Prólogo 4 - Sem Retorno

- Hey, você aí! Onde pensa que vai!!!

E então o Chefe deixou Hallbjorn para trás, havia visto um dos seus se empolgando no campo de batalha e começando a avançar demais. Hallbjorn apenas viu quando ele estendeu as mãos e segurou o rapaz afoito pela nuca e puxou-o para trás, fazendo-o recuar.

Restava o nórdico agora.

Seu espírito não parecia estar inclinado a satisfazer-se com o que tinha até o presente momento. Queria mais. Procurava por glória e iria atrás desta glória.

Montado sobre o seu cavalo, ele observava o desenrolar do combate. O animal, como ele, buscava mais. Girou uma, duas, três vezes em um círculo imaginário, inquieto. O Chefe sentia aquilo e ao notar que Hallbjorn iria avançar, gritou.

- Abram caminho, seus imbecis!

E o nórdico avançou. Seu cavalou começou a trotar e então disparou com velocidade na direção da parede de escudos que formava-se à frente do portão. Inicialmente os soldados de Peleps tinham dificuldade, mas quando o guerreiro "pousou" com o seu cavalo sobre aquele amontoado de homens, tudo o que a parede de escudos pôde fazer foi ruir. O animal, selvagem até de maneira inesperada, girou mais uma vez, pisoteando alguns enquanto o nórdico desferia cortes e mais cortes com sua Balmung, mantendo-o protegido. Os soldados abriram espaço e Hallbjorn disparou pelos corredores da cidade, deixando para trás uma parede de escudos ruída e uma invasão se iniciando.

Destino...

Estava feito.
O nórdico cavalgava adiante, como num transe berserk. Seu cavalo ganhava velocidade pelas ruas da cidade, sua espada cortava e destruia, abrindo caminho.
Mas não havia transe nenhum. Hällbjorn sabia exatamente o que estava fazendo.

Ele não olhava para trás. Agora seus companheiros mercenários estavam sob os cuidados do Chefe apenas.
Não sabia se haviam verdadeiros soldados o acompanhando ou se estava sozinho na invasão, mas a verdadeira guerra estava além dos portões, além destes oponentes sem chance.

Agora, os soldados de Sesus deveriam estar usando o terreno contra o exército de Peleps. O conhecimento do território pode poupar muitas vidas e até levar um grupo aparentemente fraco a vitória. Emboscadas, caminhos estreitos, armadilhas. Tudo isto deveria ser a realidade daquela luta... mas da luta entre os mortais.
Em uma linha, Hällbjorn sozinho poderia dizimar uma milícia... Não. Este não era seu objetivo. Os jogos de estratégia não eram importantes agora.

Cavalgando pelas ruas desconhecidas, Hällbjorn mirava o Palácio. Ele encontraria o verdadeiro campo de batalha desta guerra e visualizava os poderosos aguardando como última defesa da cidade em decadência.
Um campo aberto. Um bom campo aberto seria ideal para uma batalha além dos alcances mortais, a batalha entre divinos. E a localização ideal deveria estar no caminho para o palácio, talvez o centro da cidade, talvez os portões do castelo...

Cruelmente, o cavaleiro derrubava todos os inimigos que encontrava. Ele seguia sem interrupções. Mas havia um peso incomum nas vidas que eram ceifadas neste combate. Como se cada alma desta terra estivesse necessariamente destinada ao Abismo...

Hällbjorn marcava seu caminho com corpos dilacerados, abandonados nas ruas pela violência de sua espada.
Seu espírito, seu instinto, guiava seu caminho, perscrutado pelo oniciente Destino.
E ele seguia através deste fluxo por vontade.

"Eu quero um desafio. Orabilis..."