(Cenário) Lendas e Canções

Rametheus foi o flagelo dos homens e dos deuses. Ah sim, em seu orgulho e imensidão, ele devorou vidas e destinos.

As estrelas ficavam pequenas e o tempo se encolhia. Ah, crianças, se fecharem os olhos numa noite de tempestade, perceberão que o silêncio da chuva é a dor de Rametheus.

Rametheus que viaja nas ondas do destino, foi confinado em Tesseract, Cemitério das Eras. Rametheus, primordial da ordem e do tempo, aprisionado entre o hoje e o eterno, cujas asas foram despedaçadas e os dentes destroçados.

Ouçam, crianças, pois quando as linhas finais e frágeis do tempo se despedaçarem, Rametheus retornará, carregando consigo a angústia de eras de solidão.

Aquela noite era uma noite de ritos e preces. Reunidos à encosta do Monte, guiados pelos Guardião Esmeralda, homens e mulheres se prostravam em profunda oração. Os olhos baixos, as mãos juntas, a prece em seu coração. Em silêncio, eles agradeciam aos Reis Caídos, que Nascidos dos Deuses ergueram-se diante do Devorador.

Aquela noite era uma noite fria. Uma noite silenciosa. Longes do calor das fogueiras, que ansiosamente crepitavam aguardando pela comemoração que viria, homens e mulheres permaneciam prostrados. Na pedra mais alta, o guardião esmeralda erguia seu cajado em direção ao céu e repetia um mantra denso e carregador de dor.