Above and Beyond
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The Beginning Is The End.

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Mensagem por Rosenrot Ter Nov 20 2012, 13:26

Raven

Provavelmente já tinha perdido a conta, talvez fosse o quarto ou quinto copo de café que tomava e sequer tinha dado onze horas da manhã. As coisas estavam meio loucas naquela semana, Sandy havia desestabilizado boa parte de NY, transformado a cidade num pequeno caos, agora, aos poucos, tudo começava a funcionar, mas ainda era visível uma desordem ou outro. Não que Liv precisasse se preocupar com isso. Tinha outra coisa em mãos, no momento.

Seu Editor havia lhe dado uma história, sobre duas meninas. Casos diferentes, circustancias tão iguais. Seria um serial killer? Seria alguma gangue? Trafico de pessoas? Liv tinha muitas perguntas, muitas questões, enquanto observava as fichas, as pastas, as fotos, o que havia sido dito na época de cada um – Ísis havia sido a quatro anos atrás -, Emily, a dois meses. Eram muitas coincidências, escondidas nos detalhes.

Ísis tinha 15, Emily tinha 6.

Duas garotas.

Duas garotas de idade e lugares diferentes.

Duas garotas sem pai.


Ísis era filha de um militar morto em combate de maneira nunca explicadas. Um sujeito de patente alta, Sniper condecorado. Seu filho havia seguido o mesmo caminho e agora encontrava-se ainda servido no Iraque, a mãe havia se suicidado na noite em que Ísis sumiu. Inicialmente haviam dito que a menina tinha ido morar no interior com seus avós, mas isso se provou irreal quando a policia os procurou. Não falavam com a família de Ísis a dois anos.

Relatos diziam que um homem careca, ferido, subiu pela escada de incendio até o quarto de Ísis. (E de fato, havia sangue no quarto, que não era de Ísis e nem da mãe).

Ísis desapareceu, como poeira no ar.

Emily era um garota loira, olhos azuis, bonitinha. Seu pai morrerá de cancer quando ela tinha três anos. Sua mãe era professora, sua casa estava penhorada, não tinham dinheiro para pagar as contas. Emily frequentava a Igreja, e foi lá, após uma missa, que a menina desapareceu.

Emily usava um vestido branco e um laço roxo no cabelo. Alguns dizem que viram um homem grande, careca, se aproximar dela, conversar e depois não foi mais vista.

Quem era a ligação? E se havia alguma. Por que tanto tempo entre um caso e outro?

Mas seus pensamentos foram interrompidos quando Sanders pegou a pasta de Ísis.

– O caso Ísis.- Ela disse, com um meio sorriso, segurava uma caneca com café, e jogou a pasta de volta na mesa. – Por que está lendo isso? Não é mais história. Essa garota deve ter fugido de toda a merda que era a família dela, e agora vive com um motoqueiro num trailer.


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Dilan

Dilan estava tendo uma semana de merda, vale dizer. Todo e qualquer militar naqueles dias, de caos, estavam tendo uma semana de merda. Dormiam pouco, trabalhavam muito. Havia muita coisa a se fazer, muita coisa para se resolver, muitas pessoas precisando de ajuda, e para piorar as coisas (ao menos para ela), parecia que alguém estava mesmo afim de começar a foder com as coisas.

Graças a toda a bagunça, Dilan e outros tiveram que ir para as ruas, e para deixar seu dia ainda melhor, tiveram que trabalhar com o pessoal da Tática, uma galera mal humorada, que só metia a cara quando a coisa estava fedendo – por isso, estavam sempre de mal humor – e lá, havia uma Major, que eles costumavam chamar de “Furacão Vermelho”, a mulher não era fácil, linha dura. Tinha fodido a paciência de tudo mundo o tempo inteiro.
Ganharam uma pausa, por alguns dias, quando tudo pareceu se recompor, mas para Dilan era a mesma coisa que nada, havia se afastado tanto das pessoas, de todos, que agora suas 'folgas' eram como pequenos martirios, sem ter o que fazer, sem ter quem ver.

Sentou-se, ali, longe da maioria dos outros militares, exceto por um rapaz que sentou à sua frente, a Dogtag balançando, iluminada pela pouca luz. 'Morz' lia-se.

Dilan já tinha ouvido falar daquele nome. Morz... Morz... Precisou de alguns segundos, mas lembrou-se.

David Morz. O Sniper. O famoso e fodido Sniper.

Mas ele havia morrido.

Levantou os olhos para o garoto. Parecia jovem, tanto quanto ela, e amargurado, tanto ou mais que ela. Tinha ouvido uma coisa ou outra sobre o Capitão David Morz e tudo que havia acontecido com sua família. O cara tinha até o nome numa daquelas paredes.

Mas o que era mentira e o que era verdade?

Pode ver também o pequeno pingente preso a Dogtag. Um pequeno I brilhante.

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The Something

A língua dela era tão macia.

Tão, tão gostosa. Mas ainda sim não queria abrir os olhos, a coisa toda estava boa daquele jeito. A coisa pareica tá explodindo aquela hora, pequenas dores chegando aqui e ali na cabeça, e também, claro, o enjoo. Mas a língua dela era boa.

Era macia.


Aos poucos, abriu os olhos, contemplando a cadela que lhe lambia a face prontamente. Abanava o rabo. Onde estava? Não fazia ideia. O que tinha feito? Nem se lembrava. A cadela estava ali, a língua macia. Não era exatamente um beco onde tinha dormido, parecia um parque, ou qualquer coisa assim, bom, tinha grama, e ao longe, podia ver um playground vazio, algumas pessoas em bancos, outras caminhando. Árvores ainda estavam caídas.

A cadela ainda estava lá.

Agora as coisas começavama voltar; tinha ido dar uma volta com velhos conhecidos. Bebidas, mulheres, um pouco disso, um pouco daquilo. E depois a completa amnesia. Sentia uma dor de cabeça fenomenal, e a boca seca, pedindo um pouco d'água. Achava que podia se levantar. Bom, não podia, seu equilibrio não era dos melhores, conseguira, claro, depois de algumas tentativas.

– Você machucou? – Do nada, ali, parada, talvez dez anos. Estava bem arrumada. Parecia até mesmo uma enviada dos deuses. Ela estendeu sua garrafinha da Barbie para ele. Ele parecia precisar, de verdade. – Você achou a Mila! – Falou. Ele havia achado a Mila, havia mesmo. – Você caiu? – Ninguém havia ensinado aquela menina a não falar com estranhos?

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J.J.

Era provavelmente o único lugar onde gostava de ir – ou ao menos, suportava – enquanto passava pelas prateleiras, folheava os quadrinhos e observava as figuras de ação. As pessoas ali não gostavam de conversar muito, isso ajudava. Os dias em casa, graças ao furacão tinham sido um martirio, quase insuportável, se não fosse a irmã.

Tinha se dedicado a internet, ao menos até os dias em que ela funcionava, depois, as revistas, gibis e tudo que podia para fugir um pouco do mundo real. Seus pais também ficam condicionados em casa, o que gerou raros almoços e jantares em família. Nada do qual estivesse realmente afim, mas que tinha que participar.

Estudar em casa também tornou as coisas mais fáceis, de certo ponto de vista. Tinha 'vivido' toda a euforia do sumiço de Ísis – na época, havia até mesmo sido interrogado -, mas agora era passado, ninguém mais se lembrava da Ísis – a escola ainda mantinha o armário dela trancado, alguns colocavam flores, mas era menos frequente agora – na maior parte do tempo, ele nem se lembrava da existência da garota. – Você vai levar esse? – Indagou, repentinamente a voz. A garota parada ali era esquisita, como a maioria das garotas que frequentavam aquele lugar.

Vestia-se inteiramente de preto, um vestido longo, lábios pretos e maquiagem pesada. Pálida e um bocado magra. Indicava a revista que ele segurava nas mãos. – Vai?
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Mensagem por Valkyrja Ter Nov 20 2012, 16:37

Não que não fosse incômoda, mas Winters já estava acostumada. Ficar sem dormir era quase uma rotina. Não. Ela não tinha problemas de insônia, mas simplesmente não sentia mais tanto sono, fora que se acostumou com os serviços, patrulhas e afins. No lido com os civis e com sua própria equipe, Dilan tinha sempre o ar respeitável. Estava acostumada, também, a sempre ser procurada quando as coisas apertavam. Afinal, esse era o problema de conseguir fazer as coisas direito. Vem muita responsabilidade.

Mas é claro, não que isso não incomodasse. No meio daquela confusão, vestindo sua melhor face de dever, Dilan estava começando a ficar irritada. irritada com os escrotos que não conseguiam ficar sem fazer confusão, irritada com a burra da major de cabelo vermelho e irritada até mesmo com o barulho que seus companheiros de profissão conseguiam fazer enquanto comiam. Mas o estranho era que o silêncio também não era bem-vindo. Estava tão afastada de seus conhecidos, sua família, que muitas vezes, durante suas folgas, se pegava com saudade dos sons das vozes dos jovens recrutas, da bagunça que conseguiam fazer e do trabalho que davam, principalmente em uma situação como aquela. Era duro admitir, mas seu maior companheiro era o barulho, e não as pessoas que eram, responsáveis por ele.

A Capitã Winters era realmente uma pessoa que conseguia trazer os outros para perto, cativá-las. Talvez fosse sua expressão serena, ou o jeito que dava as ordens. Vai saber... Mas bem...Lá estava ela, comendo um pouco mais afastada. É...estava irritada. Tanto que quase não percebeu a aproximação do jovem. Primeiro, lutou com o intuito de revirar os olhos e sair dali. Segundo, enquanto mastigava aquela comida que mais parecia ração, ela ergueu lentamente seu olhar para a dogtag. Estes depois saltaram para o rosto melancólico do rapaz. Era estranho, mas sentiu uma pontada no peito. Era como se estivesse vendo uma versão masculina de si mesmo.

Prestou atenção no dogtag...Morz...Mas peraí, Morz estava no Afeganistão, como seu irmão. Outra pontada no peito enquanto bebia o refresco maldito de laranja - era laranja mesmo?

Engoliu e disse, com uma voz que podia-se dizer simpática.

-Morz. Bom soldado. Aliás, ótimo sniper.

Ergueu os olhos agora para o jovem.

-É parente dele? Aliás, têm os mesmos nomes, você e ele.

Limpou a boca em um guardanapo, dando um leve sorriso.


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Mensagem por 25Slash7 Sex Nov 23 2012, 15:07

Poderia ser um sonho. Quantas vezes não havia se deparado com imagens e sensações tão semelhantes, sempre tão... eróticas. Quantas vezes?

E quantas vezes ele não havia se deparado com uma realidade dura, que lhe tratava como um maltrapilho ex-lutador, com um gênio difícil demais, agressivo demais, para lidar com quaisquer círculos sociais onde haveria a mínima chance de se encaixar.

Passou as costas da mão sobre os lábios, em uma tentativa não tão higiênica de limpar a boca e, pouco a pouco, começou a ficar de pé.

Tentava lembrar onde estava, o que fazia. Tentava se lembrar porque havia mergulhado em mais uma daquelas terríveis ondas de depressão que vez ou outra o assolavam

Tentava se lembrar da sua própria escuridão.

Ao invés disse, teve à sua frente uma garota estranha, falando coisas estranhas. Feliz demais para uma manhã de enxaqueca.

- Onde Mila está?

Perguntou em um misto de consciência e embriaguez. Na verdade queria perguntar onde estava, mas julgou que a pequena estranha seria capaz de lhe responder.

Pegou a garrafa de Barbie, cheirou o conteúdo que havia ali e bebeu, supondo que o cheiro não fosse estranho. Talvez, apenas talvez, aquilo clareasse seus pensamentos e levasse para um pouco mais para qualquer inferno de lugar, aquela porra de dor de cabeça.
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