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O Começo

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Mensagem por Anja Seg Mar 01 2010, 22:28

Tudo tem um começo. Mas é difícil dizer ao certo quando “isto” começou.

Alguns dizem que fazem 6 meses, outros dizem que fazem 6 semanas, e tem uns malucos por aí dizendo que faz 6 dias.

Uns chamam de Apocalipse, outros de “Golpe Político” e há quem diga que os extraterrestres estão invadindo a terra. Convenhamos, os ETs iam vir de sei lá onde até aqui pra comer carne? Meu Deus do Céu... Matem um boi e nos deixem em paz!

Fato é que não importa o tempo, todos estão no mesmo barco. Sobreviver.

Vamos começar por Jared. Jared se adaptou fácil, talvez tenha sido a infância difícil, ou a forma brusca como acordar de um coma o leva a um bando de mortos vivos comendo carne humana em um aeroporto, não importa, ele se adaptou.

Aqui na Terra de Ninguém é assim mesmo, filho. Se você é corredor, você corre, se você é atirador, você atira, se você é enfermeiro, você recolhe os pedaços e tenta costurar as pessoas. No final tudo envolve a mesma merda, correr pra sobreviver, atirar pra sobreviver, e curar para sobreviver. Esta palavra tá me enjoando.

Voltando ao Jared, Jared tinha sido mandado para Chicago, diziam que havia uma encomenda de alguns mantimentos para ele levar da Comunidade de Chicago para a de Miami. Se ele ia nadando, voando, ou pedalando um tricículo, foda-se. Era fazer e pronto. Não tinha segredo, corre pega, corre, traz. Pronto. Jared para isto tinha que passar pelo Orfanato Doce Lar, o que não era um caminho agradável, já que pior que zumbis, eram criancinhas zumbis...

Bob, Bob, foi trazido do Arizona em um caminhão com alguns outros sobreviventes, era pra deixarem ele na comunidade de Chicago. Mas tinha um cara lá, como era mesmo o nome? Steven...este mesmo, e depois de um consenso, percebendo que Bob, não ajudava em nada, só comia e bebia a custas deles e ainda cheirava mal. Leia-se “Preconceito contra mendigos”, deram um pontapé em Bob pra rua, bem em frente ao adorável Orfanato. A rua estava completamente deserta, salvo algumas pessoas que pareciam mais perdidas que ele. E agora Bob...Bob só podia contar com Bob mesmo, boa sorte Bob.

Carla. Carla é a típica garota que toda comunidade precisa, deve se por isto que ela tinha conseguido sobreviver até agora. Não foi fácil ver sua família ser devorada pelo seu melhor amigo. Estas coisas acontecem na Terra de Ninguém com freqüência, então supera e segue em frente. Fato é que pra chegar até um prédio abandonado no centro de Chicago, onde lhe dariam mais informações sobre a comunidade Carla tinha que passar pela Rua do Orfanato Doce Lar, lugar conhecido por ser perigoso ali. Afinal... atirar em criancinhas é cruel hein, vai pro inferno assim Carla.

Anderson! Este sim estava perdido, afinal acordar em um prédio tão luxuoso e ver que ele estava completamente vazio é no mínimo estranho. Este sim estava perdido! Porque ninguém o avisou que a passagem dele era só de ida? E pro Inferno? Já fazia algum tempo que Anderson vagava pela cidade que ele pouco conhecia, ia arrumando cantos seguros para dormir, se esconder, comer, enfim... Vida de miserável ao Rei Pit Bull! Andou bastante pra chegar a um local mais ao subúrbio da cidade, e teve que desviar de “muita coisa” também. Coisas horrível, como o treinador dele que comia a perna de uma velhinha da última vez que ele viu. Ninguém parecia normal naquele lugar! Era realmente como estar em um pesadelo. Mas a sorte pode mudar, e às vezes quando se está sem rumo é quando se trilha o melhor caminho. Anderson iria parar bem em meio a Rua do Orfanato, ele podia ver que tinham outras pessoas ali, e elas não eram pálidas e estavam inteirinhas, sem nenhum pedaço faltando!

Foi quase em um momento de reconhecimento mutuo que todos puderam ouvir uma voz aguda e estridente:

- Vocês REALMENTE vão ficar aí paradinhos, é?!

A dona da voz não tinha nem tamanho e nem idade para segurar a calibre 12 com o cano encostada ao ombro do jeito que segurava. Não devia ter nem 12 anos, não aparentava. Usava uma calça jeans surrada, os joelhos já rasgados, uma baby look branca, bem suja, e uma jaqueta preta por cima, com o capuz abaixado, tinha longos cabelos castanhos, cacheados as pontas e olhos verdes bem expressivos, bem abertos e voltados a eles em um ar quase jocoso.

E após ouvir alguns passos vindo na direção deles, quase como se os cercassem puderam ver, vindo de todos os lados, pelo menos umas 20 “criancinhas” zumbis, vindo na direção deles, algumas ainda carregavam parte de corpos e comiam as mesmas enquanto andavam, outras pereciam só ter foco neles, afinal carne fresca é sempre melhor! Atenção para as 3 menininhas vestidas de princesinha.Tsc...Devia ter sido um dia especial na escola. Elas também aparentavam ser as mais famintas.

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Jully, a dona da voz, da arma, e a única pessoa que parecia saber o que fazia ali. É...Talvez ela tenha amadurecido cedo demais, ou apenas pense isto. Logo indicou a escada de incêndio na lateral do prédio e correu pra lá, indicando o caminho para aquele grupo.

- Nem preciso dizer que o último que subir puxa a escada!

Foi a última frase de Jully, antes de entrar pela janela do terceiro andar do prédio, onde estava um apartamento de 2 dormitórios aparentemente vazio, com algumas coisas que pareciam ser da menina espalhadas, mochila, lençol, barras de chocolate, salgadinho, latinhas de coca, mas todos já “usados”.

(Muito bem povo, já dei a deixa para vocês interagirem entre vocês, então aproveite o momento “relax” para os chars se conhecerem e descobrirem algum objetivo em comum)

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Mensagem por Beholder Ter Mar 02 2010, 13:12

Tudo bem que as meninas amadurecessem mais rápido que os garotos, mas baby look isso realmente era precoce! O que os pais daquela menina iam pensar disso?

Foda-se, era preciso correr.

-Caralho!

Correu, não queria ficar por último então correu o máximo que seus pés vestindo um adidas um numero menor e com a sola gasta podia correr. Se pendurou na escadinha de incêndio e agradeceu aquelas luvas de pedreiro terem rebites emborrachados pra firmar a pegada. Subiu a escada vertical, e ficou parado esperando na plataforma de metal ainda no primeiro andar. Não que estava esperando os outros subirem pra ajudá-los, mas sim pra se certificar que aquelas gracinhas não alcançassem a escada antes das pessoas, pois se tentassem puxaria a escada antes.

Assim que a primeira pessoa depois dele começou a subir a escada, disparou até a janela onde a menina entrou. Olhou aquela bagunça.

-Você sabia que pode jogar esse lixo todo pela janela né?

Começa a verificar se todas as embalagens estão vazias mesmo, antes dos outros entrarem.
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Mensagem por Valkyrja Ter Mar 02 2010, 22:59

Puta que pariu! Puta que pariu trinta vezes!
Era o que passava na cabeça de Carl, enquanto ela olhava para os lados naquele lugar que agora fedia a carne e a sangue. Estava lembrando a uma droga de açougue! Daqueles que se encarregavam também de matarem os animais! E o pior, daquela vez, ela era o prato principal.
Enquanto a menina olhava suas mãos sujas de barro, poeira, graxa e até sangue do último cara que ela tentou consertar, ela sentia mais algumas lágrimas caírem por seu rostinho sujo do mesmo material que cobria suas mãos. Seus cabelos loiros estavam todos embaraçados, enquanto seu jeans estavam sujo de suor e sua blusa preta...Bem, ela era preta, então não dava pra ver a sujeirada que estava. Ela estava ajoelhada perto da rua do bendito orfanato Doce Lar, tentando controlar-se, aind atremendo por causa do medo.

Limpou seu rosto e olhou em volta, percebendo a movimentação estranha. Abaixou-se de novo e segurou firme o taco de baseball vermelho que tinha. vermelho da cor normal dele ou de sangue, nem ela mais sabia. Em sua cintura, uma arma que mais parecia uma velharia, que muitos achariam que não funcionava. Pegara de um de seus antigos companheiros, que acabou virando papinha de morto-vivo.

Vamos, Carl! CARL! Você não pode ficar aí parada! Assim que os zumbis gostam. Ração que não anda. Ajuda a deixar a carne macia.

Ela olhou em volta de novo e correu. Correu como uma louca. Iria até o prédio.

Viu que a movimentação eram pessoas. Mas pessoas que não comiam pessoas. Pelo menos não literalmente. Respirava fundo, olhando em volta, para os outros, até ouvir a vozinha. Ela abaixou seu rosto e viu a menininha. Seria engraçado, se não aparecessem princesinhas zumbis. Meu Deus..O que mais seria?

Carl engoliu em seco, nervosa e amedrontada, correndo o máximo que suas perninhas podiam aguentar. Mas correu como quem corre do próprio maldito Cão, indo atrás da guriazinha Rambo.

Subiu rápido como..Bem, ela se lembrou do Papa-léguas. Subiu e entrou no quarto com um pulo, quase caindo no chão. Olhou Bob e a menina, assim como os outros que chegavam, com o rosto sujo de lágrimas recentes.
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Mensagem por Beholder Qua Mar 03 2010, 21:29

-E a medalha de prata vai para? - estica a mão na direção da garota fingindo que tem um microfone enquanto espia pela janela. - Cê puxou a escada?

Vai checando as latinhas de coca até achar uma com um gole de resto, tomando o instantaneamente. Um gota escorre para a barba que é logo enxugada com as costas da mão.
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Mensagem por Spidey. Qua Mar 03 2010, 21:50

O coração não batia, dava porrada! Parecia querer quebrar as costelas de dentro pra fora. A musculatura se contraía, e batia na parede de ossos como um punho fechado faria. O gosto de fel na boca era simplesmente absurdo. Era como se toda habilidade de sentir o doce houvesse desaparecido. E existisse somente o amargo do fel.

“Tinha acabado de acordar. Estava tudo deserto em seu quarto. Até mesmo a garota que passava com as placas com a numeração dos rounds, que ele havia levado para a cama depois de ter vencido o croata. Era uma loira, da Califórnia. Ele mal conseguia falar com ela no mesmo ritmo, mas nem precisou de muita conversa, na verdade...

Mas, a cama de casal estava vazia.

- Não...Puta que pariu, ela era puta? Cadê minha carteira?! – Pensou, enquanto se levantou rapidamente, vestindo apenas um sungão, típico usado por lutadores de Jiu Jitsu, que estava jogado na mesa do hotel. Tinha ganhado vários do patrocinador, para ver os produtos que ele iria usar, e o quando ganharia por isso. Caminhou até a mala, e achou a carteira. Com todos os dólares dentro dela – Mas que porra...?

Enrolou-se no pesado e felpudo roupão negro do Bellagio, e foi caminhado pelo quarto. Procurar por Julia...Quando ouviu um barulho viscoso...Lembrou de sua mãe fazendo maionese, domingo de manhã, antes do churrasco que ela deu em seu aniversário. Quando entrou no imenso Lobby...Cara, como amou aquele quarto que a Bad Boy o mandou...A imagem o fez estacar. Era como um soco na ponta do queixo o impacto daquilo. Seu sensei estava debruçado sobre Julia, que o olhava de olhos vidrados. Os cabelos loiros estavam lambuzados de sangue, assim como o rosto pálido. Os seios grandes que tanto tinha adorado, agora não existiam...Era visível apenas às costelas e vísceras jogadas pra fora. Deus, não queria ver aquilo, mas o leve olhar, era o suficiente para fazer sua mente registrar tudo com perfeição. Seus ouvidos captarem as asas das moscas, zunindo....Zunindo...”


Gritou. Sempre gritava quando acordava. Não importava quantas vezes sonhava com aquilo. O corpo estava suado. O gosto amargo na boca. Era sempre assim, toda noite. Pesadelos. Desde o primeiro dia, nunca conseguiu dormir direito. E quando o corpo sucumbia ao cansaço, era recheado de imagens do primeiro dia. Sensei...

Cerrou os olhos, olhando em volta rapidamente. Estava dentro de um baú, de um pequeno caminhão. O lugar era como um cofre. Só tinha pequenas janelas acima, que ele deixava semicerrada para poder circular o ar. Porém, o frio que fazia naquele esquife de alumínio era grotesco. Não era seguro dormir na cabina. Eles quebrariam o vidro se o visse. Se ergueu lentamente, olhando em volta.

Era um caminhão do hotel, que carregava mantimentos. Tinha conseguido as chaves no corpo do motorista. E o usava para andar por ai, como podia. Não viajava muito. Apenas rodava a esmo, na procura de...Alguém que pudesse levá-lo para o Brasil. Sabia que as coisas estariam bem em casa. Deus era brasileiro!

Apanhou o resto de pão de forma, e comeu apressadamente. Uma maçã. Água. Terminou e pagou algumas flexões de braço contra o solo. Era parte de seu treino...E ele não iria parar com ele agora que....Sentiu a garganta apertar, o gosto amargo ameaçar subir. O pão remexer, querendo voltar do estomago pra boca.

Se levantou de vez, após se vestir. Apanhou o pé de cabra que havia encontrado no caminhão, e saiu lentamente, com todo cuidado do mundo, do baú. Após olhar em volta, certificando-se que estava sozinho, entrou na cabina e deu partida. O tanque estava cheio ainda, e havia meio galão de diesel que ele havia conseguido em outros caminhões jogados pela estrada. Simplesmente dirigia, a esmo. Ligava o radio do caminhão, passando pelas estações....Apenas estática. Como sempre.

Suspirou, desviando de alguns que andavam pela estrada deserta. Não conseguia atropelá-los. Não se sentia bem matando....Os mortos.

Precisava abandonar a estrada, precisava de suprimentos. Mas o caminhão rodando pela cidade chamaria a atenção. Teria que ir a pé. Levou o caminhão até o limite da cidade, e o parou. Trancou. Esperava que ninguém roubasse seu combustível.

Agora, comida e, com sorte, um piloto e um helicóptero. Ou um avião. Ou uma lancha.

Simplesmente caminhava, correndo algumas vezes, segurando com força o pé de cabra nas mãos. Vestia um boné negro, e uma grossa blusa vinho. Camiseta, jeans e tênis. Em suma, com estampas de MMA e de eventos do esporte, extremamente sujos e surrados. Estava ligado. Atento como um cervo que sabe estar passando no território de uma alcatéia de lobos.

Foi quando viu as pessoas. Estacou. Eram muitos, tinha que correr. Porra, correria se fosse um só. Não conseguia atacá-los. Mas...Eles não o atacavam. Eles falavam. Estavam inteiros. Estavam vivos! Não pode nem dizer nada, logo “caminhantes”, como costumava chamá-los, os encontrava....

DEUS! Eram crianças! Puta que pariu! Deus não existe nessa porra! Não se faz isso com crianças, caralho! SIMPLESMENTE NÃO SE FAZ!!

Sentiu a garganta fechar. Vontade de chorar. De se matar. De sumir!!

Não...Criar o intuito do esforço. Não desistir. Você é um guerreiro, filho da puta! Aja como tal!

Sentiu os músculos endurecerem, rígidos. Pronto para o combate. Iria abrir a cabecinhas das princesas na pancada...Tinha que ser assim! Estavam mortas, porra!

Quando armou o pé de cabra, atrás da cabeça, ouviu o grito da menininha. Segurando um cano gigantesco. Olhou rapidamente em volta, vendo se os outros corriam na mesma direção...E correu até a escada. Mas não a subiu. Ajudaria as pessoas a subir, e iria por último.
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Mensagem por Valkyrja Qui Mar 04 2010, 15:07

A menina leva um susto quando percebe que a mão do mendigo estava próxima a ela. Ela o encara, ainda tremendo por causa da adrenalina e por causa do medo imenso que sentia. Fazia tempo que não parava para respirar, desde que seu outro grupo fora morto e só ela sobreviveu.

-...Carl...- balançou a cabeça negativamente, depois o encarou, tendo a fala ainda trêmula. - Carla..Mas..Mas todos me chamam de Carl.

Ela olhou em volta, parando o olhar na menininha precoce e depois no mendigo. Não sabia se deveria perguntar seus nomes. Sempre que se apegava, ou pior, bastava saber seu nome, que parecia que algo péssimo iria acontecer com eles, como o que houvera com sua família.

Bem, mas mesmo assim ela resolveu perguntar, já que todos a encaravam, parecendo esperar que ela fizesse a fatídica pergunta:

-E vocês?...

Quando Bob fala da escada, Carl abre bem seus olhos verdes, tentandos e lembrar de algo lógico, no meio daquela confusão.

-Na-Não! Tinha..Tinha mais... - tentava se lembrar. - Mais duas pessoas, coladas em mim! Estavam vindo!

Olhou pela janela, sem coragem para colocar a cabeça para fora e conferir.
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Mensagem por O Zelador Sáb Mar 06 2010, 15:04

"Uuuuuuh... I can't go any further than this...."

Aquele mundo era um mundo sem graça. Não havia mais sons. Apenas o ranger de dentes de mortos em busca de carne. O fone de ouvido, cravados bem fundo, preenchiam aquele marasmo com música. Música. Era o que ele precisava para continuar correndo. Quando a música acabasse, ele também deixaria de correr.

Era veloz. Havia tornado-se hábil não apenas como um velocista, o tipo de cara que abaixa a cabeça e corre numa linha reta, mas sim um atleta capaz de raciocinar tão rápido quanto seus pés fossem capaz de colocá-lo a frente. Isto, dava-lhe uma vantagem.

" Ooou!"

Ele "freio". Seus pés causaram um forte atrito sobre o solo que o forçaram a interromper o seu caminho. Estava parado, próximo a uma das vielas. Crianças zumbis... não pôde fazer nada além de sorrir para si. Ok, ok, aquilo apenas provava que deus não dava a mínima para qualquer idiota bípede que andasse sobre a superfície de sua criação mas... vamos lá, convenhamos, crianças zumbis são coisas engraçada. Olhou a volta, procurando uma banca de jornal, talvez houvesse alguma com um exemplar daqueles quadrinhos tão divertidos... qual era o nome mesmo...

" Mortos que... mm... "

Tanto faz. Sem se dar conta, seus ombros movimentavam-se no ritmo da música, o mesmo poderia se dizer de seu quadril, dançando, sozinho, de um jeito bem discreto. Olhou por cima do ombro: zumbis. Riu e voltou a correr.

Aquele cheiro, aquele cheiro era inconfundível. A sensação percorrendo a espinha...

Passos rápidos, velozes. Saltou por cima da uma caixa, caindo no chão em meio a uma cambalhota, enquanto deixava para trás um daqueles coisinhos fedidos e vagarosos. Estava de pé já, girando sobre o próprio e eixo e voilà... mais um para trás. Ria, era divertido.

E foi, então, que o destino resolveu brincar com Harlem. Um cruzamento, pessoas vivas... vivas como ele, ao menos, paradas, sendo cercadas por 20 coisinhas lindas e mau cheirosas.

" Oh baby baby I run, but I'm running to you "

Os ombros movimentando-se, dançando. Ok, não era o melhor dos mundos, tinha uma dificuldade terrível em conseguir pilhas e, mais ainda, em achar fontes de músicas novas, maaas... era divertido. Havia aprendido a divertir-se naquele mundo estranho. Ria de si, de sua própria miséria, ria dos outros.

Olhou para o antebraço, onde estava tatuado "On avance toujours... et vous?".

" Shogun... "

Um grito, uma garota com uma arma na mão. E ele lá, no alto, mais afastado do que todos os outros.

- Heh...

Disparou. Sua chance de conseguir juntar-se aos outros seria, basicamente, chegar até onde eles estavam antes que as crianças fechassem a rua. Até mesmo ele sabia que se fosse cercado, as chances de sucumbir seriam elevadas. Portanto...

Correu. Correu e correu o mais rápido que era capaz. Correu. Olhar baixo, olhar alto, a volta, respiração forte, coração bombeando sangue para cada centímetro do seu corpo, alimentando, fortificando, adrenalina. Correu. Viu a pequena subir, depois um, depois uma garota e, por fim, um rapaz forte à entrada, como se estivesse guardando, esperando que os outros subirem... " sendo um herói... . Correu, e quando estava perto o suficiente, ele passou pelo homem, saltou em direção a parede, bateu com o pé nela, pegou impulso na direção da escada e, no mesmo movimento, girou para o outro lado dela e subiu, entrando pela janela como os outros. Estava ofegante, suor escorria pelo seu rosto. A música alta ainda tocava em seus ouvidos e nem se deu ao trabalho.
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Mensagem por Anja Dom Mar 07 2010, 21:48

Precoce? Era realmente bom que a pequena “Rambo” não ouvisse ninguém chamá-la disto. Ela tinha somente 12 anos, mas amadureceu o tanto que ficou louca. Exato meus amigos na Terra de Ninguém o nível de amadurecimento anda de mãos dadas ao nível de loucura. Isto é bom para você pior para o grupo.

Quando que em um mundo normal uma menina fofinha de 12 anos ia apoiar uma 12 no ombro? É o Apocalipse! Ela está possuída ou qualquer coisa do tipo.
Mas não, ela tinha 12 anos e era sobrevivente. Acostume-se, vai ver coisas bem piores por aí.

Jully não esperou que todos subissem a escada para entrar, entrou antes. Se se importava com quem ficava para trás? Um pouco... Mas quem não subisse a escada ia ser o primeiro a levar tiro!

Entrou então aquele cubículo que ela chamava de “lar” e deixou que Bob fosse o primeiro a entrar, puxando a garota loira em seguida. E então ouviu fazer aquela pergunta cretina. Foi quando Anderson e Harlem entraram que puderam ver a latinha que Bob segurava voar longe antes dele beber. Jully atirava uma pedra em cheio a mesma, o fazendo largar a latinha e machucar um pouco a mão. Foda-se Bob! Azar! Não se entra no território de uma menininha de 12 anos portando uma doze e sai bebendo e comendo tudo. Tenha modos Bob!

- Você é idiota!!!?
A voz de Jully soava estridente desta ve
z, tal como a voz de uma criança de doze anos aos berros.

- Você sabe como diabos estas pessoas ficaram doentes? Por acaso sofreram alguma abdução? Se é um castigo de Deus... Ou...Se simplesmente...tem algo na comida ou na bebida?...Eu nunca toquei em nada aqui e ninguém aqui vai tocar!!! E eu não jogo pela janela porque não sei se vou pôr a vida de alguém em risco!!!

Jully chegava a dar pulinhos de tão irritada que ficava, era realmente um chilique. Anderson sendo o ultimo a entrar já podia ver o cano da 12 apontado pra ele

- E você puxa a DROGA da escada!!! Vocês vão me matar assim!

Dizia irritada, caminhando em círculos sem parar

- Tudo bem...Vamos nos acalmar, Jully...Calminha...

Falava consigo mesma, é de fato...faltava um parafuso na cabeça de Jully. E quem se importava? Faltava tanta coisa por aí.

Ela caminhou então na direção de Carl e parou a frente dela, encarando-a bem nos olhos, depois fitou Bob, Harlem e por último Anderson, onde fez questão de erguer a mão e apertar de leve o músculo do braço dele.

- Ótimo!!! Vocês são o que eu precisava! Cada um tem algo especial aqui...Você! – apontava para Carl – Está apavorada, mas parece ter uma lealdade inquestionável – Você! – apontava Bob – Apesar de ser um morto de fome, não me parece interesseiro, então será útil, deve ter alguma habilidade pra sobreviver todo este tempo – Você aí de fone de ouvido! – Apontava Harlem – Acha que não te vi pulando por aí, é? – E você! – Apontava Anderson – É forte e parece destemido! Ótimo!!! Tudo que eu preciso... Pra resolver um problema...

Jully caminhou na direção de uma das portas de madeira do apartamento e recostou as costas a mesma, ela suspirou fundo e abaixou a cabeça, parecia pensativa

- Pessoal...Tenho que contar algo pra vocês...Já que simpatizei com você e seremos uma equipe, tem que saber tudo não é...Mesmo porque, isto vai deixar de ser problema só meu....


Ergueu o rosto com um sorriso sem graça a eles e falou o mais baixo que podia, mas o silencio do local faria todos ouvirem a não ser Harlem se ainda estivesse ouvindo música

- Não estamos sozinhos...

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Mensagem por Valkyrja Qua Mar 10 2010, 08:39

Realmente era o Apocalipse. E Carl jamais havia pensado que sobreviveria para ver o tal Apocalipse! Sério, por que tem que ser uma coisa tão absurda? Será que uma partida de cricket entre o Demo e Deus não seria o suficiente? Meu Deus... Pensando assim, talvez fosse mesmo para o Inferno. Carl balançou a cabeça, ainda tremendo como se fosse de frio, com a adrenalina percorrendo seu corpo.

Ela levou um susto quando viu os outros rapazes entrarem feito raios na sala, jogando seu corpo para longe deles, já preparando para atacar com seu taco de baseball. Mas ao ver que se tratavam de gente que pensava, ela respirou aliviada, mas sem dizer uma palavra, olhando todos ali. Que bela equipe: Rambo Junior, Bob, o Construtor e agora a dupla dinâmica.

Ela apenas olhava Jully dar seu ataque, e se não fosse toda aquela porcaria lá fora, seria engraçado. Mas Carl não tinha coragem de rir! Vai que leva um tiro! Ficou encolhida em seu cantinho, segurando suas pernas, enquanto Jully e os outros se arrumavam no lugar. Desviou o olhar, pensativa.

Quando Jully parou em sua frente, Carl a olhou também, com uma interrogação em seu rosto sujo. levou um susto quando Jully a apontou, ouvindo o que a menina tinha a dizer. Não deixou de sentir-se feliz com a observação da guria, dando um leve sorriso, que logo se desfez. De que adiantava ser leal? ela pensava, já que todos que ela andava acabaram virando McDonald's de zumbi. Lanchinhos rápidos. Mas mesmo assim, ela olhava Jully, forçando a dar um leve sorriso a ela, querendo dar esperança à guria, e para ela também.

-Problema...?- Carl falou tão baixo que quase sussurrou. - Por acaso..é sobre a Comunidade? Eu estava indo colher mais informações e...

Carl sentiu o arrepio subir direto por sua espinha e segurou firme seu bastão. Ouviu o que Jully disse e também parecia sentir que algo estava se aproximando. O que seria? Ela engoliu em seco e se levantou, devagar, pronta para se defender e quem sabe, ajudar.
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Mensagem por Spidey. Qua Mar 10 2010, 21:43

Acompanhou o último a subir com o olhar, e pelo jeito, este não tinha muitos parafusos.

“Mas...Que bicha louca! Dançando e sorrindo no meio dos zumbis? Onde ele pensa que está? Embalos do Cemitério a Noite? Dançar já é viadagem demais. E se não bastasse, o idiota sorri no meio desse inferno. Se ele aparenta não sentir nada a ponto de sorrir ao ver crianças assim...Não quero ele por perto. Não mesmo.”

Os pensamentos de Anderson não transpassavam seu semblante. Para os que subiram a escada, passando por ele, se tiveram tempo de olhar para ele, notariam apenas o semblante sério do artista marcial.

Ser artista marcial tinha garantido-lhe frieza de pensar, e esconder seus pensamentos como ninguém.

Assim que Harlem chegou ao meio, ele se virou e saltou, quase chegando na altura do “viado”, içando o corpo com a mão direita e usando as pernas, ainda mantendo o pé-de-cabra na lateral do corpo, seguro na mão esquerda. Assim que chegou ao quarto, prendeu o pé-de-cabra entre os joelhos, e passou a içar a escada.

A voz estridente o irritava, mas pelo menos era uma criança normal...Não, ela não tinha nada de normal, ao apontar a doze para ele.

Anderson arqueou a sobrancelha, e ergueu as mãos lentamente...Fechando o semblante em seguida, de cenho franzido.

- Baixa isso...Não quero ter que tomar de você...


Disse, com um sotaque horrendo. Gritante. Era um simulacro de inglês. Talvez até engraçado para alguns.

“Ok, a pirralha está armada e com a porra de uma 12. Ela pode me matar fácil, fácil. Mas se eu me jogar no chão quando notar o mínimo movimento nos ombros, talvez, TALVEZ, pegue de raspão...E com o coice, ela vai ficar mais perdida que filho da puta no dia dos pais, isso se não cair e chorar. Posso morrer, mas te levo junto, pirralha pirada. Não vou baixar a cabeça pra ninguém. Muito menos pra você”

A facilidade com que surgiu a estratégia de combate para se livrar da pirralha o assustou. Droga, ela estava viva! Teve mais pena das garotinhas zumbis do que dela? Talvez pela atitude irritante...De qualquer forma, não gostou da facilidade que surgiu os pensamentos.

Em seguida, abaixou as mãos. Decidiu que não iria atacar a garota se ela continuasse daquele modo. No máximo, iria desarmá-la. Não matá-la. Era pressão demais. E Jully, como ela fez questão de falar em terceira pessoa, parecia tentar se acalmar. E o cano não estava mais na sua cara.

E então passou a acompanhar a garota com os olhos, sem nada dizer, ou mesmo recuar, quando ela fez questão de apertar seu braço. Pela primeira vez em muito tempo, sorriu de verdade, ao ver ela destrinchar qualidades para todos, tentando ver o lado positivo em cada um. Ao menos, esse lado infantil não havia morrido.

Mas não havia lugar para sorrisos naquele lugar, e ele logo morreu. Ainda mais ao ler a tensão no corpo da garota, antes mesmo dela dizer algo. Problemas? Por que ela se aproximava tanto da porta, como se estivesse preocupada em segurá-la? Sem dizer nada, apanhou o pé-de-cabra e calçou a porta. Simplesmente enfiou a parte pontuda e reta por baixo da porta. Não abriria, a não ser que puxassem a ferramenta. Útil e fácil de desfazer.

Como zumbis não subiam pelas paredes, estavam selados dentro do quarto.

- Explique, Jully...

Com toda calma do mundo e naquele ridículo sotaque de brasileiro. Ter as coisas sobre controle era seu calmante.
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O Começo Empty O Segredo...

Mensagem por Anja Seg Mar 15 2010, 23:44

Jully mantinha a pose dela até estufava o peito quando segurava a arma, afinal foi assim que ela viu em “Duro de Matar 4”, tem que impor o respeito. Ouvia então o rapaz falar com aquela voz firme dele e mais firme que a voz eram os músculos. Ela abaixou o olhar, pensativa, mas, logo disse com uma voz forçada

- Certo! Só vou baixar porque não quero deixar ninguém aqui em perigo ou com medo, somos todos amigos agora, amigos pra sempre....Não vamos nunca mais nos separar....E nunca mais sairemos daqui...

Abria aquele sorriso infantil apoiando a 12 no ombro que chegava até a ser animador, se não fosse ela ter ido até aquela bendita porta e soltado aquela frase de filmes básicos de terror, mas quando dita assim, por uma Rambo de 12 anos, arrepiava até os pelos de todos os buracos. Sem detalhes...

Via então Anderson ir até a porta e quando ele travou a mesma Jully começou a rir do que ele fez, suspirou fundo buscando se conter

- Você acha realmente que o que está atrás da porta já não está preso?...

Arqueava a sobrancelha e fitava Carl de canto de olhos vendo que a menina estava mais assustada que todos ali. Pobre Carl, não dava pra consertar o cérebro perturbado como se conserta relógios velhos ou armas e se desse, você não saberia qual é a peça certa a trocar...

Jully suspirou fundo e logo fez sinal para que Anderson tirasse o pé de cabra da porta, esperou ele tirar e então ela abriu a porta e fez sinal de reverencia com a mão como se pedisse pra ele entrar no quarto.

Era um quarto completamente vazio de piso laminado, não havia janelas ao quarto e ele era realmente pequeno, a única coisa, o destaque maior no quarto era um armário, uma espécie de guarda roupa, o detalhe era que havia uma corrente com cadeado em volta do mesmo, e este se mexia pros lados sem parar, dava pra ouvir o som de algo se debatendo e grunhindo lá dentro.

- Bom...Agora temos que resolver este probleminha aí.

Jully apontava o guarda roupa e sorria a todos na sala na esperança de que alguém realmente concordasse com aquela loucura toda que ela propunha
[b]

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O Começo Empty Re: O Começo

Mensagem por O Zelador Qua Mar 17 2010, 21:40

Ver todas aquelas pessoas reunidas era algo, no mínimo, estranho. Estava a tanto tempo habituado com a idéia de vagar sozinho, encontrando esporadicamente desconhecidos que lhe pagavam com pilhas, comida ou semelhante para entrar em lugares que ninguém mais entrava e sair por onde ninguém mais saia, que havia passado a achar aquilo divertido. Quando a garota apontou para Harlem, ele apenas arqueou uma das sobrancelhas, mas não disse nada.

"But it's impossible... it's impossible."

Seu corpo ainda respondi as mensagens da música. Olhou a volta, observando as pessoas ali, bem rapidamente. Todos vivos, tão vivos quanto ele. Suspirou, deu alguns passos na direção da parede e encostou seu corpo sobre a superfície, levou uma das mãos ao bolso e puxou uma barrinha de cereal. Vagarosamente, de modo quase ritualístico, ele abriu a guloseima e deu uma saborosa mordida.

"I keep my distance while we fall apart."

No fundo, não prestava muita atenção em toda a conversa. Lia lábios, pegava algumas informações. "Comunidade" "Estar sozinhos". Não sabe porque, mas, por alguma razão, Duro de Matar lhe veio a mente. Aliás... aquela anã tinha uma arma. Mm... fazer o que.

Deu de ombros, apenas para si.

Armário, rebatidas. Harlem não movimentou-se, deu apenas mais uma mordida em sua barrinha de cereal e deixou que eles fizessem o que tinham de fazer. A garota tinha a arma e ele ainda estava sem fôlego. Talvez, quando aquela estranha confraternização terminasse, ele iria voltar a correr por aí.

Talvez.
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