Os elementais perdiam a vermilhão, até tornarem-se nada além de uma mancha preta e branca. Pareciam querer ir para frente, mas era incapazes. Incapazes porque a Voz dos Antigos estava com a sua espada em mãos e ele havia cortado algo com ela.
Ao que parecia, ele havia cortado o próprio fluxo temporal.
A enorme criatura olhava, assombrado, com a arma que detinha. A lâmina feita do mais puro Orihalcum, cravejada em gemas preciosas e cuja empunhadura era bela o suficiente para ser vendida pelo preço de um pequeno estado.
Rangeu os dentes, olhou em direção aos elementais, parados no ar, e fez um corte no ar. os Seres espirituais foram dragados pelo tempo naquele mesmo instante.
- Belo.
A aquela altura, a criança permanecia ajoelhada sobre o círculo esverdeado. Voz dos Antigos aproximou-se dela.
- Onde está Rametheus? - sua voz ressoava como um uivo faminto.
- Rametheus?!
- Onde está?
A criança não respondeu. Respirava com dificuldades, os olhos chorosos pareciam procurar por algum descanso, por alguma compreensão.
- Algum... alguém aqui, o espírito de alguém aqui conhece a resposta. E eu matarei a todos, até que alguém me diga. E você será o responsável se não me dizer onde está Rametheus.
O Guardião Esmeralda nada disse.
Ele permanecia ali,onde estava, sobre o símbolo esverdeado. Em seu roto, a expressão frustrada de quem não havia esperado por aquilo. Ou que talvez esperasse, e que se julgava estúpido demais por não ter tentado impedir, por não ter feito algo.
- Começarei pelo templo.
E passou a andar. Ele passava pelos presentes, mas estes eram incapazes de fazer alguma coisa, qualquer coisa. Eles olhavam, maravilhados e estupefatos, diante de alguém que demonstrou capacidade de controlar o tempo. Ele passou por Hector e Alexander, sem direcionar-lhe o olhar. Achava-os abaixo de sua estação e, portanto, indignos.
Enquanto isso... o Guardião Esmeralda permanecia ajoelhado sobre o símbolo verde. Símbolo que agora pulsava, como se alguém buscasse liberdade dele.
Enquanto isso... Voz dos Antigos buscava por onde começar o seu massacre em busca das informações que precisava.
25Slash7- Administrador
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Maldita seja aquela sensação que não ia embora de jeito nenhum e parecia acompanhar Vaan onde quer que ela fosse. Desde o dia em que pisou fora de seu lar, parecia ter sempre aquela voz angustiante sussurrando em seus ouvidos, como se algo horrível estivesse a espreita. E agora, além de perder seu destino, parecia que aos poucos ia perdendo sua sanidade. Seu braço esquerdo doía como se estivesse sendo arrancado. Suas cicatrizes pulsavam forte e ardiam feito fogo. Seu olho esquerdo parecia ver a aura das pessoas e somente o direito lhe dava certeza de quem estava vivo ou morto. Ela segurou seu braço e praguejou. Deveria fazer algo. Começou a andar na direção do ritual.
Ergueu sua coluna e virou seu rosto para o alto, vendo os elementais atenderem o chamado do homem com a faca ritualística, que gritava em uma língua há muito tempo esquecida. Por um segundo, esqueceu-se das dores que sentia e da emergência que se encontrava. Olhava maravilhada os corpos de fogo que se formaram e agora voavam pelo céu, misturando os mais belos tons de vermelho, azul e verde. Como todos ali, seus olhos perseguiam-nos enquanto observava o espetáculo, deu alguns passos para frente, empurrando os que ficavam em seu caminho. Sua boca estava entreaberta e parou somente quando sentiu a explosão eminente. Cobriu seus olhos e os piscou quando percebeu os uivos de surpresa da multidão. Vaan virou seu olhar para o urso e para os elementais, invalidados pela arma que Voz dos Antigos detinha. Ela olhou a espada, percebendo seus detalhes. Cerrou os punhos e rangeou os dentes quando viu o que aquela bela arma era capaz de fazer. Será que a sensação de antes fora causada pelo artefato? Vaan não teve tempo de pensar muito sobre aquilo, ao ver Voz perguntar por alguém. Romatheus?...Quem seria? Passou seus olhos discretamente por entre os presentes: o homem e sua estranha companhia, o diplomata e sua amiga bárbara, todos ali presentes receberam seu olhar inquisitor, mas ninguém parecia ter a resposta. Permaneceu calada, deixando o urso passar por ela, como os tantos outros fizeram. Mas sua maior preocupação não era aonde o urso iria agora. Ela tinha que fazer algo ou todos ali seriam mortos. Um nome ainda ecoava em sua cabeça e ela parecia ter noção do que deveria fazer.
Novamente o nome Meyye pulsou em sua mente. Vaan segurou a cabeça com as mãos e quando se recompôs, viu o menino em cima do selo verde que parecia lentamente quebrar-se. Ela correu até o altar e saltou, passando por Niume e Alfadur. Sua expressão era séria e a mulher, ao ficar de frente com o menino, foi até ele com passos firmes, falando para o mesmo ouvir:
- Vai mesmo carregar tantas vidas? É um fardo pesado. – e olhou discretamente pra o selo esverdeado. Em um passo, ela estava frente a frente com o garoto e o empurrou, parando em cima do selo. Ajoelhou-se e passou a mão sobre o mesmo.
- Você quer ser liberto? Meyye ou quem quer que seja! Precisa fazer algo!
Olhou o menino novamente e passou os olhos por Hector. Com voz firme, disse a ambos:
- Precisamos quebrar o isso. – e ela mesma observava o círculo verde, a procura de respostas.
Ergueu sua coluna e virou seu rosto para o alto, vendo os elementais atenderem o chamado do homem com a faca ritualística, que gritava em uma língua há muito tempo esquecida. Por um segundo, esqueceu-se das dores que sentia e da emergência que se encontrava. Olhava maravilhada os corpos de fogo que se formaram e agora voavam pelo céu, misturando os mais belos tons de vermelho, azul e verde. Como todos ali, seus olhos perseguiam-nos enquanto observava o espetáculo, deu alguns passos para frente, empurrando os que ficavam em seu caminho. Sua boca estava entreaberta e parou somente quando sentiu a explosão eminente. Cobriu seus olhos e os piscou quando percebeu os uivos de surpresa da multidão. Vaan virou seu olhar para o urso e para os elementais, invalidados pela arma que Voz dos Antigos detinha. Ela olhou a espada, percebendo seus detalhes. Cerrou os punhos e rangeou os dentes quando viu o que aquela bela arma era capaz de fazer. Será que a sensação de antes fora causada pelo artefato? Vaan não teve tempo de pensar muito sobre aquilo, ao ver Voz perguntar por alguém. Romatheus?...Quem seria? Passou seus olhos discretamente por entre os presentes: o homem e sua estranha companhia, o diplomata e sua amiga bárbara, todos ali presentes receberam seu olhar inquisitor, mas ninguém parecia ter a resposta. Permaneceu calada, deixando o urso passar por ela, como os tantos outros fizeram. Mas sua maior preocupação não era aonde o urso iria agora. Ela tinha que fazer algo ou todos ali seriam mortos. Um nome ainda ecoava em sua cabeça e ela parecia ter noção do que deveria fazer.
Novamente o nome Meyye pulsou em sua mente. Vaan segurou a cabeça com as mãos e quando se recompôs, viu o menino em cima do selo verde que parecia lentamente quebrar-se. Ela correu até o altar e saltou, passando por Niume e Alfadur. Sua expressão era séria e a mulher, ao ficar de frente com o menino, foi até ele com passos firmes, falando para o mesmo ouvir:
- Vai mesmo carregar tantas vidas? É um fardo pesado. – e olhou discretamente pra o selo esverdeado. Em um passo, ela estava frente a frente com o garoto e o empurrou, parando em cima do selo. Ajoelhou-se e passou a mão sobre o mesmo.
- Você quer ser liberto? Meyye ou quem quer que seja! Precisa fazer algo!
Olhou o menino novamente e passou os olhos por Hector. Com voz firme, disse a ambos:
- Precisamos quebrar o isso. – e ela mesma observava o círculo verde, a procura de respostas.
Valkyrja- Usuário
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Re: Introdução: Deuses e Homens
" - Maldição..."
Murmurou Alfadur em tom baixo, ainda cerrando os punhos em profunda agonia. Toda aquela loucura era semelhante em parte às torturas que conheceu na Wyld, mas ali, ele era o torturado e sentia todo aquele pesar que caia sobre ele e os demais presentes. De repente notou o ato heroico de Hector em adiantar-se e falar coisas incompreensiveis. Alfadur nao era tolo, claro, ele percebeu o surgimento subito de elementais a riscarem o céu na direção do grande urso e imaginou que seria obra daquele homem. Na conversa que teve com Hector percebeu que o grande humano tinha um comportamento autruista, do tipo justiceiro, e aquele ato parecia condizente com os possiveis ideais que aquele homem possuia. Alfadur sorriu, contente pela bravura do homem e aquilo o estimulava a fazer algo também. Porém, algo terrivel acontecia quando Voz dos Antigos brandia aquela estranha arma que cerceava o ataque dos elementais paralisando a todos eles e também a muitos em volta já acometidos com tamanha angústia. Naquele momento, o grande urso parecia invêncivel e realmente assustador ao ameaçar a todos e se retirar em busca de alguém que Alfadur nem sabia quem poderia ser... Rametheus.
" - Não devia ser assim... não devia... não devia..."
Ele reclamou, desiludido, magoado, pois estar ali era um grande sonho para ele, para sua gente, para sua protegida Niume. O que acontecia ali poderia mata-lo, mas também era motivo de vergonha a ele que simplesmente falharia com os que tanto amava. Mas logo ele teria de animar-se ao ver que o grande urso parecia ignorar a todos e que uma outra pessoa agia indo na direção do centro daquele rito. Alfadur fitou Niume de canto e a mao que antes segurava a dela para que guardasse o punhal agora parecia tentar tira-lo dela.
" - Me desculpe por traze-la para um lugar de morte... se eu não conseguir, fuja e viva com os nossos nas montanhas!"
Ele pediria, claro, tinha de pedir, ou não seria ele, tão zeloso com aquela doce criança travessa que se tornara uma bela jovem astuta e cheia de esperteza. Claro... ela nao o obedeceria mais uma vez, e ele sabia disso, era o que de fato a tornava tao especial para ele. A Liberdade em forma de uma garota humana. Ela faria algo, ele sabia, e ele também faria. Alfadur ergueu-se cerrando os olhos que agora traspareciam a loucura dos confins do mundo, olhar este que impediria os já assustados habitantes de se colocarem em seu caminho, correria na direção do centro do ritual onde a outra mulher estranha tentava falar algo ao garoto e observou o selo brilhando no chão. Alfadur correu e saltou trombando com uns e outros até alcançar o mesmo lugar que a tal mulher estava e enquanto ela pensava em como acabar com aquilo, ele agiu.
" - Para o bem ou para o mal, é liberdade que deseja? Liberdade terá!"
Ele disse, provavelmente para quem quer que fosse e clamasse pelo fim da dor. Naquele instante, Alfadur firmou a mão direita no cabo do punhal que curiosamente pareceu querer brilhar. Sim... ele não era um escolhido dos deuses, mas possuia um Poder oculto, aquilo que os sabios chamariam de Essencia, algo presente na alma de muitos que se tornariam herois, algo presente na alma dos filhos dos dragões imaculados e também presente na alma de um bastardo filho de uma humana com um Raksha. Alfadur cravaria o punhão no centro do selo com a intenção de quebra-lo. Ele não tinha a menor idéia de que aquilo funcionaria ou não, mas era a única coisa que lhe veio a mente naquele instante... talvez, a úncia chance que tinham de se livrar da morte certa.
Murmurou Alfadur em tom baixo, ainda cerrando os punhos em profunda agonia. Toda aquela loucura era semelhante em parte às torturas que conheceu na Wyld, mas ali, ele era o torturado e sentia todo aquele pesar que caia sobre ele e os demais presentes. De repente notou o ato heroico de Hector em adiantar-se e falar coisas incompreensiveis. Alfadur nao era tolo, claro, ele percebeu o surgimento subito de elementais a riscarem o céu na direção do grande urso e imaginou que seria obra daquele homem. Na conversa que teve com Hector percebeu que o grande humano tinha um comportamento autruista, do tipo justiceiro, e aquele ato parecia condizente com os possiveis ideais que aquele homem possuia. Alfadur sorriu, contente pela bravura do homem e aquilo o estimulava a fazer algo também. Porém, algo terrivel acontecia quando Voz dos Antigos brandia aquela estranha arma que cerceava o ataque dos elementais paralisando a todos eles e também a muitos em volta já acometidos com tamanha angústia. Naquele momento, o grande urso parecia invêncivel e realmente assustador ao ameaçar a todos e se retirar em busca de alguém que Alfadur nem sabia quem poderia ser... Rametheus.
" - Não devia ser assim... não devia... não devia..."
Ele reclamou, desiludido, magoado, pois estar ali era um grande sonho para ele, para sua gente, para sua protegida Niume. O que acontecia ali poderia mata-lo, mas também era motivo de vergonha a ele que simplesmente falharia com os que tanto amava. Mas logo ele teria de animar-se ao ver que o grande urso parecia ignorar a todos e que uma outra pessoa agia indo na direção do centro daquele rito. Alfadur fitou Niume de canto e a mao que antes segurava a dela para que guardasse o punhal agora parecia tentar tira-lo dela.
" - Me desculpe por traze-la para um lugar de morte... se eu não conseguir, fuja e viva com os nossos nas montanhas!"
Ele pediria, claro, tinha de pedir, ou não seria ele, tão zeloso com aquela doce criança travessa que se tornara uma bela jovem astuta e cheia de esperteza. Claro... ela nao o obedeceria mais uma vez, e ele sabia disso, era o que de fato a tornava tao especial para ele. A Liberdade em forma de uma garota humana. Ela faria algo, ele sabia, e ele também faria. Alfadur ergueu-se cerrando os olhos que agora traspareciam a loucura dos confins do mundo, olhar este que impediria os já assustados habitantes de se colocarem em seu caminho, correria na direção do centro do ritual onde a outra mulher estranha tentava falar algo ao garoto e observou o selo brilhando no chão. Alfadur correu e saltou trombando com uns e outros até alcançar o mesmo lugar que a tal mulher estava e enquanto ela pensava em como acabar com aquilo, ele agiu.
" - Para o bem ou para o mal, é liberdade que deseja? Liberdade terá!"
Ele disse, provavelmente para quem quer que fosse e clamasse pelo fim da dor. Naquele instante, Alfadur firmou a mão direita no cabo do punhal que curiosamente pareceu querer brilhar. Sim... ele não era um escolhido dos deuses, mas possuia um Poder oculto, aquilo que os sabios chamariam de Essencia, algo presente na alma de muitos que se tornariam herois, algo presente na alma dos filhos dos dragões imaculados e também presente na alma de um bastardo filho de uma humana com um Raksha. Alfadur cravaria o punhão no centro do selo com a intenção de quebra-lo. Ele não tinha a menor idéia de que aquilo funcionaria ou não, mas era a única coisa que lhe veio a mente naquele instante... talvez, a úncia chance que tinham de se livrar da morte certa.
Dønø_da_Wyrm- Usuário
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Buscava dentro de si o equilibrio e a força necessária para se manter sã, para manter dentro de si. Fechou os olhos, as mãos apertando a neve. Então... Então foi Hector quem surtou. Charlie levantou a cabeça, observando seu amigo e tutor erguer-se acima dos demais, bradando aquelas palavras antigas.
Alexander também estava se movendo, e Charlie, afoito do jeito que estava pegou a adaga, separando-a em duas, rasgou tiras dos tecidos das roupas, de maneira afoita. Procurava ignorar o fogo, os gritos. Precisava ajudar Hector.
Amarrou cada parte da adaga no pulso, em cima das costas da mão, afim de poder usar as mãos e ainda sim ter uma arma disponível para usar. Testou a força das amarras. Certo. Ouvia as palavras do urso, atentando-se. Rametheus? O que era um Rametheus? Passou a língua pelos lábios.
Viu quando Voz desfez tudo aquilo apenas com um golpe da espada, mas Charlie, por um instante breve admirou o mundo monocromático, o modo como as coisas deixaram de ter cor, a ausência de movimentos bruscos, e sem notar, pôs-se de pé, e sem sentir, a adrenalina pulsava em seu peito, bombardiando o corpo com determinação, viu o modo como a magia - para ele, aquilo era magia - de Hector falhava, viu o modo como o Urso decretava seu desejo, anunciava seu massacre, e não pode deixar de sorrir, por um minuto com a ideia.
Olhou para Niume. - Hei!!! - Gritou a criatura androgena para a jovem, Charlie moveu as mãos, indicando o urso para Niume. Precisava agir, naquele momento, em par. Hector não estava ali. Deixou claro seu recado para Niume: ela (Niume) deveria se esgueirar pela esquerda, usando os outros como cobertura, Charlie esgueirar-se-ia pela direita, no mesmo processo. Atacariam juntas, um de cada lado., esperava que Niume tivesse entendido, achava que parar - ou ao menos atrasar - o urso fosse ajudar. Começou a se mover, sorrateira como era.
Independente da reação de Niume, Charlie seguiria seu plano.
(Charlie vai seguir o urso por um momento, pra ver se Niume vai agir com ela, se não, vai agir sozinho mesmo.)
Alexander também estava se movendo, e Charlie, afoito do jeito que estava pegou a adaga, separando-a em duas, rasgou tiras dos tecidos das roupas, de maneira afoita. Procurava ignorar o fogo, os gritos. Precisava ajudar Hector.
Amarrou cada parte da adaga no pulso, em cima das costas da mão, afim de poder usar as mãos e ainda sim ter uma arma disponível para usar. Testou a força das amarras. Certo. Ouvia as palavras do urso, atentando-se. Rametheus? O que era um Rametheus? Passou a língua pelos lábios.
Viu quando Voz desfez tudo aquilo apenas com um golpe da espada, mas Charlie, por um instante breve admirou o mundo monocromático, o modo como as coisas deixaram de ter cor, a ausência de movimentos bruscos, e sem notar, pôs-se de pé, e sem sentir, a adrenalina pulsava em seu peito, bombardiando o corpo com determinação, viu o modo como a magia - para ele, aquilo era magia - de Hector falhava, viu o modo como o Urso decretava seu desejo, anunciava seu massacre, e não pode deixar de sorrir, por um minuto com a ideia.
Olhou para Niume. - Hei!!! - Gritou a criatura androgena para a jovem, Charlie moveu as mãos, indicando o urso para Niume. Precisava agir, naquele momento, em par. Hector não estava ali. Deixou claro seu recado para Niume: ela (Niume) deveria se esgueirar pela esquerda, usando os outros como cobertura, Charlie esgueirar-se-ia pela direita, no mesmo processo. Atacariam juntas, um de cada lado., esperava que Niume tivesse entendido, achava que parar - ou ao menos atrasar - o urso fosse ajudar. Começou a se mover, sorrateira como era.
Independente da reação de Niume, Charlie seguiria seu plano.
(Charlie vai seguir o urso por um momento, pra ver se Niume vai agir com ela, se não, vai agir sozinho mesmo.)
Rosenrot- Usuário
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Re: Introdução: Deuses e Homens
(Descrição curta e rápida porque eu tô numa reunião)
- HECTOR!
Era Fal Grey. Com a arma em punhos, o homem encarava na direção da entrada da cidade.
Lá, uma fileira de criaturas demoníacas se perfilava. A sua frente, uma criatura deformada, humanoíde e cujo rosto parecia ser coberto por uma máscara de cartilagem e carne. às costas dele, uma enorme escuridão.
- HECTOR!
Era Fal Grey. Com a arma em punhos, o homem encarava na direção da entrada da cidade.
Lá, uma fileira de criaturas demoníacas se perfilava. A sua frente, uma criatura deformada, humanoíde e cujo rosto parecia ser coberto por uma máscara de cartilagem e carne. às costas dele, uma enorme escuridão.
25Slash7- Administrador
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Re: Introdução: Deuses e Homens
Hector não olhou para trás, quando viu o homem - Alexander - passar correndo por si, abrindo caminho entre as pessoas. Estava ocupado demais acenando a faca no ar, gritando, comando os espíritos...
E eles atenderam. Em um primeiro momento, o gigante homem pareceu ficar sem reação. Nunca havia, realmente, conseguido um efeito tão poderoso como ele... Mas havia conseguido, não havia? Havia obriga-os a atender ao que dizia. A revoltarem-se contra a terrível história que se formava diante de seus olhos, a lançarem-se contra Voz dos Antigos e o inferno que fazia. Então Hector gritou mais forte, repetindo o que antes havia dito, acenando com ainda mais força e decisão a faca no ar, decidido de que aquilo, aquilo iria dar-lhes mais força, aquilo os faria derrubar Voz dos Antigos...
Mas o Urso fez o que fez, e a Montanha Negra engoliu em seco. Que tipo de criatura bestial era aquela, que agarrava uma simples espada e destruía... alguma coisa, no ar? Que retirava a vida dos próprios elementais, que livrava-os de cor e de ação!? Que maldita situação era aquela!? E, quando finalmente os espíritos que ele jurava estarem prestes a ter sucesso foram tragados pela fenda temporal, Hector sentiu os joelhos fracos, e quase, quase abandonou-se ao chão... Mas não podia. Meyye, a criatura em sofrimento, ainda estava ali. Ainda podia sentir sua dor, ainda podia sentí-la sofrer. Quis saltar sobre Voz dos Antigos, também - mas era estúpido simplesmente saltar sobre alguém que havia destruído tão poderosos espíritos com um simples aceno da espada, então, quando ele passou por si, Hector não desviou o olhar... Mas não fez menção de atacá-lo.
Viu o selo, e imaginou que era por alí que ela ia passar.. E fez menção de mover-se, também. De tomar uma atitude. Uma atitude que já havia sido tomada, por que, no próximo instante, uma mulher saltava sobre o altar, empurrando o Guardião Esmeralda.. E, no instante seguinte, Alfadur passou por ele, cravando o punhal no selo.
Hector sentiu um nó formar-se em sua garganta. O que aconteceria? O que estaria prestes a presenciar...?
E então uma voz - aquela voz, a voz de Fal Grey - chamou-o, e Hector foi despertado de seus sonhos e hípoteses pela voz do passado. Virou-se, e viu o que viu... E o nó em sua garganta apenas se intensificou. - Por todos os infernos... - murmurou, pasmo.
E viu Charlie, também. Viu o que ela fazia. A menina ia se matar! Hector avançou, acelerando, empurrando pessoas a torto e a direito com o braço, tirando-as do caminho, até alcançar o menino, e fechar a mão grande e enluvada em torno de seu antebraço. Falava em tom urgente. - Olha! - mandou, apressado, apontando para o portão. - Cuidamos do urso depois, Charlie, ok? - pediu. Realmente queria ter uma conversa séria com Voz dos Antigos, que talvez envolvesse sangue - o seu sangue, provavelmente, mas aquilo.. Aquilo era mais urgente.
- Eu preciso que você ache os homens da nossa guarda e os homens da guarda de Alfadur. A guarda da cidade vai ser massacrada! - exclamou, olhando de novo. - Faça com que achem o baú. Que peguem suas armas. E meu martelo. Se estiverem com medo de represálias da lei, conte dos Hrothgar e diga que eu dou um jeito. - falou tudo muito, muito rápido e, diante da confiança tremenda que tinha em Charlie, não deu a criança tempo de responder. Puxou-a para si, em um abraço de urso breve, beijando-lhe a testa de modo apertado, antes de soltá-lo e, a passos corridos e rápidos, murmurando uma prece baixa, corria em direção a Fel Grey.
E eles atenderam. Em um primeiro momento, o gigante homem pareceu ficar sem reação. Nunca havia, realmente, conseguido um efeito tão poderoso como ele... Mas havia conseguido, não havia? Havia obriga-os a atender ao que dizia. A revoltarem-se contra a terrível história que se formava diante de seus olhos, a lançarem-se contra Voz dos Antigos e o inferno que fazia. Então Hector gritou mais forte, repetindo o que antes havia dito, acenando com ainda mais força e decisão a faca no ar, decidido de que aquilo, aquilo iria dar-lhes mais força, aquilo os faria derrubar Voz dos Antigos...
Mas o Urso fez o que fez, e a Montanha Negra engoliu em seco. Que tipo de criatura bestial era aquela, que agarrava uma simples espada e destruía... alguma coisa, no ar? Que retirava a vida dos próprios elementais, que livrava-os de cor e de ação!? Que maldita situação era aquela!? E, quando finalmente os espíritos que ele jurava estarem prestes a ter sucesso foram tragados pela fenda temporal, Hector sentiu os joelhos fracos, e quase, quase abandonou-se ao chão... Mas não podia. Meyye, a criatura em sofrimento, ainda estava ali. Ainda podia sentir sua dor, ainda podia sentí-la sofrer. Quis saltar sobre Voz dos Antigos, também - mas era estúpido simplesmente saltar sobre alguém que havia destruído tão poderosos espíritos com um simples aceno da espada, então, quando ele passou por si, Hector não desviou o olhar... Mas não fez menção de atacá-lo.
Viu o selo, e imaginou que era por alí que ela ia passar.. E fez menção de mover-se, também. De tomar uma atitude. Uma atitude que já havia sido tomada, por que, no próximo instante, uma mulher saltava sobre o altar, empurrando o Guardião Esmeralda.. E, no instante seguinte, Alfadur passou por ele, cravando o punhal no selo.
Hector sentiu um nó formar-se em sua garganta. O que aconteceria? O que estaria prestes a presenciar...?
E então uma voz - aquela voz, a voz de Fal Grey - chamou-o, e Hector foi despertado de seus sonhos e hípoteses pela voz do passado. Virou-se, e viu o que viu... E o nó em sua garganta apenas se intensificou. - Por todos os infernos... - murmurou, pasmo.
E viu Charlie, também. Viu o que ela fazia. A menina ia se matar! Hector avançou, acelerando, empurrando pessoas a torto e a direito com o braço, tirando-as do caminho, até alcançar o menino, e fechar a mão grande e enluvada em torno de seu antebraço. Falava em tom urgente. - Olha! - mandou, apressado, apontando para o portão. - Cuidamos do urso depois, Charlie, ok? - pediu. Realmente queria ter uma conversa séria com Voz dos Antigos, que talvez envolvesse sangue - o seu sangue, provavelmente, mas aquilo.. Aquilo era mais urgente.
- Eu preciso que você ache os homens da nossa guarda e os homens da guarda de Alfadur. A guarda da cidade vai ser massacrada! - exclamou, olhando de novo. - Faça com que achem o baú. Que peguem suas armas. E meu martelo. Se estiverem com medo de represálias da lei, conte dos Hrothgar e diga que eu dou um jeito. - falou tudo muito, muito rápido e, diante da confiança tremenda que tinha em Charlie, não deu a criança tempo de responder. Puxou-a para si, em um abraço de urso breve, beijando-lhe a testa de modo apertado, antes de soltá-lo e, a passos corridos e rápidos, murmurando uma prece baixa, corria em direção a Fel Grey.
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