CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
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CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Hector não meditava no quarto que dividia com Charlie, dentro do Império Haslanti.
Por quê? Por que sabia que, quando o fazia, o ambiente tornava-se muito frio. E por que ela estava ferida. E por que ele sabia que muito frio não ajudava muito na regeneração de feridas - muito pelo contrário, na verdade. Era por isso que, naquele entardecer em especial, o demonólogo e homem de fé, Hector Hrothgar, havia caminhado para longe das ruas movimentadas, para longe das pessoas, para longe dos quartos. Avisou aos guardas onde iria - para a pequena colina na floresta a pouco mais de dois kilometros dali, para ver o sol se poder, e meditar um pouco.
E lá foi Hector, esperando que o mundo não o seguisse - precisava de um pouco de paz. Sem dúvida, precisava de um pouco de paz.
Por quê? Por que sabia que, quando o fazia, o ambiente tornava-se muito frio. E por que ela estava ferida. E por que ele sabia que muito frio não ajudava muito na regeneração de feridas - muito pelo contrário, na verdade. Era por isso que, naquele entardecer em especial, o demonólogo e homem de fé, Hector Hrothgar, havia caminhado para longe das ruas movimentadas, para longe das pessoas, para longe dos quartos. Avisou aos guardas onde iria - para a pequena colina na floresta a pouco mais de dois kilometros dali, para ver o sol se poder, e meditar um pouco.
E lá foi Hector, esperando que o mundo não o seguisse - precisava de um pouco de paz. Sem dúvida, precisava de um pouco de paz.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Charlie tinha uma boa recuperação, talvez sua pré-disposição para aquele tipo de coisas ajudasse, o fato é que recuperava-se um pouco mais rápido do que outra pessoa que estivesse em situação semelhante, mas durante esse tempo, esse período de adaptações, novamente o silencio começou a tornar-se seu companheiro. Charlie passava horas mudo, sem dizer uma palavra sequer, com o olhar vago nas coisas, rabiscando e rabiscando, papeis de desenhos nunca terminados espalhavam-se por sua cama, adornavam o teto, para onde ficava olhando por horas: nunca nada muito concreto. Desenhara parte de um tigre num deles, apenas cabeça e patas dianteiras. No outro, o que pareciam demônios, saindo do chão, fogo. Sangue – usava do seu próprio sangue para ter o pigmento vermelho – e muitos e muitos de um par de olhos, escondidos na escuridão.
A vida era uma eterna escuridão e silêncio, para o jovem de desejos incertos.
Já andava sem a ajuda de nenhum artificio para fazê-lo, e começara a cavalgar, para tentar de alguma forma, suportar precariamente a dor que as costelas lhe traziam. Mesmo que fosse num galope mais manso. Seus demônios pessoais berravam em sua cabeça, seus pesadelos tinham tomado forma e cor, e Charlie achava que já não havia mais motivo para a mascara.
Um dia se ausentou, sabia exatamente onde encontrar o que precisava, mesmo que todo o norte parecesse estar banhado em sangue. Ficou fora praticamente o dia todo, antes de retornar, trazendo o pouco das coisas que ainda tinha.
Trajava uma roupa negra, que lhe cobria parte do rosto também – nariz e boca – e que possuía um capuz, mas esse estava jogado às costas, deixando que os cabelos presos em tranças fosse visto. Não portava armas visíveis, e até mesmo suas mãos eram cobertas por luvas grossas e negras. Charlie era.... Silencioso, e talvez por isso Hector, preso em suas meditações, não o tivesse ouvido.
Foi o som pesado, de algo sendo jogado no chão – mais precisamente, frente à Hector – que o traria de volta: era um livro, ou algo que parecesse ser, com sua capa de couro, folhas costuradas e presas. Havia um simbolo no capa, que mesmo que Hector não o reconhecesse de imediato, o acharia familiar.
Charlie baixou o pano que lhe cobria o rosto.
– Preciso te contar a verdade... A verdade sobre quem eu sou, Hector. Sobre quem eu me tornei.
A vida era uma eterna escuridão e silêncio, para o jovem de desejos incertos.
Já andava sem a ajuda de nenhum artificio para fazê-lo, e começara a cavalgar, para tentar de alguma forma, suportar precariamente a dor que as costelas lhe traziam. Mesmo que fosse num galope mais manso. Seus demônios pessoais berravam em sua cabeça, seus pesadelos tinham tomado forma e cor, e Charlie achava que já não havia mais motivo para a mascara.
Um dia se ausentou, sabia exatamente onde encontrar o que precisava, mesmo que todo o norte parecesse estar banhado em sangue. Ficou fora praticamente o dia todo, antes de retornar, trazendo o pouco das coisas que ainda tinha.
Trajava uma roupa negra, que lhe cobria parte do rosto também – nariz e boca – e que possuía um capuz, mas esse estava jogado às costas, deixando que os cabelos presos em tranças fosse visto. Não portava armas visíveis, e até mesmo suas mãos eram cobertas por luvas grossas e negras. Charlie era.... Silencioso, e talvez por isso Hector, preso em suas meditações, não o tivesse ouvido.
Foi o som pesado, de algo sendo jogado no chão – mais precisamente, frente à Hector – que o traria de volta: era um livro, ou algo que parecesse ser, com sua capa de couro, folhas costuradas e presas. Havia um simbolo no capa, que mesmo que Hector não o reconhecesse de imediato, o acharia familiar.
Charlie baixou o pano que lhe cobria o rosto.
– Preciso te contar a verdade... A verdade sobre quem eu sou, Hector. Sobre quem eu me tornei.
Rosenrot- Usuário
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Charlie notaria com facilidade o modo como a grama sob Hector estava quebradiça, fragilizada pela pequena camada de gelo que a cobria. O próprio ar estava muito, muito frio, transformando em vapor a respiração da andrógina criatura ali parada.
Quando o livro pesado caiu no chão em meio ao gramado úmido e gélido, Hector ainda manteve-se em estado de meditação profunda por alguns segundos, antes de lentamente voltar a si, abrindo os olhos devagar. Olhou para Charlie, e de Charlie para o livro, e então voltando os olhos para Charlie, muito curioso sobre como ela estava vestida. - Que roupas são essas? - quis saber, estranhando a interrupção, visto que o menine não era de interrompê-lo.
E então ela falou. Contar a verdade. Hector respirou profunda, esticando os dedos grandes e recolhendo o livro para seu colo. Passou os dedos pelo símbolo na capa, pensativo, antes de abrí-lo novamente.
- Tá bem. - disse. - Consegue se sentar?
Quando o livro pesado caiu no chão em meio ao gramado úmido e gélido, Hector ainda manteve-se em estado de meditação profunda por alguns segundos, antes de lentamente voltar a si, abrindo os olhos devagar. Olhou para Charlie, e de Charlie para o livro, e então voltando os olhos para Charlie, muito curioso sobre como ela estava vestida. - Que roupas são essas? - quis saber, estranhando a interrupção, visto que o menine não era de interrompê-lo.
E então ela falou. Contar a verdade. Hector respirou profunda, esticando os dedos grandes e recolhendo o livro para seu colo. Passou os dedos pelo símbolo na capa, pensativo, antes de abrí-lo novamente.
- Tá bem. - disse. - Consegue se sentar?
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Charlie não se importava ou incomodava muito com o frio, havia se acostumado a vida no norte, e aquele tipo de temperatura não lhe era um problema real. Parecia, claro, perturbado com diversas outras coisas, suspirou por um momento, pressionando as têmporas com os dedos cobertos pelo couro da luva.
Apenas moveu a cabeça, em relação as roupas, imaginava que ele talvez se lembrasse de ter visto um ou outro circulando pelos corredores das masmorras da fortaleza e se pretendesse fazer o que pretendia, acabaria, hora ou outra, se deparando com os sujeitos que andavam às sombras do Rei. Aguardou em silêncio, enquanto esperava que ele abriu o livro; não queria sentar-se também.
Existiam, ali, talvez... Alguns rostos conhecidos: eram folhas e folhas de anotações, de pensamentos interrompidos, de frases incompletas... Mas haviam folhas em que... Perfis eram traçados, lugares, horários, datas...
Haviam desenhos. Desenhos de pessoas que Hector nunca viu na vida, desenhos de pessoas que ele conheceu. Pessoas que um dia, sem que ele realmente se desse conta, tinha desaparecido, deixado de conviver com os amigos, sumido, evaporado.
– Eu... Eu costumo anotar tudo, porque tenho... Receio de esquecer tudo outra vez. De acordar um dia e não me lembrar. Isso é como um... Diário. – Disse, logicamente tinha retirado páginas antes de entregá-lo à Hector. Ele não precisava saber EXATAMENTE de TUDO. – Eu matei todas essas pessoas. - Disse, direto, como sempre sabia ser. – Cada rosto que você encontrar aí, cada história, cada passagem... Cada objeto...
Porque também tinham objetos, pedaços de cabelo, de roupa, às vezes um brinco ou um pedaço de lenço, ou um cordão ou anel, costurados às páginas, era como uma colcha de retalhos. – Nós íamos aonde a politicagem não alcançava, Hector. Nós eramos o peso da coroa... Deadly Nightshade . Fomos treinados, doutrinados e instruídos para eliminar qualquer um que fosse um... Problema à Coroa. Você já nos viu antes... Só não nos viu Nos esgueiramos pelos corredores, vivemos nas sombras, estamos sempre por perto, sempre há um de nós com os legitimos de sangue. Matei todas essas pessoas em nome do Rei, e nunca me arrependi de nenhuma delas.
Charlie tirou a luva da mão esquerda, afastando também a manga da roupa que usava, exibindo a marca feita à ferro e fogo no pulso, a mesma que tinha no livro.
Apenas moveu a cabeça, em relação as roupas, imaginava que ele talvez se lembrasse de ter visto um ou outro circulando pelos corredores das masmorras da fortaleza e se pretendesse fazer o que pretendia, acabaria, hora ou outra, se deparando com os sujeitos que andavam às sombras do Rei. Aguardou em silêncio, enquanto esperava que ele abriu o livro; não queria sentar-se também.
Existiam, ali, talvez... Alguns rostos conhecidos: eram folhas e folhas de anotações, de pensamentos interrompidos, de frases incompletas... Mas haviam folhas em que... Perfis eram traçados, lugares, horários, datas...
Haviam desenhos. Desenhos de pessoas que Hector nunca viu na vida, desenhos de pessoas que ele conheceu. Pessoas que um dia, sem que ele realmente se desse conta, tinha desaparecido, deixado de conviver com os amigos, sumido, evaporado.
– Eu... Eu costumo anotar tudo, porque tenho... Receio de esquecer tudo outra vez. De acordar um dia e não me lembrar. Isso é como um... Diário. – Disse, logicamente tinha retirado páginas antes de entregá-lo à Hector. Ele não precisava saber EXATAMENTE de TUDO. – Eu matei todas essas pessoas. - Disse, direto, como sempre sabia ser. – Cada rosto que você encontrar aí, cada história, cada passagem... Cada objeto...
Porque também tinham objetos, pedaços de cabelo, de roupa, às vezes um brinco ou um pedaço de lenço, ou um cordão ou anel, costurados às páginas, era como uma colcha de retalhos. – Nós íamos aonde a politicagem não alcançava, Hector. Nós eramos o peso da coroa... Deadly Nightshade . Fomos treinados, doutrinados e instruídos para eliminar qualquer um que fosse um... Problema à Coroa. Você já nos viu antes... Só não nos viu Nos esgueiramos pelos corredores, vivemos nas sombras, estamos sempre por perto, sempre há um de nós com os legitimos de sangue. Matei todas essas pessoas em nome do Rei, e nunca me arrependi de nenhuma delas.
Charlie tirou a luva da mão esquerda, afastando também a manga da roupa que usava, exibindo a marca feita à ferro e fogo no pulso, a mesma que tinha no livro.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Hector baixou os olhos para o livro. Conhecendo Charlie, imaginava que se não estivesse a observá-la enquanto ela contava o que quer que tinha que contar, o menino sentiria-se melhor. Abriu-o, folheando-o, observando as páginas, os rostos. Vez ou outra parava, delineando com os dedos rústicos os pingentes ou mechas de cabelo.
Acenava a cabeça afirmativamente, devagar, enquanto ela falava. Diante do "eu matei todas essas pessoas", Hector fez uma pausa breve, a mão parada no ar, uma folha repousando sobre o dedo, enquanto a virava. Respirou fundo, como quem digere aquilo - repassava em sua mente todas as memórias, todas as coisas que haviam passadas despercebidas. Aquilo fazia sentido. Explicava muito sobre Charlie.
Voltou os olhos para ela, quando ela terminou, observando a marca. - Por que? - quis saber. Não havia julgamento em seus olhos. - O que te levou a isso?
Acenava a cabeça afirmativamente, devagar, enquanto ela falava. Diante do "eu matei todas essas pessoas", Hector fez uma pausa breve, a mão parada no ar, uma folha repousando sobre o dedo, enquanto a virava. Respirou fundo, como quem digere aquilo - repassava em sua mente todas as memórias, todas as coisas que haviam passadas despercebidas. Aquilo fazia sentido. Explicava muito sobre Charlie.
Voltou os olhos para ela, quando ela terminou, observando a marca. - Por que? - quis saber. Não havia julgamento em seus olhos. - O que te levou a isso?
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
– Primeiro porque sua mãe dizia que eu tinha uma dívida com você. – Disse, dando de ombros. – Mas eu gostava. Essa era a verdade. Quais eram as consequências? Matava alguém antes do café da manhã, me lavava e depois sentava-me à mesa como se nada nunca tivesse acontecido e no bolso uma lembrança.
Charlie sorriu, um daqueles sorrisos de dentes arreganhados, com um aspecto felino esquisito. – Nunca falhei. Numa sequer hesitei... E nunca me arrependi.
Charlie sorriu, um daqueles sorrisos de dentes arreganhados, com um aspecto felino esquisito. – Nunca falhei. Numa sequer hesitei... E nunca me arrependi.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Ele se levantou devagar, fechando o livro e colocando-o sob o braço. Observou Charlie por um momento. Hector estava sério, e tinha em seu rosto um aspecto pensativo e severo, enquanto a observava falar, sorrir e se gabar de como era... implacável.
Respirou fundo. - Se o sangue lhe faz feliz, minha criança, sangue é tudo o que você merece. - disse, estendendo a mão livre, apertando-lhe o ombro magro. - Não precisava ter escondido isso de mim. - e sorriu, carinhoso, paternal.
Respirou fundo. - Se o sangue lhe faz feliz, minha criança, sangue é tudo o que você merece. - disse, estendendo a mão livre, apertando-lhe o ombro magro. - Não precisava ter escondido isso de mim. - e sorriu, carinhoso, paternal.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Charlie sustentou o olhar; na maior parte do tempo não temia represálias, ou qualquer atitude do tipo. Haviam os riscos, eles sempre existiram. Quando Hector se aproximou, Charlie deu um passo para trás. Ainda tinha mais coisas para contar, afinal de contas. Suspirou, ouvindo o que ele dizia. Moveu a cabeça e tirou a mão do gigante de seu ombros, deu mais dois passos para trás.
Não estava tão rápido, não estava tão veloz, como geralmente era. Precisava de cautela.
Charlie tirou de um dos bolso algo que reluzia, provavelmente ouro, numa corrente de grossura mediana, e a estendeu, frente a Hector, segurando-a por uma das pontas. O pingente balançou como um pendulo.
Ele conhecia aquele pingente. Talvez não a corrente em si, mas aquele objeto – semelhante a uma pequena chave – que movia-se de um lado para o outro, Hector conhecia. Conhecia bem, lembrava-se bem de onde ele poderia ter sido tirado... Tirado como todas as outras coisas que estavam naquele livro.
- Eu não sou como você. Eu não sei o que é misericórdia.
Não estava tão rápido, não estava tão veloz, como geralmente era. Precisava de cautela.
Charlie tirou de um dos bolso algo que reluzia, provavelmente ouro, numa corrente de grossura mediana, e a estendeu, frente a Hector, segurando-a por uma das pontas. O pingente balançou como um pendulo.
Ele conhecia aquele pingente. Talvez não a corrente em si, mas aquele objeto – semelhante a uma pequena chave – que movia-se de um lado para o outro, Hector conhecia. Conhecia bem, lembrava-se bem de onde ele poderia ter sido tirado... Tirado como todas as outras coisas que estavam naquele livro.
- Eu não sou como você. Eu não sei o que é misericórdia.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Ao ver Charlie afastar-se, Hector franziu brevemente a sobrancelha - ela não era de fazer aquilo e, se o fazia, havia algo que não estava lhe contando, algo grave o suficiente para que temesse sua reação.
Esperou em silêncio, os olhos sobre ela, o sorriso perdendo-se em seu rosto, dando ao menino a sua frente tempo para que falasse o que precisava falar... E então o pingente. Hector esticou a mão, segurando-o na palma dura, a corrente pendurada por entre seus dedos. Observou-o em silêncio, o maxilar tensionado.
Sua mãe... Sua mãe havia morrido em um acidente, não havia? Havia caído das escadas, e, depois de três dias na cama, afogara-se no próprio sangue uma noite. Já não era nova. Era compreensível. Era verossímil. Mas aquilo.. Agora..
Hector mordeu o lábio inferior. - Por que? - perguntou, erguendo os olhos para Charlie. Não parecia estar sofrendo. Parecia tentar entender. Desesperadamente tentar entender.
Esperou em silêncio, os olhos sobre ela, o sorriso perdendo-se em seu rosto, dando ao menino a sua frente tempo para que falasse o que precisava falar... E então o pingente. Hector esticou a mão, segurando-o na palma dura, a corrente pendurada por entre seus dedos. Observou-o em silêncio, o maxilar tensionado.
Sua mãe... Sua mãe havia morrido em um acidente, não havia? Havia caído das escadas, e, depois de três dias na cama, afogara-se no próprio sangue uma noite. Já não era nova. Era compreensível. Era verossímil. Mas aquilo.. Agora..
Hector mordeu o lábio inferior. - Por que? - perguntou, erguendo os olhos para Charlie. Não parecia estar sofrendo. Parecia tentar entender. Desesperadamente tentar entender.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Charlie não exibia nenhum sinal de arrependimento no olhar, qualquer coisa que chegasse perto a isto. Charlie era um vazio profundo de qualquer tipo desses sentimentos. Largou o colar, deixando que Hector, se quisessem o segurasse. Voltou a luva à mão descoberta, e desceu a manga da roupa.
- Poderia citar tantos e tantos motivos. Mais do que realmente necessário. – Charlie disse. – Mas a verdade é que.... Ela era um obstáculo. Sempre foi, sempre seria. Um peso morto, alguém tão desnecessário que chegava a ser um insulto viver. Ela era suas correntes. E eu não suportava mais vê-lo preso, eu mataria cada um deles, para livrá-lo dos grilhões que colocavam em torno dos teus pulsos.
Não buscava por perdão, nunca buscara, não havia o que ser perdoado, seus atos eram justificados. – Jurei servi-lo, contra qualquer um.... Qualquer um que estivesse em seu caminho.
- Poderia citar tantos e tantos motivos. Mais do que realmente necessário. – Charlie disse. – Mas a verdade é que.... Ela era um obstáculo. Sempre foi, sempre seria. Um peso morto, alguém tão desnecessário que chegava a ser um insulto viver. Ela era suas correntes. E eu não suportava mais vê-lo preso, eu mataria cada um deles, para livrá-lo dos grilhões que colocavam em torno dos teus pulsos.
Não buscava por perdão, nunca buscara, não havia o que ser perdoado, seus atos eram justificados. – Jurei servi-lo, contra qualquer um.... Qualquer um que estivesse em seu caminho.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Hector engoliu em seco, observando-a, rígido, imóvel, o livro preso embaixo do braço, o pingente preso entre os dedos. Respirava profundamente, enquanto recebia as justificativas, as explicações, o modo como ela lhe dizia o que acontecia, o que havia acontecido.
E Hector ficou alí, parado, pensando. Fechou os olhos por um momento, antes de abrí-los de novo. Jogou o pingente de volta para Charlie. Não disse uma palavra sobre o que ela havia lhe dito, sobre o fato de ter matado sua mãe. Não diria, também. Não queria falar sobre aquilo. Não naquele momento, pelo menos.
- Um grupo de assassinos secreto que se identifica com marcas no braço e com uniformes. - ele disse. - Isso não é muito esperto. - e jogou o pingente para ela.
E Hector ficou alí, parado, pensando. Fechou os olhos por um momento, antes de abrí-los de novo. Jogou o pingente de volta para Charlie. Não disse uma palavra sobre o que ela havia lhe dito, sobre o fato de ter matado sua mãe. Não diria, também. Não queria falar sobre aquilo. Não naquele momento, pelo menos.
- Um grupo de assassinos secreto que se identifica com marcas no braço e com uniformes. - ele disse. - Isso não é muito esperto. - e jogou o pingente para ela.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
- Não usamos 'uniformes'. - Respondeu, arqueando brevemente uma das sobrancelhas. Mas não disse nada sobre a marca: nem todas eram feitas no braço, afinal. Não precisava entrar em todos os detalhes. Agarrou o pingente, voltando ao bolso sem muito interesse.
- Não sei como estão as coisas por lá... E não sei o que você pretende, mas talvez eles ainda estejam dispostos a sacrificarem sua vida em nome do Rei... Se me entende.
- Não sei como estão as coisas por lá... E não sei o que você pretende, mas talvez eles ainda estejam dispostos a sacrificarem sua vida em nome do Rei... Se me entende.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Ele ouviu o que ela dizia, o Diário ainda bem seguro embaixo do braço, e coçou a barba de modo pensativo. - Não tenho tempo para derrubar meu pai. - ele disse, soltando uma rspiração pesada e breve. - Uma tomada leva tempo, e tempo é a última coisa que nós temos, na situação atual. O suposto rei continua vivo. Por enquanto.
Mas logo prosseguiu. - Eu sou o verdadeiro rei, Charlie. Se eles querem sacrificar sua vida por alguém, que a sacrifiquem por mim. Acha que poderia, talvez, fazê-los entenderem isso?
Mas logo prosseguiu. - Eu sou o verdadeiro rei, Charlie. Se eles querem sacrificar sua vida por alguém, que a sacrifiquem por mim. Acha que poderia, talvez, fazê-los entenderem isso?
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
- Não. - Não podia, de verdade. - São homens do Rei, vão servir a quem sentarem no trono. Sem argumentações. - Simples assim, e até gostava daquela simplicidade, da ausência de mentiras, cortejos. Mais cru, do jeito que preferia.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
- Posso respeitá-los por isso. - disse Hector, respirando fundo.
Observou-a por um momento, antes de continuar. - Pelos planos que tenho em mente, não acho que terei problemas com eles. Mas, caso tenha... - e fez uma pausa, observando-a, perscrutando suas emoções.
- Você sabe o que vai acontecer. Tudo bem com isso?
Observou-a por um momento, antes de continuar. - Pelos planos que tenho em mente, não acho que terei problemas com eles. Mas, caso tenha... - e fez uma pausa, observando-a, perscrutando suas emoções.
- Você sabe o que vai acontecer. Tudo bem com isso?
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
- Tenho meus próprios juramentos. Mas vou precisar de equipamentos novos. Minhas armas estão todas na Fortaleza, e tirando minha katana as outras perdi nesta confusão. Acha que pode conseguir duas bestas de uma mão de qualidade? - Não era exatamente um poço de emoções.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
- E quais seriam eles? - perguntou Hector, mais por curiosidade do que qualquer coisa. Ok, os assassinos eram juramentados a proteger o Rei. Mas Charlie dizia ter os próprios juramentos. No que os dela seriam diferentes dos outros, afinal de contas?
E então ela falou sobre as armas, e Hector acenou afirmativamente com a cabeça. - Claro. Posso arranjar as bestas. - disse, mas fez uma pausa depois, pensativo. Tirou o livro debaixo do braço, prendendo-o entre as pernas e, depois de morder o lábio por um instante, esticou as mãos.
- Deixa eu ver suas mãos, Charlie. - pediu, recebendo as mãos pequenas em seus dedos. Correria os dedos pelas palmas, pelos ossos dos dedos, apertando-lhes a ponta suavemente. Sorriu, soltando-as.
- O que acha de, ao invés de espadas... Transformarmos essas belezinhas em armas de verdade? - perguntou.
E então ela falou sobre as armas, e Hector acenou afirmativamente com a cabeça. - Claro. Posso arranjar as bestas. - disse, mas fez uma pausa depois, pensativo. Tirou o livro debaixo do braço, prendendo-o entre as pernas e, depois de morder o lábio por um instante, esticou as mãos.
- Deixa eu ver suas mãos, Charlie. - pediu, recebendo as mãos pequenas em seus dedos. Correria os dedos pelas palmas, pelos ossos dos dedos, apertando-lhes a ponta suavemente. Sorriu, soltando-as.
- O que acha de, ao invés de espadas... Transformarmos essas belezinhas em armas de verdade? - perguntou.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
- Uma revelação por vez. - Respondeu Charlie, a respeito de seus juramentos. Eram os seus juramentos, afinal. Não pretendia sair ditando-os por aí. - Juramos proteger o Rei... Mas eu não jurei necessariamente quem senta no trono. - Acrescentou, como uma previa.
Arqueou brevemente uma das sobrancelhas, quando lhe pediu as mãos, hesitou por um breve instante, antes de retirar as luvas, os dedos de unhas longas e grossas, firmes e afiadas, entregues ao gigante. Charlie incomodava-se com o toque, mas apenas respirou fundo.
Quando ele falou, já vestia as luvas de novo. - Do que está falando?
Arqueou brevemente uma das sobrancelhas, quando lhe pediu as mãos, hesitou por um breve instante, antes de retirar as luvas, os dedos de unhas longas e grossas, firmes e afiadas, entregues ao gigante. Charlie incomodava-se com o toque, mas apenas respirou fundo.
Quando ele falou, já vestia as luvas de novo. - Do que está falando?
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Hector respirou fundo, diante do que ela perguntava. Ele sorriu. Não parecia sequer lembrar-se de que ela havia dito ter matado sua mãe, minutos atrás - ou, se lembrava-se, talvez estivesse grato. Ou talvez estivesse fingindo uma emoção que não estava lá, afinal, Hector havia mudado bastante desde Haafingar... Ou talvez houvesse escolhido ignorar, escolhido bloquear aquele pequeno pedaço de informação.
- Você sempre foi boa para mim, Charlie. - ele disse. - E, por mais que a vezes, principalmente nos últimos meses, eu possa parecer um pouco distante, até frio... Eu sou um homem bondoso. Eu reconheço tudo que fez por mim. Reconheço que acredita em mim. - ele disse.
- Se desejar... Por sua fé e dedicação, eu posso lhe abençoar. O que quer que queira. Mas imaginei que, talvez, desejasse armas em seus dedos. Capazes de matar. Até venenosas, se for o tipo de coisa que lhe interessa.
- Você sempre foi boa para mim, Charlie. - ele disse. - E, por mais que a vezes, principalmente nos últimos meses, eu possa parecer um pouco distante, até frio... Eu sou um homem bondoso. Eu reconheço tudo que fez por mim. Reconheço que acredita em mim. - ele disse.
- Se desejar... Por sua fé e dedicação, eu posso lhe abençoar. O que quer que queira. Mas imaginei que, talvez, desejasse armas em seus dedos. Capazes de matar. Até venenosas, se for o tipo de coisa que lhe interessa.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Manteve uma das sobrancelhas arqueadas, de maneira bastante perceptível. Charlie suspirou. - Eu tenho uma cauda, Hector. - Charlie o lembrou. - Acho que já tenho coisas demais para com o que lidar... Mas... Agradeço. - Disse.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
Ele riu, quando ela disse que tinha uma causa, pegando o livro por entre as pernas. - Ok. Mas a oferta está de pé. Incluindo tirar esse rabo seu, se quiser. - comentou, dando de ombros. - Ou sumir com o seu desejo inesgotável por caçar ratos pelos corredores, ou lutar com novelos de lã. - acrescentou.
- Vai querer isso de volta? - perguntou, indicando o livro.
- Vai querer isso de volta? - perguntou, indicando o livro.
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
- Já comecei um novo... - Charlie disse. - Mas é bom não perdê-lo, de qualquer forma. Alguém pode querer me matar por causa disso. - E sorriu de canto, respirando fundo. - Vou deixá-lo meditar... - Ignorou os ratos e os novelos de lã, Charlie andava tendo fome de outra coisa, ultimamente.
Rosenrot- Usuário
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Re: CONCLUÍDO [ HECTOR E CHARLIE ] Revelações
E eles viveram felizes para sempre.
[FIM]
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